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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

UM ELOGIO BEM MERECIDO

Mais um exemplo de grande democraticidade. Desta vez vinda do insuspeito PC, organização altamente democrática, como é do conhecimento geral.

Os distintos camaradas da assembleia municipal do Barreiro impediram, de forma admirável, que o areópago local aprovasse uma moção de homenagem à memória de Sá Carneiro. Na douta argumentação utilizada, o político em causa foi justamente considerado como adversário do PCP, um tipo que “que não defendia as nacionalizações”.

O IRRITADO, sempre atento a estas maravilhas do nosso tempo - que a tenebrosa reacção classificaria de estúpidas e obsoletas - não pode deixar de realçar a finura de sentimentos, a verticalidade intelectual, a humanidade, a modernidade e a moralidade progressistas que esta notável atitude demonstra e que impõem o PCP à mais alta consideração da grei.

 

13.1.11

 

António Borges de Carvalho

PRIMOS?

 

Em mais uma brilhante demonstração do mais abnegado patriotismo, o mui ilustre Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, do alto da sua vistosa tribuna na TVI (o IRRITADO não vê essa coisa, mas leu nos jornais), declarou-se frontalmente contra a entrevista dada por Passos Coelho a um jornal, alegando que o homem devia estar “quietinho”. A justa indignação do insigne académico deve-se, entre outros, ao facto de Passos Coelho ter defendido que o governo devia cair caso o FMI cá entrasse. Ou seja, mostrando o alto valor que dá àquilo a que chama “estabilidade”, o comentólogo vai fazendo tudo o que pode para manter o senhor Pinto de Sousa no poleiro enquanto o país se vai afundando.

Lógico. Só é pena que o grande pensador não saiba, não perceba, ou não queira saber ou perceber que, dada a total ausência de prestígio, de confiança, de respeito de que o senhor Pinto de Sousa goza por esse mundo fora (à excepção, talvez, da Líbia e da Venezuela) não há nenhuma hipótese de sairmos do buraco enquanto esta gente andar lá por cima.

 

Será que o Rebelo de Sousa é primo do Pinto de Sousa pelo lado do Sousa?

 

13.1.11

 

António Borges de Carvalho

DIÁLOGOS DAS ALFURJAS

 

- Ó Teixeira, que achas?

- Zéquinha, meu filho, isto não está famoso…

- Então?

- Sacámos dois mil e cem da Telepompom, e já só temos oitocentos!

- De sobra?

- Quer dizer… enfim… se lhes quiseres chamar sobra… se calhar a verdade é que gastámos mil e trezentos. Mas tu é que sabes.

- Pois, pá, então vamos fazer assim: dizemos à canalha que as contas estão certas, que está tudo conforme previsto e que até temos dinheiro a mais!

- E achas que pega?

- Claro que pega, filho. Não pega sempre?

- Vai pegando…

- Ora bem. Se houver perguntas chatas, tu atiras com uns números e, como ninguém percebe nada, não há problema.

- Bom, vão dizer que faltam as contas da farmácia, pá, e sabes bem a desgraça que aquilo é. Se as metêssemos ao barulho não sei o que aconteceria.

- Não se fala nisso, deixa-se para mais tarde!

- Há outra coisa…

- Quê?

- Esse marmanjo do Bando de Tuntugal, no mesmo dia em que vamos falar, pôs-se com bocas a dizer que a firma em 2011 vai para o buraco?

- Não quero saber disso para nada. Esse gajo é uma besta. Desmente-se. Ele diz que vamos perder 1,3, mas eu chego à Alemanha, mudo o sinal à coisa e digo que vamos ganhar 1,3. Percebes? Deixa que eu trato disso.

- OK. E a outra tipa lá do Bando que se pôs a dizer, na mesma altura, que o FunFun é que era bom?

- Essa gaja que se lixe! Desmente-se e acabou-se. Não há FunFun nem meio FunFun!

- E se nos virmos obrigados a chamá-lo?

- Nessa altura logo se vê. Não é o que temos feito sempre?

- Cá por mim acho que já cá devia estar há muito tempo.

- Se achas é uma gaita. O melhor é deixares de achar. Logo se vê e acabou-se.

- Bom, então vamos lá enfrentar a canalha.

- A canalha é que me enfrenta! E, como acontece há 6 anos a esta parte, vai comer o que eu lhe der.

- Bom, então vamos a isto.

- Porreiro pá, isso é que é falar. ‘bora ir!

 

12.1.11

 

IRRITADO

O MAL MENOR

 

O inacreditável Alegre passa a vida a tonitruar que o adversário se prepara para levar os partidos que o apoiam ao poder, que o homem tem uma visão assistencialista (?!) e caritativa (?!) muito próxima do projecto de revisão constitucional do PSD (?!), etc. e tal.

