O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O IRRITADO passeia-se por terras do Nicolau Sarkozy. Coitado, o homem tem andado afastado das manchetes por causa da barulheira das primárias do partido socialista. A chusma de xuxas franceses (sete!) que se apresentam é de tal ordem que ocupa os jornais e as televisões com debates e mais debates, entrevistas aos pontapés, desentendimentos mais ou menos fabricados para emocionar o pessoal, etc. e tal.
Isto não interessa lá muito. É evidente que o único xuxa que interessava verdadeiramente às massas era o DSK, e esse foi cientificamente afastado, vítima da sua incontinência pessoal e de armadilhas várias, a começar por uma criada de hotel e a acabar num pente francês que, passados não sei quantos anos, resolveu lembrar-se de que DSK lhe apalpou o soutien, a seguir a ter-se locupletado com os favores de alcova da sua bem amada mãezinha.
Adiante. O IRRITADO, mercê de um voo low cost em boa hora criado entre o Porto e La Rochelle, tem andado a pavonear-se na Ilha de Ré e no Périgord, com largo consumo de produtos da gastronomia local e da respectiva vinhaça, pior esta, e mais cara, que a lusitana pinga.
Como sempre que nos deslocamos pela província francesa, a fartura de chateaux, de igrejas medievais, de paisagens assombrosas ou simplesmente belas, é tal, que nos deixa tristes com a nossa secura, a nossa ausência de verde, o ar escalvado e desordenado da nossa agricultura, a estupidez endémica e confusionista da nossa sinalética turística.
É claro que estes tipos só são simpáticos, e nem sempre, por obrigação profissional, é claro que os restaurantes estão cheios de lulus das velhas viúvas e divorciadas, a lamber as canelas dos circunstantes sob o olhar ternurento das donas. Que interessa? O mar está lindo, o sol vivíssimo, as marés imensas, há relais maravilhosos à beira dos rios, há grutas, florestas, uma fantástica imensidão agrícola, há, em qualquer vilória, lojinhas com tudo o que há de tentador, há uma atmosfera soulagée a fazer esquecer a crise que por aqui também campeia, qual Adamastor a ameaçar os navegantes sem que o homem do leme tenha a força da inspiração e do poder do Senhor Dom João Segundo.
A França (ainda) não caiu nos braços fraternos do FMI e quejandos. Mas sente-se a ameaça. Cortes orçamentais nunca vistos desde o fim da II Guerra Mundial, cerca de 60.000 professores “dispensados” entre 2007 e 2011, mais 14.000 previstos para 2012. Como entre nós, os professores fazem as suas greves (não mais que 25%) e gritam na rua. Podem fazer mais que isso? A despesa por aluno é quase duas vezes a que era em 1980 (6% do PIB!), há menos quinhentos mil alunos e mais trinta mil professores, etc. Numa palavra, não há greve que valha.
Os agricultores têm andado calados. Se calhar já perceberam que vivem à custa dos europeus través dessa coisa incrível que já devia ter acabado e se chama PAC.
Uma boa notícia para todos é que parece que o “nosso” “Barroso”, obviamente a conselho do IRRITADO, resolveu dar um murro na mesa: pôs nas ruas da amargura o “governo económico europeu” do casalinho Merkel/Sarkozy. Diz ele que a Europa tem um governo de que ele é o primeiro-ministro e que é a esse governo que compete a tal governção económica, não a uma panelinha franco-tudesca. Resta saber se terá guts e apoios para defender na cimeira de Outubro o que tão vasto sucesso obteve no Parlamento. O argumento é simples: ou nos socorremos do “método comunitário”, sediado na Comissão, ou o “método inter-governamental” conduzirá “à renacionalização, à fragmentação, quem sabe se à morte da Europa unida”.
Carradas de razão. Virá a tempo? Não se sabe, mas é uma ténue luzinha ao fundo do túnel do TGV para o desastre. À atenção de Passos Coelho. É capaz de ser altura de se demarcar do directório e de procurar aliados. Certo que com pinças e punhos de renda. Mas com firmeza também.
Bom, já chega. O mar está ali, à espera do IRRITADO. Na semana que vem, voltará aos seus profundos pensamentos. Salut!
O meu computador não tem palavras passe, nem protecções de nenhuma espécie. Se alguém aqui quiser entrar, carrega no botãozinho on/off e pronto, está no meu privadíssimo éter. É claro que se trata de uma máquina a que só os meus mais próximos terão acesso, e como não há nela segredos de especial, que se lixe.
Nos escritórios há muito quem afine pelo mesmo diapasão, excluindo-se os que não querem que o patrão saiba por onde andaram.
Quer isto dizer que grande parte dos PC’s, senão a maioria deles, está acessível a qualquer curioso.
Posto isto, qual é a lógica de andar a perder tempo com um inquérito destinado a averiguar tem terá acedido ao computador de um jornalista, a fim de copiar a factura do telemóvel? A lógica é nenhuma.
E, no entanto, levantou-se um clamor maluco sobre o assunto, ordenou-se inquéritos, reuniu-se comissões parlamentares, alimentou-se telejornais, encheu-se páginas e páginas na imprensa, cortou-se cabeças, tudo à custa dessa coisa extraordinária que é querer saber (uma exigência indeclinável da Pátria e da democracia, da transparência e da liberdade!) quem roubou a factura, alegadamente a pedido dos serviços secretos, os quais andavam à procura de quem, lá de dentro, dava ao tal jornalista informações tendentes a fazê-los deixar de ser… secretos.
Segundo o politicamente correcto confundiu-se os direitos dos jornalistas com os dos serviços secretos. Achou-se que os serviços secretos tinham mais direitos ao secretismo que os sacrossantos jornalistas. Tudo errado, tudo anti-democrático, tudo inconstitucional! Então não sabem que os jornalistas podem dizer o que quiserem sobre quem quiserem, e que nada nem ninguém tem o simples direito de lhes perguntar onde foram buscar a informação? Então não sabem que os jornalistas, como os do DN - para citar um só caso -, têm o direito de entrar no computador de quem muito bem lhes apetecer, tirar de lá a correspondência que lhes apetecer, publicá-la como lhes apetecer, influenciar o eleitorado como lhes apetecer, sem que haja investigações, nem inquéritos, nem comissões parlamentares, nem páginas de jornal nem tempos de antena, nem escândalo ou preocupação pública, nada? Então não sabe que os serviços secretos não têm nada que se pareça com tal direito?
