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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

UM NOJO


O direito à greve implica o seu contrário. A decisão de fazer greve pode ser tomada por um colectivo, mas fazê-la ou não a fazer é um direiro individual, como individual é o direito de pertencer ou não ao tal colectivo. Se toda a gente tem direito à greve, toda a gente tem direito à não greve.

O costume consagrou a existência dos chamados piquetes, grupos organizados de grevistas que, soit disant, se destinam a, pacífica e democraticamente, tentar convencer os não grevistas a passar para o seu lado.

O problema está em que os grevistas se acham mais que os outros. Pensem, por exemplo, o que seria se os não grevistas fizessem piquetes para convencer os outros a mudar de opinião! Cairia o Carmo e a Trindade!

O problema está em que os piquetes não têm nada a ver com conversas. Estão ali para impedir os outros de trabalhar, não para lhe comunicar as suas razões.


O caso dos CTT é paradigmático. Os piquetes impediam os camiões de sair. A polícia, e muito bem, protegeu os direitos dos que queriam trabalhar. Os camiões sairam. Mas os que acham que o seu direito a fazer greve submerge os dos demais – que não têm o direito de agir ao contrário – queriam obrigá-los a proceder contra as suas decisões.

Estamos pois perante um inqualificável e violento abuso de direito e uma não menos violenta opressão sobre os direitos dos outros.

Ao mais “alto” nível, a CGTP, o PC e o BE apresentaram-se ao serviço. Os senhores deputados do PC e do BE, que dizem ter o direito de livre trânsito, misturaram-se com os piquetes para ser empurrados, como eles, pela polícia. O Carlos fez o mesmo. Quer dizer, em vez de explicarem aos seus camaradas grevistas que não tinham o direito de impedir os que queriam trabalhar de o fazer, fizeram os possíveis para exaltar mais os ânimos. Os três díscolos conquistaram horas de antena, como de costume.

E, ainda por cima, foram hoje para a AR vituperar a polícia – tudo tendo feito para a indisciplinar – e aproveitar para zurzir no governo, por ter feito cumprir a lei e defendido os direitos dos cidadãos, postos em causa pelos piquetes e seus acompanhantes politicos.


Um nojo.

 

 29.11.13

 

António Borges de Cravalho

EANES, O MAGNÍFICO

 

A homenagem ao General Eanes merece uma pequena reflexão.

O IRRITADO, não tendo nada de espacial contra esta personalidade, na qual jamais votou ou votaria, fugiria à sua natureza se não deitasse um pouco de água fria na fervura eanófila que por aí anda.

Não há dúvida que, no 25N, foi Eanes quem deu as ordens necessárias a pôr em marcha a derrota militar das mentalmente corruptas ou ignorantes gentes do MFA, que vinham funcionando como guarda pretoriana do PC. Mas também foi ele quem coonestou a “salvação” do PC e a sua integração sem condições no concerto dos partidos democráticos, coisa que o PC nunca foi. Tal integração foi um desmedido exagero. Não se trataria de ilegalizar a sinistra organização, mas de denunciar claramente o papel que tinha desempenhado, antes e depois do 25A, para evitar a todo o custo que se institucionalizasse uma democracia liberal, intenção aliás confessada por Álvaro Cunhal quando garantiu que jamais tal coisa aconteceria em Portugal, com certeza porque ele não o consentiria... Tratava-se de pôr o PC no seu lugar. Fez-se o contrário, com o apoio de Eanes.


Na sua primeira candidatura, Eanes foi o candidato da direita, pelo menos no sentido de não ter sido apoiada por nenhuma das variegadas esquerdas que por aí vicejavam, sem contar com o PS, que se dividiu. Tratou tão bem os que o tinham eleito que, à segunda candidatura, o PM Soares, zangado, se lhe opôs. Dando sinais claros da sua estrutura ideológica(?), Eanes foi, desta feita, o candidato da esquerda! Opôs-se ferozmente à revisão constitucional de 1982, que desmilitarizou o regime.


No fim do mandato, aborrecido com os partidos que a democracia tinha gerado, resolveu aproveitar a embalagem que trazia de Belém e os justos louros adquiridos no 25N para fabricar um novo partido. O IRRITADO lembra-se que, nessa época, escreveu uma local em que referia que o PR tinha usado um helicóptero da Força Aérea para ir a uma reunião com os demais fundadores do tal partido. O jornal foi processado mas, obviamente, absolvido. Um fait divers sem importância, mas com algum significado.

Foi o tal partido que deitou ao chão primeiro governo de Cavaco Silva, abrindo a este as portas para duas maiorias absolutas! Como é lógico o partido eanista teve um fim triste, morreu sozinho, sem que ninguém o tivesse empurrado para o abismo do esquecimento. Não era bem um partido, era uma coisa um pouco à imagem do chefe: sem ideologia, apregoando ética, honestidade, etc.. É claro que se consumiu em questiúnculas internas, em malandrices pessoais, num ridículo sem nome... nem “ética” nem nada.

Para além disto, o segundo mandato saldou-se por uma série de intervenções, mais ou menos bem intencionadas, mas que outro significado não tinham que o de contínuas “lições de moral” a estes e àqueles.


Depois, bem acomodado no seu lugar de ex-presidente, bem reformado aos 50 anos, Eanes dedicou-se à vida privada, e fez muito bem. Assim fizessem Sampaio e Soares! Recusou o marechalato, recusou um dinheirão de retroactivos do Estado, levou uma vida sem mácula, pelo menos que se saiba. É hoje um pai feliz e um avô babado. Está no seu direito.