A criatura, ou não percebe nada do que se passa ou é tão aldrabão como o seu camarada Pinto de Sousa e tão demagogo como o seu principal apoiante, o também seu camarada Louçã.

Dizer estas coisas no exacto dia em que Cavaco se esgadanha a pedir que não incomodem o governo, que não façam ondas para não assustar mais os mercados, se repenica a dizer que não devemos complicar a vida ao governo, etc., o camarada conclui que Cavaco está feito com a direita! É de cabo de esquadra.

 

Cavaco, o tal que segurou o Pinto de Sousa no governo quando todos os seres pensantes deste país já sabiam que o tipo não prestava, o tal que fechou os olhos a toda a porcaria pessoal e política do primeiro-ministro, o tal que se fartou de pregar no deserto sobre a nossa desesperada situação sem mexer uma palha, só com “bocas”, o tal que sempre tratou o Passos Coelho por cima da burra e jamais disse uma palavra que o pudesse, de longe ou de perto, ajudar, o tal que é evidente não ter pelos líderes do PSD e do CDS consideração por aí além,  o tal que, a favor da esquerda e pisando a sua própria consciência e a dos seus eleitores, promulgou o "casamento" pederasta, está, na boca esclarecida do camarada Alegre, a fazer o jogo da direita!

O mais social-democrata - o Alegre também se diz social-democrata - de todos os Primeiros Ministros da III República, que fez a vida negra aos sectores mais liberais - a não ser para dar a mãos aos “escolhidos” -, que nunca cedeu um milímetro aos que se sentiam espoliados pelo estado socialista, que jamais deixou escorregar o governo para uma política menos estatista que a que tinha herdado, é, na boca ignorante e fátua do Alegre, um agente da direita!

 

A direita, senhor Alegre, não tem candidato.

A direita, embora mais bem intencionada, mais capaz, mais realista e menos aldrabona que a esquerda, não consegue romper com o maldito status quo que há décadas arruína o país. A direita é medrosa. Quando o país inteiro está ansioso por uma mudança democrática radical, por uma proposta diferente da que tem sido impingida pela sacrossanta e falida social-democracia, a direita, ou também é social-democrata, como o CDS, ou tem medo.

 

A direita só pode votar, só deve - não se sabe de o fará - votar no mal menor, como o IRRITADO tem dito.

O mal menor é Cavaco, mesmo tão socialista, (ou social-democrata, como queiram), como o Alegre (com menos slogans) ou o Portas Paulo (com menos “cristianismo”) ou o Louçã (com menos comunismo).

Aliás, o camarada Alegre sabe tão bem como toda a gente que Cavaco será tão duro com um governo do PSD quanto de veludo tem sido com o desta gente. Só que Alegre, além do mais, é burro.

 

Não passa pela cabeça de ninguém que cabeça tenha ter como presidente o saco de vento, o mar de ignorância política, o cesto de trogloditismo cerebral, o poço de auto convencimento, de narcisismo e de pedante parlapatice que é o senhor Alegre.

 

Infelizmente, não se sabe se, em Portugal, as pessoas que ainda têm cabeça ultrapassam, em votos, os cinquenta por cento.       

 

A ver vamos.

 

11.1.11

 

António Borges de Carvalho

O HOMEM DO LIXO

 

Com a devida vénia, o IRRITADO atreve-se a transcrever parte de um artigo de Alberto Gonçalves, publicado no DN do passado Domingo sob o título acima.

 

 

Manuel Alegre não abdica de um ‘país limpo”. A expressão usada nas declarações aos jornalistas foi exactamente essa, “país limpo”, e é essa inflexibilidade ética que se espera de um candidato presidencial a sério.

