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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

BLABLA E POLITIQUICE

 

Portugal tem mais juízes que os outros países da Europa. Mais magistrados do MP. Mais funcionários. Mais tudo e mais alguma coisa. A Justiça em Portugal é, a grande distância dos outros e à excepção da Itália, o país onde a Justiça é mais lenta. O mais engraçado é que ninguém tem tem culpa da situação. Todos os intervenientes são do melhor! Riam-se com os nervos que isto faz.

Ontem vimos na televisão uns excertos dos doutos discursos proferidos na chamada abertura do ano judicial, coisa que, diz-se, aconteceu há meses, mas só agora foi aberta. É de pensar que, como antes de ser aberta estava, diz a mais elementar lógica, fechada, os actores devem ter estado a pensar no futuro. Talvez seja por isso que tudo leva tanto tempo.

Os discursos foram a desgraça do costume. Se excluirmos a ministra da justiça, ninguém disse nada de novo, ninguém apontou acções, nem soluções, nem nada. Uns fizeram política, ou politiquice. Outros nem isso. Só blabla. O bastonário dos advogados fez mais uma rábula trágico-cómica e intitulou-se cabrão pondo as culpas para um poeta. O PR, blabla. Os procuradores vieram de luto, porque querem mais dinheiro. Quem não quer? A PGR queixou-se de fugas ao segredo, como se a culpa não fosse dela.


Ficámos a perceber porque é que nada funciona. Obrigado pela explicação.

 


31.1.13

 


António Borges de Carvalho

INFAMANTE ATITUDE


Calcule-se que, no meio da confusão motivada pelo estampanço do camião dos porcos, houve um GNR que, para afastar um suíno da via, lhe deu um pontapé! Criminoso! Canalha! Malandro! Os animais, perdão, cidadãos da organização chamada “Animal” deram largas à sua revolta. Presume-se que, na opinião desta malta, quando um porco perturbar o trânsito deve ser convencido, com brandas e carinhosas palavras e festinhas, a desobstruir a passagem. A GNR deve, aliás, andar munida de rebuçados e couves-flor para oferecer aos animais mais obedientes. Para os que que não o forem, a GNR deverá vir acompanhada de psicólogos clínicos que expliquem aos suínos as virtudes da civilidade e da não perturbação do tráfego.

O mais espantoso desta história é, porém, que a “hierarquia” da GNR tenha, segundo os jornais de hoje, mandado identificar o tenebroso agressor do porco e levantar um rigoroso inquérito ao acontecido, de forma a poder punir exemplarmente a des-suína atitude do militar.

Consta que os directores da “Animal”, depois de apresentar a sua justa queixa, foram vistos a comer umas febras...

 

31.1.13

 

António Borges de Carvalho  

O COSTA NÃO COISA NEM SAI DE CIMA

 

Após repenicado teasing, a lembrar os cavacais tabus, o camarada Costa declarou que não se candidatava nem deixava de se candidatar ao cadeirão do Seguro. Notável. Em tempos, proclamou que o cargo de chefe do PS era incompatível com o de presidente da câmara de Lisboa. Agora, diz que é candidato a uma sem deixar de ser candidato a outro. Ou anda a meter os pés pelas mãos ou é tão aldrabão como a generalidade dos membros do seu partido.

Ficamos no pior dos dilemas, ou trilemas. Como lisboetas, seria óptimo se o tipo fosse para o partido e libertasse a cidade da sua deletéria acção. Como portugueses, achamos que seria uma maravilha se ele só lixasse os alfacinhas, em vez de contribuir para dar cabo do país inteiro. Se o tipo quer as duas coisas, então a desgraça é total.


O remédio seria que o Seguro ganhasse o partido, o Seara a câmara, e que o Costa fosse aldrabar outro. Se calhar é pedir demais. Mas, quem sabe, com um bocadinho de sorte talvez nos livrássemos do escurinho, como diria, delicadamente, o Carlos.

 

30.1.13

 

António Borges de Carvalho

JUNQUEIRADAS


A prodigiosa inteligência de um tal Junqueiro - sinistra figura! – concluiu que a saída de três secretários de estado mostra que o “o governo está em desagregação”, que “a segurança das pessoas está ameaçada” e que... mais uma série de dislates.

