O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
- Gloriosamente, diz-se que a economia portuguesa cresceu 0,2% nos primeiros três meses. Extrapolando, teremos 0,8% no ano. É sabido que as mágicas previsões do PS e dos respectivos cérebros já foram revistas em baixa 247 vezes. Mas tão baixo nunca tinham chegado... O que vale é que o chamado ministro das finanças, ontem, declarou que estava tudo a correr pelo melhor, e o da economia, hoje, também se reviu na sua bem sucedida política, coisa que ninguém sabe o que seja.
- O chamado primeiro-ministro, do alto da sua inegável argúcia, declarou que “cabe ao Estado assegurar a escola pública”. De acordo com a ideia se, como escola, se entender ensino. Não é isso o que a excelência quer dizer. No seu esclarecido bestunto, escola, ou ensino público, quer dizer “propriedade” de tudo o que é escola, ou do que é ensino, quer dizer centralização e controlo absoluto de tudo o que ao assunto diz respeito. Chegaremos assim ao “ensino planificado”, tão do agrado dos camaradas do homem.
- Certamente por engano, o doutor (diz-se) Centeno, alcandorado das caves do Banco de Portugal aos palácios do poder, declarou, julga-se que cientificamente, que “é preciso tempo para que as reformas dos últimos anos se materializem”. Mistério é saber a que reformas se referia o rapaz. É que as “dos últimos anos” só têm a ver com ele na medida em que anda a destruí-las ou, usando a sua linguagem, a desmaterializá-las.
- Uma boa notícia: o senhor Nuno Saraiva, conhecido jornalista ultra socialistocrático, foi trabalhar para o Sporting sob a alta direcção do inenarrável presidente da organização. O IRRITADO espera que seja emprego full-time, a fim de nos livrar das opiniões políticas de tão ilustre intelectual.
- Ontem, ficámos a saber que os ex-presidentes da III República já foram contemplados pelos espanhóis com bonecos de cera. Calcula-se que equipas de bonequistas castelhanos lhes tenham tirado as medidas. Mais uma vez, o nosso actual venerando chefe, marca a diferença. É que, ontem, os tipos da fita métrica foram filmados na sua benemérita tarefa, coisa que os outros PR’s trataram discretamente. Saudemos, na oportunidade, mais este sinal da presidencial “transparência”.
- Um tratado de amizade e consulta foi ontem celebrado entre o PS e o PC. Comprometem-se as partes a não se chatear mutuamente nas eleições autárquicas, e até, com certeza, a fazer umas coligações, a fim de dar testemunho da comunhão ideológica que os inspira e anima.
- O desemprego na zona euro está nos 10,2%. Por cá, dando testemunho da magnífica obra do chamado governo, continua, dando testemunho da estabilidade em voga, nos 12%...
- Titula um medium qualquer que “Os investidores já pedem para vir a Portugal”. Depois, percebe-se que se trata de investidores em startups. A notícia é boa, o título é uma suspeitíssima manipulação.
Ou me engano muito ou a dona Paula Vitorino (Vitorina, em dialecto da Bloca), vítima do seu acendrado amor pelos estivadores, meteu mais um golo na nossa baliza.
A rapaziada não é de modas nem de disfarces. Assim que assinou o “acordo”, declarou que vai fazer uma manifestação, de protesto ou de outra coisa qualquer. Dona Paula, dando largas à sua indesmentível inteligência, ficou satisfeitíssima com o aviso. Que diabo, a manifestação é um direito!
O partido da dona Paula assinou a lei de que os rapazes não gostavam e que fez com que juntassem uns 50 dias de greve aos 350 que já tinham no activo nos últimos três anos. A Bloca e o PC descobriram o filão e alinharam com os “trabalhadores”, ao ponto de mandar o grande democrata Carvalho da Silva à SIC borbulhar as bojardas da praxe, e de pôr a dona Catarina e o comendador Jerónimo a regougar as suas esquerdoidas fantasias. Em lógica consequência, o partido da dona Paula desassinou a lei, não fosse incorrer na ira dos sócios.
