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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

NA TERRA DOS OCOS

O monumental vazio das “propostas” do camarada Costa, aliás reconhecido até pela imprensa de esquerda, o que quer dizer por noventa por cento – pelo menos – da imprensa que temos, faz-nos temer que estejamos perante uma segunda edição do Oco, desta feita mais bronzeada mas, substancialmente, igualzinha. O homem só diz banalidades, tão vazias de sentido como as do inimigo.

Se procurarmos o que os distingue, teremos, que se veja, só a lata. É que o Oco, por honestidade ou medo, nunca se atreveu a defender o vergonhoso passado da organização. O Oco II, pelo contrário, por lata ou estupidez, veio agradecer a obra de Guterres (que, quando resolveu dar à sola, confessou ter metido o país num pântano) e a extraordinária prestação do senhor Pinto de Sousa (que nos levou, no meio de uma floresta de palavreado, à bancarrota).

Amigos como dantes, veio proclamar o Oco II. A cáfila do socrelfismo rejubilou. Uns, já aconchegados em Bruxelas, perdidos de riso, agarrados à barriga com o presente com que o Oco I os distinguiu. Os que por cá ficaram, sabendo que com um tão depressa não voltavam aos seus dourados gabinetes, arriscam no outro, a ver se dá.

A seriedade intelectual e política que pode levar uma pessoa a tecer loas aos dois supracitados cangalheiros, é coisa que não dá para entender, a não ser que se trate de falta dela. Mas não é tal falta a própria natureza das coisas, pelo menos lá no Largo do Rato?

Este tipo de ridículas guerrilhas costuma servir para afinar a opinião de cada um sobre cada qual. Não será o caso. Veremos, daqui até fins de Setembro, se o IRRITADO tem razão. Para já, é a mesma malta, a mesma ausência de conteúdo útil. Só na lata parece poder distinguir-se as “opções”: Oco I ou Oco II?

 

8.6.14

 

António Borges de Carvalho

DAS RAÍZES DO FASCISMO

 

O jornal de esquerda socialista “Le Monde” fez um estudo sobre os eleitorados da dona Marine e o do PSF.

A conclusão é lógica e natural: 43% dos operários, 38% dos empregados, 37% dos desempregados para a dona Marine; 8% dos operários, 16% dos empregados e 14% dos desempregados para o PSF.

 

Assim nasceram os fascismos em Itália e na Alemanha e o comunismo na Rússia. Sempre com base, apoio e voto dos “trabalhadores”, habitual sustento e carne para canhão dos extremismos. Fabrica-se o “inimigo principal”, mete-se o produto na cabeça dos menos avisados, e aí está!

 

Por cá, certamente pelo cultivo, oficial e particular, do ódio ao nosso velho fascismo de trazer por casa (se comparado com os demais), é a extrema esquerda (PC/BE e minhocas da mesma área) e a demagogia barata (Màrinho) quem toma conta da coisa. Felizmente, o fenómeno é menos importante que em França.

Mas é o mesmo fenómeno, com o apoio dos mesmos.

 

7.6.14

 

António Borges de Carvalho

MAIS BOJARDAS

 

Em mais uma espantosa entrevista, o Soares vem dizer que o Oco nunca ligou ao socialismo e menteve sempre diálogo com o PSD. “Crimes” que o Oco nunca cometeu. Nunca “dialogou” com o PSD, mesmo após dois anos de insistência de toda a gente menos dos comunas. Manteve sempre a mesma estúpida retórica: se fosse ele e o seu partido a mandar, tudo seria uma maravilha: nem austeridade, nem troica, nem impostos, nem cortes, nem nada, só dinheirinho para todos.

 

O bandido político Soares, apoiado por uma imprensa acéfala, esquece, e tal imprensa também, que, por duas vezes, governou com um e outro dos partidos da coligação (que maior “diálogo”?), que meteu mais de uma vez, segundo ele mesmo o disse, “o socialismo na gaveta”, que lançou impostos retroactivos, que proibiu concertos para evitar despesas, que impediu os portugueses de usar cartões de crédito ou de comprar dinheiro forte – que ele próprio comprava no mercado negro para as suas passeatas no estrangeiro -, que que que.

 

Não é por causa da idade que diz as suas monumentais bojardas. Talvez jogue na falta de memória ou na estupidez das pessoas. E joga, com certeza, na mais repugnante forma de partidarite que se conhece: a insistência na mentira, na ignorância da sua própria dignidade – se é que a tem – e na pura chicana, mentirosa e odienta.