O IRRITADO, que não tem nada a ver com o politicamente correcto, acha que o pessoal anda, há anos e anos, a ser enganado por parangonas e entretenhas absurdas.
Esta coisa dos serviços secretos foi longe demais. Com a colaboração activa dos órgãos de soberania, o que agrava o caso.
Tudo minha gente embrulhado no papel pardo das guerras do Balsemão contra o Vasconcelos e do Vasconcelos contra o Balsemão.
O que é que o pessoal tem com isso? Comam-se um ao outro! Vão para o raio que os parta, que o pessoal tem (ou devia ter) mais em que pensar!
Segundo os jornais, um número considerável de macacões entrou em medicina via “ensino recorrente”, coisa de que o IRRITADO não tinha conhecimento mas que parece ombrear com essoutra maravilha do socracretinismo a que se deu o nome de “novas oportunidades.
A bandalhice começa no facto, já muito antigo, de se exigir aos candidatos a medicina médias altíssimas, sem cuidar de saber se os ditos têm um mínimo de aptidões psicológicas para exercer a profissão, se têm alguns sentimentos que os habilitem a ver nos doentes seres humanos iguais a eles e que deles precisam em situações de carência do mais precioso dos bens, a saúde.
Assim, acedem a medicina os melhores em notas, provenham elas de inteligência ou de marranço, fulanos que podem muito bem ser umas bestas, uma vez que a inteligência ou a capacidade de trabalho, embora indispensáveis, não são nem jamais foram aval de “humanidade”, de altruísmo ou de dedicação ao próximo. Para medicina, talvez não seja preciso ter dezanoves ou vintes, mas é, com certeza, preciso que, para além dos conhecimentos, seja examinada a qualidade emocional psicológica e psíquica de cada um.
Ao notável sistema de selecção em vigor veio juntar-se, por benesse socialista, uma horda de indivíduos, com médias de 19 ou 20, que fizeram o secundário… num ano!
Compreende-se que o ex-primeiro-ministro tivesse uma queda especial para este tipo de formação, sobretudo quando se via ao espelho. Não se compreende que o ministro Gago, fulano que parecia merecer alguma consideração, tenha criado esta formidável burla.
Burla que é tanto maior quanto qualquer tipo de ensino recorrente serve para entrar em medicina! Um fulano “fez” o 12º ano num ano e em matérias base tais que inglês e castelhano. Obteve (como?) 19 valores… E aí vai ele de rompante para a mais nobre das faculdades!
Se virmos bem, a coisa não passa de uma consequência natural da filosofia triunfante, a tal que postula a não necessidade de exames, a consideração do aluno não como um trabalhador a quem compete uma tarefa exigente mas como um privilegiado a quem a sociedade deve o ensino, quer estude quer não, quer mereça quer não.
Teoricamente, o IRRITADO nem sequer é contra o ensino recorrente. Não estará errado que um cidadão excluído do ensino por circunstâncias da sua vida mas que, ao longo dela, foi enriquecendo os seus conhecimentos, tenha a oportunidade de os demonstrar e alargar, de forma a poder, uma vez provadas as suas aptidões, ingressar no ensino superior. Sempre, porém, mediante rigorosíssimos exames, obviamente centrados nas matérias que têm a ver com o curso a que se quer candidatar.
Se assim não for, como não é, estamos perante uma fraude legal, um direito adquirido sem nenhum sentido ou fundamento.
No fundo, se virmos bem, a coisa até tem a sua lógica. Não vivemos nós num país onde se vendeu às pessoas, na loja da Constituição, das leis e dos governos, a ideia de que são sujeitos de uma infinidade de direitos, qual deles mais absurdo ou mais impraticável, e de nenhuma obrigação?
O nosso inacreditável PGR anunciou, com ribombante publicidade, que vai perseguir criminalmente o governo da Madeira, por “crime de ocultação de dívidas”.
De acordo. Se há suspeitas, então que se investigue, julgue, e puna se, for caso disso.
Fica, no entanto, uma pequena dúvida: então, e os outros?
Então, e um senhor que andou 6 anos a enganar-nos com as contas, a começar no “défice” aldrabado que encomendou ao camarada Constâncio, a continuar nos gritos que propagandeavam uma baixa no défice no ano em que o aumentou (cf. Eurostat), a continuar em anúncios mirabolantes, a maior parte deles sem qualquer realização que lhes correspondesse e em declarações demagógicas de empreendimentos e realizações que sabia de ciência certa não ter dinheiro para realizar ou que endividaria o país até à exaustão se os realizasse, que contratou as mais ruinosas parcerias, que acrescentou a tudo isto os escândalos académicos, financeiros e de tantas outras naturezas, as manipulações informativas, as interferências em empresas privadas para sanear quem lhe não interessava, etc., etc., etc.? Quantas dívidas ocultadas, quantos problemas encapotados, disfarçados, cobertos por retórica aldrabona, quantos meses de desgraça escondida, obrigando o país a recorrer a ajuda um ano mais tarde do que (ele sabia!) era necessário?
O nosso inacreditável PGR cohonestou a queima de provas que outros magistrados consideravam conter indícios criminais, passou por cima de manipulações diversas, perseguiu os seus próprios colegas que se atreveram a pôr na mesa meia dúzia de verdades, não investigou o “caso do canudo”, com evidentes e claríssimas provas de fraude, impediu instâncias judiciais de prosseguir investigações, protegeu sem vergonha nem pejo o primeiro-ministro da época, etc., etc., etc.
Agora, atira-se como um lobo às canelas do Alberto João. Pois que se atire, mas que seja, ou tenha sido, coerente, como é o seu indeclinável dever!
O primeiro pedido que o IRRITADO fez ao Dr. Passos Coelho por alturas da sua eleição foi que tratasse com o Presidente da República da urgentíssima substituição do PGR.