Ficámos a saber que, em impecável lógica social/comunista, os rapazes verão consagrado o seu inalienável “direito” a só deixar trabalhar filiados da sindical agremiação (a Constituição que vá às urtigas, que a dona Paula e o camarada Costa só lá lêem o que interessa), filiados que admitirão consoante entenderem, estabelecendo além disso os métodos, sistemas e horários da sua actividade. Ficaram com “progressões automáticas”, isto é, com aumentos garantidos para os próximos seis aninhos. E por aí fora, num nunca acabar de normas de boa gestão. Mais: ou o contratinho está pronto e assinado em 15 dias ou vai haver bernarda outra vez.
Dizem as más-línguas, certamente de neoliberais ou protofascistas, que a rapaziada tem o hábito de trabalhar devagarinho, a fim de ganhar turnos com horas extraordinárias a 200%. Também dizem (malandragem!) que se mantêm as equipas de quatro do antigamente – quando andavam com a carga às costas – chegando um, dois, vá lá, hoje em dia, para descarregar os contentores. E dizem muito mais. Tudo mentiras como é de ver e muito bem achará a subida mente da dona Paula.
Aceitam-se apostas. Daqui a quantas semanas entrará a rapaziada em greve outra vez, desta feita com o apoio do Arménio e do careca da Bloca?
Para já, temos a manifestaçãozinha de 16 de Junho. Depois, logo se vê. A dona Paula deve gostar: em auto golos é especialista.
Gostava que o Presidente, o chamado governo, a Oposição, o Parlamento, os Tribunais, a polícia, a brigada de homicídios, a banda da GNR, ou fosse lá quem fosse (talvez algum comentador abalizado) me explicasse porquê ou por que carga de água tem a PGR competência para se pronunciar sobre a interpretação dos contratos do governo com entidades privadas como as escolas.
Julgava eu que a PGR, como advogada do Estado, se dedicava a investigar crimes públicos por iniciativa própria, ou privados, por denúncia pública ou privada.
Julgava eu que a competência para julgar a interpretação de contratos do Estado onde não se vislumbra crime era dos tribunais administrativos.
Ou os meus julgamentos estão errados – pelo que peço que me expliquem – ou a douta opinião ora exibida pela PGR se deve a alguma encomenda governamental destinada a baralhar os naipes e a entreter o pagode com palermices, matéria em que o chamado governo é comprovadamente exímio. A encomenda não seria surpreendente, o que o seria era ter sido aviada.
Haverá quem me esclareça? Os meus antecipados agradecimentos.
Quando andamos lá por fora, sem jornais nem paciência para andar à procura do que se vai passando na terrinha, é costume, ao regressar, achar que, afinal, está tudo mais ou menos na mesma e que a informação actualizada não fez falta nenhuma.
Desta vez não foi assim. Mal pus os pés no chão, caiu-me em cima o novo PREC com o seu cortejo de malfeitorias e desgraças. As previsões da negregada “direita” (as pessoas com dois dedos de testa e um mínimo de seriedade e bom senso) a que os geringonços deram origem estão já largamente ultrapassadas. Eram previsões optimistas. Ninguém pensaria que, seis meses passados de poder social-comunista, estivéssemos, com a pressa que estamos, a cavar a sepultura, já não a do socratismo mas outra ainda mais funda.
Não há um só número, um só critério, um só sinal que não seja negativo e com tendência a piorar. Sabe-se que o caminho do abismo é uniformemente acelerado. Cada dia que passa mais difícil é parar nem que seja para pensar. E, se há coisa que os geringonços não sabem fazer é pensar, ou sequer olhar e ver os evidentes resultados da sua “obra”. Sua é a arte do fingimento, não da governação, do disfarce, não da sinceridade, da demagogia, não da política.