Tudo isto para dizer que, se Eanes merece toda a consideração pessoal, como político, para além de um momentâneo e bem sucedido papel determinante, não é líquido que mereça as ternas homenagens de que é alvo.

Que continue a ser feliz, é o que o IRRITADO lhe deseja. Mas que não ligue aos que o incensam, porque o que fazem é servir-se dele.

 

28.11.13

 

António Borges de Carvalho

BEM PREGA FREI TOMÁS...

 

O camarada Costa anunciou um aumento de taxas, impostos, contribuições, multas, coimas, licenças, etc., na cidade de Lisboa.

Talvez não possa deixar de ser assim, ainda que não se saiba para quê.

De sublinhar é que os mesmos (Costas, Rosetas & Cª) que uivam contra os aumentos e cortes do governo, sejam tão lestos em provocar eles próprios a “diminuição do poder de compra”, em “dificultar o acesso aos serviços”, em “provocar o endividamento das pessoas, das famílias e das empresas” e em colaborar no “pacto de agressão”.

As patacoadas populistas, vagas e estúpidas que fazem as delícias desta malta, afinal não se aplicam aos próprios.

 

28.11.13

 

António Borges de Carvalho

À ESPERA DE GODOT

 

Rezam as crónicas que, em 2002, Portugal acabou de pagar as dívidas deixadas pela política de fomento de infraestruturas de Fontes Pereira de Mello, contraídas em meados do séc. XIX.

Igualmente está na História que as dívidas de guerra da Alemanha foram pagas tendo em conta a evolução do PIB alemão no pós-guerra.

Ao tempo destes endividamentos não havia “solidariedade europeia” nem união monetária nem BCE, nem nenhum desses brilhante sentimentos ou instituições.

Após o fim dos impérios, os países inviáveis de África (São Tomé e a Guiné Bissau, por exemplo) passaram a ser apoiados pelo Banco Mundial, pelo Banco Africano de Desenvolvimento, pela UE, e por mais não sei quantas caritativas instituições. Núvens de funcionários principescamente pagos passaram a frequentar os países ajudados, acrescentando verbas astronómicas à respectiva dívida. Com mais ou menos tempo decorrido, chegavam à conclusão que jamais tais dívidas seriam pagas. Juntavam-se então os “doadores” e, com mais ou menos moras, com mais ou menos reuniões, as dívidas acabavam, e acabam, por ir para o caixote do lixo.

Agora fia mais fino. Os países europeus em dificuldades são “ajudados” mediante créditos de curto ou médio prazo a juros que toda a gente sabe não poderão ser pagos, pelo menos nas condições que os ”ajudantes” impõem. E, até ver, não há volta a dar. Mesmo com “união”, “solidariedade” e outras “verdades” oficiais.

A culpa é da Alemanha? Com certeza. Mas não o é menos dos que, no fundo ou à superfície, seguem, com pouco inteligente interesse próprio e cinismo q.b., as mesmas regras. Convenhamos que, no estado actual das relações políticas e financeiras, com a Europa a perder terreno todos os dias, com a globalização a beneficiar os que se dizia virem a ser prejudicados com ela, os caminhos são mais estreitos do que já foram.

Mas, que diabo, haveria que pensar nas lições do passado, sobretudo por parte de quem foi objecto de medidas excepcionalmente protectoras.

Para já, o que podemos fazer é amochar e ir pagando. O resto são fantasias ou loucuras como as do Soares, seus adeptos, e outros pataratas de serviço.

Resta esperar que alguma nova liderança continental venha a  pensar e a impor algo que mobilize a opinião para problemas que não têm soluções nacionais.

 

28.11.13

 

António Borges de Carvalho

DOS CRITÉRIOS DO NACIONAL-JORNALISMO

 

Dados os monumentais falhanços que caracterizaram as últimas manifetações “de massas”, o camarada Carlos voltou à táctica de “secções”: uma vai para o ministério A, outra para o B, uma terceira para o C, e assim por diante. Fácil, barato, e dá muito tempo de antena, com histórias várias para inglês ver e “profissionais” solícitos a dar-lhes cavalaria.

Parece que , esta noite, uma secção foi escalada para a casa particular do Primeiro Ministro. Porca originalidade. Intromissão rasca na vida privada do homem. Mas a malta da “informação”, devidamente instruída quanto às movimentações que o comité central lhes anuncia, lá estava, solícita, veneradora e obrigada por lhe darem mais umas dicas para encher o tempo dos telejornais e as páginas da imprensa.

É o ovo de Colombo. Menos investimento, o mesmo barulho público, ou mais, e mais repetido. Bastam vinte ou trinta mânfios, bem treinados e pagos, para criar um “acontecimento” digno das maiores honras “informativas”.  

O que espanta não é que o Carlos tenha estas luminosas ideias ou que disponha, para elas, de bem arregimentados executores. Espanta, sim, que os “critérios” do nacional-jornalismo estejam ao seu serviço.

E espanta ainda mais que haja membros do governo que se proponham “conversar” com os tipos do regimento. Tipos que não querem conversa de nenhuma espécie, só tempo de antena e páginas de jornal para repetir a cassete.

 

27.11.13

 

António Borges de Carvalho

UMA GOZAÇÃO


Com as desculpas do IRRITADO pelo brasileirismo do título, vem ele, desta vez, dar conta  das  reconfortantes gargalhadas com que soube do feito de um hacker que entrou pelo computador da dona Ana Gomes dentro e se apoderou de dezenas de milhar de emails da distinta trouble maker do PS em serviço no Parlamento Europeu. Hi, hi, hi, ha, ha, ha, ho, ho ho.