Agora que, para quem ainda acreditasse na isenção do senhor, fica à saciedade demonstrado que não a tem, o IRRITADO renova o pedido atempadamente apresentado.
Substituam o PGR por alguém que, além de perseguir o Dr. Jardim, ressuscite as fraudes universitárias do senhor Pinto de Sousa, o nebuloso caso da sucata, o inacreditável processo do Freeport, as escrituras do Heron Castilho…
Alguém que corte a direito, que não se escude em parlapatés e comunicados contraditórios, que restaure a moralidade das instituições, que contribua para nos fazer acreditar que há Justiça em Portugal.
O IRRITADO costuma ser honrado com a presença de um número mais ou menos regular de comentadores. A todos aqui fica o agradecimento que merecem, sejam eles apoiantes, críticos ou as duas coisas, segundo as ocasiões e as opiniões que vão aparecendo no blog.
Posto isto, atreve-se o IRRITADO a estranhar que, desde há dias, a propósito de assuntos completamente díspares e sem ter nada a ver com eles, os meus queridos comentadores venham aproveitando as oportunidades para, a despropósito, se envolverem em discussões sobre o Dr. Jardim e a sua excelência ou vilania.
Não se sabe se isto trás implícita uma crítica ao IRRITADO por ainda não se ter pronunciado sobre as últimas notícias da Madeira, coisa que ocupa toneladas de papel e de tempo de antena.
Picado, o IRRITADO reage ou, se quiserem, dá à casca, procurando responder, de uma assentada, ao muito que por aqui sobre o assunto tem aparecido.
Dada a violência de tais notícias, e para descanso de quem anseia, o IRRITADO opina que o Dr. Jardim não deveria apresentar-se às próximas eleições regionais. Em seu lugar o número dois ficaria à cabeça da lista e, como manda a Lei, subiria o primeiro suplente lá do fim. Depois, logo se via quem subiria à Quinta da Vigia. Não se faz ideia quem.
Para o cidadão comum do chamado “rectângulo”, o Dr. Jardim “é” a Madeira, o resto é paisagem.
O Dr. Jardim já lá está há tempo demais, por mérito próprio ou por demérito dos seus adversários, que parecem não ser capazes de vender um copo de água no deserto. O Dr. Jardim ia-se embora, ficava livre de se defender daquilo que o acusam, e evitava ter que ser ele a descalçar uma bota que ninguém sabe como se descalça.
Por outro lado, é verdade que, com pena ou sem ela, o pessoal está cansado do “estilo” do homem. Há coisas que podem usar-se, mas com conta e medida, não a torto e a direito, como o são as jardínicas invectivas e descocos.
Alberto João sempre foi polémico. Sempre tratou mal os seus adversários, bem como os que, não o sendo, lhe merecem aleivosias. Chegou o momento de se deixar disso. A única forma de o fazer é reformar-se.
Compreenda-se, porém, o que o espera se se for embora. Durante anos e anos, a cada hora, a cada segundo, o estilo PS revelar-se-á. Ganhando ou não as eleições, o Dr. Jardim será objecto da mais radical violência moral, social e política. Nada de mau haverá na Madeira que não seja sua exclusiva obra e desculpa número um para as asneiras de quem vier a seguir.
Compreenda-se o dilema: sair e levar pancadaria de todo o lado, incluindo os seus amigos que deixarão de o ser assim que virar costas, ou ficar, podendo tentar tapar os buracos e continuar a ter tribuna para as suas provocações.
É evidente que Dr. Jardim conseguiu, na Madeira, vastíssimas realizações. O arquipélago é hoje totalmente diferente, para melhor, do que era antes dele. Há bolsas de pobreza, diz-se com foros de verdade. O que não invalida a obra realizada, antes será excepção a confirmar a regra.
Simplesmente… simplesmente não havia dinheiro para pagar o que se fez e continuou a fazer-se mesmo depois de já não haver qualquer esperança de socorro.
É esse o “crime” de Jardim. Tirem-lhe as aspas, se quiserem.
A seu favor tem o facto, que parece indesmentível, de não se ter locupletado com dinheiro público. Do seu entourage não sei se se pode dizer o mesmo.
A pergunta que se segue é: quem tem moral para atirar a primeira pedra? Os socialistas do continente, que fizeram muito mais e muito pior, deixando em toda a gente as mais evidentes suspeitas sobre a lhaneza e a probidade de tanta gente? Parece que não. Esses deviam estar calados como um rato se se soubessem ver ao espelho.
O Presidente da República, que se deixou humilhar por Jardim sem uma palavra de denúncia? Duvido.
Os portugueses que, depois de quatro anos da mais refinada loucura governamental, puseram o senhor Pinto de Sousa outra vez no poleiro? De maneira nenhuma.
A esquerda radical, quer dizer, comunista? Essa pode dizer cobras e lagartos, mas como diz mal de tudo e do seu contrário, não interessa.
Os partidos do poder? Esses, talvez. O PSD, porém, está entaladíssimo e ser-lhe-á muito difícil ir para a além do que Passos Coelho já disse. E, se o PSD se honra de não dizer mal do PS, porque carga de água há de vituperar os seus? O CDS, menos entalado, não pode deixar que, por causa do Jardim, a coligação abane.
A triste verdade é que o Governo pouco mais pode que arranjar maneira de, fazendo das tripas coração e do nosso bolso um poço sem fundo, tratar de arranjar uma forma qualquer de resolver mais este problema. Aliás, a especialidade do Governo, para já, não é nem pode ser outra.
Nos bastidores, o Presidente da República, o Dr. Passos Coelho e não sei mais quem, deviam puxar os cordelinhos necessários a que o Dr. Jardim passasse a bola.
Serão capazes? Prouvera que sim.
19.9.11
António Borges de Carvalho
E.T. - Inaceitável, a todos os títulos, é o que o IRRITADO acaba de ouvir de um rapazola, creio que novo porta-voz do PS. Com fero olhar, o fulano declara que o PS “exige” que o Dr. Passos Coelho declare que o Dr. Jardim personna non grata. Onde pode chegar esta gente, que andou seis anos a enganar-se e a enganar-nos nas contas - para dizer o menos!
