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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

DA HONRADEZ DO CHAMADO GOVERNO

Nota prévia:

Pelo que tenho ouvido, parece que há quem não tenha percebido o que escrevi acerca do caso Uber/Táxis.

Esclareço: não sou, em princípio, inimigo da desregulamentação do transporte de passageiros. O que sou é contra haver uns regulamentados outros não.

 

Posto isto, algo mais grave se levanta.

O chamado governo declarou que a Uber é ilegal. Os Tribunais sentenciaram o mesmo. Depois… nada aconteceu. O chamado governo não só não acabou com a app, contradizendo-se a si próprio, como entrou em “concertação” com os seus promotores. Palavra dada palavra desonrada. Não cumpre o que afirmou, nem a sentença judicial que o obrigaria a ser sério. Depois, chama a “isto” Estado de Direito! Já é hábito.

Outro caso, ainda mais grave:

Os membros e apaniguados do chamado governo ficaram, a seu tempo, contentíssimos com os acórdãos do Tribunal Constitucional tendentes a arruinar as políticas do governo anterior. Este, honradamente, acatou os acórdãos e alterou em conformidade o que havia a alterar.

Ora o primeiro acórdão do TC deste ano, salvo erro o nº 1/2016, impunha que o Estado pagasse umas massas a quem, constitucionalmente, tinha direito a elas. A CGA, tendo o encargo de pagar o devido, começou por proceder de acordo com isso, e informou os beneficiários, por escrito, que pagaria em Março. Não pagou, nem em Março nem em Abril. Perguntada porquê ao balcão, os respectivos funcionários (vários) respondem que o governo deu ordens para não pagar, não se sabendo se pagará, nem quando nem como.

Quer dizer: esta gente, tão pronta a exigir dos outros o cumprimento da legalidade, e da legalidade constitucional por maioria de razão, não cumpre, nem a lei ordinária, nem a constitucional. Não aceita cumprir sentenças, nem dos tribunais comuns, nem do Constitucional.

 

À atenção de quem ainda acha que esta gente tem alguma coisa de honrado.

 

30.4.16

OS VOOS DO DINHEIRINHO

Causando largo afã mediático, o Banco de Portugal divulgou que, na sequência do socialismo tarado, ou socrélfio, hoje de novo em moda, os portugueses puseram a milhas quase cinco mil milhões de euros. Depois, nos anos da troica, foram mais moderados: mais ou menos metade daquilo em quatro anos.

Dos cerca de dez mil milhões que partiram, menos de quatro centenas de milhar são de particulares, o restante é de empresas, parece que algumas do Estado.

Todas estas transferências foram feitas com autorização e registo do BdP, e dentro da legalidade vigente na Europa, ou seja, da livre circulação de capitais.

Longe de mim achar bem, ou mal. Só caso a caso seria possível julgar, o que não é coisa que interesse aos críticos em acção: o que lhes interessa é o barulho e a condenação popular mal informada e fácil.

Onde está o crime? Em parte alguma que não seja a percepção pública da coisa, largamente exponenciada pelas charamelas da “informação” e pelas bocas da Bloca de Esquerda, adjacentes e apaniguados, o que não integra o conceito de crime mas funciona como se integrasse.

Quem não gosta, que ponha em causa a livre circulação de capitais vigente na UE e a universal existência de offshores. Estará no seu pleno direito. Mas o que disto passe é conversa politiqueira, ordinária e pidesca.

Outra coisa será saber se os exportadores do dinheirinho tiveram dele dividendos. Se os declararam ao fisco e pagaram o devido, acabou a história. Se não declararam, então que sejam perseguidos. A história acabará, dolorosamente para eles, mais tarde. Mas acabará na mesma.

Outra história, essa mal conhecida como é natural, será a dos que ficaram de fora, os que puseram o taco a voar sem dar satisfações e por meios fraudulentos. Esses onde estão? Parece que há por aí umas investigações. Que proliferem e cheguem a bom termo.

 

Vir insinuar acusações contra quem cumpriu a lei é que não cola, ou não devia colar. Ainda menos com a colaboração do BdP.

 

29.4.16

INADEQUAÇÃO

Confesso a minha visceral inadequação a inúmeros aspectos da vida moderna. Passo bem sem apps, tenho um ódio gigantesco a call centers, quando me falam em “atendimento personalizado” já sei que é o contrário e fujo, não acredito na antropogénese do “cientificamente” indiscutível aquecimento global, abomino jogos electrónicos, acho que o Jackson e o Prince eram seres repelentes, desprezo revistas cor de rosa, e assim por diante. In short, este mundo já não me diz grande coisa, estou bom para morrer, prouvera que sem chatices de maior.