E não foi só correspondência: o macacão levou também documentos confidenciais, cadernos de endereços, agendas, etc. Hi, hi, hi, ha, ha, ha, ho, ho ho.

Sendo conhecidos os instintos policiais e agressivos desta senhora, imaginando-se o que poderá fazer parte dos “documentos confidenciais” rigidamente arquivados nas cavernas informáticas violadas, estando a par do apoio incondicional dado por ela a tudo o que é hacker – desde que ataque quem ela gosta de ver atacado – género Snowden ou o outro gatuno da uiquiliques, meus caros amigos... Hi, hi, hi, ha, ha, ha, ho, ho ho.

Já não é a primeira vez que a criatura se queixa de lhe irem aos arquivos.

O menos que se pode dizer é que com quem ferro mata com ferro morre. Hi, hi, hi, ha, ha, ha, ho, ho ho.

 

26.11.13

 

António Borges de Carvalho

ESPANTOSO!


Então não é que o governo impõe que, a partir de 1 de Dezembro, quem quiser alugar ou vender uma casa será obrigado, sob pena de pesadíssimas multas, a referir nos anúncios a “classificação energética” do local?

É verdade sim senhor. Em que consiste tal classificação? Em contratar uma empresa “especializada” que, por umas centenas de euros (se for um andarzinho ou uma lojeca), manda lá ao sítio um “engenheiro” para “avaliar”. O parasita entra, olha, dá uma voltinha e, cinco minutos depois, passa um papel, recebe a massa, e dá à sola. O interessado em vender ou alugar fica, meio parvo, de boca aberta e sem as tais centenas de euros. Na óbvia certeza que nenhum comprador ou proponente inquilino quererá saber do assunto.

Parece uma norma soviética, daquelas que se dirigiam ao pleno emprego. Pôr as pessoas a fazer inutilidades bem pagas é lindo!

Para as câmaras municipais então, é lindíssimo, já que se trata de mais uma forma de perseguir o cidadão com multas, papéis, fiscais e outras alarvidades, tão burocráticas como inúteis e rendosas. É do que a casa gasta, não é?

 

25.11.13

 

António Borges de Carvalho

DOS PRINCÍPIOS E DA FALTA DELES

 

Estou aqui a olhar para a Constituição, à procura dos “princípios” que têm inspirado o Tribunal Constittucional nas suas doutas decisões políticas.

Uma maçada. Onde estará escondido aquele elenco de “princípios” tão inultrapassáveis e tão carregados de normatividade que servem para dar cabo de qualquer lei, desde que ela venha da maioria? 

Os mui doutos professores Vital e Canotilho (ambos de esquerda) acham que, nesta matéria, a Constituição não prima pela “transparência” e sofre de “falta de coerência sistemática”, o que “não facilita a interpretação das normas constitucionais e a sistematização normativa dos próprios ‘princípios fundamentais’”.

Passada a fase  em que os princípios fundamentais não vêm conhecidos por tal nome, aí vem outra, desta feita intitulada “princípios fundamentais”. Ou seja, há princípios fundamentais chamados “princípios gerais” e princípios fundamentais chamados princípios fundamentais. Estão a perceber?

A coisa não acaba aqui. Segundo os doutos académicos, temos ainda os “princípios fundamentais dispersos”, disposições que andam por aqui e por ali, que não se chamam princípios fundamentais, mas que podem princípios fundamentais segundo a inspiração de cada um. Estão a perceber?

Vistas as coisa de outra maneira, os tais princípios (os de que o TC tanto gosta) vão aparecendo referidos a casos específicos e em parte alguma tipificados como “fundamentais”. Interessante é verificar que os princípios gerais, certamente fundamentais ou como tal referidos, carecem, como é natural, de normatividade, exactamente porque são gerais.

Os outros (os de que o TC tanto gosta) e que estão “insitos” ou “implícitos”, não são gerais nem fundamentais segundo a linguagem constitucional. Por exemplo, o tão reclamado “pricípio da proporcionalidade” aparece referido a propósito do estado de emergência ou do estado de sítio, e não como princípio geral. Perguntar-se-á se se aplica só naquelas circunstâncias ou se pode aplicar-se em todas, caso este em que será de perguntar porque não aparece nos princípios gerais”.

Também o chamado princípio da universalidade (ultra respeitado pelo governo), esse sim em “princípios gerais”, mais não diz que “todos têm os direito e deveres (quais deveres?) consignados na Constituição”. Por conseguinte, diz tudo e não diz nada, até porque se trata de uma evidente redundância, coisa constitucionalmente abundante. E o da igualdade reza que todos somos iguais perante a lei e que não podemos ser descriminados por uma série de razões (religião, cor, sexo, etc.), coisa que pode ter ou não a ver com as decisões do TC, consoante a disposição “anímica”- como se diz em futebolês -  de todos e cada um dos senhores juízes.

Atento o confusionismo constitucional, venha o mais pintado e diga que o TC faz a única interpretação e aplicação possível dos ditames da Constituição. Esta pode servir para tudo e para nada, sendo o único critério válido o que se baseia em posições ou ideologias políticas. No nosso caso, o TC, poderia, com a maior das facilidades e sem qualquer ofensa à Constituição, aprovar ou chumbar qualquer das decisões do governo que lhe têm sido submetidas. Ao decidir como tem decidido, o TC não faz justiça constitucional, tão só faz oposição política a um governo legítimo. Será que a democracia baseada em eleições livres não é um princípio fundamental? Por acaso até é, mas parece não ser como tal reconhecido.

