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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

OS NOVOS PINTA PAREDES

 

Nos gloriosos tempos do tenebroso PREC, a bagunça generalizada cobriu a cidade de “murais” com as parangonas do “Grande Educador”, as ameaças da UDP, a loas à Albânia, o camarada Mao, e até umas tímidas borradas do PPD, do PS, etc. A desordem instalada “justificava” a coisa.

Trinta anos depois de muita limpeza, repintura, etc., a câmara de Lisboa, sob a alta direcção do camarada Costa, resolveu dar largas à “arte urbana”, com fornecimento de meios mecânicos, tintas e demais pertences, tudo à conta dos lisboetas. O fenómeno tomou proporções gigantescas. Uns restos de pudor levavam a que a mesma câmara, ainda que fechasse os olhos às actividades dos “artistas”, considerasse oficialmente que actividade não seria seria desejável.

Esta noite, a inteligente rapaziada do “Que se lixe a troica” aproveitou a noite para pintar uma mostrenguice qualquer ali para a zona das Amoreiras. Os jornais, esta manhã, deram justo realce à nobre iniciativa, com laudatórias fotografias e “inocentes” textos. A polícia municipal deve ter assistido com o maior desvelo à manifestação “artística” em curso, constando que o camarada Costa, escondido num carro do lixo, ria a bandeiras despregadas e dizia ao motorista: “tás a ver, ó Gaudêncio, isto é que é arte! O Passos que se lixe, hi hi!”.

Durante quantos anos teremos que ofender os olhos com aquela porcaria é coisa que ninguém se atreverá a prever. A câmara, isso é certo, não mexerá uma palha para limpar o muro.

 

25.2.13

 

António Borges de Carvalho

DE, DA, DÓ

 

Rezam os manuais que o primeiro de todos os intérpretes da lei é o legislador que a produziu. Todos os dias há despachos interpretativos, circulares de esclarecimento, etc. Quando há dúvidas quanto ao sentido de uma norma, compete antes de mais a quem a fez esclarecer o seu sentido.

Anda a Nação em fungas com a história do de e do da. Está toda a gente já consciente que é da, não de, como por gralha ou malandrice foi publicado. Há quem diga que tanto faz haver limite de mandatos de presidentes da câmara ou de câmara. Há quem diga tudo e o seu contrário.

Grande problema nacional!

Perante isto, pensaria o Zé que devia ser o Parlamento a esclarecer a coisa. A lei foi de iniciativa do PS e do seu “governo”, aprovada na assembleia nos termos constitucionais aplicáveis. Pareceria pois que, havendo no parlamento gente normal, esta deveria apressar-se a esclarecer o assunto. Mas o PS recusa-se a colaborar, como se recusa a discutir tudo o que não seja politiquice barata, traquinices de oposição ou bota abaixo pelo bota abaixo. Para coisas sérias, a indisponibilidade do PS é total e permanente.

Para cúmulo, os tribunais já começaram a aceitar acções contra candidaturas, em vez de as recusar por improcedentes, ou por considerar outra a instância competente na matéria. A desgraçada confusão em que esta história vai dar não tem descrição, mas é previsível. Mais um favor que o país fica a dever ao Partido Socialista.


Para o IRRITADO, é rigorosamente indiferente que os presidentes das câmaras tenham ou deixem de ter limites de mandatos, é rigorosamente indiferente que o senhor Menezes se candidate ou deixe de se candidatar no Porto, que o senhor Seara se candidate ou deixe de se candidatar em Lisboa , ou que uns tipos de outros partidos façam ou deixem de fazer o mesmo noutros lados.

Mas já não é nada indiferente que o legislador não queira interpretar a lei que fez, não porque não possa – ou não deva - mas porque um partido parlamentar o impede, por cobardia ou traição ao regime democrático e “transparente” de que diz ser adepto. Acima de tudo, pela mais ordinária das partidarites.

Meteria , se não metesse nojo.

 

25.2.13

 

António Borges de Carvalho

GRÂNDOLA


O conceitos democráticos são as vítimas predilectas de muitos. É ver as “justificações” que por aí andam, as mais rebuscadas e fantasiosas, sobre a história da cantiga que voltou à tona. A total ausência de escrúpulo democrático das televisões, rádios e jornais, transforma três ou quatro díscolos  de punho erguido a cantar a “Grândola” numa “legítima manifestação de descontentamento popular”, e faz a porcaria ribombar dias inteiros, a metendo-a, com loas, na cabeça de cada um. Um bando de uma dúzia de estudantes impede um discurso de um ministro, e logo o “serviço” público lhe dá toneladas de direito de antena. Outro ministro, aliás de grande prestígio, sofre em silêncio a desafinação de uma escumalha qualquer. A orquestra “informativa” entra em funções e repete vezes sem conta,dias sem conta, horas sem conta, páginas sem conta, a cassete dos “espontâneos” fascisto-comunistas.