Durante ‘um instante, digamos cerca de quatro segundos, acreditei que Manuel Alegre decidira recusar o apoio do PS e reclamar esclarecimentos definitivos acerca das histórias da licenciatura de um conhecido estadista, do fecho da “universidade” Independente, do licenciamento do Freeport, da escritura de um peculiar apartamento lisboeta, do aterro da Cova da Beira, do sucateiro Godinho, da ascensão vertiginosa de certos vultos, da ingerência política numa televisão privada, do patrocínio de ex-futebolistas para fins eleitorais e minudências similares.
Erro meu. Afinal, Manuel Alegre apenas deseja limpar o País no que respeita aos obscuros negócios da banca, E nem todos os negócios da banca: não se lhe ouviu um resmungo sobre, por exemplo, o assalto do partido do poder ao BCP, ou as célebres confusões do BPP que Manuel Alegre publicitou há uns anos a troco de 1500 euros. Manuel Alegre só está interessado em limpar as dúvidas que versam o BPN. E nem todas as dúvidas, que ninguém deu por ele a protestar contra a nacionalização da referida instituição, ou a pedir pormenores pelo modo como a privatização falhou e pelo impacto, ainda misterioso, de semelhantes divertimentos no bolso dos contribuintes, ou até a estranhar os desmesurados elogios que, em 2008,0 ex-administrador Dias Loureiro teceu ao primeiro-ministro. Manuel Alegre limita-se a reivindicar que Cavaco Silva explique os ganhos que obteve na venda de umas acções da SLN, o grupo que detinha o BPN.
Aqui há tempos, Cavaco Silva já disse umas coisas a propósito. Talvez tivesse obrigação de as desenvolver agora, talvez suponha que isso lhe prejudicaria a campanha, talvez acredite que a reeleição está garantida mesmo, ou sobretudo, se ignorar o assunto. Talvez a noção do ridículo o impeça de convocar uma conferência de imprensa em que acuse meio inundo de conspirar contra si. Não sei.

Sei que Cavaco Silva não deve desculpar-se da mais-valia conseguida numas acções com confissões de prejuízo noutras, seja porque um eventual abuso não é atenuado pelos abusos que não se cometeu, seja porque o lucro, ao contrário do que julgam os simpáticos fascistas do Bloco, não é sinónimo de má-fé ou desonestidade.

E sei que Manuel Alegre não quer o tal “país limpo” que, com voz grave, exige: o seu zelo concentra-se num pedaço pequenino do País, enquanto o resto permanece uma esterqueira pegada. Há sempre alguém que diz não? Possivelmente, mas está longe de ser o caso. Manuel Alegre diz sim ao que calha, desde que lhe convenha. O não” ou, para usar palavras que lhe são caras, a resistência e a insubordinação servem de pechisbeques retóricos. Na prática, Manuel Alegre resiste e insubordina-se face a muito pouco, quase nada. Tecnicamente, falta-lhe um bocadinho de legitimidade para a missão higiénica a que se dispôs.

  

10.1.11

  

MAU COMEÇO. ALEGRE AGRADECE

 

O jornalista Ricardo Costa é um fulano inteligente, arguto, com o dom da palavra e da escrita. Não é de admirar que tenha sido promovido a director do “Expresso”, jornal de muitos defeitos mas de superior qualidade.

É pena que, logo no primeiro número após a sua “subida ao poder”, Ricardo Costa se tenha dedicado a, objectivamente, tomar partido na miserável história das presidenciais.

O “Expresso” de Sábado é uma repetida e repetitiva diatribe anti Cavaco. Quantas páginas, quantos artigos dedica, e com que destaque, a uma história cujos contornos já não há quem não tenha percebido? Muitos. O “caso Cavaco”, não o “caso BPN”, é o leit motiv de uma edição inteira, em claro prejuízo e subalternização de tantos outros que maior atenção mereciam.

É evidente que seria natural que o jornal se debruçasse sobre o assunto. Não é isso que merece repúdio. É o destaque, a insistência, a forma verrinosa como tudo é orientado, sob o nada diáfano manto da “informação”.

 

Começa mal, o bom jornalista. Vender jornais é bonito, mas não de qualquer maneira. O Alegre, se não for mal agradecido, agradecerá.

 

10.1.11

   

António Borges de Carvalho

PARA TRÁS

 

Na campanha para as legislativas de 1985, Francisco Lucas Pires propôs que a política portuguesa se orientasse para o fim das grilhetas socialistas, constitucionais e sociais, que o manietavam, que tivesse a coragem de liberalizar a República, de apelar à liberdade da sociedade civil em vez de continuar a controlá-la e a condicioná-la, de concitar as suas energias para um futuro responsável e livre em vez de as “dirigir”, de pleitear por um Estado que fosse a super estrutura de uma sociedade autónoma e não o omnipresente condicionador da vida dos portugueses.

Este discurso caiu mal no próprio CDS, partido liderado por Lucas Pires. Lembro-me de ouvir, por exemplo, o Prof. Adriano Moreira, num discurso de comício, dizer: “andam para aí a falar de liberalismo…”, em claríssima oposição ao seu próprio líder, que o convidara para as listas…

 

E, no entanto, era Lucas Pires quem punha o dedo na ferida, hoje horrenda pústula a destruir a nossa vida, sem que fosse quem fosse, para além dele e depois dele, tivesse tido a coragem, o poder, a determinação de se lembrar mais da vida das pessoas que dos privilégios do Estado, fonte primeira da infecção.

