O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
Pois é, Relvas, tu tinhas uma licenciatura, obtida com grande esforço de equivalências e outras marteladas, mas devidamente concedida por uma entidade oficialmente credenciada para o efeito. Uma licenciatura a que se pode chamar administrativa. Mas não foram administrativas tantas outras, até de fulanos que chegaram longíssimo na vida, e que ainda por lá andam?
Tu não mentiste. Tinhas o canudo, com assinaturas, selos brancos, carimbos e tudo. Mais tarde – isto da política é uma chatice – o canudo foi considerado “expedito” e sacaram-to à má fila. Caíste do governo abaixo e, em matéria que se visse, deixaste de constar. O defeito nem sequer era teu: candidataste-te às equivalências. Deram-te as equivalências. Se há culpados são os quem tas deram. E tu, meu caro, é que pagaste as favas! Ainda por cima por acção do governo de que fazias parte.
O país está apinhado das mais rebuscadas licenciaturas. É só ler a publicidade das universidades que por aí pastam para se perceber onde a coisa chegou. Centenas de milhar de portugueses são dr., ou eng… até Badajoz, Ayamonte ou Tui. Até o senhor Pinto de Sousa, dito Sócrates, é engenheiro sem que conste que jamais tenha sido admitido na respectiva Ordem.
Não interessa. Facto é que essa malta toda anda para aí à vontadinha e tu, meu caro, te lixaste.
A coisa volta agora à tona, desta vez em versão socialista, isto é, por razões muito mais graves do que as que te conduziram à desgraça. Uns tipos do PS, um a dobrar outros em singelo, ao contrário do que tu fizeste, mentiram, por escrito, preto no branco no jornal oficial. Os respectivos chefes, há quem jure, sabiam da marosca e acharam bem.
Os rapazes deram às de Vila Diogo e, segundo declarou a grande educadora e magnífica líder Catarina, “o assunto está encerrado”. É claro que os grandalhões que coonestaram a aldrabice, esses não se molham, nem sequer se humedecem. Na geringonça, ninguém toca!
Afinal qual é a diferença, esquecida que seja a existente entre a verdade e a mentira? Só uma. É que tu não és da esquerda e os outros são. Estás a ver? É a moral republicana, estúpido!
NÃO DOBRES, Ó DOMINGUES!
Alcateias das mais diversas origens e convicções regougam por aí sobre a tua sacrossanta obrigação de declarar ao Tribunal Constitucional os teus bens, móveis e imóveis, as jóias da patroa, as bicicletas dos miúdos, o diabo a quatro. Tu, que és um chato, dizes não estar para aí virado.
Ninguém sabe dizer ao certo se és, ou não, a tal obrigado. Mas toda a gente sabe que o Centeno te disse que não eras, e que foi nessa condição que te dispuseste a deixar a relativa paz do BPI para te meteres na barafunda da CGD.
Também toda a gente sabe que o Centeno confirma o acordo, que o sapo dos Açores desconfirma e que o chamado primeiro-ministro sacode a água do capote. Estás a ver onde te meteste? Com quem te meteste?
É certo que não andas à vontade no meio desta gente, que já meteste a pata na poça uma data de vezes, que ainda tens muito que aprender.
Mas, nesta do TC, estou contigo. Não te dispas! Não dobres a espinha. E, se te quiserem obrigar a fazê-lo, bate-lhes com a porta na cara antes que te comam vivo.
Já se sabia que o nosso tão estimável Partido Socialista, com um passivo acumulado e confessado de 20 milhões, precisa urgentemente de um resgate. Não chegarei ao ponto de dizer que a “reforma” da CGD se destina a financiá-lo, mas de algum lado terá que vir a massa. Comigo não contem.
Preocupantes sinais exteriores de má gestão, ruína, imparidades, etc., se avolumam no horizonte, o que muito nos deve preocupar.
