O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
Os nossos corações fervilham de emoção quando põem a si próprios esta angustiante pergunta: que irá acontecer ao senhor Pinto de Sousa?
Irá tratar dos dinheiros da dona Gelda, a “presidenta”, como o Herr Schröeder fez com os dos russos do Putin?
Irá para Paris tirar, num ano – já não num Domingo, mas num ano! -um curso de filosofia barata?
Irá, como insinuou e muito bem a menina da Renascença, tratar de se safar, mais uma vez, dos esqueletos que o assolam nesta Pátria ingrata?
Irá ter com o seu irmão ideológico Hugo Chávez, a fim de enriquecer os seus conhecimentos e iluminar a sua depauperada e aflita mente?
Que interessa o trio maravilha e as suas ordens perante estas emocionantes questões?
Que interessa o novo governo, o futuro da nossa insolvência, a revisão constitucional, diante desta tão genuína inquietação?
Nada.
O IRRITADO, depois de muito pensar, atreve-se a adiantar o seu anseio mais profundo: a solução verdadeira para o problema seria o senhor Pinto de Sousa, para descanso das nossas almas, ser objecto de uma lavagem ao cérebro de tal ordem que acabasse definitivamente com a aterradora hipótese de o ver voltar à vida política. Seria bom para ele, coitadinho, e um descanso para todos nós.
E daí, quem sabe?, talvez a câmara de Mijarete de Baixo ande à procura de um servente de limpeza.
Com um só voto contra, do Professor Costa Andrade, um homem sério, o CSM resolveu reafirmar a premente e obrigatória necessidade de destruir as escutas em que o senhor Pinto de Sousa diz de sua justiça e que os magistrados competentes consideram fundamentais para informar as suas decisões.
Ou seja: a luta continua. Dir-se-ia que, defenestrado que foi pelos eleitores, o senhor Pinto de Sousa perderia o apoio dos seus protectores, os senhores Drs. Nascimento e Monteiro, os quais, como é público e notório, o protegeram e apoiaram de forma impecável. Seria, porém, grave recuo em decisões tão doutas como as que tinham tomado anteriormente.
É de voltar à questão central. Ou a matéria contida nas escutas não tem importância nenhuma, e devia ser o próprio Pinto de Sousa a pedir a sua divulgação para que tudo ficasse “limpo”, ou têm fundamental e talvez fatal importância, e quem as esconde está objectivamente feito com o senhor Pinto de Sousa por muito que tente demonstrar que só é movido por considerações técnico-jurídicas.
No caso vertente, a coisa é de estalo. É que há um tipo a ser julgado por crimes que diz não ter cometido precisando das escutas, segundo ele, para se defender.
Aqui há muitos, muitos anos, um grupo de sonhadores da democracia decidiu lançar um golpe civil/militar contra o Estado Novo. Costumavam reunir em casa de um major do exército, já falecido como a maioria dos conspiradores.
Nas vésperas do golpe, estavam eles reunidos, à noite, em casa do tal major, eis que alguém não previsto bate à porta.
Ai, que é a PIDE!
Mas não era. Era uma coisa parecida: o capitão Vasco Gonçalves vinha apoiar o golpe na sua qualidade de representante da célula do PC no exército.
Nessa mesma madrugada, os conjurados foram todos parar a Caxias.
Conto a história como me foi contada. Julgo que ainda haverá quem a confirme.
Verdade verdadinha é que nunca tentativa alguma de derrube do Estado Novo foi apoiada pelo PC.
Antes pelo contrário. Conforme expresso em vários escritos clandestinos da época, todas essas tentativas foram classificadas pelo partido soviético como “manobras” com as quais o “povo” não tinha nada a ver, e tão só destinadas a perpetuar a “exploração capitalista” através da instauração da “democracia burguesa”.
O PC achava que ainda não estavam criadas as “condições objectivas” para a tomada do poder pelo proletariado, sendo por isso melhor deixar apodrecer o “fascismo” que apoiar aventuras que, no fundo, outro objectivo não tinham que o de abrir a porta ao imperialismo e à exploração sob novas formas, isto é, adiar, quem sabe se para sempre, a tomada do poder pelas “classes trabalhadoras”, isto é, pelo PC. Mesmo quando um seu militante colaborou numa intentona “burguesa”, em Beja, o PC apressou-se a dizer que a não tinha nada a ver com a impensada atitude do homem.
Veio o 25 de Abril. O PC, já firmemente incrustado nas Forças Armadas, achou que era chegada a altura de avançar, ou que, dado o triunfo do golpe, outra solução não havia que não fosse a de tentar apropriar-se dele.
Num dia qualquer entre o 25 de Abril e o 1º de Maio de 74, o camarada Cunhal desembarcou, glorioso, em Santa Apolónia. Porque não veio de avião? Dizem santas almas que o homem tinha medo de voar. Não me parece. O que o homem fez, em teatral representação, foi recriar a chegada triunfante de Lenine a São Petersburgo, em 1917, com o partido inteiro à sua espera. Uma chegada plena de significado.
Depois… depois foi o que se sabe.
Sabe-se, por exemplo que foi preciso vencer o PC para que fôssemos livres. Com o sacrifício da vida de centenas de milhares de pessoas por esse mundo fora, é certo, mas cá estamos.
O PC nunca teve fosse o que fosse a ver com a liberdade dos portugueses. Pelo contrário, tudo fez, e faz, para acabar com ela, vestindo as vestes que os tempos forem impondo, mas sempre na esperança de que venha o dia da chegada, melhor dizendo, do regresso ao poder. Usando a rua, as “vanguardas”, as hostes dos sindicatos-às-ordens, o que for, mas sempre contra a maioria, que outra forma jamais houve de implantar o seu poder.
