O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
Aqui há tempos, recomendei ao Doutor Cavaco que, ao dar posse a Costa, renunciasse ao cargo. Ainda hoje sou dessa opinião: um homem que é, por razões formais, obrigado a fazer o que, moral e politicamente, acha miserável, devia, primeiro submeter-se, depois partir a loiça, isto é, dizer comigo não. Teria saído como um Homem! Não seguiu o meu conselho, preferindo assistir ao descalabro moral, político, económico e financeiro em que o país foi mergulhado. Paciência. O IRRITADO não foi ouvido.
Tem agora outra oportunidade: mandar às urtigas a brutal enormidade de esquerda, que faz pagar por uma unha encravada e ter aborto de graça, coisa que ultrapassa qualquer conceito de moral pública; mandar às urtigas a adopção por deficientes sexuais, violento atentado contra a família e contra as crianças.
Como fazê-lo? Não promulgando as duas leis que, contra os seus princípios e conceitos morais, sociais e políticos, é “obrigado” a promulgar. Seria uma atitude formalmente “inconstitucional”, mas pessoalmente honrada. Provocaria uma gritaria monumental, mas de gente que contra ele nada pode. Gritaria já ele tem com fartura: os discursos de umas gajas no Parlamento, soezes, rascamente insultuosas, ultramontanas e ignorantes, já mostraram o nível da paranoia em vigor. Para além da gritaria, sanção alguma lhe poderia ser aplicada. Dar com os pés a gente tão ordinária seria de uma dignidade pessoal e política que ficaria na memória de todos: um homem que não deixa que trocem dele ou o insultem é um Homem sério, e a sério. Mais daria alento a muita gente que anda totalmente desprotegida pelo social-comunismo e pelo nacionalismo fascistóide que nos dominam, empobrecem, desnorteiam e ofendem.
E que não se preocupassem: Marcelo fecharia esta porta como achasse bem. Com certeza teria alguma constitucional solução para o problema, que disso sabe ele.
Afinal o inacreditável chamado ministro das finanças, além de parvo, é bruxo. Segundo afirmou hoje, descobriu que a PàF, se fosse governo, ia aumentar brutalmente os impostos. Não se sabe se deitou cartas, se recorreu ao professor Karamba, ou se se socorreu daquelas tipas que aparecem nos jornais a ler o futuro com base no comportamento dos astros. Ou se perguntou ao Costa, chamado primeiro-ministro, ou ao Jerónimo, à Catarina e ao Arménio, ministros sem pasta.
O fulano apresentou um “cenário” muito antes das eleições, depois deitou para o lixo tal cenário. Fabricou um programa de governo e deitou fora o programa de governo. Apresentou um “esboço” do OE que foi para o caixote. Magicou um novo OE e mandou às urtigas o OE que que tinha proposto. E acaba por apresentar uma coisa que não é quase nada do que antes tinha apresentado.
Não há técnico nem especialista nestas rebuscadas matérias, cá dentro e lá fora, que não ande aos gritos a dizer que tudo o que tem feito está mal feito e vai ter graves consequências.
Acossado por quem o denuncia e à formidável incompetência, doidice e demagogia de que tem dado mostras, resolve vir dizer que os outros é que são maus. E, não contente com lhes assacar o que fizeram ou não, bruxo da Porcalhota, inventa o que os outros fariam se ganhassem as eleições que, por acaso até ganharam!
Por mais voltas que se dê à mioleira, ninguém será capaz de afirmar que é possível gerir uma empresa em que há 50% de um sócio e 50% de outro. Os impasses estão garantidos, os conflitos também.
No caso da TAP – aí é que está a vitória do Costa e a derrota do país – parece que haverá, para desempatar, 5% a retirar aos privados e a atribuir aos trabalhadores, o que passará a relação de forças para 45/55. De um lado, o consórcio, que passa a minoritário; do outro o Costa, maioritário, com meia dúzia de comissários políticos na administração – 6 em 12 – dos quais o chairman com voto de qualidade, a que acresce o apoio “patriótico” dos sindicatos.