A plêiade de vozeadores dos partidos comunistas é contemplada com horas de “justificações” e elogios.

Pior, muito pior do que isso, é o silêncio cúmplice do Seguro & Cª (com raras, honrosas mas não institucionais excepções) ou as meias palavras com que não conseguem disfarçar o seu contentamento.

A Primeira República está de volta. Só faltam as bombas.

 

23.2.13

 

António Borges de Carvalho

NAS MALHAS DO PECADO

 

Não sei se o Bispo Azevedo fez ou deixou de fazer o que o Dr. Balsemão achou óptimo para vender revistas. Nem me interessa sabê-lo.

É evidente que a natureza humana se deve vingar daqueles que são obrigados à abstinência sexual. Casos não faltam, a ilustrar esta tão comezinha verdade. O voto de castidade deve ser o mais difícil de todos. Sendo uma jura, porém, faltar-lhe é grave.

Adiante. Importante, neste caso particular, é a demonstração de ódio que a coisa demonstra. Admitamos que o Dom Carlos fez, ou tentou fazer, umas porcarias com um aluno. Vão passados trinta anos. A pergunta que se põe é: como é possível que o actual acusador tenha esperado esse tempo todo para pegar no trombone?

Que dose monumental de ódio recalcado – aliás comum na pederastia, dirá um psicólogo que não tenha medo de ser politicamente incorrecto - é preciso para, passados trinta anos, fazer o que fez o denunciante?

O IRRITADO não é moralista nem percebe grande coisa de pecados. Mas, em face do que julga ser valores cristãos, não é muito mais grave o que faz o acusador do que o que o acusado pode ter feito? É evidente que sim.

Dom Carlos que se desenrasque, se conseguir resistir ao balsemónico sensacionalismo. Nós por cá todos bem, ou todos mal, segundo a perspectiva de cada um.

 

23.2.13

 

António Borges de Carvalho

MASSAS

 

Prenhe de desvelado amor pelo povo, a CGTP, leia-se o PC,  resolveu apanhar, oficialmente, o combóio da “contestação inorgânica”. Como se não estivesse lá metida até ao pescoço desde o primeiro minuto! O camarada Carlos quer tomar conta da coisa, organizá-la, servir-lhe de “vanguarda”. Lenine não faria melhor. O que está em causa é a clássica substituição das maiorias democráticas pelas minorias activistas.

A destruição da democracia “burguesa” é o objectivo. O camarada Carlos, ao serviço do frenético totalitarismo que o inspira, não perde uma oportunidade destas. Se “as massas”  se movimentam, há que controlá-las, enquadrá-las, organizá-las, dominá-las, pô-las no caminho “certo”, que é o do bolchevismo dos “amanhãs que cantam”.

É assim. Sempre foi assim, com os resultados que são conhecidos, mas que os trogloditas admiram e pelos quais anseiam.

 

23.2.13

 

António Borges de Carvalho

NAUFRÁGIOS


Parece que, finalmente, o ministério público vai tratar do assunto do navio “Atlântida” que o senhor César, sob o olhar ternurento do senhor Pinto de Sousa, imperialmente recusou. Os estaleiros de Viana estão à beira do fim por causa destes dois macacões, um das ilhas outro da Venezuala.  Pode ser que o MP também investigue o negócio do senhor César, que alugou barcos aos gregos por verbas astronómicas, já que o navio Atlântida não estava, dizia ele, ao nível dos seus desejos. Uma empresa, ainda por cima pública, é lançada ao lixo por gente desta, e gente desta continua na mó de cima – o César até foi condecorado! – e anda por aí a dar largas às suas ambições

O IRRITADO deseja ao MP as maiores felicidades na investigação anunciada. Como o senhor Pinto Monteiro e a dona Cândida já não estão no poder, pode ser que não haja, desta vez, a cobertura de tão altas instâncias a tão baixa gente.