Em seis meses de tropelias, ainda ninguém ouviu falar em investimento ou em economia, para além das patacoadas sem nexo desse infeliz que se acha ministro da dita. A outrora tão miseravelmente troçada diplomacia económica está morta, o AICEP, tão activo há uns anos, deixou de existir ou está num purgatório de inutilidade e marasmo. O fulano da segurança social dedica-se a todo o vapor a fazer saneamentos, o Vasco Gonçalves e a sua trupe de bolchevistas às gargalhadas na tumba. O chamado primeiro-ministro, à boa maneira dos ditadores, dedica-se, de sociedade com a Bloca e o PC, à criação do inimigo externo, desta vez a Comissão Europeia e anexos, erigidos em eixos do mal. O chamado ministro das finanças é todos os dias desmentido pelo chefe, e gosta. O da educação estatista, destroi, atrasa. O Cabrita, santo Ambrósio!, é um mestre na asneira. O da defesa, santa Hermengarda!, percebe tanto do que anda a fazer como eu de carros eléctricos. E assim por diante.
As reversões tiveram o brilhante resultado de acabar com toda e qualquer intenção de investimento externo. As agências ameaçam. A “Europa”, claramente, já não “está conosco”.
O Presidente, timidamente, parece que quer dizer uma ou outra coisita, mas já não consegue, prisioneiro voluntário da sacrossanta “estabilidade”. Gostava de saber a que estabilidade ele se refere, outra que não seja a da geringonça, a quem não poupa elogios. Mais valia estar calado, mesmo que lhe chamassem “múmia” como, injustamente, fizeram ao Cavaco.
Enfim, o IRRITADO, com a maior tristeza, volta às lides, na esperança de vir a recuperar a sua distinta quão parca audiência.
Mas... meus amigos, animem-se! Há luz ao fundo do túnel. O congresso do PS vai discutir o que, verdadeiramente, interessa à Pátria: a legalização da prostituição, a importação livre de canabis e outras rebuscadas e importantíssimas matérias. A dona Catarina, depois de pôr as mulheres ao nível das vacas e das éguas, vai pôr os meninos de 16 anos a passar a meninas, as meninas a passar a meninos. Querem melhor? Não, não se queixem. Haja saúde!
Quase a voltar à Mãe Pátria, vou vendo umas coisas do que por aí se passa. É de gritos. Sim, de gritos de revolta, de gritos de pena dela. Dela, quer dizer, dos seus cidadãos.
A luta do colectivismo contra a liberdade individual prossegue a um ritmo assustador. Sinal mais recente disso , a guerra das escolas, violento testemunho da progressiva marxizaçâo do país.
Nenhum dos defensores da chamada escola pública (sinal de feroz estatismo, não de preocupação com o ensino) se lembrou ainda de fazer uma simples conta, conta que levasse a saber qual o custo de um aluno numa escola pública e quanto custa o mesmo aluno numa escola contratada. Quem ouve a camarilha social-comunista do governo fica com a impressão de que a escola pública é de graça e as contratadas uma despesa insuportável para os contribuintes, um negócio lucrativo destinado a encher os bolsos a uma gentalha gananciosa e parasitária. Uma propaganda eficaz para os mais distraídos, ou para serventuários da CGTP e anexos.
O que os alcandorados ao poder não suportam é ver a liberdade de escolha dos cidadãos, é ver que tal liberdade, onde pode acontecer, resulta na escolha da escola privada, é ver que há professores que não precisam para nada do senhor Nogueira nem da sua tenebrosa organização, é ver que há quem se consiga organizar, funcionar, ensinar, sem precisar da escravidão e da indignidade dos contratos colectivos, é ver que há quem não "delegue" a sua vida e o seu futuro em quem não tem mandato para coisa nenhuma mas se considera dono e senhor de milhares.
Porque será que os que podem exercer a sua liberdade escolhem as escolas privadas? Porque não querem ver os seus filhos educados por grevistas e quejandos, sentados num lugar donde não podem ser apeados, gente que ninguém avalia, que por lá fica haja o que houver e se dedica à arruaça quando lhe tocam na fímbria das vestes.