Não se percebe como é que os privados comeram disto. A avaliar pela cara do Pedrosa na cerimónia, gostaram; mas a cara do americano diz o contrário, e de que maneira! Não se sabe em que ficamos, nem que galinhas têm os compradores na manga para, mais tarde ou mais cedo, mandar o Costa àquela parte.
Para as primeiras impressões, parece que o Estado já pagou uma gorgeta de 2 milhões. E, como é evidente, ou os privados tiveram um ataque de estupidez, ou muitos, muitos outros milhões se seguirão, alegremente pagos com os resultados do brutal aumento dos impostos.
A esperança está numas dicas que por aí andam, a dizer que a procissão ainda pode voltar para trás, pondo fim à pessegada. Caso contrário, paga contribuinte, foste feito para pagar e não piar!
Isto do nacionalismo da esquerda fascisto-comuna é coisa tão cara como burra.
Parece que, no meio de tanta asneira, o chamado governo quer, ou queria, inventar uma coisa a que chamou “mobilidade voluntária”, consistindo esta em mudar os locais de trabalho dos funcionários públicos, precedendo acordo destes. Se descontarmos tal acordo, até parece uma ideia decente.
Mas os camaradas do chamado governo não vão na fita. Funcionário é funcionário, é inamovível, indespedível, promovível, diuturnizável, e credor privilegiado de horas de trabalho. Se estiver a trabalhar na Reboleira, não pode, a título algum, ser mudado para a a Porcalhota. É o que se chama progresso socialista. Vamos longe.
O exército do terrorismo mental, chefiado por galambas, porfírios e pachecos, entrou em frenética actividade contra o slogan de Passos Coelho que defende a social-democracia no âmbito das eleições partidárias. É natural. Outra solução lhes não resta senão o trauliteirismo ignorante e o fogo-fátuo de demagogia.
Anos a acusar, estúpida e gratuitamente, Passos Coelho de liberalismo, neoliberalismo e de mais não sei que invenções, fica esta gente chocada quando o homem fala em social-democracia.
- Declaração de interesses: não sou social-democrata, nem democrata-cristão, nem nada que se pareça; se quiser auto classificar-me, direi que sou um individualista, conservador e liberal, com muita honra e orgulho. Além disso, sou monárquico, com igual honra e não menos orgulho. Abomino presidentes enquanto tal. Como é evidente, não tenho partido, nem vontade de entrar em nenhum. –
Posto isto, vejamos que ideologia, se é que alguma, animou a governação de Passos Coelho. Entalado entre a dívida e os ditames da troica, qual foi a sua política? Obrigado a aumentar impostos, salvaguardou os rendimentos mais baixos (opção social-democrata). Obrigado a baixar salários, poupou os mais pobres (opção social-democrata). Obrigado a privatizar, fê-lo com moderação, ficando aquém da troica (opção social-democrata). Obrigado a diminuir drasticamente o número de funcionários públicos, rodeou-se de inúmeras cautelas e não instituiu o despedimento (opção social-democrata). Obrigado a cortar no Estado social, manteve praticamente intactos os respectivos serviços (opção social-democrata). Aturou os desmandos do comunismo alojado nos sindicatos (opção social-democrata). E muito, muito mais, sem qualquer comparação ou contacto com políticas liberais.
Uma política liberal faria as coisas muito mais no duro. Punha na rua milhares e milhares de funcionários públicos. Taxava todos, pobres, remediados e ricos. Privatizava a saúde e o ensino. Enfrentava os sindicatos, o Tribunal Constitucional, o que fosse preciso para endireitar as coisas. Seria uma espécie de tatcherismo em versão lusitana.
Nada disso. Passos Coelho enfrentou a crise e o Memorando como um verdadeiro social-democrata.