É de lembrar a este idiota que o ministro das finanças do PS se demitiu ao fim de dois meses por incompatibilidade com as asneiras do PM, que o ministro da saúde do PS foi corrido por cobardia do mesmo PM e que a ministra da educação do PS levou um pontapé pela escada acima por manifesta incompetência para lidar com o bigodes. Isto para falar só dos mais visíveis. Então esta evidente “desagregação” do governo do PS não mereceu ao cretino a mesma douta opinião? Então a saída de três ministros do PS não põe em causa a nossa “segurança”?  Então como é que o actual “desagregado” governo deve ir-se embora e o “desagregado” governo do PS ficou - e muito bem, acha o insecto - mais uma data de anos no poder?


Quando um partido alberga alarves deste calibre sem que alguém (o Seguro, por exemplo) os cale, convenhamos que a “alternativa” é uma desgraça.

 

30.1.13

 

António Borges de Carvalho

UMA BOA NOTÍCIA


O provincianíssimo Campelo vai-se embora do governo. A pergunta que ocorre é: por que raio de carga de água é que entrou para lá? É de recordar que este cómico, parlamentar do CDS ao tempo de Guterres, deu a maioria ao governo e ao seu infrene despesismo – que viria a ser corrigido e aumentado pelo Pinto de Sousa – por causa de uma história de queijo flamengo. Ou seja, por uma questão paroquial, tomou o poder nacional para aprovar um orçamento desgraçado. Uma demonstração de deslealdade, de oportunismo, de total falta de sentido de Estado, ou, se quisermos ser caridosos, de pura e simples estupidez.

O que pode ter levado o CDS a, em vez de o expulsar, acabar por levá-lo para o governo, é coisa que ninguém poderá perceber. A deslealdade paga? Bom, é verdade que a deslealdade está na moda, veja-se o caso, no PS, do Costa e dos saudosos do Pinto de Sousa, veja-se o caso do Freitas do Amaral ou do Pacheco Pereira, por exemplo. Mas, que diabo, o Campelo... o Campelo é demais! Vá lá fazer queijos para o raio que o parta.

 

30.1.13

 

António Borges de Carvalho

AVENTURAS SUÍNAS


Desta vez não foi o triunfo dos porcos. Derrotados por um pneu, por ali andaram, peripatéticos, entre dezenas de cadáveres dos seus irmãos, sem saber que a circulação pedonal é proibida nas auto estradas. O povo atónito à espera, horas sem fim à espera, os carros parados, um desespero.

Porquê rebentar um pneu, àquela hora, naquele sítio?

Sim, porquê? Ninguém saberá explicar. Ninguém? Não! Há uma explicação científica, dada por quem, do alto de nobre sapiência, usa dar ensinamentos às criancinhas de Portugal. Verdadeiros cientistas! Dezenas de autocarros carregados de porcos, perdão, de professores, vinham a Lisboa manifestar o seu descontentamento. Sob as ordens, como não podia deixar de ser, do grande educador, chefe incontestado, senhor de bigode e olhos vampirescos, membro indiscutível das altas esferas do nacional-bolchevismo, um condotieri, um organizador, enquadrador, guia espiritual, maravilha fatal da nossa idade.

Uma sua adjunta, possuída de justa histeria, brindou a Nação com a verdade científica do acontecido. Manobra do governo, pois então! Por a+b, a mulher iluminou-nos com a demonstração da verdadeira verdade, aliás de uma evidência cristalina, que só um estúpido não veria: Passos e Gaspar tinham mandado sacrificar uma récua para impedir a passagem aos nossos brilhantes educadores. Uma atitude claramente fascista , como ficou provado à saciedade. O chefe, também ele emérito cientista, viria, um pouco mais tarde confirmar a brilhantíssima tese da sua adjunta, assim suscitando vibrantes aplausos das docentes massas.


Facto é que não fora a prestimosa intervenção da polícia, lá ficariam os educadores horas sem fim, como os demais impedidos de aceder à cidade. Mas a Polícia é sábia, ou também é sábia. Batedores foram mobilizados, o trânsito aberto para os autocaros, os docentes, aos berros, passaram, enquanto o indescriminado povo era impedido de seguir caminho. Profundo sentido de justiça, o da polícia. Arriscando contrariar as ordens do poder, acto de grande bravura, a polícia soube distinguir o trigo do joio e proteger os professores, abandonando a canalha ensardinhada na via, entre porcos, vivos e cadáveres. Muito bem!