 

Percebendo que, na altura como hoje, nada de liberal havia a esperar do CDS, Lucas Pires teve a tristeza de se demitir, vindo mais tarde a ser deputado europeu pelo PSD.

A morte levá-lo-ia prematuramente, os seus sonhos continuam por realizar. Pior, continuam sem ter quem os entenda e promova.

 

Por pudor, não direi o que sinto ao ver o seu filho Jacinto como mandatário da juventude de Manuel Alegre. Mas não posso deixar de lamentar que, em vez de para a frente, seja evidente que andamos para trás.

 

10.1.11

 

António Borges de Carvalho

BREAKING NEWS, OU DO MAL O MENOS

 

Afinal, o professor Cavaco vendeu as acções abaixo do seu valor à época! Hi, hi.

Não sei se esta notícia chegará para entristecer a esfusiante quão ordinária alegria dos adeptos do Alegre (de Melo Duarte, de seu pai, que era pessoa séria e, para além da progenitura, não tem culpa de ter tal filho).

O O. Costa comprou abaixo do preço a que vendia, coisa a que ninguém poderá chamar anormal. O O. Costa não prejudicou nem beneficiou o seu antigo PM. Ou talvez tenha prejudicado.

Mais normal, legal, moral que isto, só na URSS, onde não havia acções, nem compras nem vendas, nem bens, nem património, nem vida. Mais normal, legal, moral que isto, só nas cabeças rascas do poeta Alegre, do pregador Louçã e da malta que os segue, para quem a moral se reduz à perseguição de terceiros com argumentos canalhas.

Calem-se os que comparam a perseguição a Cavaco com as notícias sobre o Pinto de Sousa.

Aquela, está como perseguição demonstrada, com factos e documentos.

Estas, se havia factos e documentos, foram esquecidos, arquivados, rasgados, cortados, escondidos, queimados.

Àquela, Cavaco fez muito bem em não dar cavaco.

A estas, o Pinto de Sousa fartou-se de espernear com as “forças ocultas”, tratando de ocultar tudo o que podia, rodeados de protectores, de escamoteadores, de directores do Diário de Notícias, sem nada adiantar ou atrasar que pudesse esclarecer fosse quem fosse.

 

Goste-se ou não do professor, há abissais diferenças entre ele e os seus algozes, os alegres, os Louças e os Pintos de Sousa. Que se tire as devidas conclusões e, na hora de votar, se proceda em conformidade.

Do mal o menos. Já que temos que suportar o absurdo regime em que vivemos, que o façamos com um mínimo da dignidade.

 

 7.1.11

 

António Borges de Carvalho

AS PRESIDENCIAIS E O ESTADO DA JUSTIÇA

Aqui há uns anos, fazia Vasco Pulido Valente a seguinte pergunta: “Lisboa é porca porque os lisboetas são porcos, ou os lisboetas são porcos porque Lisboa é porca?”

 

Esta inteligentíssima questão leva à mais fácil das respostas: Lisboa é tão porca como os lisboetas. É tudo uma porcaria. A resposta pode estar certa, mas leva a que a porcaria continue. É que passa a não valer a pena aos lisboetas deixar de ser porcos, nem à cidade passar a andar limpa.

 

Uma questão do género foi posta aos candidatos presidenciais - os a sério e os a brincar - por um jornal, nos seguintes termos: “A crise na Justiça é uma consequência sobretudo das leis ou das atitudes dos agentes judicias?”

É evidente que, se questão fosse posta aos agentes judiciais, eles responderiam que o problema era das más leis. Se se pusesse a questão aos legisladores, então a culpa era dos tais agentes. E não se iria a parte nenhuma, uma vez que estes como aqueles continuariam na mesma. Que é, aliás, o que se passa.

 

Posta a questão aos candidatos presidenciais, a primeira observação que as respostas merecem é: todos eles trataram os chamados “agentes” com punhos de renda. Porquê, não faço ideia.

Nem um só pôs o dedo na ferida, nem um só denunciou a monumental bandalheira em que as classes envolvidas se encontram, as guerras intestinas em que se entretêm, os processos que movem uns aos outros, as desavenças públicas, as acusações, as contradições, as pessegadas sindicais, as reivindicações tipo ajudante de montador de ancinhos, as queixinhas, trabalham muito, são mal pagos(?), diminuem-lhes a renda da casa, as desculpabilizações políticas e politiqueiras, os adiamentos, as cedências a todos os truques, as procrastinações, as delongas, o sacudir a água do capote, o andar a perorar teorias em vez de tratar de adiantar o trabalho…em suma, nenhum candidato diz que os agentes judiciais perderam a mais leve noção da dignidade da profissão, do que representam ou deviam representar para o Estado democrático, do que é um órgão de soberania uma vez aplicada a função aos que a têm. O resultado está à vista e não há um só candidato presidencial que ponha o dedo nesta ferida como devia pôr.