Está no pleno direito d defender a ideologia que é a sua e do seu partido. Infelizmente, direi eu, que sou um liberal.
A partir do fim dos anos sessenta e durante quase vinte anos foi a minha juventude fortemente doutrinada com as teses “técnico-políticas” que defendiam ser crime plantar eucaliptos e explorar a respectiva floresta. Tratava-se de uma árvore predadora da Natureza, que desertificava os solos, que destruía as potencialidades naturais da paisagem, que reduzia à miséria as populações, que só servia para encher os bolsos a uns miseráveis poluidores (as empresas de celulose), enfim, um rol imenso de razões que transformava tal árvore numa espécie de demónio a evitar a todo o custo. Além de tudo o mais, defendia-se a ideia de que, num agro onde tivesse havido eucaliptos, nada se podia plantar durante décadas.
Como não tinha conhecimentos nestas matérias, aceitei o que me diziam e militei nas condenatórias hostes.
Passaram tempos, fui conhecendo gente e ouvindo opiniões. A verdade é que, num país com tantos solos pobres e com orografia tão adversa, a floresta é um preciosíssimo recurso. No que ao eucaliptal diz respeito, inúmeros testemunhos credíveis me foram garantindo que os eucaliptos não desertificam coisa nenhuma, não arruínam os solos e que, em inúmeros teatros geográficos são a solução ideal para obtenção de bom e sustentável rendimento. Hoje, a indústria do papel é uma das principais fontes de alimento da nossa balança comercial, e não são os condenáveis descuidos que subsistem em relação a certos efluentes industriais que dão razão a quem, generalizando, condena o ramo. Não digo que todos os eucaliptais estejam situados nos teatros mais apropriados, mas não há dúvida de que ainda há muitos milhares de hectares expectantes, onde o eucaliptal poderia ser uma das melhores e mais rentáveis soluções.
Vem isto a propósito de mais uma “reversão” que ficamos a dever ao chamado governo: travar a expansão do eucalipto.
O principal investidor na área da pasta de papel já veio dizer que vai investir para outro lado, onde as teorias pseudo-ecológicas não tenham o direito de cidade que por cá abunda.
É sabido, e assumido pelo poder esquerdoido, que as exportações são coisa a merecer reduzida atenção e que a economia progredirá com o poder de compra (sustentado por dívida), ou seja, com as importações.
Com o charme habitual da sua esquerdoide e caviaríssima prosa, o inefável embaixador Seixas da Costa (será primo do outro?), depois de tecer as diatribes da cassete contra a Alemanha, anuncia, com pletórico orgulho, que o chamado primeiro-ministro descobriu a TIA (there is alternative). Perdoemos o inglês de quarta classe, afinal comum em certos diplomatas.
Segundo o nosso homem, o chamado primeiro-ministro soube “enfrentar o ‘touro’ europeu”, e “de cernelha”.
Descontando a “finesse” da imagem, sublinhemos como é possível pôr, com honras de Diário de Notícias, as coisas de pernas para o ar. É que, julgariam os que não gozam da seixólica sapiência, quem meteu a viola no saco foi o Costa. Nada, ou quase, sobreviveu do esquema macroeconómico do “painel” . Nenhuma das projecções do programa do PS, ou do programa do governo, foi aceite. Nenhum índice, nenhuma previsão, nem um só cálculo passou no exame. Ficaram as “restituições” feitas à pressa e, com elas, mais mil e tal milhões de impostos a juntar aos aumentos já previstos, fazendo inveja ao “brutal aumento” do Gaspar.
Pois é, ó Seixas, se alguém foi toureado foi o Costa, e nós com ele. Com tias destas…
A Caixa Geral de Depósitos anunciou mais uma carrada de prejuízos em 2015, a somar aos dos anos anteriores. Dizem que a coisa já ultrapassa os dois mil milhões. Se somarmos a isto as injecções de emergência de capital público que lhe têm entrado na veias ao longo dos anos, não faço ideia a quantos mil milhões se chegaria.