Os grandes ensinadores do povo acabaram por desfilar na avenida, como é sua profissional obrigação. Contra o governo, pois claro. Sempre foram contra o governo, este ou outro qualquer, à excepção dos do camarada Vasco, como é de timbre e acha o vampiro. A favor da escola pública, que é a que garante (ou garantia) o tachinho. A favor do bem amado patrão, o Estado, esse santo milagreiro e pagador que a troica quer encoilher.


A luta continua!

 

28.1.13

 

António Borges de Carvalho

ÓPERA BUFA

 

O que vale é que ainda há coisas engraçadas entre nós. Veja-se o espernear dos amigos do Pinto de Sousa, a ver se correm com o oco o mais depressa possível. A abanar o beicinho o Pereira exige, o Lelo regurgita patacoadas, os Silvas e toda essa malta que quer amarinhar. Cócó ró có!, repenicam por aí que nem galarós. O oco Seguro vai dando uma ajuda com as suas asneiradas quotidianas. Mais que todos, o Costa está em grande, empurra mas não se expõe. A coisa há de cair-lhe nos braços. Mais depressa ou mais devagar, mas está no papo. Este magno protector do Pinto de Sousa - perante cujas inenarráveis asneiras jamais disse uma palavra - dá esperança à cáfila de desempregados socialistas que coça as calças pelos corredores da Assembleia.


Tudo isto é lindo, ultrapassa o Gato Fedorento, mete o Herman num chinelo, suplanta o ridículo da dona Clara ou do asnático Marques Lopes. Não é uma maravilha? E se pedíssemos ao La Feria que fizesse uma ópera bufa para divertir ainda mais o povo?

 

25.1.13

 

António Borges de Carvalho

COM A CONSTITUIÇÃO NÃO SE BRINCA


Ainda há quem diga que a Constituição é uma maravilha ou que, não sendo maravilha nenhuma, não constitui impedimento à boa governação. Pois não, que ideia!

Olhem esta história da RTP. Para qualquer espírito mais independente, ou menos dependente de ideologias, é de uma evidência cristalina que a RTP não presta “serviço público” de espécie nenhuma, não faz falta nenhuma, não é melhor que as outras, pelo contrário, comunga com elas a mesma mediocridade e, para além de tudo, custa ao contribuinte muitas centenas de milhões de euros... por ano!

Dir-se-á que há a RTP Internacional – uma vergonha, uma porcaria - e a RTP África, talvez não tão má como aquela. Nada que não pudesse ser feito pela SIC, pela TVI ou por outra qualquer. Daqui que a solução sensata para o aborto fosse, evidentemente, acabar com ele, aliás como com tantas outras inutilidades estatais que nos dão cabo do dinheirinho sem dar em troca nada que se veja ou “faça a diferença”, como se diz agora.

É aqui que entra a Constituição, que obriga à existência da coisa, o que talvez fosse justitficável e necessário há 40 anos, mas que hoje nada pode justificar. Não se argumente sequer (como ouvi ontem) com a “garantia” do “pluralismo”. Nada que os privados não garantam já, e até demais.

O IRRITADO vem defendendo esta posição há muito tempo. Extinção pura e simples, e quanto mais depressa melhor! O governo andou a meter os pés pelas mãos quanto ao assunto, até que chegou à conclusão que não há por aí nenhum tonto a querer ficar com o aborto, a sua multidão de funcionários, as suas delegações, os seus correspondentes internacionais, etc. e tal. Pudera!

Solução encontrada: injectar mais 48 milhões a juntar aos outros milhões que lá vão entrar este ano e aos mais de 500 que lá entraram no ano passado, julga-se que sem contar com o imposto. Presume-se que se trata de pôr uma parte da multidão na rua, devidamente indemnizada. Ora se se vendesse os activos da RTP (edifícios, equipamentos, etc.) não se aranjaria dinheiro que, talvez somado aos 48 milhões, desse para mandar toda a malta para casa? Extirpava-se o cancro, e ficava-se em casa, ou quase.

Mas lá vem a Constituição e o seu “serviço público” baralhar as coisas. O IRRITADO acha que, se se extinguisse a RTP e se contratasse o serviço público com um privado qualquer, a tal Constituição não sairia ferida. E o BE? E o PC? E o PR? E o PJ? E o PS? E o CDS? Não viria esta malta toda pôr a coisa no Tribunal Constutucional – uma instância infelizmente,muito mais política que jurídica, e não viria o Tribunal, como é lógico, fazer o trabalhinho dessa malta toda?