Se se pusesse a questão aos legisladores, pareceria que se estava a desafiar os deputados a deixar de pensar que quantas mais leis mais problemas se resolvem, que não se devem adiantar à evolução social legislando inutilidades mais ou menos paranóicas, que se deviam rodear de bons técnicos para não fazer asneiras umas em cima das outras, que não deviam embarcar em catastróficas emendas, piores que o soneto, o mesmo se passando com o governo, que prefere legislar para a propaganda em vez de governar, que acha que a lei não se aplica quando não dá jeito e a altera por despacho e excepção, que mete recorrentemente os pés pelas mãos, que inferniza e complica a vida dos cidadãos, que faz leis em vez de reformar a administração, que mantém o Estado comandado por sátrapas do partido… em suma, que dá uma ajuda à confusão e à bagunça da Justiça.

 

É certo que os candidatos presidenciais - os autênticos e os raminhos de salsa - não podem exprimir-se como o IRRITADO. Todos eles vão dizendo, sem dizer, o mesmo que o IRRITADO diz, tendo, como acima disse, o cuidado de ser “suaves” com os actores do palco judicial, muito mais que com os legisladores.

Mas de tal maneira suaves que não levam a parte nenhuma.

O camarada Alegre vai um pouco mais longe. Segundo ele, mais do que dos legisladores e dos “agentes”, a culpa é dos cidadãos e da sua exagerada litigância. O camarada quer “mudar de paradigma”, sem adiantar que paradigma propõe, para além do blabla constitucional. O camarada Alegre, vendo-se Presidente (t’arrenego!), propõe-se chefiar uns “Estados Gerais da Justiça”, para “uma reflexão profunda”, certamente com o fim de tornar a Justiça mais socialista, quer dizer, ainda mais inoperante.

 

Em poucas palavras, nem o pai morre nem a gente almoça. Tudo como dantes, quartel em Abrantes.

 

7.1.11

 

António Borges de Carvalho

COITADINHO!

 

O meu coração sangra de profunda pena pelo que aconteceu, ontem, ao camarada Alegre. Então não é que aquela miúda loira do CDS se desbroncou com a história do BPP? Malvada!

Disse a terrível mulher, imagine-se, que o camarada Alegre tinha andado a fazer textos para uns anúncios do Banco Privado Português, o tal que deu, e está a dar, tanta barraca como o BPN, ainda que mais barata. O que a fulana, imagine-se, queria insinuar, é que, enquanto o Doutor Cavaco tinha posto as suas economias em acções da SLN e as tinha vendido com assinalável êxito, tudo normal, legal e transparente, o camarada Alegre tinha andado a vender textos publicitários ao BPP, coisa anormal, ilegal e ilegítima para um deputado.

Bruxa!

O que vale é que o camarada Alegre já respondeu a pôr os pontos nos is: o que ele escreveu foi um texto literário sobre a sua relação com o dinheiro, sem saber que ele se destinava à publicidade do BPP! Fica tudo esclarecido! O BPP, ou a agência de publicidade respectiva, encomendou um texto para se divertir. Nada tinha a ver com outros textos que, todas as semanas, apareciam na publicidade do BPP, produzidos por outras pessoas, escritores ou não. Nada a ver com isso, como é evidente!

Mais. O camarada Alegre, cheio de razão, esclareceu os eleitores que tinha a receber, não um caché publicitário mas direitos de autor! Tudo claro como a água. Então um autor não tem direito a direitos quando lhe publicam um escrito? Não faltava mais nada!

Apesar disto, o camarada Alegre devolveu o cheque ao BPP! O camarada Alegre, ainda que não tivesse que devolver a massa, já que de direitos de autor se tratava, devolveu a massa que, como caché publicitário, não podia receber. Fica assim ainda mais claro o que, na verdade, se passou. Não é?

 

Tão claro e transparente como o é o camarada Alegre, cidadão impoluto e impecável, ao contrário da rapariga do CDS, criatura vil e mal intencionada.

 

Coitadinho do camarada! Não bastava o Cavaco não lhe dar cavaco nem passar cartão, e ainda vem esta tipa, cheia de preconceitos, atirar-se-lhe às canetas sem razão nenhuma.

 

Coitadinho!  

 

Aqui fica, bem expressa, a solidariedade do IRRITADO, tão sincera e transparente como os esclarecimentos prestados pelo camarada Alegre.

