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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

A CULPA É DO PSD

 

Havia um ministro – não me lembro de quê, nem quem – que, quando aparecia na televisão, tinha sempre atrás, a espreitar, um indivíduo a quem pus, para consumo interno, a alcunha de Drácula. O fulano, de aspecto transsilvânico, ar catacúmbico, tratava de se pôr na imagem, com sorrateiros e profissionais cuidados. Ora estava à esquerda, ora à direita, ora atrás do ministro, de pescocinho meio torto para caber na imagem. Cabia sempre. De tal forma se impunha à minha curiosidade que fixei a tenebrosa cara do rapaz em vez da do ministro.

 

Agora, com um governo novo, cheio de buracos por recauchutar, o homem ganhou direito de cidade. Não sei se é ministro se quê, sei que aparece quase todos os dias, na TV e nos jornais, a dizer de sua justiça. Só diz disparates mas, no que à imagem diz respeito, subiu uma data de degraus. Já não espreita, é ele quem lá está, sozinho, importante, autónomo.

Entre variadíssimas descobertas, o rapaz comunicou ontem à Nação que essa confusão das portagens – pelos vistos é ele quem manda nessa especiosa matéria – era exclusivamente devida aos malefícios do PSD, que não deixa a coisa andar para a frente como o nosso glorioso governo tanto desejava.

A história das portagens nas SCUTS, se não fosse uma desgraça até tinha graça. Nem eu nem ninguém no seu perfeito juízo a compreende. Mas que tem piada, tem.

 

Já agora, haverá que lembrar que, há anos, o Dr. Bagão Félix se fartou de bramar contra as SCUTS, demonstrando com números e ideias que a patacoada inventada pela dupla Cravinho/Guterres não tinha pés para andar.

O senhor Pinto de Sousa nem sequer olhou para os cálculos do Bagão. As SCUTS eram território sagrado do PS. Jamais seriam portajadas. Jamais. Jamais, clamava o Lino. Enquanto o senhor Pinto de Sousa fosse PM, nem pensar! E a interioridade? E o povoamento do território? E o progresso das zonas deprimidas? Cais quê! Nem pensar! Isso é o que quer, ansiosa por dinheiro, a maldita da direita. Mas o governo é de esquerda. Nem sonhar com portagens.

 

Agora, Pinto de Sousa passou a achar que portagens é que é bom. Como ele não é especialista em dar a cara por essas coisas, deve ter encarregado o Drácula do assunto. A circulação nas SCUTS passa a ser paga, pois então. Não tem nada a ver com interioridade, nem com zonas deprimidas. Que raio, então não percebem que as coisas mudaram? Isto é outro governo, o Lino já lá vai com os seus jamais!

Mas o problema não é o de o senhor Pinto de Sousa não ter palavra, nem vergonha. Não vivemos com isso há cinco anos?

O problema é que o Drácula parece que não sabe nem como nem onde nem porquê se deve pagar. Daí, entrou na tal confusão trapalhona e badalhoca que ninguém entende.

A culpa, é evidente, é do PSD. Se o Drácula mete os pés pelas mãos, a culpa é do PSD. Obviamente. Se hoje faz um decreto a dizer que é branco e amanhã outro a dizer que é preto, a culpa é do PSD. Hoje vai cobrar assim, amanhã assado. A culpa é do PSD. Na semana passada cobrava acolá, nesta cobra acoli. A culpa é do PSD. Antes, cobrava a estes, hoje àqueles, amanhã não se sabe. A culpa é do PSD.

 

O IRRITADO deseja ardentemente que o Drácula continue a ter justificadas razões para aparecer nos jornais e nas televisões. Assim, olhos nos olhos, ele, grande, inteligente, magnífico. Sem precisar de espreitar atrás dos ministros. Parabéns.

 

9.8.10

 

António Borges de Carvalho

SOCIALISMO CIENTÍFICO

 

Às vezes, mesmo já muito tendo lido e ouvido, ficamos siderados com a fidelidade de certa gente a cartilhas que se julgaria perdidas na noite dos tempos.