Pode o TC usar os princípios gerais ou fundamentais que quiser, pode pôr uns acima ou abaixo dos outros, até pode inventar os princípios que entender para se justificar. O que não pode é vir dizer que julgou com objectividade, que teve consideração pela legitimidade política ou pela situação objectiva.

O que não devia poder dizer, por uma questão de princípio, é que não esteve a fazer, exclusivamente, política, coisa que lhe não cabe nem é legítima.

 

 25.11.13

 

António Borges de Carvalho

DO HORROR TABAGISTA

 

Por estranha decisão editorial, a manchete do “Expresso” parangonava que os pais fumadores vão passar a ter cadastro.

A linha de baixo desmentia a manchete, mas isso é coisa que já não causa nenhuma espécie de espanto. Afinal, parece que alguém, da área do governo, fez tal e tão absurda proposta, que não há quem saiba se vai para afrente ou não e que o governo até já disse que não. Desconhece-se em que “princípio constitucional” se fundava a proposta. Na certeza porém que, em caso de necessidade, o inigualável TC  inventaria um qualquer para o efeito.

Fica-se siderado com a repetida convicção de que há, no governo ou na administração pública, gente que parece não ter nada que fazer, dedicando-se a disparates para justificar o ordenado – o IRRITADO tem denunciado vários. Sempre foi assim na função pública. O IRRITADO, em boa verdade, não tem nada que se espantar.

Os “estudos” vêm esclarecer um pouco as razões da preocupação oficial nesta matéria. É que, por cá, há cada vez mais cancros no pulmão. O número de mortes causadas pela doença vem subindo de 2008 (3.150) a 2012 (3.640). Preocupante.

Ainda mais preocupante é que, dizem os “estudos”, a venda de tabaco desce mais ou menos na mesma proporção: em 2011 venderam-se 10 mil milhões de cigarros, em 2012 8,5 e, em 2013 as vendas continuam a descer. Já no tabaco de onça, temos 830 toneladas vendidas em 2011, 440 em 2012 e, em 2013, a coisa vai em 224. Os estudiosos verificaram também que em Portugal os homens fumam o mesmo que na UE27, as mulheres menos 42%. Em Portugal fuma-se o mesmo que na UE27 até aos 40 anos e muito menos a partir daí.

Vistas as coisas a partir destas informações, pode concluir-se:

a) Que o número de cancros no pulmão é inversamente proporcional ao consumo de tabaco. Quanto mais se fuma menos cancros há – havia;

b) Que as propagandas oficiais têm tido efeitos notáveis na sociedade portuguesa, mas que os resultados ao nível da saúde são negativos.

As conclusões do IRRITADO serão falsas, abusivas, o que quiserem. Que sirvam, pelo menos, para que se não perca mais tempo nem mais dinheiro em políticas tão idiotas como o cadastro dos pais fumadores e outras do género.

E como os impostos sobre o tabaco dão lucro em relação ao que, alegadamente, se gasta no SNS por causas “cientificamente” atribuíveis ao dito, deixem as pessoas fumar uns cigarritos enquanto ainda vão tendo dinheiro para os comprar.

 

25.11.13

 

António Borges de Carvalho

DA MORAL SINDICAL


Não se sabe em nome de que “princípio constitucional” há forças militares que se agrupam em sindicatos. No caso da GNR a organização intitula-se Associação Socio-profissional Independente da GNR (ASPIG). Demos isso de barato, ainda que saia caro.

A testemunhar a alta moralidade da organização, a ASPIG, perante a morte em serviço de um dos seus, faz uma choradeira vitimizadora, como se o risco de vida não fizesse parte do escopo de qualquer militar. E, apanhando a boleia do camarada morto no Pinhal Novo, tem a indecência de vir, “patrioticamente” reclamar que faltam à GNR 5.000 efectivos!

Se faltam ou não, não é do domínio público. O que é do domínio público é que não foi por haver guardas a mais ou a menos que o assassinado assassinado foi. “Quando há alteração à ordem pública, não têm (os guardas) apoio, porque há falta de efectivos”. Ora não restam dúvidas que, neste caso de “alteração da ordem pública” tenha sido por falta de efectivos que as coisas se passaram como passaram. Mas o senhor José Alho, líder sindical da GNR, acha que o seu camarada morreu por falta de efectivos! Brada aos céus, este oportunismo bacoco, arrotado sobre os restos mortais ainda quentes do sacrificado guarda.

O IRRITADO lamenta profundamente o sucedido, na medida em que implicou um sacrifício humano. Daí até pôr as culpas à falta de efectivos...

... a não ser que o senhor Alho ache que, na alhada em causa, era necessário que o restaurante fosse invadido pelos 25.000 homens que, à custa do defunto, considera indispensáveis.

 

24.11.13

 

António Borges de Carvalho

OPINIÃO INSUSPEITA


O IRRITADO, como sabe quem o lê, não faz parte da corte de admiradores dos socialistas em geral e do Costa em particular. Bem pelo contrário.

Razão pela qual o parágrafo anterior é uma declaração de interesses, mas de pernas para o ar.

Viva o Costa!

Porquê? Porque, finalmente, parece que vai seguir os sensatos conselhos do IRRITADO e começar a tornar os passeios de Lisboa em locais próprios para peões, não para bestas, como é tradicionalmente o caso: uma luta que o IRRITADO vem travando pelo menos há 12 anos. Entretanto, nos passeios de Lisboa, torceram-se milhares de pés, partiram-se centenas de pernas, estatelaram-se incontáveis criancinhas, senhoras, cavalheiros e periclitantes “idosos”, atiraram-se milhares de pedras, partiram-se cabeças, inundaram-se caves, apodreceram fundações e paredes, etc.