Por exemplo, rezam os jornais de hoje que a agremiação deve 47 mil euros ao senhorio de uma casa onde se acoita a respectiva secção do Bairro Alto - coisa de que jamais se tinha ouvido falar, mas que terá existido. Facto é que, segundo o que vem escrito, o partido está a dever nada menos que 34 meses de renda, 3 anos menos dois meses. Ou seja, desde que acertou a renda com o senhorio, em 2013, nunca pagou um tostão ao homem. Agora, a título de desculpa, diz que o homem não fez obras. Não sei se estão a ver a gracinha: deviam querer que o senhorio fizesse obras com os 93 euros por mês que pagavam até à data do novo contrato – que nunca respeitaram.
Tem este post por fim alertar os portugueses (todos menos um, que eu já disse que não vou no peditório) para este ingente problema: o PS precisa de nós: dinheiro, chá, e honestidade!
Dada a estremosa, afectuosa, carinhosa, apaixonada e competente forma como Estado vem, desde há muito, tratando o património florestal que detem, resolveu agora alargá-lo. Muito bem! Vai deixar de haver pinhais abandonados, eucaliptais sem dono ou, no limite, expropriações à moda do PREC. Por consequência, diz o chamado governo, vai ficar tudo num brinquinho e nunca mais haverá incêndios na “nossa” floresta à beira mar plantada, além de que se tornará muito mais fácil procurar criminosos em fuga.
Vamos, finalmente, ter um banco florestal, coisa que muito animará a malta.
A comemorar esta grande reforma, reuniu algures um mimoso grupo de chamados governantes: pelo menos 23, dos quais 9 ninguém saberá o que fazem, com fotografia para o jornal e vasta cópia de triunfais declarações. Lá estava, note-se a título de exemplo, sua excelência a chamada ministra do mar, entidade com alta competência e avantajadas responsabilidades em matéria florestal.
Se vivêssemos de retumbantes anúncios, a vida sorrir-nos-ia. Ou talvez não: às vezes, pior do que o anúncio é o que ele anuncia.
Toda a gente, em Portugal, com razão ou sem ela, diz mal de tudo. Um direito inalienável, não é? É, sim senhor. Ainda bem.
Diz-se mal cá de dentro. Por mim, não me calo.
Diz-se mal lá de fora. Vale tudo, e de todos os lados: O Trump é uma porcaria, a Hilária uma burocrata, o Putin uma besta, a dona Ângela uma ditadora, o Hollande uma desgraça, a Marine uma fascista, os ingleses uns chatos, os franceses uns lapurdas... Estamos no nosso direito, pois então!
Vale tudo? Valerá, mas com uma excepção: a do Dr. Schäuble (chaubel, chabel, choubel, chubel, chowbel, etc.), em linguagem dos pivôs da TV e do nacional-comentarismo). O Dr. Schäuble, ao contrário dos que dele dizem cobras e lagartos, não tem direito a ter opiniões. Se não concorda com a geringonça está a meter-se em assuntos internos, é um serventuário da mais repugnante conspiração política e financeira contra os sagrados interesses da Nação portuguesa, está feito com as multinacionais e o Goldman Sachs, quer a nossa ruina, age contra nós sempre que pode e, mais nefando dos crimes, confessa que Passos Coelho levava o país no bom caminho e que Costa o leva para o abismo. Inadmissível! Não se critica nem se contradiz o que ele opina (o chamado governo está calado como um rato cego), o que se proclama é que o homem passa da chinela sem autorização superior – talvez do Santos Silva - quando se trata da geringonça.
Não é um problema de opinião. É uma questão de direito. E o Schäuble (chaubel, chabel, choubel, chubel, chowbel, etc.) não tem direito ter opinião sobre o que por aqui se passa, sobretudo não tem o direito a não acreditar na excelência da geringonça.
Isto da democracia tem os seus limites, não é? É sim senhor. Perguntem ao Louçã, que sabe tudo.