 

6.1.11

 

António Borges de Carvalho

 

 

PS. Já este post estava publicado quando o candidato veio dar um esclarecimento adicional: devolveu o dinheirinho à... BBDO, agência de publicidade do BPP. Certamente por lapso de contabilidade, a referida agência diz que jamais recebeu a devolução do caché, a que candidato chamou... direitos de autor... 

MENTIROLAS

 

A saga dos crimes do candidato Cavaco conhece agora novo capítulo. Parece que, seguindo o dedo espetado e ameaçador do candidato Alegre, basta que o adversário diga a quem vendeu as acções do BPN. Sabido isto, o assunto ficaria arrumado, é o que o Alegre, com carências de blabla, parece querer dizer.

Trata-se, como é evidente, de uma mentirola barata, já que toda a gente sabe que, à falta de melhor, o Alegre e os candidatos minhoca vão passar as próximas semanas a falar do assunto, quer Cavaco lhes dê troco quer não.

Esta de saber a quem vendeu ele as acções traz água no bico. É que, ou me engano muito ou o Doutor Cavaco, tal como a generalidade dos cidadãos na mesma situação, não faz ideia nenhuma de quem comprou as acções. Deu ordem ao banco para as vender, e pronto. É o que toda a gente faz. Já lá vai o tempo em que as acções se guardavam na gaveta da cómoda e se vendiam ao balcão. Por isso, mesmo que quisesse, e ainda bem que não quer, não podia responder ao Alegre e à minhocada.

Mas nada disto interessa. Eleições são eleições. E, na mente do Alegre, cheia de slogans vazios, antiquados e estúpidos, outro argumento não resta senão esgrimir mentirolas.

 

O IRRITADO, para quem, como já tem dito, a presidência da república é um trambolho político sem utilidade nem sentido - a não ser que, como no miserável caso de Jorge Sampaio, tenha utilidade negativa e sentido partidário - a paupérrima e patética campanha a que vimos assistindo mais não faz que servir de lembrete aos portugueses para a bagunça em que a república os meteu.

 

No entanto, que diabo, por uma questão de respeito próprio, manda o que resta da honra da nossa terra que procuremos separar o trigo do joio, mesmo quando o trigo não é de primeira.

 

6.1.11

 

António Borges de Carvalho

A HONRA DA NAÇÃO

Como devem estar lembrados, o deputado Ricardo Rodrigues ganhou merecida celebridade quando decidiu roubar os telemóveis de uns jornalistas que lhe faziam perguntas desagradáveis, sobretudo, diz-se, as que escarafunchavam demais na vidinha que tinha feito os tipos dos Açores exportá-lo para o continente. 

Para quem tenha seguido a comissão de inquérito às mentiras do senhor Pinto de Sousa, o deputado Ricardo Rodrigues fica na memória como um demagogo do tipo “vale tudo”, um fulano que envergonha quem o ouve. Para quem veja televisão de vez em quando, fica a mesma impressão, ou pior.

 

Mas, helas!, é desta massa que se fazem as elites pintodesousistas. O deputado Ricardo Rodrigues acaba de ser nomeado presidente da nova comissão de inquérito ao caso de Camarate, coisa que o Prof. Freitas se lembrou de propor passada a sesta que dormiu sobre o assunto durante trinta anos.

 

A nomeação da ilustre figura açoriana dá-nos uma noção claríssima da consideração que o pintodesousismo tem pelo parlamento, pelos mortos de Camarate, pelos portugueses em geral e pela honra da Nação em particular.

 

6.1.11

 

António Borges de Carvalho

À ATENÇÃO DO DR. BALSEMÃO

É sabido que, honra lhe seja, Francisco Balsemão, sendo um grande patrão da imprensa, não tem, comprovadamente, por hábito influenciar os conteúdos políticos dos órgãos de informação de sua propriedade.

No entanto, ao ver a “nova política” da SIC e, sobretudo, da SIC Notícias, alguém menos prevenido perguntaria: que mal terá o Prof. Cavaco feito ao Dr. Balsemão?

É que chega a ser patética a forma insistente, permanente, mil vezes repetida, como os jornalistas da SIC falam e refalam da peregrina história do BPN, com a evidente intenção de “enterrar” o candidato Cavaco.

À cabeça do pelotão de execução, o Crespo, quem diria, insinua, esgravata, qual lobo da fábula, acusa, sublinha, exige, pergunta, insiste e torna a insistir, quase obriga os convidados a alinhar com as suas opiniões.

Tudo isto muito, mas muito para além daquilo a que se poderia chamar informação. Tem a ver com opinião, opinião dos jornalistas vendida com insistência às pessoas como se de informação se tratasse.

Não sei qual a intenção desta campanha. Duvido que se possa justificar por mera oportunidade de arranjar escandaleiras onde elas não existem e audiências à la manière.