Viva o Costa!

O homem declarou ter tomado a decisão de asfaltar os passeios e de dedicar os esforços da Câmara à eliminação da chamada calçada portuguesa nos sítios onde não há condições para a manter, ao mesmo tempo que se propõe preservá-la onde ela é emblemática e pode ser bem cuidada. Muito bem.

É pena que tenha começado por aboli-la, ou não a construir, por exemplo no Terreiro do Paço, onde teria toda a justificação. Tanto tempo já passado, que se lixe, não é?

Espera-se que os adeptos da permeabilidade dos passeios se deixem ficar quietos e acabem com as suas pouco inteligentes reclamações. Igualmente se espera que a classe mais beneficiada com os actuais passeios – os ortopedistas – não faça alguma manifestação de desagrado e que o Mário Soares não desate aos gritos que se trata de mais um ataque à democracia e ao Estado social, razão de sobra para a demissão do Presidente da República.

É claro que estes elogios do IRRITADO são capazes de bater na rocha, isto é, que a anunciada “revolução” não leve dez ou vinte anos a realizar, como aconteceu e continua a acontecer ao jardim do Campo Grande e a tantas outras declaradas “intenções” (não eram promessas, pois não?) que acabaram por ficar no tinteiro.

A simples declaração do chefe da maior burocracia do país – a CML – suscita em si uma razão de esperança. Esperemos o que se vai seguir, na presunção optimista de que ainda não estaremos todos mortos quando as obras começarem.

 

24.11.13

 

António Borges de Carvalho

O DIA DOS COSTAS


O Costa mais novo, aquele do “Expresso”, fez uma conta que o IRRITADO há muito desejaria ter feito e, por pura preguiça, não fez.

É ela demonstrativa das razões que assistem à esquerda em geral e ao Soares em particular, quando afirmam que o PR é uma marionete nas mãos do governo, que protege o seu partido em vez de se dedicar ao respeito da Constituição (na interpretação anti patriótica que lhe tem sido dada pelo TC, é claro) e que, por cristalina consequência, devia demitir-se.

Tal conta é estatisticamente demonstrativa da forma partidária e ilegítima como o PR, na boca do batalhão soaristo-socrapífio, tem desempenhado o seu cargo.

Assim:

O Doutor Cavaco,até hoje, já vetou politicamente 18 leis da AR e 3 do governo. E mais 12 por inconstitucionalidade. Fez 16 pedidos de fiscalização preventiva ao TC. E 4 de fiscalização sucessiva.

O IRRITADO agradece as contas ao Costa mais novo, contas que vêm fundamentar a opinião do IRRITADO acerca da forma como Cavaco Silva encara o seu papel. O estranho estatuto do PR leva, historicamente, a levá-lo a afirmar-se como político, coisa para a qual não tem competência, aliás como diz a vaca sagrada que se chama Constituição.por outras palavras, a tal Constituição, como prolixa manta de retalhos que sempre foi, é usada por cada um segundo os critérios que, de momento, estão a dar. Se exceptuarmos o facto de o PR não ter ido na conversa idiota das eleições antecipadas, assim defendendo o lado democrático da Constituição, ninguém minimamente honesto poderá dizer que anda a “proteger “ o governo.

Cavaco tem-lhe , pelo contrário, feito a vida negra, como provam os números acima.

O resto é conversa de politiquês ordinário e oportunista e de gente que não quer, porque acha que lhe convém – não ao país – dar cabo do homem seja como for, só porque ele venceu, com os votos do eleitorado, o Soares, o Alegre e mais uma série de “pretendentes” que percebem muito bem que foram emprateleirados mas, “democraticamente”, não conseguem engolir a sua miseranda situação. Ao ponto de se terem tornado apóstolos da violência e da paulada.         

Quanto ao “apoio” de Cavaco a este governo, os tipos sabem que é mentira mas, para eles a democracia acaba quando não estão no poder.

Cavaco, nesta matéria, é igual aos outros. Faz o que é preciso para ir deitando a cabecinha de fora, contra o governo, a favor do governo, o que estiver a dar.

 

24.11.13

 

António Borges de Carvalho

UM SERÃO EXEMPLAR


No que diz respeito à intervenção das televisões na vida das pessoas, o IRRITADO confessa várias limitações. Como não tem pachorra para telenovelas nem para talk shows, como acha a dona Teresa um abominável estupor, a dona Bárbara uma infelicidade de sapato 44, como não sabe o nome de outras senhoras(?) ditas “famosas”, como os filmes que há de borla são só, ou pancadaria ou pura estupidez, vê-se na contingência de, para lá de um ou outro programa em canais estrangeiros, nadar para aí à procura de debates políticos, as mais das vezes com frustrações diversas e irritações mais ou menos profundas.

Ontem à noite, aí vai ele aos canais ditos de “informação”. Num, perorava o desinteressante esquerdóide Máventura Sousa Santos, noutro a insuportável e ultrahistérica balzaquiana que dá pelo nome de Constança, um terceiro dedicava-nos a distinta presença de João Soares e, num quarto, um tipo a falar do “pacto de agressão”.