 

O IRRITADO, de vez em quando, debruça-se sobre uma secção o que o “Avante!” tem no jornal privado chamado “Público”, assinada por um tal António Vilarigues, “especialista em sistemas de comunicação e informação” - seja lá isso o que for - e rebento, julga o IRRITADO, de uma dinastia do mesmo nome desde sempre atarraxada às altas esferas do PC.

 

O homem não é propriamente um marxista - Marx foi um filósofo sério que, é de supor, se pudesse ver o resultado das suas teorias, pelo menos na versão “interpretativa” que o Vladimir Ilitch e o José Estaline praticaram, seria hoje, pelo menos, um “neo liberal” -, mas sim um estalinista mais ou menos aggiornato, isto é, que procura, através da sua especialidade em “sistemas de comunicação e informação”, vender o podrérrimo peixe que, como a mera existência do PC e do BE bem demonstram, ainda há quem coma.

O distinto “especialista” conta-nos que o actual ciclo de crise do sistema capitalista vai no seu quarto ano e tende a continuar. Porquê? Porque o desemprego é galopante, porque o produto mundial se contraiu, porque o comércio mundial sofreu uma redução de 12%. Porquê? Porque, diz ele, há 280 tipos muito ricos, com mais dinheiro que o dinheiro somado de dois mil milhões de pessoas.

Havendo à face da terra, pensa ele, todos os meios, humanos e materiais para assegurar as condições de vida necessárias ao desenvolvimento das capacidades de cada um dos quase 7 mil milhões de habitantes do planeta, a culpa da fome, do desemprego, da ausência de desenvolvimento, etc., é, evidentemente, dos tais 280 malandros e de mais uns quantos que impedem que se criem as condições objectivas para a transformação da sociedade.

Para remediar o problema é preciso que a questão da propriedade e da apropriação privada das condições de produção seja posta em causa. Ou seja, pôr em causa a relação social (de exploração) que o capital corporiza.

 

Como se vê, o aggiornamento deste notável filósofo não vai tão longe como a saída das cavernas do bolchevismo para os “sistemas de comunicação” poderia fazer pensar. A fraseologia é a mesma, os fantasmas os mesmos, as fugas à realidade, à vida e à própria natureza humana são as mesmas de sempre.

 

A chamada “crise do capitalismo”, que é um facto, melhor se poderia chamar crise do “estado social”. O estado social, tal como concebido pelos seus intérpretes encartados, entrou em insolvência com a globalização, com a concorrência “desleal” dos países ditos emergentes e, é evidente, com as suas próprias decorrências e asneiras conceptuais.

 

O que arruinou ou ia arruinando as nações não foi a prática de um capitalismo verdadeiramente liberal, isto é, de um capitalismo limitado pela Lei e, portanto, saudável. Foram as intromissões “sociais”, como as corporizadas pelas Freddy Mac (é assim que se escreve?) e similares, que introduziram distorções no sistema, distorções que a “socialização” do capitalismo iria aumentar até ao “estouro” final. Os primeiros “produtos tóxicos” foram sempre os de motivação social. O resto veio por simpatia, oportunismo, ganância e desprezo pela Lei.

Por cá, por exemplo, os bancos embarcaram alegremente nas “políticas sociais” que, primeiro, aniquilaram o mercado do arrendamento e, depois, empurraram as pessoas, via isenções fiscais, juros bonificados e outras balelas, para a chamada “casa própria”, ou seja, para um abismo de dívidas vitalícias, para o imobilismo familiar e, no fim da picada, para o crédito mal parado, o desemprego e a pobreza. Foram as “políticas sociais” que puseram milhões de cidadãos a pensar que um emprego não é um passo na vida a caminho de melhor, mas uma coisa que se tem - exista ou não - até à morte ou à reforma. Foram as “políticas sociais” que puseram as pessoas a pensar que haverá sempre dinheiro para, na falta ou na recusa de emprego, escorrer um subsídio, um abono, uma coisa qualquer saída, como coelho da cartola, de um poço sem fundo que se chama Estado, ou “estado social”. Foram as “políticas sociais que, em suma, puseram as pessoas no desemprego, ou as desinteressaram de trabalhar, como é patente nos milhares de postos de trabalho que são ocupados por imigrantes por falta de procura dos portugueses.