 

23.2.13

 

António Borges de Carvalho

NOTAS DOMINGUEIRAS


Uns rapazes roubaram um carro. Assaltaram dois bancos lá para a raia e, calmamente, rumaram a terras de Castela. A GNR, devidamente autorizada pelos hermanos, passou a fronteira em perseguição dos fulanos. Houve tiros, mas os meliantes deram à sola e não mais foram vistos; as balas da GNR eram de borracha. Não consta que as dos larápios também fossem. Os GNRs, temendo monumentais chatices, processos disciplinares e judiciais, os jornais à perna, etc., deixaram-nos ir embora, não perturbando o prosseguimento da sua nobre actividade.

Moral da história: fizeram eles muito bem.


*


O Kosovo celebrou mais um aniversário da sua preciosa independência. Os sérvios, depois dos feitos do camarada Milosevic, ficaram com péssima fama. Por isso, o Ocidente, EU+EUA, vá lá saber-se porquê, apoiou a tal independência. Ora se os sérvios são maus, que dizer dos kosovares? Traficantes de drogas, armas e mulheres, reservaram aos sérvios um tratamento verdadeiramente excepcional, tudo indicando que a coisa continua: o bispo dos sérvios do Kosovo é guardado à vista por dezenas de militares armados até aos dentes; as crianças sérvias vão à escola escoltadas por patrulhas da NATO; as mulheres vão às compras cercadas de sargentos e magalas. No meio disto tudo, os antigos senhores da guerra estão no poleiro, tudo levando a crer que continuam as suas beneméritas actividades. E, sabem uma coisa?, a moeda local é... o Euro! Nada mau, não é? Sob o olhar terno da UE e dos EUA, o desemprego é de mais de 40%, a corrupção é o melhor modo de vida do país, ainda por cima em euros, e o que vale é que os cidadãos desta negra opereta não chegam a dois milhões. Senão, já viram o que seria?


*


O ilustre secretário geral do partido socialista que temos foi a Espanha visitar os seus camaradas locais. E, numa demonstração da mais profunda amizade e cortesia, resolveu dirigir-se às sociais massas em castelhano, o que constituiu o melhor espectáculo de cómico degradado de que há memória, pelo menos desde os saudosos tempos em que Mário Soares brindava a Europa com o seu “francês”. Qual gato fedorento, qual Herman José, o Seguro é que é cómico! Não “puesso” mais!

A propósito, conta-se que o camarada Soares, em 1968, quando, diz-se, dava aulas em Nanterre, se dirigiu aos seus revolucionários alunos, e lhes disse: Chers élèves, si vous voulez que je part, je part, si vous voulez que je fique, je fique. Pelos vistos, a coisa deu frutos.


*


O caso das facturas é um bom exemplo do sistema socio-informativo em que vivemos. Durante três dias, pelo menos, andaram os jornais a dizer que as pessoas eram multadas à saída dos cafés por não apresentarem a factura da bica. Veio um tipo do governo dizer que era falso, que a ninguém podia acontecer tal coisa e que não havia lei alguma que desse, para tal, legitimidade fosse a quem fosse. No entanto, pelo menos durante as 72 horas seguintes os telejornais deram realce à matéria, os diários também, e até houve intelectuais a perorar sobre o assunto, isto para além dos tacos-de-pia do BE que tonitruaram aleivosias, como se a coisa fosse, ou tivesse sido verdade.


*


O tribunal condenou uma empresa produtora de lixo editorial a pagar choruda indemnização ao Dr. Santana Lopes, por o ter andado a difamar. Espera-se que o Ministério Público processe o Prof. Cavaco por ter feito o mesmo.


*


O DN, por ocasião da renúncia do Papa, resolveu convidar uma figura da Igreja para uma enormíssima entrevista. Ora há uma data de figuras gradas da Igreja Portuguesa que podiam ser entrevistadas. Por isso, deixa o IRRITADO uma perguntinha: porque será que, entre tantos, foi o DN foi buscar um marmanjo do calibre do Dom Januário?


*


Uma questão científica. Li não sei onde que o pedregulho que caiu na Rússia tinha uma potência superior à da bomba de Hiroxima. Então porque é que a bomba de Hiroxima matou milhões de pessoas e o pedregulho não matou ninguém? O que li pode estar certo, ou é como o caso das facturas? Haja quem explique.