Numa palavra, os pais que podem (no sentido de ter oportunidade, não dinheiro, para tal) escolhem a escola privada por que é melhor que a pública.
O Estado, se ainda fosse democrático, colocaria os seus meios ao serviço do ensino, do melhor ensino, público ou privado, dentro dos custos normais, sem descriminação outra que não fosse a da qualidade, ou seja, dos resultados. Mas não é isso o que move os adeptos da paranoia esquerdoide que se apoderou do poder entre nós e que só ficará satisfeita quando tudo for público, isto é, quando puder mandar em tudo, ter o poder total.
Ponde-vos a pau, ó gentes! O que está em causa é a vossa existência como seres pensantes e livres!
Vários conhecedores destas informáticas matérias me têm dito que, se quiser aumentar o número de leitores, terei que arranjar uns títulos que tenham penetração nos motores de busca. Nunca quis saber de tal conselho.
Vai daí, há dias titulei um post com um nome que por razões de higiene evito escrever: Sócrates.
Qual não é o meu espanto quando vejo mais que decuplicar o modesto número médio de visitas. Não sei exactamente o que se passou, o porquê do fenómeno. Só posso pensar que foi a "magia" do nome do fulano que exponenciou a procura. Aprendi qualquer coisinha.
Agradeço sugestões de palavras que tenham procura, a fim de, mesmo a despropósito, titular de forma a armar aos pássaros.
Aqui pelas américas, li a história de um cavalo cujo sémen valia meio milhão por cada égua fecundada. Não sei se é verdade se é mentira. Sei que, entre nós, produtos similares são vendidos, mais baratos, após cuidadosamente extraídos de garanhões, touros cobrição e varrascos de boa qualidade.
Uma mensagem no telemóvel diz-me agora que, na minha terra, se acabou o exclusivo de vacas, éguas e porcas. É justo. Então as alimárias tinham mais direitos que as mulheres? Nem pensar! As nossas ilustres fêmeas passaram, por progressista lei parlamentar, a ser iguaizinhas às vacas, às éguas e às porcas. Aleluia! Portugal projecta-se no concerto das nações como uma das mais avançadas.
Note-se com admiração e orgulho que não é só em termos reprodutivos que a igualdade se processa. É que as vacas e similares não precisam para nada de se casar, ou de ter macho de estimação. Até podem odiar os machos e ser inseminadas na mesma. Porque se havia de descriminar as mulheres? Quais homens, quais maridos, quais namorados, uma seca!
As criancinhas não precisam deles para nada, tal e qual os bezerros/as, os poldros/as e os leitões/oas.
Assim se avança, assim se dá saltos para um mundo mais igual e mais solidário, como soe dizer-se. Também se avança para o fim de uma civilização, mas isso é opinião de vencidos, como o IRRITADO.
Desde segunda-feira em fuga por longes terras, em descanso das pátrias guerras.
Ai de mim, caí hoje na asneira de, num computador emprestado, abrir a página do “Observador”. O produto está a cair, o desemprego a aumentar, a luta pela estatização de tudo e mais alguma coisa continua, triunfante e ruinosa. Adiante.
Interessante a sério é a questão da alheira. Parece que, por unanimidade, os nossos ilustres representantes dedicam o seu precioso tempo a discutir o problema da alheira. Não percebi bem, certamente por falta de patriotismo. É que não se trata de fazer exigências quanto à qualidade do produto, a fim de nos proteger das alheiras aldrabadas que por aí andam a dar cabo do almoço de cada um. Seria, convenhamos, assunto de somenos, próprio de funcionários, indigno da alta apreciação parlamentar.
O que se passa é que os representantes do povo querem proteger, subsidiar, isentar, propagandear a alheira, na sua qualidade de “bem cultural”, “civilizacional”, joia sem preço da gastronomia universal, etc. Este nobilíssimo objectivo é pasto de discussões e desacordos, sendo de presumir que a esquerda prefira uma alheira às riscas e a direita aos quadrados.