Vem esta arenga a propósito de uma nova associação “cívica”, com trezentos fundadores, que anunciou a sua institucionalização. Chamar-se-á “ACR – Associação das Conquistas da Revolução”. Nela militam altas figuras do PREC, tais que o tristemente celebre Duran Clemente, o aparatchik José Casanova, o obscuro militante da “Intervenção Democrática” – seja lá isso o que for – Corregedor da Fonseca, um tal comandante Begonha – quem será? -, aos quais se presume se juntem os outros 296.
O grupelho, para já uns cem, lançou ontem a nova organização mediante sentida romagem de saudade ao túmulo do general Vasco Gonçalves, um estalinista tresloucado que incendiou Portugal em 1974/75.
Não tenho dúvidas de que Portugal, no futuro, chegará à conclusão que este homem (Vasco Gonçalves) estava certo, disse o comandante Begonha. Lapidar.
A partir deste acto fundador, o PC vai ter mais uma organização para apoiar as suas actividades de rua, em conjunto com mais uma centena delas, existentes ou não, mas sempre presentes em manifestações “unitárias”.
Rapidamente, o PC dará ordens aos seus militantes para se filiar na ACR. Não mais que uns mil, para não dar muito nas vistas. Arranja-se sempre mais uns tantos, ou tontos, para compor o ramalhete. Atingidos, digamos, uns três ou quatro mil, terá chegado a altura de pedir, ou exigir, o estatuto de utilidade pública, a fim de que a coisa fique isenta de impostos e apta a não apresentar contas por aí além. Para além, é claro, de passar a pedir uns subsídios ao Estado, como é de uso.
Lá chegará o momento em que o PC meterá nas listas de deputados alguns “independentes” da ACR, para dar um ar “pluralista”.
Uma nova estrela se veio juntar à constelação estalinista. Para defender a liberdade, isto é, as conquistas da revolução – sabe-se a que revolução e a que liberdades se referem – e para fazer, de vez em quando, umas romagens aos heróis da ditadura do proletariado.
N.B Este post é de 5 de Junho. Ficou no tinteiro, por razões desconhecidas.
Parece que o caso Freeport verá chegar a prescrição em princípios de 2012.
Eis o que fazer:
De imediato, o novo Primeiro-Ministro deverá ir falar com o Presidente da República, propondo um novo Procurador-Geral politicamente insuspeito e bom profissional. Precedendo, é claro, a demissão do vergonhoso Dr. Pinto Monteiro.
Ao novo PGR será proposta, com os notórios fundamentos existentes, a reabertura do processo, no que diz respeito ao senhor Pinto de Sousa.
O senhor Pinto de Sousa será julgado.
O caso da sucata, o da TVI, o da universidade, o da Cova de Beira, o da TVI/PT, o do Figo, etc., se o novo PGR estiver à altura da sua missão, serão reabertos ou continuados, e neles incluídas as necessárias investigações sobre o verdadeiro papel do senhor Pinto de Sousa em todas as histórias em que se meteu.
O senhor Pinto de Sousa será julgado, com justiça e equidade, como, apesar de tudo, é seu direito.
Assim, evitar-se-á que o senhor Pinto de Sousa venha, como dizem os jornais, a ser contemplado, por diligências do seu patrono Barroso, com um alto cargo internacional.
Em suma, a vergonha tem que voltar a fazer parte da nossa vida.
Atiçada pelas críticas de um jornalista às suas bocas sobre Portas (Paulo), dona Gomes veio “esclarecer” os seus pontos de vista.
Diz ela que tem “elementos” sobre “quem abusa do poder”, neste caso “elementos” que fundam a sua chamada de atenção para “suspeições” que, “explicitamente” imputa a Paulo Portas, a saber:
- “Corrupção”
- “Facturas falsas”
- “Fraude fiscal”
- “Burla ao Estado”
- “Difamação e calúnia de inocentes”
Tudo entre aspas, porque tudo foi, “explicitamente”, escrito e assinado pela dona Gomes.
A dona Gomes, pessoa oficialmente tida por responsável, tem, na modesta opinião do IRRITADO, a mais elementar obrigação de pôr à disposição da Justiça, mediante queixa fundamentada, os “elementos” que a levam a ter tão extraordinárias e graves “suspeições”. Se o não fizer, incorre em crime público. Coisa em que, diz-me o mindinho, irá mesmo incorrer, sem que nada de mal lhe aconteça. Coisas do socialismo “democrático”.
Tudo isto não é mais que uma amostra de como o PS vai “gerir” os tempos difíceis que aí vêm, depois de ter andado a proclamar alto e bom som a sua “disponibilidade para o diálogo”, com vista a cumprir o que, por culpa e iniciativa próprias, há a cumprir.
Antes de mais, há que destruir as pessoas, já que (ainda) não é possível destruir, impedir ou atrapalhar políticas. Destrói-se com o que estiver à mão, nem que se trate de “elementos” que, à boa maneira da PIDE, ou não existem, ou se guardam na gaveta até melhor ocasião. Levantada a coisa, os “jornalistas” chamam-lhe um figo e tratam do resto.
Ai do atingido se der à casca! O melhor que faz é calar-se como um rato. Olhem o que o Mário Soares fez ao livro do Mateus!
Não se diga que se tratou de uma iniciativa pessoal da dona Gomes.