A organização terrorista multinacional Greenpeace arranjou mais uma causa capaz de dar para mais uns vandalismos aqui e acolá, como é timbre, vaidade e especialidade de tal gente.
Desta vez descobriram que há abelhas que adoram comer pólen “transgénico”, isto é, bebido em florinhas provenientes de culturas “envenenadas” por odiados especialistas exploradores do povo.
O problema, dizem os prestigiados terroristas, é que tais abelhas, criadas pela suja mão do homem, virão a produzir “mel transgénico”. E esta, hem?
Não tarda que - para além de uns incêndios em colmeias “transgénicas” e de umas desmatações de milho ou coisa que o valha altamente elogiadas pelos media - a União Europeia emita uma norma obrigando os produtores de mel a declarar por sua honra, nos rótulos, que nenhuma abelha que tenha participado no fabrico do seu mel jamais em tempo algum debicou em flor alguma com suspeitas de transgenia.
É verdade que nunca jamais em tempo algum alguém ficou doente por causa das culturas transgénicas. É verdade que nunca jamais em tempo algum seja quem for demonstrou por A+B qualquer inconveniente grave da tal coisa. É verdade que nunca jamais em tempo algum, mesmo passados muitos anos de prática, algum campo, alguma seara, algum alimento, tenha apresentado perigos, mesmo não previstos, que se demonstrasse provir da transgenia.
Que importa? Greenpeace dixit. O politicamente correcto adoptou a tese.
O resto são idiotas, como o IRRITADO, que insistem em gritar que o rei vai nu.
O senhor Lopes (Pedro Marques) resolveu despejar um dos seus habituais “pensamentos”, desta vez contra o senhor Lopes (Pedro Santana). Está no seu direito, ainda que tenha o hábito de o usar em prejuízo das ideias que diz defender. Cf. blog "União de Facto" (!).
Vai daí, o nosso admirável SAPO decidiu pôr o escrito em grande destaque, vários dias, com fotografia do atacado e tudo. Lindo!
O IRRITADO que, como é sua função, ficou irritado, resolveu deixar um comentário no escrito do famoso democrata. O dito, ou alguém por ele, informou o IRRITADO que o comentário viria a ser objecto da merecida triagem, certamente para evitar palavrões ou coisas do género. Como o irritado escrito do IRRITADO, ainda que ferozmente escrito, era de uma urbanidade a toda a prova, ficou o IRRITADO convencido que seria publicado.
O IRRITADO é parvo!
Qual publicado qual carapuça! Aquilo não é triagem, é censura, da pura, da clássica, da velha.
Pior. Como deve ter havido mais irritados a irritar-se com o Lopes (Pedro Marques), o distinto blog informa hoje que todos os comentários ao post foram apagados!
Eis um magnífico exemplo do que são o Lopes em causa e os seus amigos, em claro e repugnante contraste com o Lopes que criticam.
O nosso (deles) pequeno Zorro tornou públicas as suas escolhas, certamente seguradas pelo Seguro, para o acompanhar na árdua tarefa de chefiar a malta do antigamente - primorosamente seleccionada pelo Pinto de Sousa - nas lides parlamentares.
Doze vice-presidentes, doze! Todos com ordenado reforçado. Dá ideia que, se não desse escândalo, o nosso Zorrinho nomearia tantos vice-presidentes quantos os deputados, para manter a malta nos varais.
Algumas escolhas merecem um pequeno e inocente comentário.
Antes de mais, o inigualável homem de esquerda, Basílio de sua graça, muito conhecido pela sua evidente falta de espinha, pela sua ribombante petulância e pelo seu acrisolado amor a cargos de destaque.
Destaca-se também o celebérrimo senhor das ilhas, Ricardo Rodrigues, por estranhas razões muito conhecido no arquipélago e de lá enviado por causa das moscas, bem amado no continente por argumentação zarolha e, acima de tudo, pela sua tendência para a subtracção de gravadores a jornalistas, coisa que, no PS, deve equivaler a alto valor político-ético, o que muito nos diz acerca da organização.
Dona Inês de Medeiros, que ganhou merecida celebridade com viagens a Paris, é também uma escolha cheia de significado “cultural”, “estético” e “executivo”.
Já agora, porque não brindar com uma palavrinha de apreço e estima o inigualável Braga, um grande pequeno homem, como o Einstein, que teve a glória e o mérito de abrir as portas da Venezuela e o coração do camarada Chavez e das suas dívidas e princípios ao senhor Pinto de Sousa e aos acolhedores braços da Pátria?
Dois magníficos demagogos, com fartas tendências inquisitoriais, compõem também o distinto leque de personalidades: os senhores Junqueiro e Medina.
Finalmente, é bom não esquecer um conjunto de nulidades parlamentares, tais como um senhor Ameixa, um ignoto Andrade, a dona Fertuzinhos - raio de nome!, diz-se que odiada em terras algarvias, e outra senhora que se chama João.
A Pátria muito tem a esperar deste leque de notáveis personalidades, não é?
As tropas do PC dos bigodes, “representantes” dos professores, fizeram uma espera ao primeiro-ministro.
Delicadamente, o tema do “encontro” estava expresso num enorme cartaz em que se chamava ladrão ao “encontrado”, bem como aos seus subordinados da educação e das finanças.
A decorar tão sugestiva e bem educada expressão de “sentimentos”, os três senhores objecto do insulto apareciam retratados com chapéus de cowboy e encimados pela parangona
PROCURAM-SE
Às vezes passamos por cartazes pendurados nos prédios dizendo vendem-se andares. Não falta quem diga que é coisa de patos bravos e gaioleiros que não sabem ler nem escrever.
Os nossos “professores” são piores que os gaioleiros. Fazem os mesmos erros, com a diferença que não têm desculpa.
“Procuram-se”? Então o verbo concorda com o complemento directo em vez de concordar com o sujeito que, sendo indeterminado, é do singular, em português como em todas as línguas latinas e não latinas?
