O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
A propósito de um artigo de um rapazito que, às vezes, até escreve umas coisas de jeito na balsemónica publicação, dois ou três esclarecimentos sobre coisas a que ele não assistiu, não sentiu na carne, e parece não conhecer lá muito bem.
Diz ele que os fulanos que deram à sola durante a guerra não eram cobardes, não senhor. Não sei se eram nem se não eram. Sei que, no lugar deles, outros foram e, se calhar, morreram em vez deles, ficaram sem uma perna em vez deles, perderem 3 ou 4 anos de vida em vez deles, enquanto eles tiravam os seus cursitos ou ganhavam uns tostões algures. E até, hoje, sofrem de stress em vez deles.
Muito bem, 74, voltaram, passaram a heróis, integraram-se na democracia, muitos deles, fizeram um vidaço no poder. Não sei se eram cobardes. Mas sei que há diferenças entre uns e outros, as diferenças entre o sacrifício e a vidinha.
É sabido que o abandono do Império era de uma flagrante inevitabilidade. É sabido que o Estado Novo não soube lidar, ou não quis lidar com o problema da forma fria e racional que seria desejável. Outra coisa é a conversa do “tenebroso colonialismo”, da “descolonização exemplar”, da “libertação dos povos oprimidos” e de outras palermices que fazem a delícia dos nossos mais nobres pensadores e, até, dos historiadores da moda ou do galarim do correcto.
Por causa do Império se moveu a nossa história, propriamente dita, durante cinco séculos. Não é por acaso que fomos nós os primeiros “imperialistas”, não é por acaso que fomos os últimos a deixar de o ser. Quem vive cinco séculos “imperiais”, para o bem e para o mal, tem natural dificuldade em se livrar deles, passando tudo o que era “bom”, a mau, ou péssimo.
Por causa do Império caiu a Monarquia. Por causa do Império perdemos milhares de homens durante a primeira guerra mundial. Por causa do Império (da falta de atenção ao Império) houve candidaturas de oposição durante a ditadura da II República, houve desavenças por dentro e por fora do regime. Por causa do Império – entenda-se, para o segurar – houve um Norton de Matos, um Humberto Delgado, roubou-se um paquete, fez-se trinta por uma linha. Fosse-se lá dizer a esses homens, ou aos da I República, que a democracia e a liberdade eram desejáveis para acabar com o Império! Bem pelo contrário, ainda que a moderna historiografia seja capaz de dizer o inverso.
A febre descolonizadora, com razão ou sem ela, começou a reboque da moda universal, aceite pelas médias potências europeias e impulsionada pelas grandes potências, sequiosas de tomar posição num xadrez que lhes escapava. Por cá, o raciocínio era simples: se os países democráticos despejavam os impérios, quem éramos nós para os aguentar? Então, para haver democracia, tínhamos que alinhar com os demais.
Tínhamos mesmo, é verdade. Salazar não o percebeu, Caetano também não, a malta pagou as favas. O que irrita é que o fenómeno, uma inevitabilidade histórica, seja hoje incensado como se se tratasse de grandes ideais de “liberdade”, de “humanidade” e de “democracia”. A balela vai pagando, não é?
Os grandes admiradores da I República - de longe o regime mais colonialista de todos os tempos –, gloriosamente representados nos nossos dias pelo Partido Socialista, viraram o bico ao prego com a maior das calmas quando viram nisso uma, ou mais uma oportunidade para pôr em causa a II República.
É evidente que tal república tinha que cair, era preciso que caísse, nada havia que a justificasse, ainda bem que caiu. Podia era ter caído doutra maneira, isto é, sem que os democratas se tivessem deixado cair nas mãos do PC/MFA, para quem o único objectivo do abandono era oferecer os territórios aos sovietes. O que, aliás, conseguiram, como está mais que provado.
Por tudo isto, se podemos ter alguma compreensão em relação ao que se passou, embarcar nas justificações “históricas” da moda não passa de uma pantominice.
Não se pode, ou não devia poder, como se faz hoje, incensar os heróis do Império passado (não temos outro passado nem outros heróis) e, ao mesmo tempo, lançar o anátema de todas as misérias e de todas as malfeitorias sobre a História que tais heróis fizeram.
Os fugitivos – por alegada oposição à guerra ou visão das oportunidades - viraram costas a cinco séculos com o pretexto de virar costas à ditadura. É o menos que se pode dizer. O jovem articulista do “Expresso” parece não ter a memória bem informada.