Foi a concepção do Estado como produtor e distribuidor de riqueza, inspirada, à la limite, nos Vilarigues da nossa praça, quem atirou a sociedade para uma situação que toda a gente já percebeu ser insustentável, mas que ninguém se atreve a tentar sequer pôr em causa. Foi, entre nós, a concepção do Estado como “nacionalizador”, por “razões sociais”, de bancos bandidos ou falidos, quem, pondo no caixote do lixo os remédios mais duros com que o capitalismo, ou seja, a economia, se castiga a si próprio, mais contribuiu, e contribui, para a falência nacional que, a passos largos, se aproxima.

 

No meio disto tudo, desgraçadamente, continua a haver quem diga que, se tirarmos aos ricos distribuímos pelos pobres, isto através da abolição da propriedade e do poder absoluto de um Estado omnipresente e omnipotente.            

 

A secção do “Avante” ínsita no jornal privado chamado “Público”, outra coisa não faz senão repetir ad nauseam as patranhas da cartilha. É fácil, está “no disco” e entra em cabeças mais crédulas ou menos prevenidas. É natural.

O que nada tem de natural é que haja tanta gente, até nas mais insuspeitas áreas da política e do pensamento, que ande para aí a insistir na manutenção da filosofia estatista que nos arruína e nos desemprega. Além de cavar, para as novas gerações, um futuro mais negro que o imaginável.

 

9.8.10

 

António Borges de Carvalho

SOCIALISMO REPUBLICANO

Na ânsia balofa e desmiolada de comemorar o 5 de Outubro, anda o jornal socialista “Diário de Notícias” a contar os dias que faltam para o centenário de tal coisa, agora na sua terceira e ruinosa versão.

Diz o DN que, na sua edição de há um século, se escrevia: O socialismo, mal esboçado e titubeante até meados do século XIX, é hoje uma força indiscutível, que coloca à frente da França um governo saído das suas doutrinas, e que, de dia para dia, ganha mais terreno na imperial e militar Alemanha.

O DN de hoje, a este respeito, opina que o socialismo sobre que há um século se escrevia é a social-democracia.

Aqui é que a porca torce o rabo. A família do socialismo do princípio do século XX seria uma prima afastada da social-democracia como a concebem hoje os seus adeptos. Bakunine e Bernstein que o digam.

Ironia das ironias, o regime saído do tal 5 de Outubro - que o DN, tão caninamente fiel ao que está a dar, comemora - proibiu, simplesmente, a criação de um partido socialista em Portugal (ideia que merecera a serena simpatia do Senhor Dom Manuel II) e prendeu, torturou e deportou os seus adeptos, numa das mais assanhadas e violentas repressões políticas de que há memória. Aquiles Monteverde e Azedo Gneco, por exemplo, que o digam.

 

9.8.10

 

António Borges de Carvalho

BRIGADA DO REUMÁTICO?

 

Por toda a parte, a Nação embandeira em arco com os especiosíssimos cálculos feitos sobre o stress dos bancos.

Não há problema! Tudo nos conformes. A Pátria pode estar descansada que a banca está de óptima saúde, há montes de dinheiro para pôr ou repor a economia a funcionar. Descansem os portugueses, a crise não vem por aí.

 

O IRRITADO, modicamente conhecido na nossa praça pelo seu visceral pessimismo, acha isto tudo altamente suspeito. Quando tudo está mal, há sempre quem venha dizer que não é bem assim.

Lembram-se da brigada do reumático? Quando toda a gente já sabia que a tropa estava em alvoroço, ou porque queria mais dinheiro, ou porque não queria ir para a guerra, ou porque tinha inveja dos milicianos, ou por altos sentimentos democráticos e horror ao autoritarismo, eis que os chefes militares em bloco se deslocam a São Bento a fim de convencer o primeiro-ministro e a Nação de que tudo estava sossegado e sob controlo. Os mesmos que, dias depois, se meteram em tábuas perante o golpe do 25 de Abril.

 

Só é preciso gritar que está tudo bem quando se sabe que há fortes hipóteses de não o estar.

Será o caso da banca? O IRRITADO espera que não. Mas um mindinho pouco dado a esperanças não pára de lhe dizer ao ouvido que vem aí alguma bernarda.