Vem este arrazoado – que, ao contrário do que possam pensar, não tem nada de triste – a propósito, calcule-se, da manifestação de hoje, os taxistas contra uma coisa que anda por aí, chamada Uber. Esclareço que me é indiferente que haja ou não haja Uber a funcionar. É claro que, numa cidade como Lisboa, talvez a capital europeia onde é mais fácil apanhar um taxi, a Uber faz tanta falta como uma viola num enterro. Que exista, se há quem goste. O que não me é indiferente é que o Estado, depois de declarar a coisa totalmente ilegal, não mexa uma palha para dar cabo dela e ponha polícias a perseguir quem se lhe opõe.

Um alvará de taxi custa uma fortuna, é mais barato e mais fácil comprar um Mercedes que pô-lo na praça. O número de taxis é limitado. Os impostos sobre os taxis são violentos, como sobre a generalidade de tudo o que mexe e não mexe. Os motoristas têm que ser habilitados com uma carta especial. Regras macacas, tarifas reguladas por maquinetas e mais não sei quantas obrigações, regulamentos, portarias e outras fantasias, e até têm que pintar os carros com cores obrigatórias.

Nada disto se aplica aos carros da Uber. Nada. Não há limites, pode haver cem, mil ou dez mil, de qualquer cor e tamanho, os motoristas têm as mesmas habilitações que eu, as tarifas são o que se combinar. Os polícias mais depressa prendem um vendedor de castanhas assadas que não pagou a licença da Câmara, que um Uber que nunca pagou nada a ninguém.

Das duas uma. Ou o Estado acaba com a regulação dos taxis e cada um passa a poder transportar cada qual quando, onde, como e pelo preço que lhe apetecer sem pagar nada ao Estado, à Câmara, seja a quem for, e sem nenhuma regra específica, isto é, totalmente à balda (confesso que a ideia, no fundo, não me desagrada), ou a macacagem da Uber é sujeita aos mesmos ditames, custos e demais gentilezas e limitações administrativas que os taxis. Bastaria aplicar-lhe a regra do alvará dos táxis, com numerus clausus, para acabar com a rebaldaria e a “evasão fiscal”.

Fica a pergunta: porque é que as “autoridades” em geral e o governo em particular têm, em relação à Uber, a postura doce que não têm para o vendedor de castanhas ou as cadeiras das esplanadas? Porque é que, andando para aí a fazer uma propaganda cretina contra os automóveis, protegem, por omissão, a proliferação de “uberes”? Porque é que rodeiam toda e qualquer actividade de inexpugnáveis florestas de taxas e regulamentos, e fecham os olhos às actividades da Uber?

Fica a resposta: porque a Uber é tecnológica, inovadora, adequada, está na moda, sinal de modernidade. É a resposta própria da República das Bananas, com constituição e tudo.

 

29.4.16

CHERNOBYL

Parece que há trinta anos rebentou a central nuclear da URSS implantada em Chernobyl, Ucrânia. Ainda hoje há quem sofra as consequências do atraso científico e tecnológico do comunismo soviético, do desprezo soviético pela segurança dos seus próprios escravos, do estado da abandono de uma instalação a que se ficou a dever o desastre.

E por cá? Alguém se lembrou de ir buscar aos arquivos as reacções dos nossos políticos? Nem pensar! Acho que valia a pena. Lembro, por exemplo, que o Cônsul de Portugal em Kiev recomendou a retirada da zona dos estudantes portugueses que por lá andavam. E lembro mais: o camarada Álvaro Cunhal, chegado de Kiev, condenou violentamente a atitude do Cônsul (certamente um fascista!) que estava a fazer uma tempestade num copo de água, uma vez que tudo não passava de simples avaria técnica que as autoridades já tinham dominado.

Há mais quem se lembre. Mas não convém mostrar. Eles até estão no governo, e não são para brincadeiras!    

 

27.4.16

SUGESTÃO

Marcelo Rebelo de Sousa, na sua qualidade de PR, afirmou: “ouvi dos partidos uma posição muito construtiva”. Isto, acerca do tão badalado PE. Previamente à audição dos partidos, tinha Sua Excelência feito, com seu altíssimo critério, uma selecção, a qual deixou de fora o PSD e o CDS. Estes não era preciso ouvir, pois já tinham passado por Belém para “apresentar cumprimentos”.

Apraz-me contribuir para a clarificação das palavras de Sua Excelência, que deveriam ser como segue: “ouvi dos partidos que apoiam o governo uma posição muito construtiva; dos outros nada ouvi, porque não os quis ouvir”.

Aqui fica a sugestão, para o caso de a Presidência querer esclarecer a opinião pública.

 

27.4.16

SERVIÇO PÚBLICO, SERVIÇO PRIVADO

A RTP3, que até começou bem, está já nas mãos de “quem sabe”. O programa de debate “O outro lado” presenteia a canalha com três opinantes: um socialista desvairado (Adão da Silva), um esquerdista feroz (não-sei-quantos Tavares) e um rapazito meio contestatário do PPD, que não é parvo mas está perturbado pela ambição.