Em conclusão: não há nada a fazer.

É continuar a pagar a absurda contribuição do áudio-visual, é continuara a ver sair sair milhões do orçamento do Estado, é continuar a aturar as piscadelas de olho do Rodrigues dos Santos.

É comer e calar, que com a Constituição não se brinca!   

 

25.1.13

 

António Borges de Carvalho

POLÍTICOS A SÉRIO E POLÍTICOS DA TRETA

 

Quando esse carrasco da Pátria que dava pelo modesto nome de Sócrates abandonou o poder, Portugal não tinha ninguém que lhe emprestasse um tostão, não havia dinheiro para pagar os ordenados aos funcinonários do Estado nem para o que fosse das gigantescas dívidas que o fulano nos tinha deixado. Encerrava-se o criminoso capítulo aberto por Guterres, a que Ferreira Leite e Bagão Félix tinham querido pôr travão. Destes, a primeira foi apeada pelo dito Sócrates em eleições, o segundo pelo golpe de Estado perpetrado pelo Presidentre Sampaio - talvez a mais sinistra figura do socialismo nacional.

Um ano e meio passou desde que, finalmente, os portugueses mudaram o sentido do seu voto. Há muito quem se queixe, com razão e sem ela, dos sacrifícios que têm sido exigidos a todos nós. Sobretudo na voz da classe política tais sacrifícios aparecem propagandeados à exaustão, com exagero e demagogia q.b. Há até uma cáfila de frustrados, pachecos, capuchos, carreiras & Cª, que se entretêm a condenar o que, com uma coragem e um desassombro que não são habituais entre nós, tem sido feito pelos seus próprios companheiros. Sem que, rara excepção, sejam motivados por interesses eleitorais.

Valeu a pena? Parece que sim. Um país que, há menos de dois anos, não tinha acesso ao crédito, vai aos mercados vender 2.000 milhões de dívida. Vende 2.500 , e aparecem compradores para mais 10.000. Com juros mais baixos do que imaginável seria. Por outro lado, Portugal pediu, e os credores aceitaram, um prolongamento do prazo de pagamento do resgate a que a política socialista nos condenou.

Parece que, afinal, o caminho, sendo duro, não é tão asnático como tem sido dito, não é?

Agora as más notícias, umas normais e expectáveis, outras anormais, burras, irresponsáveis, próprias do pior que há entre nós.

As normais vêm de onde outra coisa não era de esperar, do PC e do BE. Como são contra tudo, excepto o socialismo revolucionário do camarada Gonçalves, que esperar deles senão as cassetes da ordem?

As anormais, burras, irresponsáveis, próprias do pior que há entre nós, surgem do PS. Foram patéticas as investidas de ontem, tanto do patarata Zorrinho, como, ó céus!, do oco Seguro. Acham que, se nos foi dado mais prazo, foi porque o PS assim o quis, e o quis há muito. Os dois tristes fanáticos acham que a) o adiamento conseguido foi o que eles exigiam, tratando-se por isso de um seu triunfo, e b) que se o adiamento foi preciso, tal se deve ao falhanço da política do governo. Espantoso! É que, primeiro, o adiamento teve natureza diferente do que o eles defendiam e, segundo, os alarves não percebem que, se tivesse sido pedido quando eles queriam, teríamos levado com os pés, como é evidente. O que se conseguiu, ou vai conseguir, fica a dever-se, como também é evidente, à disciplina orçamental do Dr. Gaspar, ao cumprimento das metas acordadas, à atmosfera de confiança que, ao longo deste dificílimo ano e meio, foi possível inalar nos credores, ao facto de termos sabido negociar nos corredores, a termos um “sócio” de peso – a Irlanda – e, como é natural, a algum desanuviamento do clima europeu em geral.

Ao PS nada se deve, a não ser a situação a que nos levou e que, estupidamente, a tenebrosa organização se recusa a reconhecer. Imagine-se o que seria se esta gente, destituída de inteligência, de bom senso, de sentido das realidades, algum dia chegasse ao poder.