 

Desgraça para todos nós, continua com os pés bem assentes na desinformão social.

 

7.6.14

 

António Borges de Carvalho

 

PS (post scriptum!) É de lembrar, nestes dias da mais reles demagogia constitucional, que o tal Soares pediu, em tempos, a aclaração de um acórdão do TC!

SEPARAÇÃO DE PODERES

 

Um muito interessante artigo de Helena Matos vem elencar algumas das variadíssimas intromissões do poder judicial no executivo e no legislativo.

Os recentes abusos do Tribunal Constitucional (de ilegíveis ou absurdos fundamentos), ainda que mais visíveis que os demais, ou mais simbólicos, não passam, segundo ela, de um pormenor na progressiva justicialização da nossa vida. “Por demissão, hipocrisia, espírito corporativo, calculismo e medo (o IRRITADO acrescentaria ideologia e politiqueirice rasca), os juizes acabaram a ocupar o espaço que devia ser do legislador, dos médicos, dos professores, dos pais...”

“...é chocante ler-se no acórdão do TC que “medidas de carácter tributário oferecem melhores garantias de fugir a uma censura”. O IRRITADO acrescentaria outros choques...

Mas... e os outros? Tudo minha gente no mesmo diapasão.

Por exemplo: quando um tribunal “decreta”, depois de uma queixa do sindicato dos enfermeiros, a proibição de os tipos ambulâncias injectarem glicose a vítimas de hipoglicémia – coisa que, habitual e normalmente, de emergência, até se faz em casa-, sendo necessária a presença de um enfermeiro, está, objectivamente, a condenar diabéticos à morte  e a meter-se em questões cuja decisão pertencerá ao governo e aos médicos. Isto, não por estupidez judicial mas por evidente desejo de fazer favores ao sindicato ou, nas palavras do “juiz”, para “acautelar os direitos dos enfermeiros”!!! Como é possível que um tribunal se considere competente para julgar uma coisa destas?

Por exemplo: a Maternidade Alfredo da Costa continua a funcionar porque um tribunal o decretou. Ou seja, achou que tinha competência para dizer que os partos corriam melhor na MAC que na Estefânia. Competência? Que competência?

Por exemplo: a PGR entende que os quadros de Miró “são um acervo que não deve sair do património cultural do país”. Então, em matéria de quadros, a PGR tem competência para os classificar? Que raio de competência!

Por exemplo: há tribunais que se considersam competentes para impedir a avaliação de professores, já que tal lhes causa “danos irreparáveis”! Isto, diz a senhora, “do ponto de vista pedagógico não deixa de ser fabuloso, pois os professores que não podem fazer a prova por esta lhes causar ‘danos irreparáveis’ são os mesmo que avaliam todos os anos os seus próprios alunos! Agora, os tribunais também são competentes em matéria de pedagogia? O mais engraçado, sem graça nenhuma, é que, perante as mesmas providências cautelares requeridas, há tribunais a decidir que é branco, outros que é preto. Ou seja, todos se consideram competentes, onde não têm competência de espécie nenhuma, e decidem segundo as suas simpatias sindicais. Sapateiros a tocar rabecão!

Em relação ao TC, a senhora cita um estudo publicado num jornal, onde se analisa as decisões tomadas em sede de fiscalização preventiva, concluindo: que “os juizes do TC são influenciados não só pela sua filiação ideológica e partidária como pela presença do seu partido no governo"; que “os juízes nomeados pela esquerda estão fortemente associados ao voto de inconstitucionalidade”. Ao invés “é fraca uma associação entre os nomeados pela direita e o voto pela constitucionalidade”. E ainda “a aparente maior sensibilidade aos princípios da Constituição por parte dos juízes da esquerda tende a esbater-se quando o seu partido é governo”. Os votos destes a favor da constitucionalidade aumentam de 35% para 75% quando os socialistas estão no poder, enquanto a variação nos votos dos juizes de direita é quase inexistente.

Deve ser por isso que os cortes do Sócrates eram constitucionais e os do Passos não são...

 

Montesquieu, se cá viesse e visse isto, voltava a correr para a cova.

 

6.6.14

 

António Borges de Carvalho

SELVAJARIA AUTORIZADA

 

O ilustre presidente da câmara do Porto mandou pintar de branco uma borrada qualquer que a juventude do PC pintou numa parede da cidade.