Um pluralismo equilibrado, como é de ver, certamente do agrado da Presidência.

Fora do “serviço público”, por exemplo na TVI, temos, em matéria de pluralismo, mais ou menos a mesma receita. Um programa – não me lembro do nome – presidido pela espernéfica senhora Constança e Sá, oferece-nos as abalisadas opiniões de um velho da Bloca de Esquerda, do alter ego do Pinto de Sousa (o abominável Silva Pereira) e, na mais triste solidão, o Rangel do PSD.

Tudo nos conformes e, excusado será dizer, com silencioso aplauso do homem do costume.

 

27.4.16

CORONÉIS DE ABRIL E OUTROS DEMOCRATAS

Com a retoma da sua presença na AR, os antigos capitães vieram, imponentes e convencidos, proclamar a sua noção de democracia constitucional, isto é que a democracia ou é de esquerda ou não é democracia. Se gerar governos não de esquerda, quer dizer, que lhes não de agradem, não é democracia. Só há povo soberano, ou parlamento que tal nome mereça, se escolher ou gerar governos de esquerda. Um exemplo para nós e para o mundo, não é? Não é, mas devia ser. O exemplo de que, se ainda houvesse por cá democracia digna desse nome, este núcleo de coronéis de aviário jamais seria convidado para uma cerimónia dita para comemorar a democracia. Quem se exclui uma vez, devia ser excluído de todas.

Já agora, uma homenagem a Salgueiro Maia. É que, consumadas as coisas, voltou ao quartel.

E os outros? Quantos destes senhores ganharam os galões a trabalhar? Em que unidades militares prestaram serviço depois do 25? Aqui está uma estatística que os chamados “jornalistas” devem à Nação.

As noções democráticas desta malta foram, aliás, bem expressas e sublinhadas por essoutra grande figura do actual poder, um tal César, um tipo dos Açores. Afirmou ele, qual Vasco Gonçalves ou qual Silva Pais, que quem não está com o governo está contra o país: assim, dito e escrito. "A oposição ao PS é oposição ao país". Quem não for amigo da geringonça é traidor à Pátria.

E ainda há quem estranhe que uma senhora tenha dito que esta gente cheira ao pior do salazarismo!

Eis o regresso do Tarrafal sob novas vestes!

 

26.4.16

O CARRINHO DOS MORANGOS

Os nossos corações ficaram lacrimejantes de ternura ao ver o nosso Presidente colher morangos, exprimindo, pleno de amor ao próximo, a sua surpresa por ver o carrinho onde os punha virar à esquerda, quer se queira quer não.

Não fora, na véspera, ter o mesmo senhor incitado uma criancinha a escrever com a esquerda, que é, dizia, o mais natural quando se tem a direita por baixo, e ficaríamos com dúvidas quanto ao verdadeiro significado do tão popular e afectuoso caso do carrinho dos morangos.

Perito na condução de carrinhos que viram à esquerda e na produção de conselhos às criancinhas, o nosso bem amado chefe vai fazendo o seu caminho de indiscutível independência e benéfica influência popular.

Amanhã, dia da Liberdade, vê-lo-emos mostrar, uma vez mais e em várias ocasiões e lugares, o caminho certo que escolheu para a Pátria, pleno de institucional equidistância.

O exemplo dos morangos frutificará!

Bem haja!

 

24.4.16

25 DE ABRIL

Já que vem aí o 25, vamos a ele. Amanhã é domingo, 2ªfeira é feriado, o IRRITADO vai a banhos. Fica um testemunho adiantado, ou não comemorativo.

Não irei ao ponto de dizer que o 25 foi como o terramoto de Lisboa, já que, se não fosse o terramoto, a cidade não tinha conhecido a modernidade da baixa pombalina. Seria demais. Seria até injusto. Mas que há semelhanças, há.

O 25 e os dias seguintes foram porreiros. Até fui, e não estou arrependido, à manifestação do 1º de Maio. Mas o que se lhe seguiu não teve nada de positivo, bem pelo contrário, e ainda hoje, de que maneira, lhe sofremos as consequências.

As forças “libertadoras” do 25 (o MFA) eram maioritariamente constituídas por ignaros aspirantes ao mais primário dos bolchevismos e a uma ditadura que, enquanto tal, faria do Salazar um menino do coro.

Por isso que seja pelo menos abusivo dizer que o 25.4 foi a data fundadora da democracia da III República. Tal democracia foi ganha (depois de “devidamente” entregues os territórios ultramarinos a ditaduras bolchevistas) mais de um ano depois, com o país à beira de uma guerra civil, em 25.11.75. E só viria a poder considerar-se minimamente “normal” depois de revista a Constituição em 1982, data em que ficou amputada de uma importante parte do marxismo castrense que a infectava, e não castrense, que ainda infecta.