Por outras palavras, quantas vezes falida não estaria esta flor do entulho estatal, com tendência a aumentar, em que vivemos mergulhados.
A desgraça orçamental lá passou em Bruxelas, depois de o chamado governo ter deitado para o caixote do lixo todas as suas brilhantes previsões macroeconómicas, depois de o Centeno ter confessado que estava tudo errado, depois de estar garantido um aumento de impostos sem paralelo, etc.
O socialista Moscovici, demonstrando a devida camaradagem, acabou por engolir, mas não sem ter posto tantas dúvidas que ninguém acreditará que gostou da receita ou que a vai comer até à sobremesa.
Mas o mais interessante foi a declaração diplomática da dona Ângela que, sem papas na língua, lado a lado com o chamado primeiro-ministro, veio “congratular-se” com o novo orçamento e dizer com toda a calma que está tudo bem desde que o chamado governo siga o caminho de recuperação que herdou de Passos Coelho. Querem mais em matéria de "confiança"? Querem mais em matéria de realismo?
Ao ouvi-la, o chamado primeiro-ministro não se meteu pelo chão abaixo porque lhe sobra em lata o que lhe falta em honestidade.
Só a firma Costa, Centeno & Cª acha que os aumentos (restituições!) vão ter uma enorme influência no relançar da economia. Isto porque descobriram que o poder de compra, aumentado para alguns entre uns cêntimos e meia dúzia de euros por mês, vai ser brutalmente revigorado.
As outras pessoas, incluindo os beneficiários do “fim da austeridade”, acham que vai ficar tudo na mesma. É evidente que as tais pessoas não passam, no parecer dos pensadores da esquerda costotonta, de traidores à pátria, soviéticos - ou fascistas (tanto faz) -, gente que quer que o país empobreça, que o desemprego aumente, que as criancinhas morram de fome, etc. (vidé as decalarações do Porfírio, do Galamba, do sapo dos Açores e de tantos outros sequazes do orçamento).
Vem agora o monhé do FMI dizer que não senhor, que os tais aumentos feitos à pressa não vão relançar economia nenhuma, que o seu efeito mais importante vai ser a subida da despesa, e pronto. Mais um traidor. Atrás dele alinha a esmagadora maioria das pessoas, nacionais e estrangeiras - tudo traidores também - que ainda fazem questão de saber que dois mais dois são quatro.
Sublinhe-se que o IRRITADO acha óptimo que haja quem tenha mais uns cêntimos ou mais meia dúzia de euros no bolso. O problema é que também acha que o dinheiro para os pagar vai fazer subir a dívida, os juros e, pior que tudo, vai, em conjunto com outras loucuras, dar cabo da confiança que andávamos há anos a reconquistar com tanto sacrifício.
A conta das loucuras já está a ser calculada e cair-nos-á em cima mais cedo do que se possa imaginar.
Dando largas aos seus conhecimentos de geometria clássica, o nosso bem-amado Santos Silva veio à televisão ensinar-nos a teoria do quadrado em versão tempo novo.
Assim: a política do governo está contida num quadrado; dentro dele estão as reversões aceleradas dos vencimentos, a semana à moda, aggiornata, do Afonso Costa, as novas pensões (algumas!), o fim da CES, e outras similares demonstrações da inteligência socialista, como o IVA da restauração.
Fora do quadrado santossilviano nada há. Daqui, a necessidade de imaginar, coisa que fica a cargo de quem assistiu à lição. Vejamos: inscreva-se o dito quadrado num círculo. Ficamos com a segunda parte da política, quer dizer, com quatro zonas limitadas pelos lados do quadrado e por arcos de círculo. Nelas se inscreverão as, digamos, contra-medidas, consubstanciadas estas nas receitas necessárias para pagar as reversões. Como não há outras, haveremos mais impostos (o do selo, o da gasolina, o dos automóveis, os da banca, os da energia e muitos outros), como é óbvio. Tudo isto, ainda que inconfessado pelo professor, perfaz a quadratura do círculo santossilviano.