Seja como for, os deputados que se divirtam.
Já agora, acho que deviam constituir uma comissão para a protecção do chouriço mouro, e outras para a linguiça, o pastel de bacalhau, a cabeça de pescada e tantas e tão preciosas outras contribuições da Lusitânia para o progresso da humanidade.
E porque não legislar no sentido de obrigar o governo a apresentar à ONU, devidamente instruída, a candidatura da alheira a património da humanidade, qual Taj Mahal da Beira Alta?
Diz-se por aí que José Pinto de Sousa, dito engenheiro Sócrates, foi à abertura do túnel do Marão para mostrar que “ainda existe”.
Não precisava. Não só existe como está bem representado nas altas esferas do poder. Tem Costa na chefia do chamado governo, seu fiel colaborador de sempre e ex-número dois, homem que apeou o seu sucessor, Seguro, que não o tolerava, que repôs no galarim a sua gente (César, Ferro, Campos, Santos Silva...), que foi buscar o seu mais próximo colaborador e seguidor - seu quase alter ego - Silva Pereira, para escrever a moção do chefe ao congresso do partido. E por aí fora.
O PS de Seguro foi varrido, os seus homens, esses sim, passaram a não existir, a andar por aí, ignorados, indignados mas tímidos, todos devidamente substituídos por gente de confiança, a gente do convidado do Marão.
O PS de Sócrates existe, sim, e está no poder, correcto e aumentado. Sócrates também. A sua obra continua, de vitória em vitória, até à (nossa) derrota final.
Aquilo no Marão foi só fumaça: cada um para seu lado mas as alminhas bem juntas. Como sempre.
O que se pode concluir da arenga do chamado ministro da solidariedade, ou lá o que é, ontem no Parlamento, é... nada. Nem que ele faça o desenho que prometeu para “explicar” o que não faz a mínima ideia de como se explica. Ou, se faz, esconde.
Em meia dúzia de palavras, o que está em causa é a decisão do chamado governo de pegar numa data de milhões de euros e de os aplicar na “reabilitação urbana”. Quantos milhões? 500, 1.400, 1.500? Ninguém saberá ao certo quantos: o que se sabe ao certo é que o chamado primeiro-ministro diz uma coisa e o do desenho diz outra, aliás prática habitual desta malta – olhem os tipos das finanças! – talvez por aplicação do princípio da “incerteza criadora”.
A genialidade da medida está na fonte do dinheirinho: as reservas dos fundos de pensões da Segurança Social, isto é, uma forma original de “gestão” das contribuições das pessoas para reforma de cada um.
Tal gestão não é coisa fácil. Onde pôr a massa a render de forma que se multiplique, que gere rendimentos, que contribua para a sustentabilidade do sistema? Pode admitir-se que haja fundos da SS aplicados no imobiliário, desde que tal aplicação tenha fortes sinais de produzir bons resultados com riscos diminutos, o que é o contrário do que propõem o chamado primeiro-ministro e o de desenho: reabilitação urbana para habitação social, com rendas administrativas.
É sabido que a habitação social, pela sua própria natureza e independentemente da sua valia enquanto tal, nunca foi, não é, nem jamais será uma aplicação rentável para os capitais nela investidos. O chamado governo é que não percebe isto, nem com cinquenta desenhos. Como não percebe nada de nada, para além de vacuidades e demagogias.
Sejamos justos: é capaz de haver aqui uma certa esperteza. É que, para haver reabilitação é preciso que haja casas para reabilitar, como diria o amigo banana. As casas que há, na sua maioria, não são do Estado, são de particulares. Por isso, disse o tipo do desenho, o capital a investir é muito mais que os 500, ou 1.000, ou lá o que é. Junta-se-lhe o real estate, que é dos particulares. Ou seja, mais uma vez o Estado “gere” o que não é seu, adianta dinheiro (que será a restituir) ao mesmo tempo que priva os particulares do rendimento, reduzido este a “rendas sociais” que, como diz a prática e a praxe pública, se não forem pagas não privam ninguém da casinha, privam é os verdadeiros investidores daquilo que é seu.