A história é o que é, quer dizer, é o que fizerem dela os historiadores oficias e/ou os da moda. É por isso, por exemplo, que o Colombo é louvado como descobridor da América. Não vale a pena lutar contra o que está estabelecido "histórica” ou “cientificamente”.

É aguentar e não bufar. Be happy.

Comemorem o 25. Non e vero, nem bene trovato, mas é o que há.

 

23.4.16

FLOP

Para que serve, afinal, a fabulosa investigação jornalística sobre os documentos roubados à Mossak Fonseca?

Para encontrar negócios offshore do senhor Salgado e do seu BES? Toda a gente sabia disso (houve até, há anos, aquela anedota que dizia que a Catarina Salgado, mulher do Pinto da Costa, era filha do Ricardo Salgado e de uma offshore…): as autoridades judiciais andam há anos em cima do assunto. Para saber que o amigo do Pinto de Sousa e seus apaniguados usaram ou usam contas daquelas? Mais uma vez, não há quem não saiba, é chover no molhado. E por aí fora.

Onde estão os anunciados cartéis da droga, acoitados em ilhas e paraísos? Não estão lá, ou são gente do melhor? E os financiadores do terrorismo, tudo malta fixe, não usam a coisa? Os vendedores de armas ilegais, os compradores do petróleo ao Daesch, os traficantes de virgens, não constam? Não há disso?

O que há é perseguiçãozinha, invejazinha, fabricação de manchetes… nada que, a não ser pela rama, vá recuperar impostos, destapar crimes, punir burlas, trazer algum bem à humanidade, ao Estado, à transparência ou mesmo a “valores” da moda. Por esmagadora maioria, os “apanhados”, ou não passam de malandrecos, ou “valem” peanuts, ou não fizeram nada de ilegal. É vê-los aí, nas primeiras páginas, enlameados pelo que está a dar mas, aposto, sem ponta por onde se lhes pegue ou valha a pena pegar.

O que se passa afinal, se atendermos a dois ou três princípios que se julgaria importantes para a vida em sociedade? Passa-se que bandos de hackers, de assaltantes, de violadores de correspondência, de intrusos sem mandato, entram onde não deviam, apossam-se o que não é deles e, depois, apresentam-se ao respeitável público como santos saneadores da vida das nações. Nem sequer usam os materiais de que se apossaram para apresentar casos duvidosos às autoridades dos respectivos países. A utilidade é a simples denúncia de nomes, suspeitos ou não seja do que for, mas que, por obra e graça desta “investigação” movida pela “justiça informativa”, milhares de pessoas, com culpas ou sem elas, são tornadas suspeitas… de quê? Porque não vão mais fundo, antes de encher primeiras páginas com nomes, sem cuidar de saber se têm, no cartório, seja que culpa for? Faz lembrar os “arquivos Mitrokin”, grande malha do “Expresso”. Salvo meia dúzia de excepções, outra coisa não aconteceu senão salvar a face a dúzias de espiões soviéticos de alto coturno, misturados que foram com gente cuja culpa era a de fazer parte de listas maradas do KGB que tão só significavam que os burocratas de tal e tão distinta organização se entretinham, nos cafés de Lisboa, a brincar com nomes quando não tinham mais nada que fazer.   

 

Ainda vai passar muita água por baixo das pontes até que esta mina informativa se esgote. Um ou outro tipo vai ter umas chatices mais graves ou mais caras do que as causadas pelas parangonas, os que já estavam a ser investigados continuarão a sê-lo, haverá mais uns, quase todos para arquivar, e a coisa acabará por ter parido um rato.

Está certo: o que interessa aos promotores do ciclone é explorar o filão até que o público se canse. Quando a matéria deixar de vender, outra se arranjará.

O pior é que, entretanto, caiu por terra uma série de valores que sustentavam as democracias ocidentais. Talvez seja o dealbar de nova civilização: a dos bufos, dos polícias privados e da “justiça” popular.

 

Um flop, mas um flop perigoso.

 

 

23.4.16

FRASES

“Há margem orçamental para travar o despesismo”, afirmou ontem, cheio da habitual jactância, o ministro da saúde do chamado governo.

Leia bem. Percebeu? É claro que não. Gastar menos, segundo a ordem natural das coisas, não precisa de cobertura orçamental. Será que o chamado governo se propõe aumentar a despesa travando o despesismo? Com esta gente tudo é possível…

E mais disse o tal chamado ministro: que vamos ter “compras centralizadas”. Se me não falha a memória, as compras do ministério da saúde foram centralizadas há para aí trinta anos. Podia a criatura dizer que o sistema centralizado não funciona (certamente por culpa da “direita”, como aconteceu com o terramoto de 1755 e, nos nossos dias, com as inundações do Douro), que precisa reformado, que… qualquer coisa. O que não pode é dizer que vai criar uma coisa que já existe.