Eu sei que o sujeito, nas reformas “democráticas “ do ensino, deve chamar-se apito, e que o complemento directo é capaz de ser conhecido por algum impronunciável palavrão. Mas, que diabo, não deixam de ser o que são!
Como podemos nós exigir às gerações mais novas que saibam português, se quem os ensina faz públicos erros deste calibre?
Não seria de pôr na rua, com justa causa (incapacidade absoluta e irremediável para o exercício do cargo) todos os responsáveis pelo cartaz, a começar pelo PC dos bigodes?
Depois, punha-se um cartaz a dizer
PROCURA-SE
Seguido da frase:
Professores que saibam português
Podia decorar-se a coisa com um boneco do Diógenes, a sua velha lanterna em punho, no deserto, à procura de tão improváveis criaturas.
II - BOA EDUCAÇÃO E COERÊNCIA
Invectivado pelo PC dos bigodes, o PM fez uma extraordinária demonstração de serenidade. Conseguiu responder às difíceis questões do fulano sem se irritar, com a calma dos justos, sem qualquer assomo de demagogia. Explicou, com ar pedagógico mas não paternalista, as verdades que toda a gente sabe mas ninguém aceita quando as consequências do socretinismo lhe batem à porta.
Até disse, com o melhor dos sorrisos, que achava piada ao cartaz do “procuram-se”. Calculo a convicção com que o disse.
É evidente que o bigodes percebeu tudo, tim-tim por tim-tim. Mas não é da sua natureza perceber. Continuará a chamar os nomes que lhe vieram à cabeça, a fazer os desacatos morais que muito bem lhe apetecer, a convocar greves, manifestações e comícios, a andar pelo país a desestabilizar este mundo e o outro.
Que diabo, o ofício dele é esse, não é perceber o que se passa! Coerência, meus senhores, coerência!
Vi ontem, pela segunda vez, um filme do Woody Allen, “Vicky Cristina Barcelona” de seu nome. Uma comédia de costumes, algo imoral mas inteligente e divertida. Além disso, um postal ilustrado de Barcelona, terra de maravilha, a despertar o desejo de lá ir em espectadores de todo o mundo. Lá, em particular, e a Espanha, em geral.
É evidente que a cidade, ou o Estado, ou os dois, financiaram o produto. Lucraram com isso, em publicidade e em bilhetes vendidos. Receitas formidáveis, ao nível global.
Sabendo isto, não é possível deixar de pensar: e nós?
Nós financiamos o grande cineasta Manuel de Oliveira, tão grande como chato, que vende uns bilhetes a uns intelectuais franceses e vai dando prejuízo ao Estado, como se está mesmo a ver. Financiamos a dona Teresa Vilaverde, que nos presenteia com coisas horríveis, paranóicas, suicidárias, que devem dar um prejuízo louco. Financiámos um senhor que fazia filmes sobre mal cheirosos pêlos púbicos, coleccionados por um tarado. E devemos financiar muito mais, que o IRRITADO há eras que não frequenta tais coisas, mas é-lhe lícito imaginar. Parece que, lá nas Franças, essas coisas são muito apreciadas por umas dúzias de cinéfilos.
Não me venham com excepções, que só confirmam a regra.
Se pegássemos no Woody Allen ou noutro de semelhante gabarito e o puséssemos a filmar uma historieta inteligente passada em Lisboa, ou no Porto, ou onde fosse neste país que tem tanto, tanto, para mostrar, não só não gastávamos dinheiro (investíamos!) como nos acontecia como a Barcelona: pagavam-nos para fazer a nossa publicidade!
Quando os espanhóis fizeram as comemorações do Colombo, que era tão castelhano como eu, mandaram fazer filmes de história, devidamente martelada, ou romanceada, se quiserem, filmes que venderam ao mundo inteiro. Publicidade gratuita. As nossas comemorações dos descobrimentos, lembram-se?, gastaram milhões em teses académicas, edições de luxo e outras matérias assaz elitistas, muito conhecidas no seu pequeno mundo de estudiosos e intelectuais. Não tem o IRRITADO nada contra teses, estudos, edições, congressos, etc. mas, que diabo, porque não chamar o Spielberg ou outro que tal, e mandar fazer a saga de Bartolomeu Dias, a tragédia de Inês de Castro, a descoberta do Brasil, contadas de forma a que, mau grado alguma inexactidão histórica, fizessem propaganda desta coisa por esse mundo fora? E que, ainda por cima, fizessem dinheiro?
Nem pensar! Por cá financia-se a arte, nem que seja a arte mais chata do Universo.
À atenção do ministro da cultura.
Um bocadinho de propaganda nunca fez mal a ninguém. Ainda menos à Cultura.
Um salão a abarrotar de gente. Parte dela, segundo ficou claro, não aplaudia o chefe a não ser a contra gosto e de vez em quando. O Pinto de Sousa ainda andava por lá a fazer estragos por procuração.
A malta desconfia de falinhas mansas. Gostava das tiradas, malucas mas cheias da entusiasmante demagogia, do ex chefe. O actual junta o inútil ao desagradável: nada diz de novo ou de substantivo, nem o que diz tem alma para pôr as massas em delírio.
Para dar um sinal de conveniente esquerdismo, as rosas foram substituídas por mãozinhas fechadas - aquele boneco obsoleto e de mau gosto inventado nos tempos do PREC.
Sob o slogan “primeiro as pessoas”, ou coisa que o valha, o novo homem fez questão de informar que não sabe que há vida para além do Estado. O Estado social é para manter, tal como está, isto é, falido, inviável e a caminho da extinção. O SNS é para manter, tal como está, isto é, falido, inviável e a caminho da extinção. A protecção social é exclusivo do Estado, só por mera excepção podendo ser levada a efeito por particulares. A educação é coisa estatal, ou deixará de existir. Nada de “assistencialismos”, que é o que faz esta gente que está no poder.
E assim, por aí fora. Ao mesmo tempo que diz que as pessoas é que interessam, defende que o que interessa é o Estado, mesmo que continue a arruinar as pessoas.