*


Em requebros do mais profundo ódio, a conhecida oposicionista/soarista Clara Ferreira Alves brindou ontem o PM com uma extraordinária diatribe. Porquê? Porque, num texto qualquer, o atacado escreveu que já se tinha sentado em mesas. A verrinosa criatura, sempre a largar postas de pescada “culturais”, acha que a preposição em está mal colocada. Daí, um chorrilho de acusações de iliteracia ao PM, e uma teoria geral das preposições verdadeiramente rocambolesca. Mesmo que se parta do princípio, aliás ou errado ou discutível, que as pessoas não se sentam em mesas, mas sim a mesas –como se não fosse correcto dizer “sentei-me na (em a) sala”, por exemplo – não será demais partir-se daí para um texto tresloucado e mal escrito sobre a personalidade do PM? E se a plumitiva criatura em causa se dedicasse a ler, por exemplo, o jornal onde escreve, e denunciasse, com a mesma virulência, a chusma de erros que lá vêm escarrapachados, preto no branco? E se ouvisse os debates e os telejornais, e fizesse o mesmo? Será que não sabe que chegue, ou inventa arguelhos para pôr nos olhos dos outros em vez de ver as trancas em que vegeta?


*


Mal acabaria se não fizesse eco da mais importante nova do fim de semana: o camarada Seguro foi à terra natal da ínclita figura do doutor Vara, onde, em fausta cerimónia e com inigualável simbolismo, foi agraciado com justa admissão na academia dos suínos.


*


Por hoje é tudo, que esta já vai longa.


17.2.13


António Borges de Carvalho

QUESTIONANDO


Ponhamos uma questão aos nossos doutos magistrados: já viram que, entre políticos, governantes, PR e PM incluídos, em toda e qualquer sondagem são vossas execelências quem os portugueses mais abominam?

Outra questão: se já viram, já pensaram nisso’

Outra ainda: se já pensaram nisso, já pensaram que a culpa, se calhar, também é vossa? Já pensaram que não há quem veja que vossas excelências se colocaram na mesma posição que os maquinistas da CP, os motoristas da Carris, os estivadores, etc? Já pensaram que não há quem pense que vossas excelências deviam tratar do vosso munus mais do que tratam das vossas reivindicações?

Dados os resultados que por não há quem não veja, é de pensar que nunca pensaram em nada disto. É de pensar que, simplesmente, não pensam na vossa própria dignidade, muito menos na daqueles a quem julgam.

Isto é triste, é mau, muito mau. Porque as pessoas perdem a consideração por quem a deveria merecer, olham-vos como inúteis e prejudiciais, acham que a vossa acção é um entrave ao normal fluir das questões sociais, uma ajuda à impunidade, uma fonte de descrença e de paralisia. Perdem o respeito devido à vossa função, tendo sido vós os primeiros a perdê-lo.

Vejam-se ao espelho, gaita!

Olhem os jornais de hoje, neste campo iguais aos de quase todos os dias. Três anos passaram desde a bronca do BPP. Três anos levaram os magistrados a formular acusações. Três anos em que os prejudicados prejudicados ficaram, três anos em que toda a gente sabia que havia moscambilha na coisa, toda a gente menos vossas excelências. Mais os anos sem fim que vai levar a julgá-los. Olhem o caso BPN. Quanta água já passou por baixo das pontes sem que julgamento algum tenha sido feito? Tudo cai de podre, o nosso dinheiro incluído, e não há quem julgue? E o acusado é só um?

Que diabo, trabalhem!

Olhem um tal Macário, que foi condenado - muitos anos depois daquilo por que o condenaram - mas parece que não há quem seja capaz de o fazer cumprir a sentença. Culpado ou inocente, está-se borrifando em vossas excelências, e vossas excelências ficam-se, na calma, como se nada fosse. Têm poder para mandar prender as pessoas, mas não têm para tirar o tal Macário do cadeirão da câmara. Será verdade? Talvez, mas era a problemas como este, que mina a vossa autoridade e a do Estado com ela, que se deviam dedicar, em vez de andar, como qualquer estivador, a fazer farras sindicais.   Tomem consciência, raio!

 

12.2.13

 

António Borges de Carvalho   

AGITAÇÕES

 

As massas agitam-se! O marxismo-leninismo está de boa saúde!

A primeira agitação, perversa coisa, foi por paralisia. Em manifestação de atávica coerência e trogloditismo rasca, os 2,001 partidos comunistas que vicejam no nosso parlamento abstiveram-se no voto de pesar pela morte de Jaime Neves.