A central de desinformação do pintodesousismo, activa como sempre, pôs já a circular repenicadas “suspeições” sobre Passos Coelho. Os “jornalistas” ainda não lhes pegaram, por manifesta falta de “substrato”, mas um dia… quem sabe?
Ao IRRITADO, dúvidas não restam que, se a dona Gomes* tivesse nascido quinze anos antes, teria aberto e chefiado, com altos resultados, a secção feminina da PIDE.
E que, não fora o "ambiente" europeu, há muito que o pintodesousismo teria refundado tal prestimosa organização.
11.6.11
António Borges de Carvalho
*Uma coisa há que joga a favor da dona Gomes: a independência de Timor Leste. É que, suspeita o IRRITADO, o camarada Ali Alatas e o seu regime deviam estar tão fartos da mulher que, só para se ver livres dela, largaram Timor da mão! Xiça!
De maneira simples, pode dizer-se que há, ou havia, duas aproximações, ou duas metodologias de base no processo científico: dedução e indução.
Na primeira, o cientista vai observando, experimentando, investigando, raciocinando, duvidando, para chegar a uma conclusão que à partida desconhece.
Na segunda, com base lógica e informada, o cientista começa por formular uma hipótese e investiga no sentido de a demonstrar ou de a abandonar. Ou seja, começa por “concluir”, para depois demonstrar a legitimidade de tal conclusão.
Como é evidente, os dois métodos muitas vezes se cruzam e complementam.
Desde há uns anos, assistimos, em certas matérias, ao abandono destes classicismos metodológicos.
Politicamente, formula-se uma hipótese “científica”, encarregando a seguir um corpo de “cientistas” a quem se paga para chegar, “cientificamente”, à almejada conclusão. Depois, declara-se o “consenso científico” sobre a matéria, a fim de daí retirar as pretendidas consequências políticas, civilizacionais, económicas e financeiras.
É o que se passa com o chamado “aquecimento global” e com a antropogénese de tal coisa.
A ONU encarrega um corpo de burocratas, com uma ou outra ligação a questões climáticas, meteorológicas e informáticas, nomeados pelos governos aderentes, com a missão específica - preto no branco(!) - de demonstrar o desejado e “prever” as consequentes “hecatombes”.
Ao mesmo tempo, grupos de negociantes, de que é exemplo de topo o senhor Gore, tratam de explorar a crendice e os medos populares através das mais rebuscadas formas, como o célebre filme “Uma Verdade Inconveniente” que manipulou imagens, precipitou falsas conclusões… e deu centenas de milhões de lucro.
Outros tipos de organizações, como a dos vândalos da Greenpeace, vivem à custa da exploração das mesmas fraquezas humanas.
Confunde-se clima com meteorologia, dando às meras previsões da segunda um significado que não têm na dimensão do primeiro.
Trata-se o Planeta como se o planeta tivesse, “etariamente”, a dimensão do homem, ou das civilizações e organizações humanas.
Atribui-se a eventuais altos e baixos das temperaturas do globo registados nos últimos 150 anos (desde que há registos) o valor de tendências planetárias, como se 150 anos significassem fosse o que fosse na vida da Terra.
Cria-se modelos matemáticos com previsões catastróficas, como se um modelo matemático não desse os resultados pretendidos, para tal quantas vezes bastando um pequeníssimo “toque” no que lá se introduz. Isto, aliás, está demonstrado à exaustão.
Dado o “consenso científico” obtido sobre o “mortal” “aquecimento global”, há que “demonstrar” que o planeta está a ser vítima das emissões de CO2 produzidas pelo homem, sendo elas o que provoca o tal “aquecimento”.
Isto, por exemplo, sem:
- Começar por demonstrar a “negativíssima” influência do CO2 no clima;
- Dizer às pessoas que o CO2 produzido pela Natureza sem qualquer influência humana é exponencialmente maior que o motivado pela civilização;
- Dizer às pessoas que está provado, isso sim cientificamente, que eras do planeta houve em que, sem indústria, nem petróleo, nem “emissões”, e até sem humanidade, a concentração de CO2 foi brutalmente superior à dos nossos dias;
- Referir que as temperaturas do globo dependem muito mais dos incontroláveis e incontornáveis “humores” do Sol, que seja do que for.
Mas a “verdade” “está estabelecida”. Os governos, as organizações internacionais, ONU e UE à cabeça, caem como lobos esfaimados sobre a vida das pessoas, obrigando-as a pagar o que nunca deveram para além de bens e serviços que não compraram nem nunca lhes foram prestado (olhem a factura da EDP!), tolhendo a capacidade de progresso das suas economias, fazendo-as pagar “direitos de carbono”, arruinando uma civilização, tudo em nome da mais violenta poluição que jamais se abateu sobre a humanidade: a poluição das mentalidades, obtida através da exploração do medo, que leva à ruína, à estupidificação e à inanição.
Exemplo flagrante, aqui há dias dois investigadores portugueses, pagos pelos nossos impostos, anunciaram a gloriosa criação de um modelo matemático que “fornece pistas para obter a colaboração de todos contra o aquecimento global - e conseguir salvar o planeta”.
Lido como deve ser, os tais investigadores andam à procura de formas de dominação da opinião pública que levem as pessoas a dar cabo de si na estulta pretensão de influenciar a vida de um corpo celeste que se está rigorosamente borrifando para a universal demagogia do “aquecimento global”. Coisa altamente rendosa para os demagogos, em dinheiro e em poder. Coisa que empurra os seres humanos a pensar que, pagando moinhos de vento e outras caríssimas entretenhas políticas, arruinando-se com “direitos de carbono” e outras martingalas, estando a olhar para o espaço com preocupações “verdes” em vez de tratar da vidinha, salvam seja o que for para além dos bolsos e das ambições de dominação da cáfila que se vem apoderando do seu futuro.