O camarada Alegre ficou contentíssimo. Não só ouviu sinais e reflexos do seu “pensamento” como colocou a sua adjunta Maria de Belém (nova versão da nossa senhora da laca) ao mais alto nível, na presidência, com pouco poder e muita influência.
A mesnada socratopífia mostrou as suas garras. Mesmo com um congresso organizado com todos os “cuidados”, aumentou em 7% a sua margem de manobra. Acrescentado um grupo parlamentar da cor, deixou claro que a vida do Seguro está pouco segura.
Há coisas em que o novo chefe segue o anterior. Quer eurobonds para financiar “investimentos estruturantes”. Leia-se: quer o dinheirinho dos alemães para o chamado TGV, o aeroporto e, quem sabe, a décima quinta auto-estrada Lisboa-Porto. As empresas do regime devem estar contentíssimas.
Vinte e cinco anos depois de entrar na “Europa”, o novo chefe descobriu que o caminho é o da federação. Uma novidade que até para o Dr. Mário Soares é mais velha que a mulher da fava-rica. O IRRITADO concorda. O problema é que é tarde. Inês é morta. Não é agora que se defende a federação. Não é quando a casa arde que se vem dizer ao vizinho que pague o combate ao incêndio. Primeiro é preciso apagar o fogo, depois logo se vê. Senão, fica-se a falar sozinho.
À falta de tema mais seguro, Seguro agarrou-se à “Europa”. Coisa fixe, até porque o PSD se esqueceu dela no programa de governo e, bem ou mal, adoptou os pezinhos de lã como filosofia comportamental, a fim de não espantar a caça, isto é, os euros.
E lá vem o enriquecimento ilícito outra vez. Sinal de viragem à esquerda, ou coisa que o valha. O homem propõe-se resolver o importante problema da quadratura do círculo, quer dizer a forma de “sancionar acréscimos patrimoniais injustificados” respeitando as “garantias constitucionais”. Se for capaz, merece um doce.
Outra medida que o IRRITADO aplaudiria seria o proposto fim da subsidiação das renováveis, cancro criado pelo PS e já envolto em tantos compromissos que ninguém sabe, muito menos o Seguro, como dar-lhe a volta. Mais um doce, se for capaz.
Depois, tivemos algumas ideias, nem originais nem novas. Protecções várias ao sector exportador, combate à corrupção, fim às confusões entre o político e o judicial. Como? Desta vez, levaria um pacote de pastéis de Belém.
Só lhe faltou dizer que o Pinto de Sousa, criador do cancro das renováveis, fabricante, para se safar, das maiores confusões entre o político e o judicial, dono de inúmeros rabos-de-palha, é (ou era) uma besta. Mas ficou nas entrelinhas, perante os pelotões socratopífios, que espumavam de raiva.
Alegrem-se os nossos corações. O pessoal do partido vai ser obrigado a assinar um “código de ética”. Estão a ver o filme? A malta assina o código. Fica livre de chatices por assinar o código. E tudo fica na mesma. O PS igual a si próprio, que é coisa que jamais deixará de ser. Cheio de “acréscimos patrimoniais”, envolvido em estranhos “fumos” e… como diria Mário Soares, para a frente é o caminho, o caminho faz-se caminhando!
Há um número relativamente pequeno de senhores que se impõem à nossa sociedade como portadores de profundo pensamento, de altas filosofias e de insigne perfil académico. Aparecem recorrentemente na televisão brindando-nos com as suas “visões de futuro”, as suas “análises sociológicas”, as suas preocupações intelectuais, as suas interpretações filosófico-políticas.
Ele é Sua Excelência o Professor Boaventura Sousa Santos, ele é Sua Excelência o Professor José Gil, ele é outros igualmente célebres e justamente admirados.
Muito bem.
Há um denominador comum à generalidade destes cérebros: o esquerdismo.
Boaventura chega a extremos de zarolhismo que impedem a serena apreciação das suas teorias. Não tem uma opinião que não seja conducente à glorificação da esquerda, ainda que não se perceba bem que esquerda.
Gil – é ele que “provoca” este post - afina mais ou menos pelo mesmo diapasão. Para citar a sua mais recente receita, transcreva-se uma transcrição: Se o povo não se revolta, está a caucionar um sistema global político e económico injusto e explorador…
Aqui temos, de uma penada, uma demonstração de “filosofia global”. O sistema é mau? Então não há outra solução senão a revolta. Não há soluções políticas. O sistema é irreformável. Mau por natureza, não por azar, má gestão ou desvios. Ainda pior por ter proporcionado a globalização, que tirou milhares de milhões de seres humanos da miséria e da fome, com o único prejuízo dos miseráveis autores do “sistema”.
Parta-se tudo. Faça-se como na Revolução Francesa, de gloriosas consequências. Faça-se como na revolução soviética, de admirável futuro. Faça-se como o célebre Adolfo. Ou faça-se como acha o doutor Boaventura, mesmo que ele não explique a que revolta se refere ou o que quer que o povo faça para não “caucionar o sistema global”. É preto ou branco: o povo, ou se revolta, ou “cauciona”, ou é bom ou é mau. Coisa a que usava chamar-se maniqueísmo primário.
É pena que cérebros tidos por tão privilegiados não sejam capazes de perceber o que está mal nem de pensar o que se pode fazer. É que, acima de qualquer bom senso, estão na sempre, nas suas cabeças, os dogmas da esquerda, coisa tanto mais contraproducente quanto mais fundamentalista.
Aquele senhor do cabelo pintado de preto que é o chefe máximo dos autarcas nacionais - poderosíssima e caríssima classe - veio dizer de sua justiça sobre a “reforma administrativa”.
Diz ele, ou concede generosamente, que aceitafusão voluntária de municípios.
Obrigadinho, ó cabeleira de azeviche, plástica cobertura de vigorosa inteligência!
O que seria dos municípios que se quisessem fundir se tal não fosse aceite por tão alta instância!
Para que queremos a reforma se ela só se aplicar a quem quiser ou a quem receber o aval do senhor Ruas?