Desligada a geringonça, o IRRITADO, depois de uma hora de leitura, decidiu voltar, para ver uma coisa que se chama “Expresso da meia-noite”, que é às onze como a revolução de Outubro foi em Novembro e a Oktoberfest é em Setembro. O espectáculo era um exemplo do mais puro pluralismo democrático-informativo: o tipo do lacinho e o Costa mais novo em suave troca de impressões com os seguintes senhores: o sombra do Pinto de Sousa a que se dá o nome de Silva Pereira, o horrendo secretário do Soares pai - um tipo completamente parvo dito Ramalho -, um rapazola do PC cujo nome escapa ao conhecimento do IRRITADO e, belo raminho de salsa, o correctíssimo Tavares, promotor de uma nova organização destinada a segurar-lhe o tacho no PE. Pluralismo, não é? A discussão política devidamente contida nas fronteiras da esquerda, e de que esquerda! Esmagado pelo critério da escolha dos intervenientes, o IRRITADO desligou imediatamente o aparelho. Não pode, por isso, comentar o que disse o quarteto, mas imagina, como qualquer ser humano, o que aquilo foi: informação e debate do que há de mais puro, mais esclarecedor, mais honesto.

É tudo. Mis para quê?

*


A quem o lê, pede o escrevinhador desculpa da maçada que dá ao descrever estas suas infelicidades nocturnas.


23.11.13

 

 António Borges de Carvalho

ANALFABETISMO GALOPANTE

 

O ministério da Educação informou o povo acerca das suas “exigências” nos exames dos professores contratados: quem cometer mais que dez erros de ortografia, fonética e sintaxe, chumba.


Vejam onde chegámos. Comentários para quê?

 

22.11.13

 

António Borges de Carvalho

ASNEIRAS TELEVISIVAS


O IRRITADO recebeu com contente esperança a subida ao governo do ministro Maduro. Entregue que lhe foi essa batata quente que se chama RTP, eis que a desilusão é total.

Da cabeça do Relvas, nos gloriosos tempos em que se dedicou a desacreditar o governo, sairam umas dúzias de “soluções” para o problema, qual delas mais maluca. Agora, com Maduro, as madurezas continuam.

A insustentabilidade do monstro público que se chama RTP foi o mote para tudo, isto é, o problema foi posto de pernas para o ar, aliás como muitos outros. Deveria ter-se começado por pensar se se justificava a mera existência de tal coisa. É este o problema, muito antes do cancro financeiro que é e que, de uma maneira ou de outra, se alimenta do dinheiro de milhões de pessoas... que precisam tanto da RTP como de um ataque de bexigas. Se as coisas fossem pensadas assim, ou em termos de custos/benefícios, a única solução lógica era acabar com aquilo de uma vez por todas.  Não se perdia nada. Mesmo considerando que, nalgumas áreas, haverá na RTP algo a que se possa chamar serviço público, não faltaria quem se interessasse por prestá-lo!

À revelia de toda a lógica, o ministro Maduro amadurece a sua “solução”, cuja cereja no cimo do bolo é a promoção de “produção própria”. Um governo que é acusado pela nacional estupidez de ultra neo hiper super liberal, onde cabe a ideia de entrar no mercado da produção? Ainda por cima mantendo-se o imposto na conta da EDP! Nada mais próprio do socialismo!

É evidente que a inteligentsia da esquerda defende como um cão danado que continuemos a pagar um serviço de que não precisamos, que é inútil, obsoleto e caro. Mas, no pensamento da esquerda, poderá, um dia, servir de trombone de propaganda, não é? Que outro motivo válido para tanta insensatez?

Já que o Relvas andou para trás e para diante e de diante para trás nestas matérias, não tendo sido por isso que acabou por se ir embora, talvez o ministro Maduro ainda tenha oportunidade de emendar a mão.

 

 

21.11.13

 

António Borges de Carvalho

DA VIOLÊNCIA POLÍTICA


O mais profundo desejo do impagável Mário Soares é que, como o IRRITADO já tem referido, o “povo” desate à porrada nas ruas. O homem não pára de falar em tal “risco”, com certeza para pôr a violência na agenda ao mesmo tempo que diz querer evitá-la. O mesmo fez ontem, qual papagaio amestrado, o camarada Alegre (Duarte, de seu nome). O mesmo “povo” recorrerá à violência, se Deus quiser, ou, no caso vertente, se o GOL decidir, é a esperança do homem.

A Constituição, “referência” da Pátria (que Soaree e Alegre já alteraram várias vezes...), é para eles um tótem, um adorável manipanço, uma vaca sagrada, isto desde que o Tribunal Constitucional recorra a “princípios”, expressos ou imaginários para dar cabo da vida e do futuro do país.

É certo que, se o TC for um pouco mais fundo, não lhe faltará matéria para decidir ao contrário. É tudo política, meus amigos. Só política, exclusivamente política. Como é política a interessante história das pressões. Se alguém avisar que uma decisão do TC que arraste na lama os eventuais bons resultados dos sacrifícios que, até agora – já há alguns – temos feito, está a fazer ilegítimas pressões. Mas se a turba multa da vaca sagrada disser que o TC tomará decisões “certas”, aí não está a fazer pressões. Se alguém fizesse as contas às “pressões” de um lado e às pressões do outro, aposto que os da vaca sagrada teriam um score muito maior. Ainda por cima, se os da “pressões” tão só insistem em identificar as consequências, os das pressões estão-se borrifando para tal coisa: a única consequência que lhes interessa é acabar com o Governo – já agora também com o Presidente! – e que se lixe o resto. Se subirem ao poleiro, seja via TC seja via violência, é o que importa.

Bando. Bando de quê? Não sujemos estas páginas com a resposta.