Postas as coisas de outra maneira, o Estado socialista prepara-se para mais uma operação de esbulho, a que chama “obra social”. Com as consequências sociais, económicas e financeiras que não é preciso ser bruxo, nem muito esperto, para imaginar.
Acabo de o ver um senhor de sessenta e tal anos aos pulinhos, desajeitado e ridículo, no meio de inúmeras e gozosas criancinhas. Não queria acreditar em tão patética cena. Depois, realizei que o pobre senhor era nem mais nem menos que o Presidente da III República Portuguesa, ou seja, Vossa Excelência.
Devo dizer-lhe, senhor Presidente, que tive mais pena que vergonha.
Mas há pior. Vossa Excelência lançou entre nós, antes da sua viagem a Moçambique, a ideia de que ia até lá num papel de mediador entre as partes que por lá se guerreiam. Visitou, em Roma, a Comunidade de Santo Egídio, que tem experiência na matéria, servindo-se da visita para vestir as mediadoras vestes. Finalmente, chegado a Maputo, bem se fez a tal piso. Levou com os pés, diplomaticamente ou não tanto. Os seus tão proclamados amigos moçambicanos, em bom português, disseram-lhe claramente que não queriam que se metesse onde não era chamado. Um tristíssimo flop.
Há mais. Decidiu Vossa Excelência entrar na polémica do acordo ortográfico. Não o critico pela intenção, mas, que diabo, devia ter-se precavido. Não precisava para nada de receber lições do tenebroso Santos Silva, o chamado ministro dos negócios estrangeiros. Mal Vossa Excelência tinha declarado a sua intenção e já aquele trauliteiro profissional lhe dava com os pés, em conferência de imprensa quem sabe se convocada exactamente para isso.
Muito tem Vossa Excelência sido criticado nestas páginas. Com o desgosto de um eleitor que confiou em alguma independência da sua parte e que o tem visto totalmente alinhado com o chamado governo, a papaguear por palavras suas as que o chamado primeiro ministro vai dizendo. Não estaria certo que criticasse ou fizesse a “vida negra” ao chamado governo. Nenhum dos seus eleitores lho pedriria. Mas, da mesma forma, nenhum dos seus não eleitores imaginaria possível que chegasse ao ponto de seguidismo a que se tem dedicado.
Senhor Presidente, permito-me chamar a sua atenção para a necessidade de refrear a sua mal informada ou mal pensada ânsia de popularidade. Há limites para tudo. Há poças onde não de deve pôr o pé. O bom senso não fica mal a ninguém.
Pense nisto. Olhe que os dois exemplos que acima refiro são paradigmáticos. Por quem é, preserve-se um bocadinho mais. Nem o senhor nem nenhum português perderá nada com isso.
Segundo o próprio afirmou, é seu hábito, em manifestações e comícios, andar a apanhar papéis, cartazes, tichartes e outros produtos deixados no chão pela maralha. Sinal claro, diga-se, da utilidade social e política desse monstro intelectual chamado Pacheco Pereira. O heróico navegante das mais chilras água da política, nacional e não só, foi chamado pela televisão pública para apresentar os seus preciosos arquivos de autocolantes, pins, panfletos, “pichagens”, boinas do Che e outros produtos populares, coisas de que, diz, tem armários e armários cheios lá em casa. Parece que publicou uns livrinos dedicados a tais e tão interessantes conteúdos. Propõe a sua exegese, condição indispensável para quem quiser fazer “história”. E precisa vender os livrinhos, como é natural. A preciosa e prestimosa RTP está, como é de timbre, atenta às necessidades do fulano
Compreenda-se. O absurdo estatal chamado RTP acha-se o lugar ideal para oferecer um bom quarto de hora em horário nobre ao marquetingue do Pacheco. Até aí, tudo benzinho: trata-se de obra social destinada a dar-lhe algum a ganhar. Antes isto que a técnica de vendas do livro do Pinto de Sousa, mais eficaz mas só para milionários.