O chefe Costa declarou de sua justiça que a CGD era pública e, tal III Reich, seria pública mil anos, pelo menos. Mas (nunca é verdade o que o chefe Costa diz), não é tão pública como isso, ou seja, é pública mas. No fundo, o chefe Costa é capaz de ter as suas dúvidas quanto à utilidade de ser pública ou não. Calcule-se, coitado, as voltas que dá às meninges para se auto-justificar, acabando por dar primado à ideologia em prejuízo do bom senso. É lá com ele. Seria bom que olhasse para o espelho e visse o que qualquer cidadão verá: que é um saco cheio de ratos e de paleio, sendo paleio o mais importante.
Voltando ao tema, teremos que a filosofia triunfante acaba por ceder a alguma realidade, isto é, que tudo o que é público acaba em burocracia, ineficácia e/ou trafulhice, coisas que no privado também acontecem, mas não são generalizáveis. Assim, o homem deu voltas e reviravoltas e concluiu que, se queria livrar-se da desgraça da CGD, tinha que ir ao privado buscar um craque. Muito bem.
Mas a coisa está a correr pelo pior. Antes de mais, mal habituado, o craque começou por desatar a fazer convites sem título para tal nem conhecimento dos absurdos e não absurdos da lei. Mandados para casa os convidados e passados os trambolhões que se seguiram, havia, finalmente, um chefe da CGD que não tinha, diz-se, nada a ver com a política nem com os partidos, um tecnocrata puro e duro. O problema é que o homem ainda não tinha aquecido o lugar e já andava metido em polémicas, desmentidos e outras politiquices nos jornais. Não sabe onde se meteu. Ingénuo ou parvo, é escolher.
Mimosiou-se com um invejável salário, assim como aos executivos e aos não executivos. Não sei nem me interessa o que ganham os colegas do privado, à excepção de um caso que conheço de um não executivo bancário que ganha cerca de um sexto do vencimento dos novos da CGD. É obra.
Tudo bem, ou quase. Só que as coisas foram postas de pernas para o ar. O poder da geringonça tirou os limites aos vencimentos do craque e colocou-os nos prémios. Quer dizer que, indo a CGD para o buraco, o novo todo-poderoso ganha o dele; se a CGD for um sucesso, grande ou pequeno, os prémios estão plafonados, como se diz agora em galo-português.
O senhor também se enganou quanto ao poder imenso da inveja nacional. Ele, que não é gestor público, ainda que seja gestor público, ganha como privado mas tem que ser público: tem que se despir na praça pública, uma vez que, sendo público ainda que privado, terá que deitar cá para fora todos os seus tostões, propriedades, acções, os seus investimentos em gravatas, quantas casa de banho tem lá em casa, e outros elementos a que temos direito. Não sendo público mas sendo público, tem que se submeter ao que é tido por “transparência”, o que quer dizer que, segundo a nacional bempensância, é suspeito de tudo e mais alguma coisa e vítima da inversão do ónus da prova sob a doce vigilância do Tribunal Costitucional, da dona Catarina e de alcateias várias.
Nada de novo, ou quase. Só é pena que o PSD se dê ao trabalho de entrar na jogatana, alinhando com a dona Catarina e outros inquisidores da nossa praça.
Após intermináveis e insuportáveis horas de noticiários sem notícias sobre a fuga do assassino, nada melhor que desaparecer uma criancinha. O fugitivo passou a segundo plano, e nós a ter mais intermináveis e insuportáveis horas de noticiários sem notícias.
Para nosso gosto e azar das televisões, coitadinhas, a criancinha reapareceu de boa saúde, sem arranhões nem nódoas negras. Não faltarão “jornalistas” a lamentar o esgotamento de mais este acontecimento desejavelmente inesgotável.
“Está tudo bem, escusam de andar aqui a perder tempo”, disse a avó do menino à alcateia de profissionais da informação. O apelo não fez lá grande efeito, já que a alcateia continua a “informar”. De qualquer maneira, saúde-se a forma imerecidamente delicada como a senhora mandou a chusma àquela parte.
Em três penadas, Vasco Pulido Valente traça um retrato fiel do estafermo que é digno representante da geringonça, alter ego ordinário do Costa ou dessoutro pesporrente palerma que é um barbaças matulão e bronco, Pedro qualquer coisa.