Fez muitíssimo bem.

O pior é que, para justificar a atitude, disse que “é proibido fazê-lo (pintar, ou pichar, como julgo que se diz lá no sítio) sem pedir autorização”. Ou seja, se eu quiser pintar as minhas porcarias de estimação nas paredes das cidades, bastará “pedir autorização” e, quem sabe, até me darão protecção policial para tal selvajaria.

 

O pretendente ao trono do PS já nos tinha habituado a “autorizar” e até promover o emporcalhamento de Lisboa pelos “artistas” que não gostam de telas nem de pincéis (só brochas, aerossóis e paredes).

 

A “civilização” do Costa chega agora ao Porto. Xiça!  

 

5.6.14

 

António Borges de Carvalho

VERDE PORCARIA

 

O IRRITADO não se dedica a questões futebolísticas e, embora goste de ver uns jogos, tem pelos teóricos da coisa um irreprimível desprezo.

Desta vez, o alarve que é presidente do Sporting faz com que o IRRITADO peça desculpa aos tais teóricos. É que o alarve ultrapassa, com a sua, toda a porcaria que os outros possam dizer. Já não nos chegava a pesporrência ordinária do Pinto da Costa. Desta feita, temos a teoria das nalgas e do buraco do rabo do selvagem, por certo encantado com a sua “alegoria”.

Não faço ideia do que se passa nas altas esferas da futebolice. Ainda menos se o alarve tem alguma razão em estar chateado. Mas ouvi o que a besta disse. E lamento a repetida cobertura mediática da porcaria deste repugnante gandulo.

 

Pobre Sporting.

 

5.6.14

 

António Borges de Carvalho

BOMBA ATÓMICA?

 

O IRRITADO, que não tem, nem o feitio, nem a paciência, nem o savoir faire do primeiro-ministro: se estivesse no lugar dele mandava esta malta toda às urtigas... para não dizer a outras partes.

Mais uma vez zurzido pelo fundamentalismo ideológico do Tribunal Constitucional, antes que este inventasse mais algum “princípio”, tudo justificaria que entregasse a dívida, o orçamanto, o tratado orçamental, os impostos, os vencimentos, as pensões, os subsídios, as chatices, ao Mário Soares, ao Oco, ao Costa, ao Jerónimo, ao casalinho do BE, ao imperador constitucional, ao PR, dizendo-lhes: “aqui têm a criança, se sabem alimentá-la tratem disso, e vão todos bugiar”.

Veríamos como e onde todos e cada um destes senhores e entidades iria caçar os gambuzinos necessários, já que tanto sabem do assunto e tantas “soluções” têm na manga. Ficavam todos com as calças na mão, e era bem feito. Talvez, passados uns tempos, percebessem que andam todos na contra-mão. Ou não, não percebiam. Punham as culpas para o “liberalismo” nas suas várias acepções (neo, ultra, hiper, etc.) e achavam que o facto de arranjar, a curtíssimo prazo, outra bancarrota – o que é a sua comprovadíssima especialidade – era culpa da dona Ângela, do Sarkozy, do Barroso, do Passos e de outros culpados do costume.

 

*

 

Nem uma das doutas decisões do Tribunal Constitucional recorreu fosse a que artigo fosse da Constituição. Nada nelas há que refira que a medida A ofende a alínea X do artigo Z, ou que a medida B vai ao arrepio da alínea Y do número 3 do artigo W.

Zero. Só falam de “princípios”, estejam eles ou não explícitos na Constituição. Como os “princípios” de que se valem não passam disso mesmo, princípios, não é possível, à luz do direito positivo, concluir o que os ofende ou não. A interpretação dos princípios e da conformidade das normas com eles é totalmente subjectiva, como é o caso. O TC “julga”, exclusivíssimamente, com base em ideologia, em partis pris ou em convicções “morais”. Nada que tenha o mínimo vestígio de objectividade. Se isto é “julgamento”, vou ali e já venho.

 

*

 

Voltando à desejável atitude “atómica” do primeiro-ministro, o momento é o ideal. Ao contrário do que se passava no tempo do golpe de Estado do Sampaio, agora o PS está na mais ridícula das guerras. Era vê-los estrebuchar! Ainda ontem ouvi o sinistro “arcebispo” do PS e do Costa, Santos Silva, clamar, tremebundo, contra a hipótese de eleições antecipadas. Que não, não é o momento, o governo tem que ficar, o PM até não é tão mau como isso! Ha, ha.