Nada benzinho é que, feita, pro bono, a propaganda das pachecais edições, se tenha passado a um interminável comício político em que o vendedor de papéis velhos teve oportunidade de espraiar as suas conhecidas opiniões, os seus odiozionhos serrubecos, as suas vingançazinhas de carroceiro intelectual.
Tal como o IRRITADO, a seu tempo, teve ocasião de dizer, não é por acaso que a RTP deu guarida a uns “independentes”, entre os quais a dona Ana Lourenço, figura grada e inconfessa da central de publicidade da geringonça.
A tradição, interrompida durante os anos do governo anterior, foi repescada: a TV pública é a TV do governo, e o resto é conversa.
Em conferência de imprensa convocada para o efeito, o grande apoiante das ideias vernáculas da Bloca, dito ministro Cabrita (em linguagem bloquista leia-se Cabrito) informou os súbditos da seguinte estonteante medida:
“ O (chamado) governo celebrou um acordo de harmonização fiscal com São Tomé e Príncipe, o Barain e o Vietnam”.
Consta que está em organização uma manifestação de agradecimento e apoio ao chamado governo por esta tão importante e corajosa medida, própria gente tão nobre e séria quanto o Cabrita.
Com magna publicidade, o chamado ministro da defesa anunciou, feroz, que vai ser feita uma inspecção ao Colégio Militar em que será dada particular atenção ao horrível caso dos deficientes sexuais.
Numa pequena local, algum proto-fascista fez saber que tal inspecção (sem particular atenção a coisíssima nenhuma) foi agendada, com muitas outras, pelo General Inspector Geral do Exército (hoje CEME) há para aí seis meses.
Donde se conclui que o que o chamado ministro disse era, como de costume, propagandística aldrabice.
Sua Excelência Mário Nogueira, Ministro da Educação, antigo catedrático de trabalhos manuais nomeado para o governo pela CGTP à ordem do comité central, está muito contente com aquele rapazola de negra barba, seu avatar oficial, bem como com a funcionária que, na imagética oficial, substitui, com respeito pelas quotas sexuais, a Secretária de Estado apontada pela Bloca.
A prová-lo, a gravação* a seguir transcrita de um dos últimos diálogos travados entre Sua Excelência e o rapazola:
- Olá filho, bom dia!
- Como está Vossa Excelência?
- Bem, como sempre, aqui no meu gabinete da FENPROF, a olhar o Tejo, coisa deslumbrante...
- Em que posso ser útil a Vossa Excelência?
- Estava a pensar em alterar essa coisa dos exames... estás fazer muitas concessões... é preciso mais coerência!
- Sabe Vossa Excelência a contestação que tem havido.
- Isso é bom. Dá-lhes mais na touca. Já disseste lá na assembleia que quem manda és tu (em meu nome, claro), e fizeste muito bem. Agora, tens que continuar.
- Anda para aí uma confusão dos diabos.
- Aumenta-a! É para isso que aí estás. Tira os exames do 4º, passa para o 7º, ou para o nono, ou tudo ao contrário, não interessa, o que é preciso é que os tipos saibam quem manda e se habituem, tás a perceber?
- Com certeza, senhor Ministro, com certeza.
- Nessa dos colégios particulares, meu rapaz, estás a ser manso. A ordem é acabar com eles, com todos, o objectivo é estatizar a educação sem ficar nada de fora, percebes? Será que, como andaste lá pelas Ilhas Britânicas, ainda sofres de influências capitalistas?
- Dizem que há escolas particulares com qualidade e que as pessoas em muitos casos as preferem.