Enfim, propaganda é propaganda. O Zé aguenta.

 

23.4.16

A REPÚBLICA DOS TANSOS

Como é do conhecimento universal, todos os números do “painel” socialista que elaborou o “estudo macroeconómico” que serviu de base à campanha do PS estão há muito no caixote do lixo.

Ao programa eleitoral subsequente aconteceu o mesmo.

O programa do chamado governo que se lhe seguiu teve semelhante sina.

O consequente orçamento causou enorme galhofa, cá e em Bruxelas. Para variar, foi reciclado.

Hoje, estamos perante o novo PEC, ou coisa que o valha. De se lhe tirar o chapéu.

Ouvindo o inacreditável Centeno e o banhadacobra Costa, bem com as habituais e elogiosas manifestações de aprovatória afectividade vindas de Belém, parece que voltámos aos ominosos tempos do Pinto de Sousa. Parece? Não. Voltámos mesmo 5 anos atrás.

Os trombones ribombam como ele ribombava ao anunciar o memorando da troica. Dizem tudo menos do que vai suceder. Só rosas. Nem mais impostos, directos ou indirectos, nem mais austeridade, nem medidas extraordinárias, nada, só mais dinheiro para todos, tudo azul. A economia não cresce ou, na melhor das hipóteses – a deles – cresce menos trinta por cento do que há dois meses anunciavam. Estranhamente, o défice - que só desceria, diziam, se a economia crescesse - desce na mesma. É a lógica da batata, não tem ponta por onde se lhe pegue. O crescimento, que era indispensável para a redução da dívida, já não é indispensável, tendo os autores da trapalhada concluído que a dívida, mesmo sem crescimento, desce na mesma. Os 600 milhões que o governo anterior dizia ser preciso encontrar e que levaram à crucificação pública de Maria Luís e de Passos Coelho, passaram a 1.000 para já, mais 1.400 daqui a um ano. E muito mais, que a trafulhice está a dar.


Para já, não se preocupem. O grande buraco já desponta, mas ainda não se sabe quanto tempo levará até cairmos nele.

Entretanto, dizem abalizados analistas, estamos a entrar numa nova República, não a das bananas, mas a dos tansos, dos néscios, dos tontos, dos patetas e dos simplórios.

O que vale é que é tudo muito afectuoso.

 

22.4.16

DESCOBERTAS

Ouvi ontem dona Manuela dizer, referindo-se às negociações da dona Maria Luís para travar e reduzir os custos das PêPêPês - grande obra do PS – que aquelas tinham sido mal conduzidas. Resultado: a autoestrada colapsou.

É tal o apreço e o respeito da comentadora pela sua sucessora nas finanças, tal a independência dos seus julgamentos, tal a altura das suas apreciações, tal a competência técnica, científica e política das suas opiniões, que chega ao ponto de estabelecer uma relação directa entre as diligências da outra e o desabar dos pavimentos das estradas.

O IRRITADO curva-se, humilde, perante a descoberta. Tanta inteligência, tanta independência e tanta profundidade analítica não são para qualquer um.

 

22.4.16

EXCLUSIVAMENTE INÚTEIS

A Bloca de Esquerda insiste: os senhores deputados terão, obrigatoriamente, que ser “exclusivos”. Trocado por miúdos, quer dizer que deverão, enquanto em funções, abandonar toda e qualquer actividade profissional, sob pena de perda de mandato. Além disso, uma vez não reeleitos, durante cinco anos nada de voltar a trabalhar na profissão anterior.

Uma observação de carácter geral. Trata-se de mais uma inversão dos princípios gerais do Direito, isto é, os ditos senhores não precisam de suspeitos seja do que for, são suspeitos porque são suspeitos, faz parte da função. Parte-se do princípio, e pronto, aplica-se a pena e, sem inquérito nem contaditório, corta-se o mal pela raiz. Lindo.

Vistas as coisas em prospectiva, imagine-se as consequências: o que resta de gente socialmente válida, útil, profissionalmente bem sucedida, acaba-se de um dia para o outro. Quem tem uma boa vida profissional cá fora jamais se sujeitaria a ganhar, em exclusivo, o ordenado de deputado, ainda menos a ficar de pernas cortadas uma data de anos depois de deixar de o ser.

Vistas as coisas no plano das conveniências, ou da realidade sociológica, teríamos alargado a todos o exemplar e já existente esplendor da Bloca: grupos parlamentares de meninas e meninos para quem o ordenado da assembleia é superior ao que jamais receberiam cá fora, sem outro préstimo demonstrado que não seja o de ter umas noções marxismo recauchutado e sem outras aptidões que não sejam as da produção de bocas e bitaites, isto sem contar com uma sabedoria catedrática em matérias sexuais politicamente correctas e biologicamente oblíquas.