Esperemos que o próximo governo, ao contrário do do senhor Pinto de Sousa, não seja seguidor de tal gente.
Não há quem não saiba que a dona Gomes é completamente desaparafusada.
Adiantam-se as mais variadas explicações, desde a pura questão psiquiátrica a imaginativas histórias que terão a ver com frustrações pessoais da senhora, coisa que o IRRITADO jamais comentará.
Do seu tipo de comportamento houve notícias publicadas e não desmentidas acerca de uma fúria qualquer que terá levado a ilustre deputada a vias de facto com um seu vizinho e colega, conhecido diplomata.
São conhecidos os seus instintos persecutórios, sempre selectivos, certas desbocadas afirmações, um permanente desequilíbrio emocional, coisas que até o senhor Pinto de Sousa quis tornear, ao mandá-la bugiar para o Parlamento Europeu.
Ainda a procissão nem ao adro chegou e aí está ela a usar o seu histerismo persecutório.
Como não arranjou bojarda nenhuma acerca de Passos Coelho, vai de invectivar a opinião pública com tresloucadas afirmações sobre Paulo Portas, “culpado” de ter metido na ordem as ordens do PS ao encomendar dois submarinos em vez de quatro. Já o senhor Pinto de Sousa tinha tentado virar o bico ao prego a este respeito, tentando mascarar as muitas dezenas de milhares de milhões que desbaratou com os “trocos” dos submarinos que o seu próprio partido decidira comprar.
Diz então a dona Gomes que o Dr. Portas (Paulo) não tem “idoneidade pessoal e política para se membro de um governo”.
Idoneidade? Que autoridade tem esta fulana para falar de idoneidade? Então o curso pirata do senhor Pinto de Sousa dava-lhe idoneidade? Então o Freeport dava-lhe idoneidade? E a cova da Beira? E o caso Figo? E a história da PT? E a da dona Guedes? E tudo o mais que por aí se viu sem que à dona Gomes tivesse dado qualquer espécie de histeria ou frenesi acerca da idoneidade do senhor Pinto de Sousa?
Maníaca perseguição selectiva? Com certeza. Ao ponto de dizer que o Dr. Portas (Paulo) teve não sei quê a ver com as histórias da Casa Pia? Valha-nos Santa Eleutéria!
Se o PS existisse como partido decente, retiraria imediatamente a confiança “política e pessoal” a esta criatura.
Mas o PS, como entidade “idónea”, não só desapareceu há anos, como começou já a dar sinais de não ter, sequer, a vergonha suficiente para querer voltar a sê-lo.
Aqui há uns anos, sob a brilhantíssima alçada do Dr. Sampaio, foi a Pátria contemplada com uma coisa a que, salvo erro, se deu o nome de Museu da Presidência da República, situado no Palácio Real que a I República roubou ao seu legítimo proprietário.
O IRRITADO, à altura, tendo visto uns panfletos da coisa, resolveu não pôr lá os pés, dado o horrível mau gosto de que tais panfletos eram testemunha.
O tempo passou. O IRRITADO nunca mais pensou no assunto.
Hoje, porém, ao ver as fotografias da reunião de Sua Excelência com o Dr. Passos Coelho, veio-lhe o assunto à memória.
Na luxuosa sala que os jornais retratam, nada diz com nada e, à excepção de um relógio, é tudo de um mau gosto abaixo de qualquer descrição. Olhem o pedregulho no meio da sala! Não lhes pesa na alma? Olhem os brocados das bergères! Não lhes fazem vómitos? Olhem o tapete da velha CUF Têxteis, a berrar com tudo! Não lhes faz a maior das comichões? Olhem o quadralhão monstruoso em cima dos anjinhos gordos! Não têm pena dos anjinhos?
Será ali que o Presidente recebe altos dignitários estrangeiros? O que dirão eles do gosto republicano?
Avoluma-se nas nossas almas a mais profunda angústia socialista.
Não é só a ansiedade imensa que nos dão as questões que dizem respeito ao futuro do senhor Pinto de Sousa, futuro quereríamos augurar brilhante, compensador dos colossais sacrifícios que fez pela Pátria, cheio de elogios da História e de gratidão das gentes.
Hélas!
Há criaturas empedernidas pela má vontade, pela maledicência, pelo botabaixismo e por outros sentimentos igualmente reles, que lhe vaticinam um futuro negro, quem sabe se atrás das grades nas masmorras neo-liberais.
Há as de pensamento rasca, que acham que a História lhe fará a justiça que merece, como se a História estivesse refém das suas negras opiniões.
Há os que ainda não perceberam, ó estupidez!, que ele, se mentiu, foi para seu bem e que o bem dele era o bem da Nação.
Há os que propalam, sem escrúpulos, que, se a situação das contas chegou onde chegou, tal tem a ver com ele, quase só com ele.
Há os que berram que as mais rebuscadas aleivosias, tais como dizer que o ilustre senhor se prepara para tomar posse de um tacho inventado por essoutro grande patriota que, em Bruxelas, barrosamente, levanta, alto como um tamanco, o nome de Portugal.
Também há os que desconfiam que ele está de partida para Jersey e para as ilhas Caimão, a fim de tomar conta de umas massas que não podem ser deixadas ao abandono.
Enfim, há de tudo, que este país é um mar de invejosos e de estúpidos.
Maior angústia ainda é a que nos invade ao pensar na sucessão de tão ilustre português.
Vejam bem o que se prepara.