 

7.8.10

 

António Borges de Carvalho

CONTROLAR A LIBERDADE

 

Aqui há uns anos, era ministro do comércio o actual presidente da CGD (ilha PSD no oceano socialista), discutiu-se a história da abertura dos hipermercados ao Domingo. Lembro-me de ter protestado onde podia contra a mera existência de tal polémica. Achava, e continuo a achar, que tal abertura é matéria para a livre negociação entre os empregados e os patrões, cabendo-lhes chegar ou não a acordo sobre o que fazer. O Estado, porém, achava o contrário. Isso de liberdade contratual é coisa a controlar com unhas e dentes, tornando-a ilegítima e ilegal sempre que o dito Estado ache que há em causa outros e mais altos valores.

 

Passaram anos. Julgo que nunca ninguém percebeu lá muito bem como funcionavam as coisas, uma vez que a distinção conceptual entre o que é hiper e o que não é hiper é coisa de burocratas que escapa à cabecinha dos cidadãos comuns. As pessoas foram aprendendo a saber o que estava fechado e o que estava aberto, e pronto.

 

Agora, o governo que temos resolveu entrar numa de “descentralização”, isto é, sacudiu a água do capote.

Isso de abrir ou fechar vai ser coisa da competência dos municípios.

A decisão nada tem a ver com liberdade contratual, com emprego, com conveniências dos cidadãos. Trata-se, na linguagem oficial, de conferir ao poder local mais uma prerrogativa, de dar aos “representantes directos” da vontade popular o poder de interferir na liberdade dos demais. Multiplicando os critérios, direi eu. O que for legal em Patranhos de Cima será ilegal em Patranhos de Baixo, segundo a soberana vontade das respectivas câmaras municipais.

A coisa vai ser de estalo. Em cada município, o poder vai querer abrir e a oposição fechar, ou vice-versa, o que dá igual. As assembleias municipais vão travar intermináveis discussões, acusando-se os deputados uns aos outros de estar ao serviço do capitalismo selvagem, do "neo liberalismo", de ser porta vozes dos sindicatos ou das multinacionais, etc..

Resultado: se, em Patranhos de Baixo, a câmara decidir fechar e em Patranhos de Cima a câmara resolver abrir, a malta de Patranhos de Baixo passa a ir às compras em Patranhos de Cima, o que gerará as maiores rivalidades, fará com que em Cima haja mais emprego que em Baixo, e assim por diante.

O governo, olimpicamente, ficará de fora. O senhor Carvalho da Silva ficará à rasca, porque tem tantos adeptos em Cima como em Baixo. E assim por diante.

 

Há assuntos que se resolvem utilizando uma coisa que se chama Liberdade, coisa a que o socialismo, mesmo o mais democrático, tem enormes dificuldades em se adaptar.

 

7.8.10

 

António Borges de Carvalho

GRATIDÃO

 

 Ninguém se cala com a história do comunicado do PGR, em que Sua Excelência confessa a sua total falta de capacidade para o lugar em que o puseram.

Ao fim de uns cinco anos, percebeu que não tinha poderes que chegassem. Ou isto não é verdade ou o homem é de compreensão lenta. Ou ainda, de repente, percebeu que, lá na Rua da Escola, ninguém lhe liga bóia, cada um faz o que quer e diz o que lhe apetece, em evidente demonstração da ausência de autoridade do chefe.

Outros PGR’s houve antes dele, que também deram uma bronquita ou outra, mas nenhum se queixou como ele, coitadinho, de falta de poderes!

 

Há duas ou três pequenas observações que o assunto merece, para além das quatro mil trezentas e quarenta e sete já largamente expendidas por “quem sabe destas coisas”, ou seja, os opiniosos de serviço.

A primeira diz respeito ao comunicado em si. É evidente que um ataque de parvoíce daquele calibre não devia merecer qualquer seguimento. E, no entanto, o PS e o PSD apressaram-se a dizer que até são capazes de mexer no estatuto do homem. Parece que a parvoíce, ouvida por parvos, compensa.