Há qualquer coisa mais. O quê?

 

Já viu isto, caro Francisco Balsemão? Não tem nada a dizer? É que uma coisa é não dar ordens opinativas aos jornalistas, outra é deixá-los à vara larga, a dizer o que acham em vez de fazer jornalismo.

 

5.1.11

 

António Borges de Carvalho

O IRRITADO SUGERE

Grande pastelada anda por aí quanto às contas do desemprego. Parece que arranjaram uma geringonça tal que os números deste ano vão deixar de ser comparáveis com os do ano passado, que os resultados das somas e subtracções respectivas vão ser diferentes, que se vai obter informação através de chamadas telefónicas(!) - para quê, para quem, porquê? -, que se vai dar ao PM a oportunidade de, estribado em números (de telefone?) dizer que já não há desemprego ou quase, etc.., que é o que o homem gosta de fazer, sobretudo quando é mentira.

 

Responsáveis por isto? Não sei quem serão, nem palpitarei.

Se o método muda e os números deixam de ser comparáveis é porque os novos números estão errados, ou que o estavam os antigos, que o novo método de cálculo não serve, ou que o antigo não prestava.

Se se trata de uma simples questão de método, mais simples, mais rápido, mais eficaz, então os números não podem ser tão diferentes que não sejam compagináveis ou comparáveis com os anteriores.

Enfim, mais um mistério, mais uma malha que o socialismo teceu.

 

Será muito difícil saber quantas pessoas estão a receber subsídio de desemprego? Será muito difícil somar as que deixaram de o receber e ainda não arranjaram trabalho? E as que já voltaram a trabalhar? Será muito difícil saber quantas pessoas que andavam a recibos verdes deixaram de andar a recibos verdes?

Não há computadores no Estado? Não há registos? Não há quem saiba fazer contas? Para saber quantos desempregados há, faz-se uns telefonemas, e pronto? O que é isto?

 

Não há dúvida que a incompetência do governo alastra vertiginosamente à administração pública.

Talvez fosse altura - desta vez com razão - de o Doutor Cavaco publicar um artigo descrevendo como a moeda má do governo torna ainda pior a moeda, também má, da máquina do Estado.

Mera e respeitosa sugestão do IRRITADO.      

 

5.1.11

 

António Borges de Carvalho

SISTEMA DE JUSTIÇA

O ilustre advogado Marinho Pinto acha que “o sistema de justiça português é em muitos aspectos medieval”.

Medieval? O ilustre advogado não sabe do que fala. A justiça medieval era injusta em face dos valores de hoje. Mas existia. Havia um sistema. Havia Leis que eram aplicadas. Havia juízes respeitados. Havia recurso, cuja mais alta instância era o Rei.

Não havia sindicatos de juízes, nem de meirinhos, nem de juízes de fora. Não havia confusões legislativas, que o poder não deixava. Os prazos eram respeitados. A justiça era célere, ou célere demais. Nada a ver com os nossos dias, dias em que a justiça já nem cega é, nem célere, nem igualitária, nem se pode dizer que haja um sistema, mesmo injusto, mas um sistema, alguma coisa com que se possam contar ou que os “maus” possam temer.

 

5.1.11

 

António Borges de Carvalho

CENAS DA SOLIDARIEDADE QUE A CRISE IMPÕE

 

Nas ignotas praias do Mar de Raçoralha

Isto cá nas ilhas é outra coisa!

Tenho aqui uns cobres de reserva. Essa gente do continente que se lixe. Temos custos da insularidade! Aqui não há “desaumentos” para ninguém. Fica tudo na mesma. Julgam que mandam ou quê?

Protestem à vontade.

Vão-se lixar!

 

Para os lados de Arieirimbra

Ai é para baixar os vencimentos? Nós cumprimos. Nós somos os campeões da solidariedade por definição. Somos a segurança social, gaita!

Aqui ninguém é aumentado, são todos “desaumentados”, que é o que manda a crise. Nesta conformidade, os contínuos passam a secretários, as amanuenses a directoras, os técnicos de 3ª a técnicos de 2ª, e assim sucessivamente sem cessar, isto é, quem está mais acima passa a director geral sem ser director geral. Estão a perceber, hi, hi! O ministro já assinou, hi,hi.

 

No Estado-Maior da Rectangulândia

Cá na tropa não somos de modas. Serviço é serviço, conhaque é conhaque! Todos os ordenados vão ser cortados como mandam os civis. Somos cumpridores.

Mas não se zanguem, que os furriéis passam a segundos sargentos, os ajudantes a alferes e assim por diante. Não há figos, hi,hi!, o Silva assina!    