Podemos vir a ter à cabeça dos exércitos do socialismo democrático, na linha da frente da nobre luta contra o escaravelho de batata e o neo-liberalismo, três ou quatro personalidades do mais alto gabarito.
Primeiro, a senhora dona Maria de Belém, muito conhecida lá em casa até que o Engenheiro Guterres a foi buscar à sacristia, senhora de uma voz de falsete capaz de dar cabo dos tímpanos ao mais resistente e apoiante feroz do defunto senhor Alegre. Que mais nos há-de acontecer!, pensará o militante da insigne organização, bem como todos nós. Que indizível sofrimento!
Depois, há dois dos mais activos elementos da propaganda do senhor Pinto de Sousa:
Um tal Assis, especialista em maledicências sem fundamento, em berros de plástica indignação, em loas de propaganda, na defesa do que sabe perfeitamente ser indefensável, enfim, um Pinto de Sousa II, menos ignorante mas igualmente causador das mais diversas erisipelas.
Depois, vem o inenarrável Costa, conhecido pelo seu lisboeta farniente, senhor de buracos nas ruas e de sarjetas entupidas, de parlapatices várias, de promessas por cumprir, aliado de gente tão ilustre quanto a dona Roseta e o senhor Fernandes, homem que jamais tocou a fímbria das vestes do senhor Pinto de Sousa, em cuja propaganda foi exímio, em cuja militante mentirofolia sempre colaborou com alta competência e indefectível lealdade. Mais um candidato a Pinto de Sousa II, tão demagogo quanto ele, ainda que, como o Assis, menos ignorante, o que não é difícil.
Finalmente, que se saiba, o jovem e melífluo Seguro, que tem andado nas franjas da esquerda do PS, que desconfiava do Pinto de Sousa mas se resguardava cientificamente, sem fazer ondas ao mesmo tempo que fazia constar o que queria.
Tudo rapaziada do melhor. Tudo gente que muito inquieta a massa associativa e a fará pensar duas vezes antes de se meter noutro bate-fundo como o que foi às malvas.
Ficam algumas reservas para o caso de haver azar. O Lelo, indiscutível nulidade, os vários Silvas e outros peritos em contra-informação, propaganda de estrebaria, aldrabices subliminares e insultos ultramontanos.
Enfim, um futuro cheio de escolhos, que muito nos inquieta.
No lavar dos cestos de ontem apareceu-nos o senhor Pinto de Sousa, lacrimejante e suado, a ler, na cábula electrónica, um estranho discurso.
Tão estranho que, dir-se-ia, não foi escrito por ele.
Dir-se-ia? Di-lo o IRRITADO com todas as letras.
E arrisca uma hipótese:
Na plateia, com um ar de avô transbordante de ternura, Almeida Santos sorria enlevado. O texto era dele! Venha o mais pintado dizer o contrário.
De quem poderia ser? Dos trauliteiros de serviço? Nem pensar. Não dominam a língua nem têm estrutura cerebral para discorrer assim. Do Lelo? É notório que o Lelo não dá, nunca deu, nunca dará duas para a caixa. De um dos três ou quatro silvas que se dedicam ao ultramontanismo socrélfio? Coitados!
Em verdade vos digo que foi o Almeida Santos, desde sempre conhecido por ler no parlamento os seus rebuscados trabalhos de casa, sem nunca ter feito um discurso propriamente dito.
Facto é que foram precisos seis anos para ouvirmos da boca do senhor Pinto de Sousa, por uma vez, alguma coisa que não fosse pura demagogia, desavergonhada mentira, maçadora repetição, ou pura inanidade. E sem pontapés na gramática!
Congratulemo-nos por isso.
O homem, ainda que por interposto escrevinhador, disse duas seguidas. Saiu com o rabo entre as pernas, ainda bem e até que enfim!, mas ganiu com propriedade.
Sua excelência vai falar. Mais tarde do que anunciou e sem grandes emoções porque, como já foi anunciado, o discurso está escrito, já deve estar escrito há uns dias, como escritos deviam estar outros, de vitoria, de empate, de derrota grave, de derrota ligeira, etc., e vai estar à disposição de sua excelência para ler, fingindo que não lê.
Está certo. Um tipo que nunca fez outra coisa senão fingir, leva o fingimento até ao fim. Um tipo coerente, cmo é sabido.
Aí vem ele!
Para sublinhar o momento, partiu uma porta de vidro, mandando uns fulanos para a enfermaria.
Começa, num blabla patata, a dizer que o povo votou, a vontade do povo, etc., paralelamentre. Ainda não disse nada. Deseja o melhor ao Passos. Que ternura!
Está aberto ao diálogo. Ao serviço de Portugal. Grande homem!
Perdeu, mas o PS ficou dignificado! E esta? Depois da mais indigna de todas as campanhas, o PS ficou... dignificado.
VAI-SE EMBORA. Hossana! Passa a militante de base. O que quer dfizer que já tem tacho reservado, algures. Rastaparta!
Agora, desata a gabar-se! Xiça. É preciso lata! O homem declara que vai ser estudado nos livros de história. Deus queira!Se vier a haver História com letra grande, esta horrível criatura será justamente tratada como o maior erro que os portugueses jamais cometeram, e por duas vezes!
Mesmo que tudo corra mal, nada podia ser pior, mais vergonhoso, mais indigno, que ver a sociedade portuguesa comandada por uma criatura que a todos arruinou, a todos envergonhou, a todos indignificou.
As televisões desatam a metralhar as pessoas com as percentagens da abstenção. Os comentadores, em uníssono, dizem que é um drama nacional, uma vergonha, um falhanço do sistema político.