O império não foi monárquico, republicano, democrático, ditatorial, fascista. Nada disso. Foi o que fomos. Ainda estamos à espera de vir a ser outra coisa que valha a pena. Os que por ele lutaram, mesmo que quando a luta já não se justificaria – fruta do tempo – ou não podia sair vitoriosa, não merecem comparação com os fugitivos.
O buraco informático em que os técnicos mergulharam a Justiça tem efeitos verdadeiramente dignos de nota. Não, não estou a pensar nos atrasos acrescidos na administração da dita, não estou a lamentar a sorte de tanta gente que, de repente, teve que voltar ao papel e ao correio, o que dá imenso trabalho. Nada disso.
O importante é que, ao fim de tantos anos em que este mundo e o outro se andam a queixar amargamente dos atrasos na Justiça, dos processos que levam vinte anos, das prescrições, etc., se descobriu, finalmente, a razão de tudo isto.
A culpa não é dos juízes, nem dos advogados, ainda menos dos funcionários, coitadinhos, nem dos procuradores, nem das instalações, nem da confusão das leis. Nada disso. Segundo as mais altas figuras dos tribunais, dos sindicatos da especialidade, dos advogados e da chefe deles (parece impossível!), daquele tipo do PC que manda nos escriturários, tudo minha gente concluiu que a culpa é da ministra, a qual não passa de um vírus que, para prejudicar a Justiça, para mostrar a insensibilidade social que a caracteriza, entrou no sistema e o arruinou. Esta, meus senhores, é que é a verdade! Cada segundo de paragem do sistema acarretará meses e meses, até anos, de irrecuperáveis atrasos.
Mas o problema tem solução: corre-se com a ministra e os computadores voltam a funcionar. O pior é as décadas de atrasos que os senhores juízes & Cª terão que suportar.
O governo anunciou uma política nova de habitação social. Ao que parece, haverá novas e especiais atenções em relação à protecção e responsabilização dos inquilinos sociais, assumindo os poderes públicos os custos da operação. Por outras palavras, trata-se do caso em que o senhorio assume custos de ocupação de espaços da sua social iniciativa e responsabilidade. Nada a acrescentar. É natural que assim seja.
Já o socialismo nacional tem, nas esclarecidas palavras do Oco II, doravante grande líder e deseducador das massas (passaremos a trata-lo por Costa, uma vez que o Oco I está fora de combate), diferente opinião sobre a protecção social. Defende o homem que são os senhorios privados os encarregados da despesa. Na sua boca, não há direito que os inquilinos (as lojas inviáveis são o exemplo que brilhantemente aduziu) fiquem com contratos de cinco anos, o que não lhes permite “planear o futuro”. Razão pela qual, ao contrário da generalidade dos portugueses, têm que ter contratos até à eternidade. Da mesma forma, competirá, como já compete mas muito mais, aos tenebrosos proprietários, prosseguir na substituição das entidades públicas no sustento da virtuosa classe dos inquilinos.
Por outras palavras, a mentalidade socialista continua viva, eleitoralista e coerente.
De há anos a esta parte, o programa de debate que, com toda a justiça, se chama “Quadratura do Círculo”, se transformou num dos mais eficazes fora da pura e simples oposição política. Nos saudosos tempos do “engenheiro” era muito mais meigo.
Seria lógico que houvesse um comentador de cada um dos grandes partidos, um do CDS, e até (para haver um “quadrado”) um tipo qualquer da extrema-esquerda, comunista PC ou comunista caviar. É verdade que este último não faria falta nenhuma num forum que se desejaria democrático. Por isso que seja justificável a sua ausência. Já temos PC, BE e quejandos de sobra, todos os dias, por tudo quanto é sítio “informativo”.
O que acontece é que o pluralismo desejável se converteu em púlpito exclusivo da opinião antigovernamental, ainda que caldeado por tímidas, ainda que inteligentes, tiradas amaciadoras de um Lobo Xavier. De resto, o programa integra um socialista, que vai fazendo o seu papel (o Pinto de Sousa nunca existiu e o PS é o bom, o PSD o mau), o que se compreende e aceita. Finalmente, temos aquele que é, de longe, o mais radical inimigo do partido que se julgaria defender: o odiento Pacheco, que mascara frustrações, dores de cotovelo, ódios de pacotilha e ausência de carácter com repugnantes tiradas pseudointelectuais.