A segunda tem a ver com as reacções dos partidos. Em vez de dar a coisa ao mais completo desprezo, vieram todos a correr dizer de sua justiça. Os da oposição, em uníssono, condenaram o fulano. O PS não só não o condenou como achou que tinha toda a razão. Compreende-se o interesse: o PS queria ver o assunto enterrado, e o assunto está aí para lavar e durar. Por outro lado, que diabo, o homem merece a gratidão dos socialistas. Se não fosse ele…

 

4.8.10

 

António Borges de Carvalho

 

PS. No meio da orquestra de opiniões, não seria mau que alguém, para além do IRRITADO, se lembrasse de condenar o homem por ter tido a ousadia de se comparar, de forma diminutiva, à Chefe de Estado de vários países estrangeiros com quem temos relações diplomáticas, Senhora que tem mais dignidade e mais importância na unha do mindinho do pé esquerdo que setecentos e vinte e três PGR’s somados, cobertos da chantilly e com uma cereja cristalizada no toutiço.  

UM CASO EXEMPLAR

 

O marido de uma rapariga que eu conheço, encarregado do lixo na câmara de não sei onde, foi contemplado com as “novas oportunidades”.

A rapariga descreve a coisa da seguinte forma: primeiro, deram-lhe um dossier com as matérias todas; depois, o rapaz foi a umas aulas durante uns meses. Finalmente, mandaram-no embora com o diploma do 12º ano e um livro para, se quisesse, ir aprendendo inglês lá em casa.

Agora, o jovem diplomado espera a todo o momento a promoção que lhe é justamente devida dadas as suas habilitações literárias.

 

4.8.10

 

António Borges de Carvalho

LEI ISLÂMICA À PORTUGUESA

 

Ao mesmo tempo que o camarada Amadinejá vem declarar que o ensino da música é uma imoralidade em termos da “lei islâmica”, a ministra da educação do governo que temos anunciou, eventualmente inspirada nos ensinamentos dos aiatolas, que vai cortar os subsídios às escolas de música. Entenda-se, às escolas de música privadas.

O IRRITADO, por princípio, não é adepto de subsídios. Os privados que se desenrasquem. Mas, est modus in rebus, no país mais subsídio-dependente da União parece que, se a senhora ministra pusesse no olho da rua os milhares de contra-producentes “pedagogos” que tem lá no ministério, talvez poupasse mais e, sem dúvida, melhor.

 

4.8.10

 

António Borges de Carvalho

BIBA O POÂRTO!

 

Então não é que dona Ilda, ilustríssima deputada do PC ao parlamento europeu, mais um conjunto de personalidades bolchevistas, se dedica agora a pintar paredes no Porto?

E não é que a Câmara não deixa? Manda a polícia apreender as tintas, ou coisa que o valha?

Então, e a liberdade de expressão? E a Constituição?, pergunta o PC, prenhe de justa fúria.

Porque é que a donairosa criatura não pinta paredes em Estrasburgo ou em Bruxelas? Com certeza porque em França e na Bélgica vigoram poderosas e desapiedadas ditaduras. Se fosse apanhada nas suas actividades, a criatura era capaz de, deputada ou não, ir parar ao xilindró.

 

Ao menos em Lisboa, a “liberdade” é socialisticamente apoiada pela Câmara. Veja-se o que os pintores de paredes fizeram na Fontes Pereira de Mello, com tintas, pincéis, pistolas (de pintar) gruas e protecção policial, tudo à conta dos nossos dinheirinhos.

 

Viva o Porto!

 

4.8.10

 

António Borges de Carvalho

IGUALDADES

 

Aqui há um ou dois posts, dedicou-se o IRRITADO a demonstrar como acha dever ser tratado o caso dos deficientes sexuais que arranjaram a história dos dadores de sangue para fazer mais uma propagandinha aos seus nobres costumes.

Borrifando-se na higiene pública, vem uma senhora Elza (com zê), obscura secretária de Estado, dizer que as gentes em causa têm toda a razão, isto é, que, por uma questão de igualdade (seja isso o que for no bestunto da senhora), não se lhes pode fazer perguntas sobre a sua vidinha.

Eu, que felizmente não sou igual à senhora (no conceito dela), confesso-me impróprio para dar sangue e não me preocupa nada que me perguntem porquê.