Isto para concluir que, se o governo entrar em diálogos e mais diálogos com tudo e todos, se calhar será muito democrático, grande apóstolo da “democracia participativa”, altamente apreciado por milhares de inflorescências para-administrativas da “sociedade civil”, mas não irá a parte nenhuma, nem haverá reforma nenhuma.
O IRRITADO tem que tirar o chapéu ao acordo do ministro com os professores. É claro que o bigodes do PC não assinou a coisa, nem jamais assinará seja o que for, como é sua vocação, convicção e obrigação.
Mas, com uma chusma de sindicatos, o acordo lá passou. De tal modo que o bigodes, sem o aceitar, veio dizer que, mesmo descontente, Ia baixar a bolinha e arranjar outra matérias para desestabilizar o ensino.
O IRRITADO, como escreveu há dias, não contava com tanto. Por isso, parabéns aos que assinaram, sindicatos e ministro.
Talvez se possa extrapolar que, quando o PSD parecia andar atrás do bigodes, tal não correspondia à verdade, ou a toda a verdade. Haveria, ou há, uma maioria de sindicatos que não são meras bengalas do PC, como os do bigodes.
Às vezes, temos a sensação que nos a meter os dedos pelos olhos dentro, ou a entreter com inanidades, ou a desviar-nos a atenção do que nos importa, não é?
Ontem, os três figurões da “Quadratura do Círculo”, todos eles inteligentes e sabedores concorde-se ou não com o que dizem, entretiveram-se uma boa meia hora a discutir as já famosas “escutas telefónicas” mandadas fazer pelos serviços secretos. Ou uma pessoa se põe a pau, ou passa a acreditar que esta gente anda a escutar tudo, todos, e por toda a parte.
Porquê?
Houve alguma queixa sobre as tais escutas? Não. O que houve foi uma queixa sobre uma factura de telemóvel que terá, indevidamente, ido parar às mãos dos tais serviços. O mais que tal factura permitiria seria saber a quem o eventualmente investigado teria telefonado durante um mês. É grave? Com certeza. Mas não tem nada a ver com escutas telefónicas.
Então porque se critica escutas sobre as quais, que se saiba, não há sinais de nenhuma espécie? Porque o importantíssimo senhor A acha que ouviu uns cliques? Porque o inigualável senhor B tem a impressão que…? Porque a nobre senhora C acha que, enfim, não é, pois?
Três fulanos responsáveis e, teoricamente, responsabilizáveis, fazem os que se interessam pelas suas opiniões passar um tempão a ouvi-los falar de coisas que ninguém saberá, ao certo, dizer que existem e de que ninguém, responsavelmente, fundamentadamente, se terá queixado.
Acham isto bem? A quem interessa?
O IRRITADO não acha bem.
Não sabe a quem interessa, para além do interesse do inimigo da Ongoing. A quem mais? Às maçonarias? Quem sabe? Aos tipos da quadratura? A que propósito?
Anda o ministro Crato à nora com as “conversações” com o xarroco do PC e seus acólitos por causa da celebérrima avaliação dos professores.
Desta humilde tribuna, o IRRITADO aconselha vivamente o ministro a que não se deixe levar em mais cantigas. Aquela gente jamais dará o seu ámen a qualquer das suas propostas. Arranjar chatices é o ofício deles. Se acrescentar o evidente facto de não quererem ser avaliados seja de que maneira for, o senhor ministro só poderá chegar a uma conclusão: ou os mete nos varais, ou eles lhe arranjam uma estrangeirinha de tal ordem que v. acaba por cair da tripeça. Por isso, meu caro, mais uma reuniãozinha ou duas, e acabou.
Decida! E, já agora, mande-os trabalhar, que a maior parte deles há muitos anos não o fazem.
A organização terrorista que dá pelo nome de Greenpeace está muito preocupada com o “recuo” dos gelos do Árctico.
Para nos demonstrar a coisa, cifrada em não sei quantos mil quilómetros quadrados, a milionária estrutura mandou pintar o “Homem de Vitrúvio” numa placa de gelo que terá, quando muito, uns mil e tal metros de perímetro. Como, alegadamente, uns 15% do “Homem” desapareceram - não se sabe em quanto tempo - os terroristas espalharam o boneco pelas agências, informando as gentes sobre este recuo histórico, que ameaça ser tão grande, tão grande, que levará os gelos ao nível de… 2007!
Dito de outra forma, uns tipos que ganham milhões a aterrorizar a humanidade com histórias como as do aquecimento global e dos perigos do CO2, coisas tão rendosas que lhes permitem dispor de meios tais que navios, aeronaves e outros sofisticados equipamentos, manusear explosivos que, impunemente, afundam instalações que consideram indesejáveis, sustentar um sem número de funcionários/“activistas” e explorar milhares de idiotas úteis, arrancaram com uma nova campanha, estilo Al Gore, a fim de angariar mais uns milhões para a “causa”.
Nada melhor que excitar a “consciência ecológica” da canalha com o Homem de Vitrúvio congelado. Como se as contribuições da canalha, por grandes que sejam, possam alguma vez fazer alargar ou encolher os gelos do Árctico.
Não podem.
Mas podem fazer entrar mais uns milhões nos cofres da prestimosa organização.
Ninguém, ao certo, saberá dizer se há uma tendência para o degelo do Árctico. E se houver? Ninguém poderá saber como pará-la. Ainda menos se saberá se tal degelo é bom ou é mau, se a abertura da rota marítima do pólo não será uma vantagem para a humanidade, se os prados que surgirão de sob o gelo não serão benéficos.
Muito menos alguém, em boa consciência, poderá dizer que se trata do aquecimento global, fruto da nefasta influência do homem sobre o clima. Ninguém, em boa consciência, poderá jurar que a culpa é do CO2, ainda menos que é do CO2 produzido pelo homem, já que o homem, nessa “actividade”, é um produtor pequenino, negligenciável perante a fortíssima concorrência da Natureza, a começar nos traques das vacas e a acabar nas florestas do Amazonas.
Se as previsões do senhor Gore, exploradas por este tipo de gente, fossem verdadeiras, a estas horas já Cascais tinha desaparecido, ou quase, engolida pelas impiedosas águas do Atlântico, já os campos de golfe do Algarve eram navegáveis ou, na melhor das hipóteses, a relva estava morta pela água salgada.