Tudo mentira. O falhanço é do governo! De um ministério da administração interna que impingiu às pessoas uns cadernos eleitorais que dizem que 95% dos portugueses são eleitores. são eleitores milhares e milhares de mortos e quejandos. Notável!
Mais notável ainda é que as dúzias de personalidades que, a toda a hora, nos metralham com opiniões, dêm credibilidade a estes extraordinários papéis.
Ninguém jamais saberá qual foi a percentagem das abstenções. Talvez, mudado o governo e revistos os cadernos, se tenha uma ideia.
Há umas dúzias de frases feitas que, se excluirmos a parlapatice ideológica dos pitecantropos do PC e do BE, sintetizam aquilo de que o país precisa.
É de caras dizer que precisamos de encolher o Estado e o dignificar com as funções que lhe dizem respeito, tirando-lhe as outras.
É de caras dizer que é preciso desmantelar a teia de fundações, empresas, entidades, comissariados e outros parasitas que nos tolhem os movimentos e vivem à nossa custa.
É de caras afirmar que o SNS tem que ser tendencialmente gratuito, mesmo esquecendo que nunca foi gratuito e que é pago por impostos paralisantes.
É de caras dizer que as PPP’s têm os dias contados e que os interessados terão que cortar as unhas.
É de caras dizer que é preciso acabar com as nomeações políticas para cargos públicos.
É de caras dizer que as leis do trabalho têm que ser alteradas de forma a acabar com os falsos recibos verdes e com as mordomias dos “empregos para a vida”, abrindo o mercado a quem dele precisa, trabalhadores e empregadores.
Tudo isto, e muito, muito mais, dirá toda a gente que se preza e que tem uma noção do buraco em que estamos metidos. O amigo banana não diria outra coisa, nem de outra coisa se lembraria o storyteller Tavares, seu colega de eleição e proveito.
O problema não é o de saber o que fazer, é o de pensar como fazê-lo, saber fazê-lo e ter força para o fazer. Já!
Como se endireita a Justiça sem poder esperar a mais leve sombra de cooperação por parte dos seus agentes, acantonados por trás de sindicatos a quem nada interessa que não seja os seus privilegiosinhos?
Como se põe ordem na saúde sem ferir os interesses das corporações e dos sindicatos?
Como se faz para “despedir” os milhares de empregados das organizações parasitárias?
Como acabar com as “comissões de serviço” dadas aos boys, se tais comissões passaram a “direitos adquiridos”?
Como endireitar o ensino, se os seus agentes se acoitam por detrás de organizações aberta ou disfarçadamente ao serviço da extrema-esquerda?
Como encontrar os equilíbrios entre a fiscalidade e os problemas da economia?
Como acabar com os papéis, as tramóias camarárias ou as gorjetas que continuam a ser a única forma de resolver os problemas do cidadão?
Os “como” serão tantos como as frases do amigo banana. Aos milhares.
Ou seja, o novo governo, se o eleitorado acabar de vez com o horripilante cancro conhecido por Sócrates, terá uma ciclópica tarefa à sua frente.
Não é só cumprir as regras que a incompetência socialista e o FMI/EU/BCE/Mercados impõem. Isso até talvez seja possível.
Muito para além disso, o fundamental será pôr a funcionar uma sociedade esquecida de si própria, afogada em “direitos” sem reconhecer obrigações nem limites, atolada em subsídios, desresponsabilizada, entregue ao imediato, negando o futuro, sem perspectivas nem objectivos, sem consciência de si, sem fé noutra coisa que não seja desenrascar cegamente e depressa.
Dito de outra forma, o maior problema da Nação é ter um povo, todos nós, que foi habituado pelo Estado a ter dele a noção de uma espécie de padrasto rico a quem compete colmatar as lacunas e resolver os problemas. Todos somos vítimas, no mais íntimo de nós, de muitas décadas de socialismo, do socialismo autoritário da Segunda República ao socialismo constitucional da Terceira que o senhor Pinto de Sousa e aquilo em que transformou o seu partido empolaram ad nauseam, no exercício técnico-propagandístico de um poder arrogante e estúpido – não o é sempre o socialismo? - e totalmente destituído de critério político, de sentido de Estado, de conhecimento social, de preocupação outra que não fosse o exercício do poder e a afirmação do caudilho.
Já que não é possível mudar de povo, já que o povo vive mergulhado no mar de vícios que o socialismo lhe ofereceu como quem “oferece” drogas duras, teremos que ser nós a renegar o padrasto e a lutar pela vida.
Dirá quem assiste, por exemplo, às manifestações contra a precariedade, às inanidades políticas dos garotos do M12M, às farras dos meninos do Rossio, às greves da TAP ou da CP, aos preparativos do PC e quejandos para a “luta” na rua, às guerras da avaliação dos “professores”, que o que acima escrito fica não passa de wishful thinking do IRRITADO, e que não há nada a fazer, a não ser esperar serenamente pelo fim.
Terá razão. Mas… que mais nos resta senão wishfull thinking?
*
Este texto é escrito mais ou menos hora e meia antes de se começar a saber quem ganha as eleições.
Se o senhor Pinto de Sousa vencer, então meus amigos, nem a mais ténue sombra de esperança nos restará. Ficaremos entregues à camarilha que nos arruinou, sem escrúpulos nem respeito pela nossa dignidade.
Se não… abram garrafas, toquem buzinas, tenham, pelo menos, um grande momento de alegria.