 

21.11.13

 

António Borges de Carvalho

IVA DA RESTAURAÇÃO E SIMILARES


Segundo a impagável associação dos tasqueiros e similares, os comerciantes da especialidade, se o IVA descesse não reflectiriam tal descida nos seus preços.

Certo. Quem não tinha dado por isso? O IVA não desceu, é verdade, não se podia ter dado por isso. Mas deu-se o contrário, o que leva à mesma conclusão. Explicando, alguém deu pelo aumento de preços por causa da subida do IVA? Claro que não. A bica e o pastel de nata estão ao mesmo preço. Os restaurantes, com IVA a 23, cobram mais ou menos o que cobravam antes. Os hotéis estão mais baratos, e de que maneira. Há promoções a torto e a direito!

Então o que se passa, ou passou? A grande diferença é que os agentes do negócio passaram a pagar o IVA, coisa que não estavam habituados a fazer. Consequência: aguentaram-se os que tinham estofo para se aguentar. Os outros foram à vida, e ainda bem. Com mais do dobro dos comedouros per capita que, por exemplo, esse pobre país que se chama Alemanha, é evidente que muitos só tinham duas razões para existir: não pagar nem impostos nem renda de casa. Postos em posição um pouco mais realista, foram-se abaixo. Resistiram os que tinham razão para existir.

Há grande mal nisto? Nem por isso. Os que ficaram no desemprego também não teriam emprego que se visse. Por outro lado, aconteceu o fenómeno inverso: o sector abriu mais de quarenta mil postos de trabalho.

Pagar os impostos que pagamos, IVA incluído, não é nada agradável. Hemos, porém, de convir que, no caso particular deste ramo, a influência do aumento não teve resultados negativos. A realidade, às vezes, impõe-se por si própria, e nem sempre é má.

O que não se percebe é que, perante estes evidentes resultados, o ilustre ministro da economia que o CDS nos forneceu queira à viva força voltar para trás. Será que a cerveja se vende menos? Com o Oco, a coisa é diferente. Tudo o que for estúpido, irrealista e demagógico lhe agrada.

 

21.11.13

 

António Borges de Carvalho  

REVISTA DE IMPRENSA

 

Não, ao contrário do que diz o título, isto não é uma revista de imprensa. É só um passar de olhos por um jornal “de referência”, edição de hoje.


- O Ronaldo marcou três golaços. Boa!


- Os reitores não querem participar nos esforços que a crise lhes impõe. Tanto paleio sobre a “independência” das Universidades e, afinal, eles entendem tal independência como viver à custa dos impostos, não da sua missão, o que é bem possível (já há quem pratique), não de ser tão bons que angariem os seus prórios fundos através da qualidade do seu trabalho. É verdade que tal não será possível de um momento para o outro, mas, que diabo, podiam fazer um esforço em vez de alinhar com os que não querem pagar e, ainda por cima, ter uma birra do caneco.


- Anda tudo à porrada outra vez. Os distintos juízes que temos atiram-se que nem umas hienas à PGR. A PGR dá o flanco por todos os lados. Recomendando discrição, adora andar pelos jornais.


- Uns tipos, não contentes com a oposição por tudo e por nada, resolvem pôr em causa a campanha de Passos Coelho nas eleições lá do partido. O mau perder é terrível quando não se sabe ultrapassá-lo com dignidade.


- Os partidos da coligação estão a pensar em criar uma “entidade” para fiscalizar o segredo de estado. Se comêssemos “entidades” nem precisávamos de ir ao supermercado.


- Capucho et alia acham horrível que os estatutos do partido (que os próprios fizeram!) imponham a sua saída e, em vez de sair pelo próprio pé, andam para aí a criar uma confusão dos diabos, já que se consideram acima de normas que devem ter aprovado para aplicar aos outros, não a eles, que são os “bons”.


- Um livro sobre os altos serviço prestados à Pátria por um tal Vicente Silva vai ser lançado pelo inigualável Pacheco. A não comprar.


- O Oco, em sessão com a sua gente, exige propostas concretas, não programas de futuro. Por outras palavras, não quer coisa nenhuma que não o leve ao colo para o poder. Se ao menos pudesse contar com o Sampaio...


- Parece que, na mesma sessão de propaganda do socialismo, o Silva da UGT recordou, saudoso, que o Hitler assassinou os líderes sindicais. Deve ter confundido com a I República. Mesmo assim, é difícil saber a que propósito veio a história.


- O governo parece que quer que as tabacarias passem a pedir o BI a quem, sendo novo, quer comprar tabaco. Como se isso tivesse alguma razão de ser. Há que perguntar se não têm mais nada que fazer.


- PJ “desmantela dois grupos de contrabando de ouro”. Custou mas foi. Há muito não havia quem (bastava olhar!) não percebesse que esta história da lojas do ouro é uma trafulhice das antigas. A Pj levou dois ou três anos para chegar a tal conclusão.


- Duarte Lima está preso desde 17 de Novembro de 2011. É de recordar as justas críticas que se fazia à ditadura por guardar as pessoas a bom recato, quer dizer presas, sem culpa formada e por períodos inacreditáveis. Veio a Democracia. Prometeu celeridade na justiça, meteu limites na Constituição e... ficou tudo na mesma. Ao fim de dois anos, o Lima continua fechado em casa com puldeira electrónica e, se tudo correr bem, talvez dentro de meia dúzia de anos o assunto transite em julgado. Falo no Lima porque é o que veio no jornal. Calcula-se que haja dúzias de fulanos que, culpados ou inocentes, estejam na mesma situação.


- Uma boa notícia: “Mais de uma centena de empresas do sector local estão em risco de extinção”.