Uma vez reduzido o parlamento a um conjunto de inúteis e de energúmenos ideológicos, aí teríamos a base ideal para a formação das vanguardas necessárias à aceitação da gloriosa ruína sobre a qual se erguerá a “verdadeira sociedade socialista”.

Ainda lá não chegámos, mas a senda está cada vez mais aberta e mais promissora.

 

22.4.16

A GRANDE PALHAÇADA

Tenho recebido vários comentários sobre o desaparecimento do post com este nome. Tem razão quem acha estranho. Confesso que o post se perdeu devido à minha incompetência informática, que o apagou em vez de apagar outra coisa. As minhas desculpas. O post seguinte é diferente, mas trata do mesmo assunto.

 

21.4.16

VOCÊ NÃO TEM VERGONHA?

 

- O Presidente da sua III República vai prestar vassalagem ao Rei de Castela, pedindo a sua real intervenção para evitar a “espanholização” da banca portuguesa. Depois, vem cá para fora dizer que o fez, cheio de orgulhosa jactância.

                Você, como português, não tem vergonha?

- O chamado primeiro-ministro do seu país, numa querela bancária, pede batatinhas a uma das partes e gaba-se disso em vez de guardar prudente silêncio.

                Você, como português, não tem vergonha?

- O PR, sobre o mesmo tema, toma posição pública escandalosamente partidária, incensando o governo e criticando quem não está de acordo com ele – o chefe da oposição.

                Você, como português, não tem vergonha?

- O chamado PM nomeia um tipo para o representar em negociações privadas, confessando que o dito já andava a fazê-lo há muito, como “amigo”, sem mandato de espécie nenhuma.

                Você, como português, não tem vergonha?

- Ao ser anunciado um acordo na tal querela bancária, o PR e o chamado PM, em uníssono, vêm para a praça pública vangloriar-se da sua intervenção no assunto.

                Você, como português, não tem vergonha?

- O acordo era de palha. Foi denunciado por uma das partes. Ficou tudo embrulhado. Resultado: o tal PR e o chamado PM calam-se como ratos, não reconhecem os seus erros nem dão satisfações sobre o que fizeram.

                Você, como português, não tem vergonha?

- O chamado PM, zangadíssimo, chuta cá para fora um decreto ad-hoc e diz que “legislou”. O PR aplaude e promulga na hora, favorecendo a ontem anatemizada “espanholização” e dando mostras da mais total incoerência e desrespeito pelas regras gerais do direito, tudo sem confessar que andam, ele e o outro, a meter os pés pelas mãos... e o “amigo” a meter água por todos os lados.

                Você, como português, não tem vergonha?

  - Por confessa acção, inabilidade e propagandismo parolo dos dois altos responsáveis em apreço, um assunto da esfera do privado torna-se público, promove problemas diplomáticos graves, anula o prestígio e a independências das instituições democráticas.

                Você, como português, não tem vergonha?

 

21.4.16

UMA CELEBRIDADE

Como é sabido, o saudoso João Soares foi posto a bom recato, por desbocadas razões. Nada se perdeu, dirá quem lê. Se calhar, direi eu, perdeu-se o único membro do chamado governo que nos podia divertir. Os outros, sem excepção, metem medo. Paciência.

Facto é que a sua partida deu lugar ao surgimento de nova criatura, criatura no sentido de que se trata de coisa que não existia antes. Foi criada ad-hoc. Passo a explicar, isto a partir da minha postura de indivíduo antiquado, cheio de vazio no que à alta cultura portuguesa dos nossos dias diz respeito. Castro Mendes era um nome que fazia lembrar um antigo doutor, assitente da universidade, boa e chata pessoa. Não sei se era o pai da nova criatura, mas é a única ligação que tenho a nome de repente tão badalado. De um dia para o outro, um ignorado diplomata que, por razões  mais ou menos esotéricas, passou os sessenta sem ser promovido a full rank, que estava colocado, ou escondido, numa coisa de decadente importância (o Conselho da Europa), que ninguém sabia quem era, transformou-se num dos nossos mais célebres diplomatas, com extraordinária obra a crédito, num eminente intelectual, grande homem de letras, romancista, poeta de extraordinária qualidade, figura cimeira da cultura nacional, etc. Alguns dos seus escritos, pressurosamente reproduzidos na imprensa, dão-nos uma ideia das altas qualidades de de tão distinta personalidade. Será preciso, ou ser um exegeta quântico, ou um membro da intelectualidade mais merecedora de obscuridade, para conseguir encontrar razões para encómios ao ler poemas sem som, sem métrica, sem rima, sem nada que os distinga de prosa menor e social-politiqueira.