- Pois é por essas que deves começar! Quanto melhores mais merecem a morte, uma vez que podem contribuir para o descrédito do Estado, e nós somos o Estado, ou para lá caminhamos.
- Bem, se Vossa Excelência acha...
- Evidentemente. E tu, ou achas também, ou deixas de achar seja o que for, estás a perceber?
- Vossa Excelência desculpe, mas não foi minha intenção...
- Vê se metes isto na cabeça: nos colégios privados, os professores não são funcionários públicos. Podem ser avaliados e até ser despedidos quando não prestam. O mesmo se passa com as mulheres da limpeza, os contínuos, etecetera. Não vês isso? Não vês o que isso ofende a universalidade estatal, o que isso prejudica a unicidade da oferta educativa que, como tudo o resto na vida, tem que funcionar na órbita do Estado, tem que obedecer à CGTP, tem que estar enquadrado pela minha autoridade, pela do Arménio, do Jerónimo, do Comité? Não vês isso?
- Senhor Ministro, desculpe, mas o governo é do PS...
- Ai ai ai! Isso são formalismos fascizantes. O PS é um veículo, um cavalo que montamos para estender as nossas normas, afim de demonstrar ao povo que o melhor é entrar nos salutares mecanismos do centralismo democrático. Eles no PS até gostam de ser montados... vê como aplaudem as nossas reuniões.
- Com certeza, senhor Ministro.
- Oficialmente, passamos a reunir todos os trimestres, a fim de que toda a gente perceba quem manda mesmo. Não impede que estejas a todo o momento pronto para receber as minhas instruções.
- Com certeza, senhor Ministro.
- Estás contente? Olha que não é todos os dias que um chamado ministro é tratado por Ministro... com ordenadinho, carrinho, motoristazinho e tudo. Porreiro, não é?
- Sim senhor Ministro.
- Pronto, por hoje á tudo. Se te portares mal, faço três manifs, quatro greves, oito manifestos... e o Costa põe-te na rua. O problema é teu. Adeus.
- Adeus senhor... pling!
2.5.16
*Gravação efectuada por uma mosca tecnológica às ordens do IRRITADO.
Quase histérico de alegria, o chamado primeiro-ministro anunciou urbi et orbe que a geringonça funciona. Gaudeamus!
E não são só os votos do PC e da Bloca, unidinhos ao PS, a aprovar, com pés e mãos, o PE que tinham previamente chumbado.
Há outras coisinhas a demonstrar o magnífico funcionamento da coisa.
Ora vejam o que é a geringonça a funcionar:
- O investimento privado está a zero;
- O investimento público não existe;
- A confiança das famílias desceu, e não foi pouco;
- Dos dinheiros do Portugal 20/20, nem um cêntimo;
- O emprego, em três meses, perdeu 20.000 postos de trabalho (tinha ganho 50.000 no último ano);
- A economia regista perdas, aliás reconhecidas pela própria geringonça, que já não sabe o que há-de fazer às suas “previsões”;
- As exportações estão a cair sem detença;
- O abastecemento público está em risco, apesar do magnífico acordo a que a chamada ministra do mar chegou com os estivadores, pondo-se às ordens deles, tipo Maduro;
Isto consta das contas do INE. Mas há outras contas, internas e externas a dizer o mesmo. E há o Finantial Times e o Bloomberg, para citar só duas fontes das muitas inquietas sobre o que por cá se passa.
Aqui temos o que é a geringonça a funcionar, com os elogios dos seus “mecânicos” e a esfusiante alegria do Senhor Presidente da República.
Foi com inesperada surpreza que ouvi Sua Excelência o Presidente da República que temos dizer que há inúmeros consensos políticos em Portugal, consensos que “não precisam de assinaturas em papéis”. O pior é que, quando quis enumerá-los, bateu na rocha. Quais consensos? “Na política externa, na defesa” e... embatucou. Nem ele sabe que outros consensos haverá. Porque não há mais consensos nenhuns, zero com o PS e, com os outros geringonços, nem os que o PR rebuscou.