 

23.1.13

 

António Borges de Carvalho

VERDADES E MENTIRAS

 

O senhor Portas disse que no relatório do FMI havia coisas boas, coisas a discutir e coisas inaceitáveis. Os jornais titularam, em grosso: Portas arrasa o relatório, Portas acha o relatório inaceitável, mais fissuras na coligação. O senhor Passos diz que o relatório não é uma Bíblia. Os jornais dizem que o senhor Passos acha que o relatório é para cumprir. O Banco de Portugal publica um boletim que infirma algumas previsões do governo, umas por defeito, outras por excesso. Os jornais  informam que o governo errou as previsões, sem falar nas que, do BdP, são favoráveis ao governo. A dona Cristina diz maravilhas da execução do “programa de ajustamento”, mas que ainda há muito a fazer. Os media dizem que há muito por fazer. Ouvir as aberturas dos telejornais faz pensar que estamos todos às portas da morte. Um jornal caiu na asneira de publicar uma sondagem que dava o PSD a subir, o CDS na mesma, o PS a cair. Nem um só dos outros jornais se referiu a tal sondagem. Nenhuma televisão, nenhuma rádio.   

E assim por diante. Não vale a pena. Toda a informação é truncada, “trabalhada”, ou “editada” – moderno eufemismo para censura político-ideológica.

O PS desdobra-se em ambições de poder. Recusa qualquer discussão. Boicota comissões parlamentares que tenham a ver com o futuro. De certa forma, tem razão. Como é possível a uma organização incapaz de deitar cá para fora uma só ideia que seja, entrar numa discussão, séria, seja ela qual for? Como é possível, a uma gente cujo único objectivo é voltar ao galarim seja à custa do que for, conversar sobre seja o que for? O PS é hoje o exemplo mais rasca e mais evidente do que é a partidarite como exclusivo critério de acção e opinião. Recusa culpas do passado como recusa consensos para o futuro. O fantasma de Pinto de Sousa continua a “inspirá-lo”. Depois, há maluquinhas, bêbedas, ladrões de telemóveis, e essa estranha geração de políticos que Paulo Campos ou Vitalino tão exemplarmente representam.  E pouco mais, para além de um líder sem chama nem mensagem nem seriedade.

Venos por aí escarrapachada em outdoors uma manifestação de inteligência do BE: “Habitação, saúde, educação... ou juros?”. O slogan, para além de ordinário e demagógico, é de uma estupidez cristalina. Mas não anda longe da “argumentação” do PS. No fundo, o teor é o mesmo, a “inteligência” é a mesma.  

O governo está só. Dizem que é por não ter “povo”. Mentira. Se assim fosse, não subia em sondagens. Ou não descia tão pouco. Está só na área dos políticos, não na das pessoas. Como o futuro dirá. E também está só na área dos seus próprios canalhas, os pachecos, os mendes, as leites, os capuchos, de um modo geral os que, apesar da cor que ostentam, viram as sua “legítimas” ambições, quer dizer as suas postas postas de lado.

 

18.1.13

 

António Borges de Carvalho                                                                                                                                                                                

CIVILIZAÇÃO CANINA


Da sua janela, o IRRITADO vê uma zona relvada, jardim e árvores - tristes árvores que nunca foram tratadas, nem podadas, nem guiadas, nem coisa nenhuma. Mas o sítio é agradável. É? Podia ser.

Depois de uns tempos de seca, vinda a primeira chuva, sente-se o cheirinho a terra molhada e a ervinha fresca. Sente-se? Nem por isso.

As criancinhas do bairro brincam, rebolam-se na relva, chilreiam... Brincam? Rebolam-se? Chilreiam? Que ideia! 

É agradável passear pelas ruas do jardim. Agradável? Talvez fosse.


*


Quando vem a primeira chuva, a relva cheira... a mijo de cão.

As criancinhas não podem brincar na relva, porque não se brinca em cima de cagalhões.

Para passear nas ruas do jardim é preciso ir de olhos bem baixos, saltitando por entre a trampa para não chegar a casa a deitar eflúvios de caca pelas solas dos sapatos.

 

*


Olho as verdes áleas. Uma senhora de certa idade, bem posta, oxigeneda, de bota alta e casaco de coiro, anda atrás de um cão preso a uma arreata dourada. De vez em quando, o bicho pára. Urina. Mais adiante, agacha-se e borra-se todo ante o desvelado olhar da senhora. Lindo!

Mais longe, um tipo gordo, com idade para ter juízo, arrasta-se a reboque de um bulldog, ou coisa do género. O bulldog esmera-se em ciclópica cagadela. Depois rega as ervinhas com o produto líquido de uma cuidada alimentação.