Mais uma razão para o PM lhes atirar com a crise ao focinho.

Mas as coisas são como são. O PM é digno e nunca alijou fosse que responsabilidade fosse. Essa é a sua força, mas também, do ponto de vista eleitoral, a sua fraqueza.

 

*

 

Às vezes vale mais dar tudo por tudo, como faria, e fez, Sá Carneiro, do que insistir em ser governo quando a soberania está nas mãos de fundamentalistas sem escrúpulos (o TC), quando a separação de poderes se tornou letra morta, quando o pior de todos os poderes (o judicial) invade sem vergonha nem escrúpulo as áreas que ao legislativo e ao executivo estão consignadas.

 

4.6.14

 

António Borges de Carvalho

CALINADAS

 

A agência que trata da publicidade dos gelados Olá, através de um dos seus, por certo ilustres e devidamenbte licenciados “criativos”, pespegou por aí uns slogans em que escrevia “já experimentas-te...” e “já ganhas-te...”.

É comum entre os tais criativos - muitos aprenderam português em universidades e consideram-se uns génios – dar os mais diversos pontapés na gramática, de que os exemplos acima não são mais que mais um sinal.

Mais grave é que o DN, na sua edição de hoje, classifique as bojardas do Olá como “erro ortográfico”. Erro ortográfico? Que se saiba, tanto as palavras “experimentas” e “ganhas”, como a palavra “te”, ortograficamente, estão certas. Os erros são morfológicos, para além de ser de carroceiro, de cabo de esquadra ou de... criativos.

Não será por acaso que algum tipo da Unilever, menos ignorante que os “criativos”, tenha vindo pedir desculpa da “ocorrência” e do “lapso”. É claro que não se trata nem de lapso nem de ocorrência. Trata-se de pura burrice. Mas, pelo menois, não teve o desplante de aplicar às calinadas o adjectivo “ortográficas”.

Disso se encarregaram os jornalistas, por certo também cheios de licenciaturas “democráticas”.

 

4.6.14

 

António Borges de Carvalho

DA SOBERANIA POPULAR

 

Vários foram os scores dos áulicos do Imperador.

 

Destacados no pódio, o próprio Imperador Ribeiro, com 100%, quatro cruzes vemelhas. O arauto do Imperador, Cadilha, como é lógico, averbou a mesma marca. Um Mariano, católico – supostamente ortodoxo – afinou também pela estrita imperial fidelidade. Dois conimbricenses, não é de estranhar; um, o católico, improvável alfacinha.

Segunda linha na opinião do Imperador, com três cruzes, uma senhora, Castro, um Ventura e um cooptado, Caupers.

Com duas cruzes, gente que o Imperador passará a ter na lista dos supeitos: nada menos que três senhoras, Martins, Mesquita e Mata-Mouros (o bando das 3, pensará o Imperador).

Mais duvidosos ainda, uma senhora, Amaral, um (outro) Ribeiro, e um Barbosa: uma cruz. Gente de somenos.

Finalmente, o que não passa de um traidor e que deverá suscitar a imperial fúria: Machete, cooptado, zero cruzes.

 

Assim, segundo o INE e o IRRITADO, em 52 cruzes possíveis, houve 30. Em 52 vistos possíveis, houve 22. O Imperador ganhou com quase 58% dos votos, contra 42% de traições.

Postas as coisas em termos partidários, o PS teve 15 cruzes em 20, o PSD 10 em 20, os independentes, ou quase, 4 em 12.

Assim se prova, como diz o “Público”, que os “juízes voltaram a revelar independência face aos partidos que os indicaram” (???!!!).

Quem vai pagar esta porcaria, quem é, quem é?

 

*

Aqui há tempos, uns indignados quaisquer recorreram da história das reformas e dos vencimentos ao Tribunal Europeu dos direitos do Homem. Levaram com os pés.

Daqui se prova que ao contrário do que muita gente diz, temos soberania. Só que a soberania não é do povo, nem da “Europa”. É do Tribunal Constitucional.