Tal como Euclides, Santos Silva não passa do plano para o espaço, assim dispensando considerar as envolventes, o que implica conhecimentos de geometria descritiva e de trigonometria esférica, ciências fora do alcance do nosso homem. Um espaço desconhecido, onde os mais maldosos incluirão as histórias da Carris/Metro e as da TAP, por exemplo, matérias que muito contribuirão para aumentar as consequências do círculo do quadrado.
Acresce que, num plano muito superior ao do nosso Euclides, pairam o grande geómetra Arménio e as nobres topógrafas de serviço, a preparar intersecções espaciais, com o fim de alargar o quadrado à exaustão, sendo certo que, dados os conhecimentos científicos de tal gente, a exaustão se situa num plano virtualmente infinito, isto é, continuará muito para além do círculo que o quadrado do Silva implica.
O Euclides da Buraca, ou não percebe isso, ou frequenta as aulas do geómetra e das tipógrafas.
A esquerda, seja festiva, sorumbática, “institucional”, tecnocrática, caviar, ou só doida, anda para aí a malhar – como diria um chamado ministro do chamado governo – na “ideologia” que manda na Europa. Ele é o PPE, tenebrosa organização capitaneada pelo senhor “Chôbel”, ele é a conspiração permanente contra os que querem “salvar” os europeus da austeridade, ele é, como diria o Porfírio (poderoso dono da política externa do PS) o sovietismo da direita, ele é o capitalismo internacional apostado em convencer os povos pela fome, numa palavra, o neoliberalismo protofascista que vive da miséria de uns para encher os bolsos de outros.
É por causa disso, reza o coro, que Bruxelas anda a apertar com o parlapatão Costa e o incerto Centeno para que façam as contas de outra maneira. Não, não se trata de as viabilizar, credibilizar, tornar exequíveis, lógicas, dar-lhes um mínimo de perspectiva de futuro. Trata-se de resistir à deriva autoritária da direita, de acabar com os privilégios dos grandes, de redistribuir o dinheiro que foi “tirado” às pessoas, de acabar com a tenebrosa tendência para privatizar a economia em prejuízo do Estado, esse pai de nós todos nós, tão incompreendido pela “ideologia” em vigor.
Pergunta hoje um jornal: “Queres ver que o dr. Costa vai conseguir a quadratura do círculo: repor salários e pensões, reduzir a carga fiscal, ter mais investimento e mais crescimento, e ao mesmo tempo manter a tendência da descida do défice orçamental (agora para 2,4%) e do défice estrutural (agora reduzido em 0,4 pontos)? Queres ver que o dr. Costa consegue agradar aos gregos (sem ofensa para os gregos!) de Bruxelas e aos troianos do Bloco de Esquerda e do PCP?”
Não sei se consegue. Mas sei – haverá quem não saiba? - a monumental desgraça que nos vai acontecer se conseguir. Mais despesa, menos receita e, ao mesmo tempo, menos dívida e menos défice? Estaremos no manicómio? Não, meus senhores, estaremos, agora sim, ao serviço de uma ideologia – a do PC, do BE e do Galamba – que consiste em levar o jogo à glória a fim de, sobre os escombros, construir o “tempo novo”, o tempo do socialismo propriamente dito.
Ideologia pura, sem contas, sem inteligência, sem criatividade, cegueira, é do que vive a nossa esquerda, não a “Europa”. Se é certo que a “Europa” ainda não econtrou, nem se sabe se encontrará, solução para os seus problemas - onde os nossos são detalhe - não deixa por isso de ser certo que dois e dois são quatro. Mais certo ainda é que o Costa e o Centeno, ou não sabem que dois e dois são quatro, ou não se distinguem do Jerónimo e da Martins.