Uma menina, toda fataça, mostra o escuro umbigo no centro da faixa de gaja. Liberta um lulu que, feliz, saltita na relva. Alça a perna ao pé do banco da menina e esvai-se em líquidos. Depois, lá vai, e, no meio de um verde salpicado por doces florinhas, deposita o intestinal produto.

São às dezenas as senhoras, os gordos, as meninas, os canídeos, de manhã, à terde, à noite. É a civilização lisboeta no auge da sua qualidade.


*


Contam os jornais que um arraçado qualquer deu cabo do canastro a uma velhinha. Outro banqueteou-se com um bébé. Vêm as estatístisticas. Nos últimos anos, umas dezenas de mortos e feridos pelas sequiosas mandíbulas de inúmeros animais de estimação. Uma veterinária resolveu mandar assassinar o bicho que comeu o bébé. Quinze mil boas almas protestam nas redes sociais. Coitado do animalzinho! A culpa foi do bébé, que não tinha nada que se meter com o cão, ainda por cima às escuras. Providência cautelar! Salve-se a vida ao doce mamífero!


*


Assim vai o mundo. A câmara municipal acha muito bem. O governo não se pronuncia. Os deputados têm medo de ser acusados de inhumanidade, ou de incaninidade. A polícia tem mais que fazer. A associação “Animal”, comovida, refocila de justa alegria. A maioria das pessoas não gosta do sistema, mas alinha com os medos dos deputados. Entretanto, as criancinhas, ou não brincam na relva, ou brincam num mar de caca. As velhinhas são comidas. Mas a verdade correcta ganha. Não é o que importa?

 

18.1.13

 

António Borges de Carvalho

PORTO “CAPITAL” DO NORTE E DAS QUEIXINHAS


O Porto é capital de nada, a não ser do Douro litoral, coisa que, administrativamente, não existe.


O Porto foi contemplado com a mais vasta e intricada rede de auto-estradas do país. O Porto foi contemplado com o mais moderno e funcional aeroporto do país. O Porto é centro da mais importante área vinícola do país. No Porto passaram a funcionar dois dos mais importantes núcleos culturais do país, Serralves e a Casa da Música. O Porto tem infra-estruturas de saúde sem paralelo no país. O Porto transformou-se, em pouco tempo, num destino turístico de primeira qualidade.

Ainda bem. Tudo isto é bom, e bem vindo, merecido ou não.

Então qual é o problema que leva inúmeras “forças vivas” locais, cujo alto paradigma é um tal Miguel Veiga - político que nunca politicou nem correu qualquer risco, conhecido apenas por bocas e patacoadas lançadas contra os que diz ser “seus” – a insurgir-se contra o “centralismo” de Lisboa, quando a Lisboa – leia-se aos governos - deve a esmagadora maioria dos benefícios com que tem sido contemplado, e de que alguns dos exemplos acima dão uma pálida imagem? A resposta é: um provincianismo bacoco e pedinchão, um oportunismo rasca, uma choraminguice endémica e egoísta, a necessidade de criação de um inimigo externo – coisa própria de tiranos e de alarves.


O candidato do PS à CMP, um certo Pizarro, tem a bizarria hitleriana de excitar as massas com a “defesa” do “norte” contra o tal “centralismo” do “Sul”, praticado sem escrúpulos pelos “judeus” de Lisboa, gente que consideração alguma deve merecer ao “povo do Norte”. Outro argumento eleitoral parece não restar ao bizarro Pizarro. Excitem-se as massas contra o inimigo, e as massas votarão em nós, não por nós mas por ódio a terceiros. É primitivo, é ordinário, é falso. Mas que importa, se der uns votos?


Outras figuras procuram notoriedade com argumentos semelhantes. Veja-se a administração da Casa da Música, que se demite em bloco como protesto contra um corte de dez por cento nas verbas – um milhão em dez que o Estado (Lisboa) lhe dava de bandeja todos os anos! É que todos os portugueses têm os rendimentos diminuídos em muito mais de dez por cento, mas mas os tais administradores e os bizarros acham que a Casa da Música devia ficar de fora. Porquê? Porque é do Porto, ora essa! O Porto tem direito à intocabilidade de prebendas e subsídios que para outros não existe. Porquê? Porque é o Porto, ora essa! Tocar nos sacrossantos “direitos” do Porto é ditadura, tirania, centralismo desenfreado!