Até sou capaz de dar à nova criatura o meu alto benefício da dúvida. Até sou capaz de fazer um esforço para aceitar que, na qualidade de ministro do chamado governo, será melhor que o seu antecessor. Até sou capaz de acreditar que se trata de um gajo porreiro.

Mas, por favor, não venham atirar à cara de cada um com uma celebridade que, como tal, nunca existiu!   

 

19.4.16

BRASILEIRICES

Manuel Carvalho,  jornalista que, de vez em quando, diz umas coisas, esceve hoje, acerca do Brasil: “o que está em causa é apenas um expediente legal e processual para derrotar no parlamento o que o PT ganhou nas urnas”. Faz lembrar o que por cá se passou e que levou ao poder, não quem ganhou as eleições sem maioria parlamentar, mas precisamente o contrário do que significava a minoria relativa que obteve e a não tão grande minoria que se lhe opunha. Disso não se lembra o senhor Carvalho. Compreende-se. Tal lembrança não está a dar.

Adiante. Não foi o PT que ganhou as eleições. O PT tem 68 deputados em 513, menos 18 que em 2010. Foi a sua líder que ganhou. Como se trata de uma Constitução presidencialista, a eleita ficou no direito de formar governo. Mas teve que o formar com base num parlamento onde o seu partido não passa de insignificante minoria, e onde há mais uns vinte e tal. A Presidente nunca teve uma maioria estável a seu lado, nem uma oposição coerente, só gozou de circunstanciais conveniências, joguinhos, mexericos e “conveniências”.

Um sistema desgraçado, num país onde se faz partidos como quem faz ovos mexidos, só podia dar no que deu. Quando as coisas começaram a correr mal, com a inflacção a voltar, a economia a cair,a indisciplina social e fiscal a grassar, as “broncas” a rebentar por todos os lados, inevitável se tornou a criação do inimigo principal, ou do bode expiatório. Para o efeito, só dona Dilma estava à disposição, ou mercia ser seleccionada.

Aliás, contribuiu para facilitar as coisas. Há anos que a sua política não passa da repetição exagerada de slogans, há anos que a figura da presidente se desligou totalmente dos problemas da nação e se perdeu em parangonas vazias e em causas sem efeito. Dir-se-á que Lula era mais ou menos a mesma coisa, o mesmo primitivismo, o mesmo parlapaté, etc. Mas Lula tinha muito para gastar e tinha um país cheio de nova vitalidade. Gastou quase tudo, não deixou mais que uns trocos, políticos e financeiros, à sua bem amada sucessora . O caminho para a construção do bode expiatório estava feito. A senhora só teve que o percorrer, eventualmente convencida de que não havia cheks and balances que a pudessem ameaçar. Se hoje os seus adversários não têm outro objectivo político que não seja apeá-la, ela também não tem outro senão o de se aguentar. O Brasil alinha, esquecido de si mesmo.

O sistema implode, todo ele, entre gritaria política e barulheira social, parecendo não haver quem tenha prestígio moral ou estatura política para o reformar de alto a baixo, que é do que o Brasil precisa. Se querem um sistema do tipo americano precisam de o copiar um bocadinho melhor, de alterar sistema eleitoral com a serena violência da razão, de depurar partidecos sem expressão ou de expressão meramente local, de proporcionar a formação de maiorias coerentes, de rever os equilíbrios de poder...

Mas isto está longe. Parece que por lá, como por cá, há vacas sagradas que podem mais que a razão ou os interesses gerais.

 

18.4.16

HÁ TRAIDORES HONESTOS?

 

Dona Eduarda Napoleão, passados que foram uns 12 ou 13 anos de luta nos tribunais, foi ilibada de todas as acusações perpetradas pelo espantoso Sá Fernandes. O mesmo tinha já acontecido com outro dos acusados, o Prof. Carmona Rodrigues.

Comecemos por saudar aquela senhora, que foi talvez a mais notável vereadora que, durante a III República, a CML conheceu, bem como este honestíssimo senhor, apeado da presidênciada Câmara em condições vergonhosas.

Sá Fernandes traíu a Bloca de Esquerda e o seu amigo Louçã, que o tinham promovido a vereador com a cumplicidade do Costa. Mas deixou-se ficar no lugar a que, moral mas não formalmente, tinha perdido o direito.

Depois, traíu o povo de Lisboa mandando parar as obras do túnel do Marquês. Como é sabido, isto custou à CML e aos munícipes chorudas quantidades de euros - milhões -  atrasos, prejuízos comerciais, perdas de tempo, de paciência, de nervos, etc.