 

4.8.10

 

António Borges de Carvalho

SANGUE PARA O POVO

 

É louvável e meritória a atitude dos cidadãos que, desinteressadamente, se prestam a dar ao próximo o seu sangue, precioso bem que muitas vidas salva.

 

Posto isto, duas palavras sobre a reivindicação das associações de deficientes sexuais e do Bloco de Esquerda por causa de uma pergunta qualquer que está num regulamento qualquer, indagando os doadores sobre os seus “handicaps”.

O autor do IRRITADO, por exemplo, não pode dar sangue porque tem uma deficiência hepática. Outros, outras terão, que tornam o seu sangue impróprio para consumo. É evidente que neles se incluem os chamados “grupos de risco”, de que fazem parte os defeituosos sexuais e os viciados em drogas duras.

Não terão, se não tiverem, culpa de ser o que são. Mas não deixam de o ser por causa disso.

Dir-se-á que estes grupos têm o mesmo direito que os demais a que lhes seja analisado o sangue antes da doação, sendo por isso indiferente a sua circunstância pessoal. Mas para quê gastar dinheiro com casos em que a probabilidade de sangue impróprio é maior? Se há pessoas que tiveram doenças que, embora curadas, as colocam em grupos de risco, para quê perder tempo e dinheiro com elas? Para quê, correr riscos? É por isso que o tal regulamento, e muito bem, pergunta aos propostos doadores se são deficientes sexuais, se têm certos vícios ou se tiveram doenças, mesmo num passado remoto, que possam pôr em dúvida a excelência do seu sangue. Parece óbvio que o regulamento não pode fazer outra coisa.

 

Mas os deficientes sexuais, com o extremoso e caritativo apoio do partido comunista conhecido por BE, nisto como em tudo o resto, querem ser mais que os outros. Em certas matérias já o são. E, enquanto houver qualquer coisinha que, como qualquer coisinha de qualquer pessoa, modifique a sua circunstância em relação aos demais, há que Deus que estão a ser descriminados!

 

Não há dúvida que, ou a civilização dá umas voltas, ou está lixada.

 

3.8.10

 

António Borges de Carvalho

VALENTE MEXILHÃO

 

O senhor Valentim Mejillones, alto sacerdote da religião “aymara” – sabem o que é? – teve o poder e o encargo de, de chapeleta, rebrilhante túnica e marreta (uma espécie de pau com um cão na ponta), dar posse ao inteligente Evo Morales, o tal que acha que a existência de pederastas se deve aos frangos de aviário e que é o proto-comunista presidente da Bolívia.

Até aqui, tudo bem. Cada um “empossa-se” como muito bem entende, de acordo com as suas conveniências e os seus credos.

 

Interessante é que o tal Mejillones é nada mais nada menos que o feliz proprietário de um laboratório científico dedicado à produção de cocaína, com uma produção mensal estimada em 240 quilos. Coisa pouca, como se sabe.

 

Estas desgraças sul-americanas quase fazem ter saudades dos tempos heróicos em que, continente fora, os generais Tapioca e Alcazar se enfrentavam renhidamente e com requintes de imaginação.

 

A Democracia, como tanto se repete por aí, é o pior sistema político que existe, à excepção de todos os outros. De acordo. Não deixa por isso de parir monstros, como o Adolfo, o Chávez e este parlapatão do Morales.

De “morales” pouco terá, mas está na moda e é politicamente correcto. Pelo menos na abalizada opinião de inúmeros intelectuais de esquerda que pululam na nossa praça.  

 

3.8.10

 

António Borges de Carvalho

O DUQUE DA POLITÉCNICA

 

Principescamente instalado no Palácio Palmela, o senhor Procurador Geral da República disse às aparvalhadas massas a seguinte extraordinária “verdade”:

 

Tenho os poderes da Rainha de Inglaterra.

 

Coitado! Já se sabia que o homem, para além de funcionar como escudo das instituições, leia-se, do primeiro-ministro, é especialista em meter os pés pelas mãos, em não fazer a menor ideia de como se dirige a sua gente, em tê-la em roda livre, em aguentar uma senhora que parece ser a sua número dois e que só faz asneiras, em esconder e depois destruir despachos seus que são documentos do mais alto interesse público, etc.