Não será a ressurreição do país, mas, pelo menos, teremos hipóteses, fracas ou fortes segundo cada um, de voltar a ser gente e de deitar fora esta angústia de nos sentir vermes sem alma nem valia, comandados por um canalha sem valia nem alma.
Por razões que não vêm a propósito, esteve o autor do IRRITADO, anos atrás, em contacto “íntimo” com um hospital alemão.
Os médicos começavam o seu dia de trabalho às sete da manhã, os doentes com dificuldades motoras eram ajudados por estudantes voluntários, os enfermeiros estavam sempre à disposição nunca sendo preciso esperar, os meios de diagnóstico eram de uma rapidez espectacular e… uma injecção ou uma tomada de sangue eram consideradas actos médicos, por médicos praticados, enfermeiro algum estando autorizado a espetar uma agulha coiro dos pacientes!
Admito que esta última norma seja um tanto exagerada. Mas era assim e, se calhar, ainda é.
Por cá, os senhores(as) enfermeiros(as) querem ser autorizados a passar receitas, a mandar fazer exames e não sei mais quê. A dona ministra acha que é um caso a merecer “estudo” e “debate”, uma vez que se trata de uma ingente questão de “interdisciplinaridade”(!).
Isto das corporações está em Portugal com um vigor e um nível de exigência com que Salazar, apesar de “corporativo”, jamais sonhou.
Aqui há tempos, os enfermeiros desataram às greves porque, como passaram a “licenciados”, queriam o correspondente aumento. Não, não se tratava, sequer, de dizer que as funções que desempenham merecessem melhor estipêndio. O que estava em causa era terem mudado de estatuto! Como se não continuassem a fazer exactamente a mesma coisa! Não sei o que aconteceu à justa reivindicação da classe, mas, como têm estado calados, admito que já ganhem todos como “doutores”.
Agora querem passar receitas. Não tarda exijam fazer trepanações e transplantes. Na certeza que a dona ministra lhes dirá que se trata de uma questão de “interdisciplinaridade”, a “estudar” e a “debater”.
Faz lembrar um tipo que conheço a quem, nas “novas oportunidades”, deram um dossier – que o dito nunca abriu - e duas aulas de inglês, em dois meses de "preparação".
Agora, como passou a ter o décimo segundo ano, foi aumentado!
Continua, como é óbvio, a andar na camionete da câmara que esvazia a trampa das fossas. Mas isso não interessa. A trampa é que fica mais cara.
Quem leu o título pensará que vou falar de encher o papo.
Nem pensar.
O grão a que me refiro não é o grão-de-bico, o grão de areia ou o granum salis. É o grão-mestre!
Sim senhor. O grão-mestre!
É que, ó emoção, vai haver eleições no GOL (grande oriente lusitano – maçonaria irregular).
Dada a cósmica importância da coisa, apresentam-se três candidatos ao altíssimo posto. Não sei o que querem, ao que vão, nem me interessa pevas.
Engraçado é saber que o candidato apoiado pelo PS é um tipo que tem a particularidade de ser um dos grandes do BPN/SLN. Presidente, ou coisa que o valha.
Refiro a circunstância com dedicatória a comentadores "residentes" deste blog que têm a mania de dizer que as trafulhices do BPN/SLN são trafulhices do PSD.
Eu nunca disse, nem digo, que os milhares de trafulhices do senhor Pinto de Sousa são trafulhices do PS.
Mas não deixa de ser um consolo ver o PS a propor um grão-mestre da maçonaria – brilhante instituição! – umbilicalmente ligado ao BPN/SLN.
Diz-se - o que se diz pouco vale, mas aceite-se - que há 10 milhões de portugueses.
Desses 10 milhões, cerca de 9 milhões e 500 mil têm direito de voto.
Ficam de fora 500 mil.
Não é preciso pensar muito para perceber que os cadernos eleitorais estão totalmente desactualizados, isto é, aldrabados.
Quantos portugueses há com menos de 18 anos? Quantos não têm direito de voto por outros motivos? E, já agora, quantos mortos estão nos cadernos? Desses mortos, quantos irão votar? Em quem?
Nas presidenciais foi o que foi. Toda a gente soube, depois das eleições, que havia incompetência, ou tramóia.
Desta vez, a 15 dias das eleições já se sabia que havia incompetência, ou tramóia. E ninguém pergunta, ninguém protesta. Vamos votar, mas jamais saberemos se os resultados são limpos, se os mortos votaram ou se abstiveram, se ganhou quem ganhou, se quem ganhou devia ter ganho.
Tudo vai ser possível. O que não é possível é imaginar que 95% dos portugueses esteja nos cadernos, com todos os direitos.
Calcule-se o horror que é termos ficado a saber que a TAP, unilateralmente, vai reduzir o pessoal de cabine. Um artista por avião.
Onde pode chegar a exploração capitalista, o fascismo, a exploração do homem pelo homem, a falta de respeito pelos sindicatos, pelo senhor Carvalho da Silva e pelo careca da UGT!
Intolerável! Injusto! Um verdadeiro casus belli!
E porque é um casus belli da maior gravidade os sindicatos, ou lá o que é, responderam com justa fúria à inqualificável decisão: 5 dias de greve em Junho e mais cinco em Julho. Toma que é para saberes!
Nós, passageiros, que já não podemos fumar, nem comer, nem coisa nenhuma a não ser em particulares circunstâncias e pagando somas astronómicas, bem podemos, na maior parte dos voos, dispensar as meninas e as velhas, os meninos e os velhos, e substituí-los por um gorila que meta na ordem os tipos que deitam o papel higiénico na pia ou se preparam para fazer explodir alguma bomba.