O nosso problema é que os partidos democráticos tenham aprovado o voto de pesar pela morte de Álvaro Cunhal. O nosso problema é que os partidos democráticos não se assumam como os comunistas o fazem. Estes não aprovam o voto que se refere a um construtor da democracia. Aqueles aprovam o voto sobre um  dos seus maiores inimigos, um bandido político-intelectual, um tirano furioso que fez tudo o que estava ao seu alcance para que ela jamais viesse a existir, que foi toda a vida apoiado e pago pela mais longa ditadura da história – tão ou mais sanguinária que o nazismo -, que fez tudo para impedir o fim da ditadura a que chamava fascista, que traiu tudo e todos os que a ela se opusessem em nome da liberdade.

O flopista Costa (grande “democrata”!) agita-se. Na senda do seu ilustre camarada Sampaio, informou que está “aberto ao PC e ao BE”. Basta que lhe “batam à porta”! É entrar vilanagem!

Os rapazes a as meninas do BE, agitados pelo semi-defunto Louçã e pelo novo quão sinistro casalinho, querem acabar com as “tendências”. O vampiresco Fazenda agita-se contra eles. O marxismo-leninismo-maoismo é sagrado! A ditadura do proletariado é sagrada! A revolução é sagrada! Nem pensar em burguesismos. Sempre estivemos e continuaremos a estar à esquerda do PC.

O PC agita-se. É preciso acabar com este governo como foi preciso acabar com os anteriores e será preciso acabar com os seguintes.

O camarada Seguro agita-se. Para já, está por cima. Mas por pouco tempo. Tem que se agitar ainda mais. Quer acabar com o governo e com a maioria. O PS está preparado para eleições e ele preparado para PM! Na sombra das alfurjas, o inimigo interno também se agita. Quer que o PM seja eleito pelos militantes do PS, não pelo povo, o qual, como dizia Salazar, não está preparado para tal coisa. Quem sabe é o Costa, o Silva Pereira e o Santos Silva! Em Espanha, o colega do Seguro quer que o PM vá à vida. Mas é diferente dele: acha que a maioria deve indicar outro PM. A coisa fia muito mais fino que por cá, como sempre tem fiado.

Tudo isto são tristes sinais do atraso intelectual em que vegetamos e do primitivismo político dos líderes comunistas e socialistas. São contra, e pronto. E se os comunistas, à evidência, sabem o que querem – a sua ditadura – os socialistas não fazem de tal coisa a mais pequena ideia. Querem o poder, mas jamais saberão o que fazer com ele. À excepção, claro, de nele se sentarem.

 

12.2.13

 

António Borges de Carvalho

TRAFULHICES

 

Anda o “povo”, quer dizer, os jornais e as televisões, aflitíssimos com a história de mais mil milhões gastos para amenizar o buraco do BPN.  Os filósofos do comentário adiantam teorias várias. Os pivôs e as pivoas estremecem em estertores de escandalizada indignação, apostados em excitar as massas. A oposição aproveita. O governo, com calculada cautela, terá tentado fazer passar a coisa, mas não evitou o alarido. Aliás, vivemos no meio de alaridos vários, coisa a que parece estar reduzida a nossa vida política.

As pessoas não percebem. Por que carga de água é que temos que andar a pagar as trafulhices de uns trafulhas? Que temos nós com isso? Quando é que se acaba com esta história? Quantos milhões mais?

Carradas de razão. Nada devíamos pagar. Então, porque pagamos e pagaremos? A resposta é simples, mas ninguém a avança. É que, meus amigos, as dívidas são do Estado. Se o Estado as não paga, entra em incumprimento. Se entra em incumprimento, entra em bancarrota.

E porque é que o Estado deve os dinheiros que foram malbaratados por uns bandidos? Não são estes os devedores? Não são, não senhor. O Estado – o governo socialista - nacionalizou o BPN, isto é, nacionalizou as dívidas, os buracos e as trafulhices do BPN.  Ou governo socialista atirou com essa cangalhada toda para as nossas costas. Os fulanos que lá puzeram a massa à espera de juros tipo dona Branca ficam com o que é deles e é a malta que paga.

Percebem agora? Simples, não é? Com a desculpa de um risco “sistémico”, o governo socialista nacionalizou. Não havia risco sistémico de espécie nenhuma, como veio a ficar provado. O governo socialista enganou-se, ou limitou-se a dar largas à sua cartilha ideológica, como se a cartilha ideológica dos socialismos alguma vez tivesse resolvido algum problema, ou o tivesse resolvido sem recorrer às mais violentas ditaduras. Um governo liberal teria deixado cair o BPN e os que por lá, justa ou oportunisticamente, vicejavam. Os credores, esses, partilhariam os despojos, como em qualquer falência.