 

3.6.14

 

António Borges de Carvalho

COERÊNCIA A RODOS

 

Há para aí 30 anos, num belo dia de sol, o IRRITADO encontrou o Primeiro-Ministro Mário Soares na praia do Alvor. Cumprimentaram-se com cordialidade. Sua Excelência, após natural conversa de xaxa, resolveu queixar-se: “Porque é que vocês, lá no jornal, dizem tanto mal do governo, e de mim próprio?”. Ao que o IRRITADO respondeu: “Senhor Primeiro-ministro, é simples, o senhor é socialista e nós não”. Surpreendentemente, Soares respondeu: “E quem lhe diz que eu ainda sou socialista?”. E o IRRITADO: “Ora aí está uma grande notícia! Vou mandar vir o chefe de redacção e um fotógrafo para o dr. dar uma entrevista a declarar que abandonou o socialismo!”

É claro que a coisa ficou por aqui, entre risos e despedidas.

Se recordarmos os tempos em que o mesmo indivíduo declarava publicamente que ia pôr o socialismo na gaveta – tinha percebido que o socialismo não resolvia nem um só dos problemas que tinha pela frente – e compaginarmos esta atitude e a do Alvor com a recente declaração de fidelidade da mesma pessoa ao PS, ao socialismo, ao Costa, à fé inabalável em que “os socialistas devem, sem hesitações, ser chamados, a pronunciar-se... sobre as ecolhas que o partido precisa de fazer”, que pensaremos?

Diz ele que é para “honrar a tradição republicana”. O que seja tal “tradição”, não explicou, porque, evidentemente, ou é inexplicável ou vergonhosa.

 

Saúde-se a “coerência” deste nobre republicano. Só não se percebe porque, se teve que meter o socialismo na gaveta para deixar Ernâni Lopes resolver-lhe os problemas nos anos 80, agora não faz o mesmo. Como é que o socialismo, no tempo dele, era para esconder durantre a desgraça, e agora, perante o mesmo tipo de situação, resolverá o socialismo seja que problema for?  

  

  3.6.14

 

António Borges de Carvalho

BURRICES E ESPERTALHICES

 

Então não é que o PS vai a eleições para escolher o seu “candidato a primeiro-ministro”? Minhas senhoras e meus senhores, é verdade!

O PS que, como a restante opsosição, faz da nossa abstrusa Constituição arma de arremesso político, descobriu de repente  que, em Portugal, há candidatos a primeiro-ministro, coisa que só existirá na cabeça oca do Oco e no bestunto ordinário de quem o traíu, o Costa. Na Constituição tal coisa não existe, não senhor. Pura invenção. E, no entanto, um “universo eleitoral” de contornos indefinidos – outra trafulhice – vai “eleger” um candidato à coisa. É de estalo.

Diz quem lê o livro sagrado do socialismo que o Presidente da República indigita o primeiro-ministro tendo em conta os resultados eleitorais. Consulta os partidos com representação parlamentar e indigita quem quiser. Se a praxis do processo resulta, em regra, na nomeação do chefe do partido mais votado, tal não infirma que o PR possa nomear quem entender. É, aliás, o que, por absurdo, significa a nova invenção. Ao admitir, formalmente, que o indigitado pode não ser o chefe do partido mais votado, a inacreditável gataria socialista reconhece-o. Por outras palavras, não cabe ao vencedor das legislativas “nomear” o PM.

Pode o recém descoberto “universo eleitoral” escolher quem entender. Caber-lhe-á propor esse nome ao PR, se estiver em condições de formar governo - o que, mesmo que ganhe as eleições, não é garantido - e mais nada. Caberá ao PR aceitá-lo ou não.

 

O processo a que a vilania do Costa levou e que a Constituição, os estatutos do PS e a prática política não prevêm, tem destas coisas. A cobardia do Oco ao aceitar os efeitos de tal vilania ultrapassa a compreensão das pessoas, exluídos os comentadeiros e a a “informação”, entidades sempre prontas a perfilhar o que “está a dar”, em vez de olhar para as coisas como elas são.

Se o Oco não fosse oco teria dito: “Ai queres apear-me para te sentar na minha cadeira? OK. Vamos a isso. Pega nos estatutos e anda, que eu cá te espero”. Isto quereria dizer: usa a tua influência para convocar um congresso destinado a correr comigo, seguido de eleições em que serás candidato contra mim.  

Mas o Oco está tão viciado em exigir demissões (v.g. a do governo) por processos ilegítimos, tais o golpe de Estado constitucional, que arranjou para a gataria socialista mais uma catraca de oportunidade.

 

Tão burro é o Oco, como espertalhão o Costa. Venha o diabo e escolha entre um burro sério (como alguém lhe chamou) e um espertalhão a quem ninguém chamou tal coisa ...

 

2.6.14

 

António Borges de Carvalho

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