Ontem o IRRITADO assistiu a mais uma destas sessões.
Algo mudou. A “Quadratura” passou a púlpito de propaganda eleitoral do Costa, um espertalhão cuja demagogia de campanha eleitoral atingiu inusitados cumes. Valeu quase tudo. O homem vai repor os comerciantes falidos por não ter dinheiro para pagar as instalações, vai restituir reformas, e não sei mais quê. Ou seja, atirou-se aos votos como um leão esfomeado. E, segundo anunciou, continuará a sua cruzada até vinte e tal de Novembro! Decide o que lhe convém, está para além da decência.
Uma delícia, a ”Quadratura”, em termos de pluralismo informativo, de debate democrático, de amor ao contraditório, de informação pública, de pudor intelectual.
O Bispo Teixeira e o Arcebispo Balsemão estão de parabéns, em matéria do que, caridosamente, se poderá chamar “julgamento de oportunidade”.
Parece que aquela senhora que é Presidente a Assembleia dita da República contratou com um escultor qualquer a exposição de uns mamarrachos nos corredores da instituição. Os mamarrachos pretendem reproduzir as cabeças dos PR’s desde o 5 de Outubro até hoje. Entre eles, como é evidente, os generais Carmona e Craveiro e o almirante Tomás.
Vai daí, a esquerda parlamentar entrou em delirium tremens. Que horror, que ofensa à democracia! Como se tal esquerda tivesse alguma coisa a ver com a democracia, para além de se aproveitar dela.
Aqueles senhores não foram presidentes da república, mas da ditadura, clamam, prenhes de indignação, os deputadinhos. Ou seja, a ditadura não foi uma república. Que terá sido então? Uma monarquia? Seria o Craveiro filho do Carmona e o Tomás neto? Será que a república é sinónimo de democracia? Não haverá, por esse mundo fora, para aí uma centena de repúblicas que são ditaduras? A ditadura, por cá, não faz parte da História? Nunca existiu? Nunca teve presidentes durante quarenta anos?
Não, a ditadura não faz parte da História da república, não senhor, dirão eles. Como o Trotsky ou o Béria nunca existiram, segundo a ”historiografia” soviética.
Este tipo de inferioridade cultural é típico da nossa esquerda. Confunde-se república com democracia. Confunde-se História com maniqueísmo primário. Confunde-se o que for preciso para excitar o ódio das “massas”.
Em boa verdade, o IRRITADO “está-se nas tintas” para as horrendas cabeçorras dos presidentes, tão parecidas com eles como com o Zé do Telhado. Que as ponham nos corredores ou as tirem de lá. Que as derretam ou ponham no Panteão. Que as comam com batatas ou com nabiças. Mas, por favor, não venham cá dizer que a ditadura não foi a II República.
Segundo o mui preclaro e ilustre ministro do ambiente, se você for de Lisboa ao Porto ou do Porto a Lisboa de automóvel, produzirá nada menos que 176 quilos de CO2.
O IRRITADO lança um apelo aos seus leitores que sabem alguma coisa de química, aos doutorados em química, aos professores de química: por favor, esclareçam como é possível que 20 litros de gasóleo produzam 176 quilos de CO2, sendo sabido que as emissões dos carros contêm CO – um gás venenoso – e não CO2 – que não faz mal a ninguém. Qual é o processo químico que, qual milagre dos peixes, transforma 20 em 176?
O IRRITADO é, quimicamente, um ignorante. Será o ministro ainda mais? Será um aldrabão, ou só um fundamentalista dos negócios do carbono e “religiões” afins. Ou ainda um idiota chapado? Ou quer arranjar formas, como há quem diga, de aumentar os impostos?
O problema é que, universalmente, com o alto patrocínio da ONU e, entre outros, do senhor Durão Barroso, os fundamentalistas dizem tudo o que lhes apetece sem qualquer espécie de escrutínio e com base em modelos informáticos à la manière e outras invenções “convenientes”.
Nesta ordem de ideias, o CO2 – um gás benigno mas anatemizado pelo politicamente correcto – você, ao produzir inúmeros quilos de CO2 quando for de Lisboa ao Porto ou vice-versa, comete uma espécie de crime contra a humanidade, contra o planeta e, como é óbvio, contra o descanso espiritual do ministro da ambiente. Gravíssimo, não é? Ponha-se a pau que, mais dia menos dia, se for ao Porto, chega lá e é preso.