Tudo falhou, nas previsões dos negociantes do clima e do “ambiente”. Mas, ó espanto!, continua a haver jornais que fazem a propaganda do Greenpeace, continua a haver governos que nos fazem gastar triliões em “direitos” de CO2, continua a haver uma ONU que, sedenta do poder mundial, alimenta estas porcarias.
Quando tanto se fala em “resistência popular” ao “sistema” talvez fosse mais eficaz resistir às aldrabices globais que nos arruínam e que vivem penduradas no tal “sistema”.
Está o IRRITADO, neste momento, a ouvir o fulano do lacinho, do Expresso, mais uma avençada habitual da SICNotícias, a dizer que o ministro das finanças deu uma entrevista "críptica", "técnica", "académica", "initeligível para o público em geral". etc.
Acontece que o IRRITADO e a sua excelentíssima esposa, que não são técnicos, nem académicos, nem sabem "economês", acharam que o ministro foi claríssimo no que disse, não havendo dificuldade alguma em percebê-lo, mesmo para qualquer tipo com não mais que a 4ª classe.
Neste momento, o IRRITADO não está a exprimir qualquer opinião sobre o que o senhor disse.
Neste momento, o que interessa é que o tipo do papillon e a avençada doutora do jornal económico tiveram a maior das dificuldades em perceber o que o homem disse.
Nos saudosos tempos do senhor Pinto de Sousa, a rapaziada do PS andava certinha, caladinha, metida em casa, cordata, sempre a aplaudir o chefe, mesmo quando ele fazia as mais espantosas asneiras, quando abanava rabos de palha, quando abria o armário dos esqueletos, quando dizia as mais repenicadas aldrabices. Já moribundo, fez um congresso-comício que, em unanimidade, fez inveja aos do velho PCUS e aos do nosso obsoleto e gangrenoso PC. Até o Seguro, se dava a impressão de não ir na conversa do chefe, fazia-o em insinuativa surdina para não espantar os pardais.
No PSD tudo se passa ao contrário. Ainda o governo dá os primeiros passos, ainda não tem, nem pode ter, qualquer resultado concreto a apresentar, e já os lobos uivam, lá por dentro e à sua volta, sedentos de sangue.
À frente, como não podia deixar de ser, o professor Sousa toma o comando das operações.
Na sua esteira, agiganta-se o novel comentador, velho cordeiro transfigurado em carnívoro: Marques Mendes.
Causando o maior espanto, eis a dona Manuela, velha cobradora de impostos, velho apóstolo do equilíbrio das contas, a usar o jornal do Costa, com garantida repercussão, para dar as suas dentadas.
Os dois primeiros são pagos para dizer o que dizem: quanto mais intrigalhada fizerem melhores audiências terão e sabe-se lá se não poderão aumentar o estipêndio. Ela, não se percebe, nem bem nem mal.
Depois, há uma série interminável de actores menores, como o careca que se diz liberal mas adora o socialismo, como o piadético do Público, dito próximo do CDS, e tantos outros que o IRRITADO não conhece mas sabe que andam por aí.
Entre os dois partidos, pelo menos neste aspecto, as diferenças são abissais. Cada um exagera para seu lado.
No PS, o ultra-seguidismo é a regra.
No PSD, a bagunça é o orgulho do “pluralismo” e da “miscegenação social”.
Diziam os que “sabem” que os lobos se calariam quando o PSD chegasse ao poder. Enganaram-se. Os lobos uivam, mesmo a destempo e despropósito.
Diziam os que “sabem” que, no PS, o criticismo ressuscitaria com a travessia do deserto. Enganaram-se. Os cordeiros nem para balir têm guts, apesar de desgraça de líder que arranjaram.
O inigualável Dr. Barroso foi à Austrália. Não se sabe o que lá foi fazer, mas seria de presumir que ia fazer alguma coisa de útil.
Estúpida presunção.
O Dr. Barroso foi à Austrália dizer que o Euro está mais forte que nunca, que todos os países da União são de uma solidariedade de ferro, que a crise não passa de uma oportunidade para dar um gigantesco passo em frente, que isso da Grécia, da Irlanda e de Portugal não passa de um fait divers sem importância de maior, etc.
Em resumo, disse que, neste lado do mundo, tudo, mas tudo, corre sobre pistas de mel e de ambrosia. Não precisava de confessar os podres da região, mas, fingir desta maneira toca as raias do ridículo, para não dizer mais.
Será que o homem é burro? Que acha que os australianos são burros? Ou quê?
O IRRITADO, que pouco terá de inteligente, escreveu há dias ao Dr. Barroso incitando-o a dar um murro na mesa, a não se deixar subalternizar mais, a dizer, alto e bom som, aos povos da Europa, o que lhe vai na alma, mesmo que tal lhe custe o lugar.
Ou não tem alma, ou não tem nada dentro da alma, ou consegue ser mais estúpido que o IRRITADO, ou está agarrado ao tacho. Um desalmado, ainda por cima burro e tachista?
A estas horas, na Austrália, deve andar meio mundo a rir-se dele e, desgraçadamente, também de todos nós.
A seu tempo, o IRRITADO protestou contra a nomeação de duas criaturas ineficazes, titubeantes, inúteis ou contraproducentes, que foram alcandoradas aos mais nobres postos da União: aquela inglesa que ainda não descobriu para que serve - não serve para nada - e um belga desconhecido e tíbio que ainda não pariu uma única ideia nova, ou útil.
Pensar-se-ia que o Dr. Barroso lucraria, em projecção pessoal, uma vez rodeado por gente de quinta ordem.
Fatal engano. Como as declarações que produziu na Austrália bem demonstram, pôs-se ao nível dos outros dois.
Ainda há quem se queixe da “preponderância” da dona Ângela e do seu pendura Nicolau!
Adiante-se uma explicação: os dois perceberam que com cães como os que puseram em Bruxelas, nem à caça aos gambosinos podem ir. Vai daí, aproveitam o vazio dos outros para o encher com o deles.