Sem aquela gente, uns chatos prenhes de soberba e de estupidez, bem podemos voar mais à vontade, não levar raspanetes nem ser obrigados a aturar o cubano mal cheiroso que vai ao nosso lado.
Mas, enfim, é sabido que os passageiros são puro gado e jamais tiveram direito a qualquer opinião. Por isso, o melhor é calar.
Vejamos o caso do ponto de vista da “cidadania”.
Como se pode entender que a classe voante paralise a companhia durante dez dias, com o extraordinário argumento da não ter sido pedida autorização aos sindicatos para diminuir em uma unidade o números de tripulantes?
Como se pode aceitar que esta gente, só com o anúncio da greve, já esteja a provocar milhares de cancelamentos, em favor, é claro, de companhias estrangeiras?
Como se pode engolir que esta gente paralise a companhia justamente no período em que ela tem mais passageiros?
Que entendimento é este do direito à greve, num país faminto e arruinado?
Que clientes vai haver para comprar a TAP, com este “espírito de corpo” por parte do pessoal menor, com o que se sabe do sentido de “responsabilidade” dos pilotos, com cancros como a Groundforce, a Portugália, etc?
É claro que esta malta sabe que, quando outros patrões se apresentarem, vão dar um pontapé no rabo a uns milhares de fulanos e fulanas que, como toda a gente sabe - basta olhar para os rácios - estão lá a mais.
Então, vai de arruinar a coisa de forma que os compradores comprem mais barato e ponham ainda mais gente na rua.
Ontem, a Nação inteira ficou assombrada com a nova postura do senhor Pinto de Sousa.
Como segue:
O senhor Pinto de Sousa, mercê das manigâncias da oposição, viu-se na contingência de subscrever um memorando de “understanding” com uns tipos em má hora importados pela dita;
O senhor Pinto de Sousa, que não precisava para nada de assinar tal coisa, e que até tinha dito que, pelos seus inteligentes e eficazes meios, estava à altura de resolver todos os problemas que a crise estrangeira causou, sente-se muito justamente revoltado com a situação;
Por isso que, para sossegar as massas inquietas, tenha vindo garantir que isso do acordo com os agentes do liberalismo internacional não era coisa para cumprir, era para “estudar”, e depois logo se vê;
Mais disse, com a serena certeza da razão, que, como o passado prova, jamais aumentará impostos, nem baixará salários, nem cortará subsídios, coisas que o seu rival não deixará de considerar com prioridades de eleição.
Podemos ficar descansados.
Votemos todos no senhor Pinto de Sousa e teremos brilhante futuro.
*
Para que não restem dúvidas, O IRRITADO repõe a verdade dos factos:
O homem tem toda a razão. Puseram-lhe à frente um documento em inglês, língua remota e bárbara. Ele julgou que estava a comprar uma moradia na Quinta do Lago a um offshore das Bahamas. A preço de favor, como soe gostar.
Além disso, como não faz ideia do que quer dizer “unsderstanding”, já confessou ao Lelo que não tinha understado nada da escritura. Mas o Lelo, coitado, não tem capacidade mental para explicar seja o que for.
Quando o nosso homem foi confrontado com a tradução do papel, chegou à conclusão que continuava a não perceber patavina, a não ser que tinha ficado sem a casinha, o que muito o agastou. Ainda por cima, pensou, cheio de razão, que a oposição se estava a aproveitar da sua infeliz situação.
Daí ter-se visto obrigado a repor a verdade. “Assinei, pois, mas fui obrigado. Não vale”.
Verdade verdadinha é que anda meio mundo a abusar da inocência do senhor Pinto de Sousa. O resto é conversa da reacção ultra/hiper/super liberal.
Qualquer de nós gostaria de presentear o próximo com tudo o que há de melhor, de mais belo, mais útil, mais caro, mais necessário, ou até desnecessário. Chamemos a isto nobre e cristão sentimento ou, como se diz agora, solidariedade social.
Esta sublime postura tem alguns inconvenientes e está sujeita a condições.
O maior inconveniente é a situação em que o próximo fica: se lhe dão tudo, deixa de precisar de fazer seja o que for, habitua-se à mama e, a prazo, arruína-se a si e aos caridosos/solidários.
A condição número um é que dar implica ter. Só se dá o que se tem. Quando se dá o que se não tem, há que ir buscar a algum lado. Se se vai buscar a algum lado, tal lado, que não é caridoso nem solidário, quer de volta o que é seu, mais o que cobra por tê-lo adiantado.
Então, o que não pode deixar de acontecer é que os caridosos/solidários ficam arruinados, o mesmo acontecendo ao próximo.
É o diabo.
Há duas soluções.
Ou os caridosos/solidários arranjam maneira de fazer com que o próximo trate de si próprio, isto é, passe a precaver-se, pelo menos em parte, para o que precisa ou pensa que virá a precisar, ou acaba-se, a curto ou médio prazo, com a caridade e a solidariedade, por falta de meios.
É simples, linear e fácil de perceber.
Sob uma chuva de críticas, Passos Coelho aposta na primeira hipótese.
Gloriosamente, Pinto de Sousa insiste na segunda.
Conclusão:
A miséria está garantida.
Com Passos talvez haja alguma hipótese de, a médio prazo, sair dela.
Com Pinto de Sousa, fica por aí pelo menos uns cem anos.
Outros actores badalam:
Portas, bem perto de Pinto de Sousa, badala impossibilidades.
Jerónimo e Louça, com repetidas badaladas, estão longe de tudo isto porque o que lhes interessa não é resolver problemas, é criar outros bem piores.