E se a “Europa” vier a aceitar seja que versão for das propostas desta malta, isto é, se o Costa conseguir? É sabido o resultado: mais impostos, mais impostos, mais impostos, investimento nenhum, confiança zero, lixo nos mercados, juros galopantes. Uma questão de meses. Preparem-se.
Um tal Porfírio, “pensador internacional” de serviço nas altas esferas do PS do Costa, vem, em boa hora, informar-nos da imparável continuidade, na agremiação, do espírito pintodessousista.
Pleno de justa indignação, este luminar da teoria do “tempo novo” tece as mais variadas considerações sobre a forma como o seu partido, a Europa e o mundo andam a ser perseguidos, vítimas das mais variadas tramas e conspirações.
O homem não hesita: os funcionários europeus andam a “envenenar” a comunicação social em Portugal, assim se explicando a unanimidade de críticas que a borrada do draft do Centeno vem levantando por toda a parte.
A partir desta brilhantíssima constatação, conclui o fulano que “corremos o risco de que a União Europeia se transforme numa União Soviética sem KGB”. Não faz a coisa por menos. A Catarina e o Jerónimo até devem ficar contentes com a hipótese, ainda que com o indispensável KGB, para poder funcionar.
A caminho da nova União Soviética, a UE “acaba na prática a ser gerida por uma ideologia dominante que não aceita alternativas, e mesmo por uma espécie de novo partido dominante”. Não ficam cheios de medo? É que o homem chama à ideologia dominante a que sobrevive à hecatombe a que o socialismo conduziu a Europa, aliás reconhecida por muitos socialistas.
A “questão dos direitos e dos deveres dos países [acaba] por ser reduzida a um funcionamento maquinístico”. Estaria a pensar nos maquinistas da CP? Não, que diabo, deixemo-nos de brincadeiras: o pensador refere-se à “transformação de discussões políticas em discussões técnicas e burocráticas (fazendo descer a conversa do comissário para o funcionário que segue o dossiê)”, a fim de justificar opiniões próprias. Em língua do Largo do Rato, o que o homem quer dizer é que as miríficas patacoadas políticas do Costa servem para fazer esquecer que as contas estão, mais que erradas, marteladas.
E esta: “há responsáveis em Bruxelas que têm andado a chamar jornalistas para, em off, envenenar a comunicação social contra Portugal, mostrando documentos que deviam ser reservados e dando pretensas explicações que são afinal falsidades”. O que é que isto faz lembrar? Os advogados do Pinto se Sousa, e o próprio, ora imitados à exaustão. Coitado do PS, perseguido, vítima de conspirações, maquinações, perseguido, na sombra, por não identificados e perigosos inimigos!
Os funcionários europeus, “pagos para servir o bem comum europeu, não deveriam deixar-se instrumentalizar, não deveriam deixar-se transformar em armas de arremesso da direita europeia”. Pinto de Sousa não diria melhor em relação ao Ministério Público: tudo manobras conspiratórias da direita, tudo perseguição sem fundamento!
Mas, meus senhores, perora o grande conselheiro, “a História dirá mais tarde que os acordos à esquerda foram um momento relevante da nossa democracia pós-25 de Abril”. Aqui, haverá que concordar com o filósofo oficial do socialismo nacional: o momento vai ser considerado relevante, tão relevante que nunca mais acontecerá nada de parecido, isto se houver juízo na cabeça dos eleitores.
Mas o homem, de ciência certa, conclui o contrário: está “feliz”. Acha que “a tal geringonça... é um instrumento democrático”. O martelo do Centeno também.
Finalmente, a cabeçorra pensadora deste alto canarada chega a esta luminescente ideia: nas presidenciais, se não houve segunda volta foi “por causa dos episódios da última semana de campanha, especificamente as notícias em torno das subvenções”.
Querem maior demonstração de inteligência? Vêem como o nosso estimado PM está aconselhado à altura?