O problema é que, ao contrário do que diz VPV, há quem vá jantar com ele e não há quem o impeça de maçar as pessoas. Este país não tem emenda.
Numa entrevista qualquer, Passos Coelho disse que o novo presidente da CGD tinha tido informações sobre a situação da organização sem ter (ainda) título para tal.
Verdade? Mentira? Ninguém sabe.
O tal novo presidente, chateado, veio pôr no jornal um desmentido: que não senhor, não tinha tido acesso a nenhuma “informação privilegiada”.
Verdade? Mentira? Ninguém sabe.
Engraçado é imaginar as coisas. Se é verdade o que disse Passos Coelho, a crítica só pode ser a de se achar que a informação de que o “acusado” se serviu devia ser pública, o que não parece lá muito razoável. Se é verdade o que diz o desmentidor, então confessa ter aceite o cargo sem fazer ideia nenhuma do que o esperava, o que não se pode dizer que seja lá muito prestigiante.
A não ser que... o acrescento do adjectivo “privilegiada” traga água no bico. O senhor Domingos estará a dizer que teve onformação não “privilegiada”, sendo que, como é evidente, teve informação que classificou como muito bem lhe deu na bola.
Neste caso, Passos Coelho passa a ter razão.
Conclusão: o novo presidente da CGD, que já meteu água uma data de vezes – os seus convidados que o digam -, reincidiu, perdendo uma óptima ocasião para estar calado.
Enfim, pode ser que que tenhamos a sorte de mais esta descoberta da geringonça dar bom resultado. Mas, para já, as coisas não cheiram nada bem.
Alinhamento do noticiário da RTP, da SIC e da TVI.
Abertura: “caça ao homem”
- Imagens da aldeia onde o presumível assassino roubou um cobertor e dois pares de cuecas (3 minutos);
- Entrevista com a dona das cuecas (2 minutos);
- Entrevista com a ex-mulher do cunhado do guarda republicano assassinado (3,5 minutos);
- Pivô: as movimentações de GNR e da PJ em Carcanhóis de Cima, pondo em destaque a descoordenação de forças;
- Entrevista com o general da GNR, com o director da PJ e com uma senhora muito importante que ninguém sabe quem é, mas é muito importante (6 minutos);
- Imagens de carros da polícia com luzes azuis a piscar, ouvindo-se sirenes e buzinas, com vistas das montanhas circundantes (2 minutos);
- Comentários de dois populares (o homem da tasca de Gerpinhães e a professora de instrução primária que ensinou o perseguido na 1ª classe) sobre o recolher obrigatório e as suas consequências na vida da populações (9 minutos);
- Pivô: considerações sobre a orografia do terreno, com ênfase nas dificuldades de progressão da brigada cinotécnica (3 minutos);
- Plongée das câmaras sobre o local onde a chamada ministra das polícias, contrita e preocupada, dá conta da perfeitíssima actuação dos seus subordinados (4 minutos);
- Pivô: anuncia que a chamada ministra da justiça também quer dizer umas coisas (1 minuto);
- A chamada ministra da justiça diz de sua justiça que está tudo a correr pelo melhor, que a segurança das populações, como muito bem disse a colega, está garantidíssima (3 minutos).
O director de informação aparece no auricular do pivô, e diz: talvez, por hoje, já chegue. Guardem a gravação para transmitir tudo amanhã outra vez. Passem agora para a entrevista com a lavadeira da embaixada do Iraque. Depois, metam a publicidade e guardem 3 minutos para o internacional.
Parece que a filosofia dos media está centrada em evitar chatices.
Parece que a Bloca, depois de ter votado a favor dos aumentos dos novos administradores da CGD, resolveu entrar em polvorosa por causa disso mesmo. Afinal não está de acordo, acha demais, uma imoralidade, um insulto, talvez uma demonstração de neoliberalismo, como diria Mário Soares.
O chefe da filarmónica já veio esclarecer que, ou a CGD actuava como banco privado ou não era banco que se visse. E que, ou é o senhor Domingues (que já fez uma data de asneiras) ou não há outro à altura da “missão”.