É estranho que a nacional-inteligência e os órgão de “comunicação social” já se tenham esquecido, ou nunca se tenham lembrado desta coisa tão simples: tão criminoso como os criminosos que criaram os buracos, ou mais do que eles, são os que atiraram com as consequências financeiras de tais crimes para as costas de uma Nação inteira. A estes ninguém julga nem mete na prisão, onde fariam boa e justa companhia aos trafulhas. Ou passeiam por Paris, ou ensinam nas faculdades, ou andam para aí nos alaridos, a pensar no dia em que terão poder para fazer mais das suas.

 

8.2.13

 

António Borges de Carvalho 

OS DESAVERGONHADOS

 

A vergonha é uma virtude em vias de extinção.

Senão, vejamos:

Em solene sede, o inacreditável bastonário diz que antes ser cabrão que mau advogado. As mais altas figuras do Estado não reagem.

O comuna dos bigodes – uma das mais sinistras figuras da nossa cena política, ainda que armado em sindicalista - diz que os membros do governo são bandidos, vigaristas, trafullhas, aldrabões e canalhas. Ninguém se sentiu ofendido, talvez porque o que esta besta diz não ofenda ninguém. No tempo do Pinto de Sousa quem dissesse mal dele ia para o desemprego.

O camarada Costa trai os traidores, deixa-os a falar sozinhos e trata de si, aldrabando a malta adepta da ressurreição do Pinto de Sousa, ou dos seus métodos. Como diz o povo, ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão. Espera-se que traidor que trai traidores nem um segundo de perdão mereça. Mas a falta de vergonha ainda é capaz de o safar.

O camarada Soares, certamente há muito perturbado com as suas cerebrais maleitas, chefia um grupo de desavergonhados, tudo gradas figuras do socialismo, arrasta um rebanho de internautas e põe o parlamento a discutir as nobres intenções de sua excelência no que respeita à criação de uma crise política. Coisa de tarados.

A dona Assunção, que tem o desplante e a não vergonha de não dar posse a uma comissão maioritariamente decidida, aceita o paleio dos desavergonhados!


Se a falta de vergonha fosse água, morríamos afogados.

 

1.2.13

 

António Borges de Carvalho

EUCALIPTAIS

 

Desde tenra idade, foi o autor do IRRITADO convencido, por pessoas mais velhas em que acreditava, da monumental desgraça ecológica e económica que a disseminação do eucalipto representava.

Árvore que não inspira poetas nem postais ilustrados, o pobre eucalipto era acusado dos mais nefandos crimes. À sua volta nada nascia. As avezinhas não frequentam eucaliptais. Sugando água e nutrientes em demasia, o eucalipto dá cabo dos solos, que ficam irremediavelmente estéreis. Uma desgraça completa.

Sendo o eucalipto usado para a pasta de papel, as celuloses entravam na lista dos malefícios. Poluentes, mal cheirosas, as fábricas deviam fechar. Além disso, estavam inseridas num processo multinacional destinado por capitalistas e monopolistas a sugar as gentes. Só horrores.

Nisto tudo, só era verdade o mau cheiro e a poluição. Nos idos de 80, apareceu quem trabalhasse para a limpeza das celuloses. Novos filtros foram inventados e, ainda que enfrentando resistências da indústria, acabaram por fazer o seu caminho. Hoje, se tais males ainda algures subsistirem será mais por falta de vigilância que por escassez de meios para os combater. Posto isto, num país que parece não ter outra saída senão a produção dos tão proclamados bens transaccionáveis, não faz qualquer sentido que seja quem for continue a lutar contra o “flagelo”.

O IRRITADO conhece vários agrifcultores que tiveram eucaliptais e que, por diversas razões, deixaram de os ter. Unanimemente, garantem que a terra não perdeu nada do seu potencial anterior. O propagandeado desastre ecológico que o eucalipto causava era simplemente mentira. O país perdeu anos e milhões de toneladas de pasta de papel exportável por causa dos ferozes “eco-cientistas” políticos. Parece que estes estão agora mais calados, mas nunca deram o braço a torcer.


Vem isto a propósito de uma notícia dos jornais que diz que o eucalipto, nas nossas florestas, já ultrapassou o pinheiro. Ainda bem. A fúria e a influência dos ecologistas políticos tem causado ao país enormes prejuízos. Parece que, desta vez, não ganharam.

 

1.2.13

 

António Borges de Carvalho       

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