O aeroporto do Porto vai ser gerido pela Vinci, aliás como os de Lisboa e Faro? Tirania! Então e os magnatas do Porto que estavam à espera que a coisa lhes caísse nas mãos? Não são gente? Coitadinhos, não concorreram à privatização da ANA, não dão (mais) dinheiro à Casa da Música, antes pelo contrário, mas que importa, Lisboa é a culpada de tudo e o resto é conversa.


No meio desta reles choraminguice, lá vem a vexata questio da regionalização. Pois então, o Porto devia ser a capital da região Norte, com o seu governo, o seu parlamento, os seus ministros, a sua coorte de politiquinhos. Tudo de preferência pago, e bem pago, por Lisboa! Assim se faria “justiça”.


Vão bugiar. Verdade é que o Porto merecia melhores porta-vozes.

 

8.1.13

 

António Borges de Carvalho

COERÊNCIAS

 

O dr. Balsemão, quando era primeiro-ministro, tinha um lema interessante e realista: “libertar a sociedade civil”. Era um nobre objectivo. Saíramos de um período em que um Estado todo-poderoso, controleiro, autoritário, condicionador, tinha menosprezado a criatividade social e habituado as pessoas a desistir da sua independência e da sua cidadania. O PREC e os seus exageros, em boa parte vertidos na Constituição, tinha agravado o problema. As nacionalizações , o poder militar oficialmente vigilante, a preponderância do Estado na vida das pessoas, a crença numa espécie infalibilidade social e económica da democracia, tudo levava à continuidade da paralisia social.

Pouco ou nada resultou da formulação de tal e tão justa intenção. Via Estado social, cada vez mais os cidadãos se tornaram subsidiários da coisa pública, como é hoje quase unanimemente reconhecido.  Por outro lado, ainda que tivesse acabado o condicionamento industrial e outros garrotes, manteve-se, e até se agravou, a selva burocrática dos licenciamentos, das regulações e regulamentações, do poderio estatal sobre toda e qualquer iniciativa, por mais simples e inócua que seja.

Seria de esperar que, por uma questão de coerência, o dr. Balsemão saudasse a intenção do governo de privatizar a RTP. Mas, logo que a atitude do Estado tem, virtualmente, o efeito de poder vir a prejudicar os interesses comerciais do dr. Balsemão, ei-lo a mandar a coerência às urtigas e a “demonstrar” que “não há espaço” para mais uma televisão privada em Portugal. Quer dizer, enquanto RTP, pública, concorrendo no mercado com as privadas, parece não causar mossa ao dr. Balsemão, já se for privada é uma chatice!  Ou seja, o “libertador “ da sociedade civil acha muito bem a situação actual, com os cidadãos a pagar com impostos uma estação tão milionária como deficitária, deixando-a simultaneamente concorrer com as outras na publicidade. Mas, se achar que alguém pode vir, em plena liberdade, concorrer com ele, às malvas a libertação!

A título de parêntesis, o IRRITADO faz aqui uma “declaração de interesses”. É que também é contra a privatização da RTP! Mas, como aliás tem repetidas vezes defendido, acha que a RTP devia ser simplesmente extinta, vendido o património, “arrumado” o pessoal e, quando muito, aberta uma nova licença para concurso público de um canal generalista gratuito para o consumidor. Com os canais existentes, o Estado, se quisesse continuar a fornecer certos serviços (“Internacional”, “África”…), contratualizá-los-ia, então, com os canais existentes no mercado. Nem mais um tostão para a chulice RTPista!

Esta era dedicada à “coerência” do dr. Balsemão, não às ideias do IRRITADO. Adiante.

 

Outra importante personalidade da nossa praça merece elogios paralelos: a drª Manuela F. Leite. Nos tempos do dr. Barroso primeiro-ministro, a senhora – ministra das finanças - ficou conhecida por defender o primado do orçamento. Aumentou os impostos, criou o célebre PEC (pagamento especial por conta), etc.. Foi objecto das mais virulentas críticas por parte do PS, as mais duras televisivamente protagonizadas pelo senhor Pinto de Sousa, que a economia é que era importante, que finanças era o menos. Chamavam-lhe velha, bruxa, etc. . Até o PR Sampaio, futuro golpista constitucional, achava que havia “vida para além do défice”.

Ora é esta mesma senhora que, hoje, se atreve a perorar sem vergonha contra os que fazem o mesmo que ela fez, pressionados por realidades bem mais graves que aquelas em que ela se viu metida!