Agora, veja-se a modéstia, descobriu que é importante comparar-se publicamente com a Rainha de Inglaterra. O que, antes de mais, prova que o senhor não tem no bestunto a mais remota ideia do que seja Sua Majestade. Depois, que o seu alto pensamento acha que tem os poderes da Chefe de Estado de mais de uma dezena de países em que é objecto do respeito e do orgulho das gentes, cuja soberania exemplarmente representa.

É legítimo pensar que o senhor em causa considera a comparação interessante com o eventual objectivo de convencer as pessoas da triste circunstância, pensa ele, de lhe não chegar os poderes que tem. Quer mais. Para quê? Para promover o senhor Pinto de Sousa a PM vitalício?

 

Haverá alguém que lhe faça perceber que está a mais, ele, a sua número dois e mais uma data de gente que só serve para arranjar confusões, para dar o dito por não dito, para tornar obscuro o que tem obrigação de esclarecer?

 

3.8.10      

 

António Borges de Carvalho

DO PODER DOS CANALHAS

 

Não há dúvida que, em política politicamente correcta, a moral dos nossos dias e do nosso mundo nada tem a ver com a de há uns anos atrás.

 

Um conhecido bando de canalhas resolveu vandalizar uma série de bombas de gasolina no Reino Unido. Não houve intervenção policial que se visse. As pessoas ficaram sem combustíveis, os concessionários foram privados do seu comércio, a ordem pública foi severamente perturbada. Resultado, segundo os jornais: as bombas, por ordem dos canalhas, só reabrirão em determinadas condições, por eles impostas.

O mesmo bando, auto intitulado Greenpeace, tem sido, ao longo dos anos, autor dos mais diversos atentados aos bens daqueles de quem decidiu não gostar. Goza de meios financeiros incalculáveis, ao ponto de ser proprietário de navios e outros equipamentos de altíssimo preço, paga chorudos ordenados a um número indeterminado de prosélitos, viaja pelo mundo a seu bel-prazer, etc..  Não, não se trata de militantes de uma causa qualquer, trata-se de crime organizado e criminosamente financiado.

Quando a moral pública não era refém do politicamente correcto, tal gente seria julgada, a organização desmantelada, investigada a origem dos milhões utilizados e punidos os vandalismos a que se dedica.

Na moral de hoje, porém, estes tipos passaram de canalhas a “activistas”. Ser “activista”, seja do que for, parece ter-se tornado salvo-conduto para consideração pública, reconhecimento social. Pior, parece que, aos que são activistas, é reconhecido o direito a utilizar os meios que lhes der na gana para defender as suas teses, ou a suas maluquices.

 

Do outro lado do Atlântico, uns tipos auto-intitulados qualquer coisa como Wickyleaks (não sei se é assim que se escreve) resolvem fazer espionagem informática sobre uma guerra terrível que o seu país trava.

Não ponho em causa a justeza ou não de tal guerra. Não é o que, para o efeito, está em causa.         

O que me é impossível aceitar é que documentos secretos importantes para a própria segurança dos militares em operações, sejam propagandeados pelo mundo, sujeitando ao ridículo e ao opróbrio o seu próprio país, sem que haja, na opinião pública, nos mass media, nas autoridades, na opinião pública, quem acuse tal gente de traição.

 

Como parêntesis, diga-se que isto faz lembrar as emissões que, de Argel, o senhor Manuel Alegre fazia, às quais não se sabe quantas vidas de combatentes portugueses se perderam. Um precursor, este camarada.

 

Na América e no mundo, o autor da electrónica tramóia tem direito a tempo de antena, a artigos de jornal, se calhar a montes de dólares, perante o terno olhar da dona Ana Gomes e de mais uns milhões de “progressistas”.

 

A moral pública do nosso mundo parece estar ou em mudança ou em crise. Ou foi tomada de assalto pelos malefícios do politicamente correcto. Um sinal evidente de uma civilização que parece comprazer-se na sua auto-destruição.  

 

2,8.10

 

António Borges de Carvalho

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