- O novo banco de fomento, boa ideia, pode entrar no capital das empresas (má ideia) e ajudar na gestão (péssima ideia).


- As PME são responsáveis por 87% da destruição de emprego. E ainda há quem ande para aí aos gritos contra as grandes empresas.


- Artigos de opinião: dois da directora (de esquerda), um do MEC, anodino, mais seis, todos de esquerda.

 

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20.11.13

 

António Borges de Carvalho

DOS GRANDES DESTA TERRA

 

Greves do Metropolitano de Lisboa marcadas para Novembro:

Dias 19, 21, 25, 26, 29.


Salários e outras condições de trabalho dos funcionários do Metro:

- Secretária de administração: €3.753,59

- Mestre serralheiro: €2.969,30

- Maquinista de manobras: €2.785,17

- Maquinista: €2.587,25

- Fiscal: €2.020,66

- Motorista: €1.939,09

- Agente de tráfego: € 1.642,41

- Desenhador: 1.547,09

- Auxiliar: 1.476,86

Os maquinistas conduzem 3 horas por dia e recebem entre 317 e 475 euros para abrir e fechar as portas. Os funcionários do metro, com o os da Carris e da Transtejo, reformam-se com pensão igual ao último ordenado. Quando estão doentes têm assistência gratuita ao domicílio e recebem o ordenado por inteiro. Cada quilómetro percorrido credita um subsídio aos maquinistas, mais 68 euros se faltarem menos de 5 horas ou, se não faltarem todo o mês, outro, de 223 euros. Todos, ao serviço ou reformados, têm direito a transportes públicos gratuitos. As famílias, cônjuges, pais, filhos, enteados e irmãos também.


Só em 2012, o Metro de Lisboa teve um prejuízo de 390 milhões de euros.

É fácil imaginar as importantíssimas razões que levam esta distinta classe a fazer greves como quem faz xixi. Coitados, não têm outro remédio!


Acrescente-se que o escol da Carris, que até goza de barbeiro de borla (um inalienável direito!), fará, em Dezembro, as seguintes greves: dias 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 27, 30 e 31.

Que diabo, a greve é um direito!


Não há agentes da justiça que se lembrem de uma coisa que se chama abuso de direito?

Não há jornalistas que se lembrem de falar em assuntos destes?

Quando é que se privatiza os transportes, para esta malta entrar nos eixos ou poder ser despedida?

 

19.11.13

 

António Borges de Carvalho

DO NEO ESTUPIDISMO

 

Num momento em que é preciso ser mais burro que os burros para não perceber que, ou temos algum juízo ou apanhamos com outra troica no focinho, reune outra vez a esquerda “unitária”, a fim de criar, cito, uma ampla frente de rejeição à hipótese de que tal não se verifique. Nada poderia dar mais prazer a certa gente que ver o falhanço do regresso aos mercados, na medida em que lhe daria armas para culpar o governo. Que os juros aumentem! Que os prazos encolham! Que a imagem do país se deteriore! Ainda bem! O país é a última das suas preocupações, entendida que é a pluralidade política, não como sã competição, mas como demolição dos outros, mesmo que com eles o país.

As consequências cataclísmicas duma nova troica não fazem parte das preocupações desta malta. Bem pelo contrário. Já não restam dúvidas que o objectivo é estender o tapete vermelho para a re-entrada de tal coisa. É essa a nobre missão que Mário Soares atribuiu a si próprio, em nome da conquista do poder para os seus, indo os seus do Pinto de Sousa aos partidos comunistas.

Ampla frente de rejeição. Ampla, como as antigas “amplas liberdades” do Cunhal. Frente, como o Front Populaire ou, mais moderno, o Front National. Em suma, frentismo, populismo, demagogia, irresponsbilidade, indignidade, ódio, cartilha, histórias da carochinha.


Desta vez, o soarismo “abrangente” vem com raminhos de salsa: o desbocado, canhestro e ignorante demago Januário, uma vergonha para a Igreja Católica; os monumentos da dor de cotovelo, Pacheco e Capucho, insuportáveis cornudos da política, incontestáveis ícones do raquitismo moral; a coroar o ramalhete, essa coisa pouco limpa em que, já há anos, se converteu o ex pretenso líder da direita portuguesa, um tal Freitas do Amaral, agora ínclito defensor de uma Constituição contra a qual, noutros tempos, teve a coragem de votar!

Diga-se, no entanto, que ficam bem entre a sua gente, lado a lado com o Comité Central do PC, gloriosamente representado, entre outros,  pelo inigualável Rúben (o Carlos não vai!), com os tipos (e as tipas) do Bloco de Esquerda, com figuras cimeiras da parlapatice socialista como o promotor da farra, o Alegre e a Roseta, e muitos outros figurões, o Nóvoa, que se está a fazer a Presidente, e algumas flores já murchas do esquerdismo, tais o Bruto da Costa ou o Frei Bento. Enfim, uma colecção digna de armazenagem.


Esta plêide de pataratas, ambiciosos e díscolos políticos vai encher as páginas dos jornais ainda que, como meses atrás, no dia seguinte já ninguém se lembre.

Agitaram os media, enfraqueceram internacionalmente o país, criaram problemas mais a nós que ao governo? Claro. Missão cumprida. Não foi o que o Mário Soares fez há dias, em Paris, lado a lado com o diáfano Delanoë? Se mais palcos internacionais se oferecerem, mais males o Soares nos causará. Compreenda-se, é a sua tarefa!

 

15.11.13

 

António Borges de Carvalho

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