 

Na Estex, SA

Somos privados! Não temos nada a ver com o Estado. Somos uma entidade de direito privado. Aqui quem manda é a administração, por conta do accionista. Se o accionista é o Estado, não temos nada com isso. Por isso, prémios de produção para uns, de consolação para outros, e mais uns carritos, que não fazem mal a ninguém.

 

No Banco Parolo de Negócios

Mas quem é esse gajo que anda para aí a dizer que não gerimos bem a chafarica? Era o que faltava, vir um pára-quedista qualquer criticar os nossos esforçados actos de gestão. Que diabo, cinco mil milhões não é nada que se veja! Peanuts! O que têm os nossos prémios a ver com isso? Para a frente é que é o caminho, e o resto são histórias.

 

 

No Areópago dos Justos

 

Bom, vão ter que se haver connosco. Cortar nos ordenados, nas rendas das casinhas, etc.? Não queriam mais nada? Vamos processá-los a todos, mandamos prender essa malta toda, é a grande oportunidade de mostrar quem manda. Venha vindo, e já, que bem o merecemos.  

Olaré!

 

 

E assim por diante, que a malta é solidária, porra! Serviço público é serviço público.

 

3.1.11

 

António Borges de Carvalho

FRANCIÚ - DÓITECHE

 

Sob o mimoso título “Chauffeura”, o Semanário “Sol” (ex-“Sólcrates”) dedica umas piadas ao facto de, segundo parece, o Doutor Freitas andar a ser conduzido por uma “corpulenta” mulher.

Encantado com a “chauffeura”, a lembrar a dona Dilma Roussef, que é “presidenta”, além de corpulenta, o IRRITADO leu até ao fim. A certa altura a “chauffeura” – com dois efes, que de francês sabe o/a jornalista! – a fulana, duas linhas abaixo, passa a “chauffeure”.

A confirmar o seu poliglotismo, o/a jornalista passa, a seguir, ao alemão: a corpulenta mulher passa a ser uma “grossen frau”.

Se mais palavras houvesse mais asneiras haveria. Ao menos que escrevesse em chinês, que ninguém dava por nada.

 

Porque será que esta gente não se limita a escrever (mau) português?

 

2.1.11

 

António Borges de Carvalho

NÃO HÁ NADA A FAZER?

 

Os distintos magistrados que temos não se contentam com coisa nenhuma. Sejam judiciais ou da Procuradoria, não há asneira que não façam, não há desprestígio em que se não metam. Os estranhos sindicatos, ou associações sindicais, parecem representar mesmo as respectivas gentes, já que não há um só magistrado que tenha a dignidade e o brio pessoal e profissional necessários para vir a terreiro denunciar os malefícios dessa gente.

Aqui há tempos, num congresso qualquer, foi declarada a guerra ao poder dos eleitos, de forma clara e terminante. O poder político, sim, político, deve passar para as mãos das magistraturas, dizem eles sem que ninguém os mande para casa.

Os distintos magistrados vão agora processar o Estado por lhes ter cortado os vencimentos. Uma classe, coitadinha, tão mal paga! E não há quem os mande ou possa mandar para casa, ou fazer outra coisa onde não seja preciso dignidade.

O senhor PGR, depois das sucessivas vergonhosas actuações com que já brindou a Nação, depois de lançar o seu manto protector, na companhia do senhor PSTJ, sobre o senhor Pinto de Sousa, anuncia agora, triunfante, que vai processar a dona Cândida, outra fabricante de asneiras da sua reiterada confiança, mais os dois senhores que tiveram a ousadia de publicar, em formal despacho, as perguntas que queriam fazer ao senhor Pinto de Sousa mas não fizeram, ao que dizem por não lhes ter sido dado tempo para tal.    

 

Se a alguém, fora deste país, concebesse a Justiça portuguesa como um circo desta ordem – sem ofensa para os circos - dir-lhe-iam que a sua imaginação tinha ido longe demais. Não é possível!

Mas é. É possível e está aí, diante dos nossos olhos, o estado a que chegaram gentes que deviam ser - e como tal se tomam, não sendo - um pilar do Estado de Direito.

 

Se este tipo de consideração pelo serviço público continuar a prevalecer na sociedade portuguesa, não tarda que os polícias se prendam uns aos outros, que os procuradores mandem encarcerar os militares, os merceeiros matem os marçanos, o Presidente da República faça greve, o senhor Pinto de Sousa mande prender o Presidente da República, e por aí fora.

 

O Estado, ainda que esfrangalhado, talvez ainda exista em Portugal.

O Estado de Direito foi a ilusão de uma geração falhada: a minha.

 

2.1.11

 

António Borges de Carvalho

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