Outro caso de coerência à portuguesa, mais grave que o do dr. Balsemão. Desta feita não há motivações de “mercado”. Só frustrações, invejas, vingança e malquerença.

 

7.1.13

 

António Borges de Carvalho

“SAUDÁVEL” REFERENDO

 

O senhor Silva, médico de profissão e chefe incontestado da classe, viciado politicão esquerdista, primeiro homem em Portugal a confundir uma ordem com um sindicato, desdobra-se em iniciativas políticas da mais primária imaginação, com o denominador comum de ser todas contra o governo, faça este o que fizer.

A última é capaz de pôr às gargalhadas o mais sisudo. O homem propõe que se faça um referendo, a fim de que os cidadãos se pronunciem sobre aquilo a que o governo chama uso adequado dos medicamentos e a que ele chama racionamento. Presume-se que a pergunta seria : acha que os medicamentos devem ser racionados? SIM ou NÃO? Pergunta inteligente, como se vê, já que o NÃO estava garantido à partida, e por larga maioria. Seguir-se-ia, em grau mais elevado, a rebaldaria medicamentosa a que a joint venture médicos/laboratórios nos habituaram durante tantos anos. Ele, Silva, que até se diz admirador do ministro da saúde, acha que a política de poupança nos medicamentos está errada.

O IRRITADO, como em 99% dos casos, não está de acordo com o Silva. Na sua qualidade de consumidor habitual de várias drogas, tem visto a factura da farmácia descer, e descer muito, ao longo dos últimos meses. Se ainda há quem não tenha dado por isso é porque, felizmente, ainda há muita gente com saúde. Por outro lado, quando se fala em certa moderação no receituário de remédios caros para doenças graves é, evidentemente, porque há abusos na matéria, não porque se pretenda aumentar o sofrimento ou diminuir a vida da quem tem a desgraça de precisar deles.

Por isso que as opiniões, receitas e diatribes do Silva, deste feita referendárias, mereçam o destino adequado: o caixote dos disparates e dos adeptos do botabaixo.

 

4.1.13

 

António Borges de Carvalho

ESTROFES DA DESGRAÇA

 

... Quando uma noite, estando descuidados

Na cortadora proa vigiando,

Uma núvem que os ares escurece

Sobre nossas cabeças aparece.

Tão temerosa vinha, e carregada,

Que pôs nos corações um grande medo.

Bramindo, o negro mar de longe brada,

Como se desse em vão nalgum rochedo.


Se me não falha a memória, é assim que o Vate abre o episódio do Adamastor.

Glosando, é esse grande medo que nos avassala ao ver surgir por todos os lados exércitos de gradas figuras da nossa praça precipitando-se com cargas de cavalaria de opinião, confiantes, corajosos, inteligentes, cultos e doutorais, e abatendo-se sobre os descuidados que, na cortadora proa das suas casas, se inquietam sobre o que aí vem, a tal núvem que os ares escurece...

Bramindo, os negros opinadores desdobram-se em cenários de desgraça, crises políticas, pancadaria, loas à sacrossanta (para o PC e o BE), ou santa (para o PS) Constituição - ou ao que resta de tralha programática nela inserida em tempos que, felizmente, já lá vão - que, apesar de paralítica e paralisante, o PS insiste em manter como arma de arremesso político.


A única coisa verdadeiramente importante que o PR disse, mas que é sistematicamente esquecida pelo negro mar dos artistas convidados, foi o apelo à concertação, isto é, à colaboração do PS, com diálogo, propostas e abertura democrática. Uma ilusão. O PS, temeroso do bando de tarados que por lá viceja (o Vitalino e o seu séquito de socratistas, as maluquinhas tipo Isabel Moreira ou Ana Gomes, etc.), completamente incapaz de outra política que não seja a do confronto soez e da partidarite aguda, pior que um peso morto, é a parte que mais escurece a carregada núvem que sobre nós aparece. Do que o PR disse – pouco ou nada disse que não fosse tentar “safar-se”, dando abébias a gregos e troianos –, esse sensato apelo está, desde o primeiro minuto, posto no caixote do lixo pela onda de opinião dos intelectuais pagos para dizer, ad nauseam, mais ou menos o mesmo.


Se quisermos ter esperança, haverá que torcer para que o negro mar desta gente dê em vão nalgum rochedo...

 

4.1.13

 

António Borges de Carvalho  

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