Promovendo uma acção popular, que perdeu, conseguiu  que os milhões dos prejuízos causados ficassem por conta do povo. Pagar, indemnizar os lesados, não é com ele. A empresa construtora, na qual o buraco aberto pelo Fernandes, que eu saiba, não foi integralmente tapado, também faz parte dos prejudicados.

Por causa da história da Feira Popular e do Parque Mayer, arranjou um processo pidesco para comprometer um corruptor. Conseguiu, mas, nesse aspecto, pariu um rato. O pior é que pariu também um elefante: em plena consciência, arranjou um trinta e um à cidade, o qual, passados uns treze anos, ainda está à vista de todos em dois locais entregues à bicharada, com gigantescos prejuízos urbanos e sociais. A traição aos interesses municipais cifra-se também em centenas de milhões de euros, já pagos e a pagar, a que o tal corruptor tem inegável direito e que saem do nosso IMI, do nosso IMT, das nossas taxas e taxinhas, por obra das traições do Fernandes.

Não contente com isto, Fernandes acusou de trafulhice pessoas honestíssimas. O negócio da Feira Popular (que tinha sido aprovado, até pelo PS!, na Assembleia Municipal) foi arrastado na lama, com ele Carmona Rodrigues e Eduarda Napoleão, reabilitados mais de dez anos depois.

Estes, porém, foram vítimas de outra traição, talvez mais grave que as anteriores. O chefe do PSD à altura fez cair a Câmara. Pondo-se ao lado do Fernandes contra os seus retirou a confiança aos “arguidos” nos processos fabricados pelo, assim entregando, de mão beijada, o governo da CML ao adversário, por muitos anos e maus.

E, no entanto, o Fernandes continua, inamovível, a passear-se em sessões públicas e patacoadas várias, muito apreciadas pela acefalia dos adeptos do politicamente correcto.

O Marques Mendes, esse, impoluto e grosso, brinda o povo na televisão com “conhecedoras” arengas, bocas e bojardas, ao serviço não se sabe de quê, mas pode calcular-se.

Em matéria de moral republicana, a traição é bem paga.

 

18.4.16

HÁ GENERAIS

Tenho aqui um recortezinho da primeira página do “Expresso” de hoje, que reza assim: “Marcelo quis evitar a demissão do CEME... mas Carlos Jerónimo recusou reconsiderar”.                           

Lido com olhos de ler: Marcelo quis evitar mais uma chatice ao seu amigo Costa. Sabia (sabe) que o chamado ministro de defesa, um ignorante desbocado, nunca mais terá, porque não merece, qualquer sombra de autoridade junto da tropa.

Lá no fundo, o savoir faire que o caracteriza deve tê-lo feito pensar que, pelos vistos, o fulano meterá rapidamente a pata outra vez na poça e, nessa altura, será mais fácil pô-lo na rua. Não já. Podia ferir a geringonça, pôr a Bloca de Esquerda aos gritos, abanar a “estabilidade” do querido Costa. Isso é que não! Sou o chefe da coligação, que até a Marisa Matias aplaude de pé, toda frenética, e vou deixar que venha um militar pôr a minha querida organização em causa? Nem pensar!

Imagine-se o que foi (se o houve) o diálogo com o General demissionário. Num esconso do palácio, Marcelo dá-lhe afectuosamente o braço. O General encolhe-se todo, mas aguenta.

- Meu caro, estas coisas são uma maçada, não calcula como o compreendo... mas, que diabo, nisto da política...

- O Senhor Presidente desculpará, mas não é suposto pronunciar-me em assuntos políticos. Trata-se de uma questão de dignidade e de disciplina, não de política!

- Calma, Senhor General, calma, a sua dignidade está acima de qualquer apreciação. Mas, enfim, o serviço das Forças Armadas, não é, também tem a ver com a estabilidade política. Pôr tal estabilidade em causa...  não é, enfim, um valor mais alto?... espero que reconsidere...

- Desculpar-me-á Vossa Excelência, mas não reconsidero desconsiderações nem deixarei que fique em causa a cadeia de comando, nem que a estabilidade das Forças Armadas seja ofendida por um ministro que não tem a mais remota noção da sua função, nem um mínimo de respeito pelas pessoas que estão sob a sua acção política, não sob o seu comando disciplinar. Não o queria nem para faxina das retretes!

- Ora ora, General, deixe-se de pruridos, não exagere, não ferva em pouca água! Isto é mais simples do que parece. Deixe-se ficar! Vai ver que, mais cedo do que possa pensar, será compensado, as cantarinhas da nora não param...

O General afasta-se, põe-se em sentido, bate a pala, e diz:

- Vossa  Excelência dá licença que me retire?

- Ouça...

- Já ouvi o que tinha a ouvir. Boa tarde.

 

Na prática, poderá não ter sido assim. Mas, substancialmente, não foi outra coisa.

 

16.4.16

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