Esclareça-se que o IRRITADO se está nas tintas para que o senhor Domingues ganhe mais num ano do que ele em vinte. Não tem inveja nem o culpa, nem quer saber dele para nada.
O que é digno de nota é mais esta patada na poça do chamado governo. Se o governo fosse esperto, arranjava outro salário para o Domingues e dava-lhe o resto em prémios ou fringe benefits, a fim de calar a Bloca e outros invejosos e moralistas de vão de escada.
Resta saber duas coisas: a) se há prémios e fringe benefits além do ordenado, escondidos num contrato qualquer, e b) se, por causa das coisas, no caso de tais coisas darem para o torto, o senhor Domingues já tem o dele garantido, e o resto é paisagem. Chapeau!
Há uns sessenta anos, vigorava em Cuba, sob o comando de um tal Fulgêncio Batista, uma feroz ditadura.
O mundo assitiu então a uma reviravolta. Batista foi exportado para a Madeira e, em Cuba, o galego Fidel Castro, chefe dos revoltosos, tomou o poder. A coisa foi saudada, urbi et orbe. O mundo civilizado e, com ele, o autor destas linhas, exultou, julgando que a democracia tinha chegado à ilha. Fatal engano. O tal Castro era um ditador tão feroz ou mais que o Fulgêncio e, ainda por cima, fiel serventuário da tirania soviética ao ponto de se dispor a abrir o território à implantação de armas nucleares daquela gente. O povo foi esmagado durante infindáveis décadas, transformando-se o país em inviável velharia. Uma tristeza.
Hoje, metido o Fidel em baixa médica, o regime conheceu alguma “liberalização” - de tal forma que, há dois anos, foi permitido ao povo comprar uma torradeira e de, há pouco, o mano sucessor do homem ter reatado tímidas relações com os EUA.
Por cá, como é sabido, os cromagnons do PC mantêm a sua profunda amizade, consideração e admiração pelo comunismo cubano e pelos seus santinhos, o Fidel e o Che (outro “democrata” conhecido pela sua competência em torturas, assassínios e prisões arbitrárias), grandes “irmãos” e companheiros do nosso PC no glorioso caminho da distribuição da pobreza.
Não sei se é por isso que o nosso Presidente faz questão em anunciar uma visita ao ditador, como se de grande honra para todos nós se tratasse. A avaliar pelas notícias que têm vindo a público, pelo menos para já, outro “programa diplomático” não há, ou é de menor importância.
O IRRITADO sauda entusiasticamente mais este contributo para o prestígio internacional da Nação, que até tem um Presidente que atravessa o Atlântico para visitar um doente.
Anda hoje a malta muito incomodada com a hipótese de um downgrading vindo de terras canadianas de Sua Majestade. Será o diabo que chega com um mês de atraso em relação ao prognóstico de Passos Coelho?
Não há quem não caia em cima de tal prognóstico e do seu produtor, a começar pelo chefe Costa e respectiva camarilha esquerdoida, e a acabar em certos invejosos lá do partido do Passos, tudo bem reportado pelos media, como é hábito.
Eu também acho que ele se enganou, isto é, que lançou como prognóstico algo que já tinha acontecido há um ano: a subida ao poder da maior trafulhice política dos últimos 42 anos. Aí é que o diabo chegou, com o assassínio do Seguro, com os perdedores a ganhar e com o que se seguiu e seguirá. O diabo anda por aí desde então. Comprou o país e exigir-lhe-á um inimaginável troco.
O downgrading, para já, é pouco provável, mas é como as bruxas espanholas.
Na ânsia de ir rapando vários tachos, frigideiras e panelas, a mui nobre geringonça acaba de ter uma ideia genial: sacar uns 300 milhões ao Banco de Portugal.
Parece que, dos bancos portugueses, o BdP era o único que ainda não tinha problemas de maior. É claro que, dada a confiança que o governo inspira, ia criando umas provisões para o caso de vir a ter chatices com a dívida pública.
O chefe Costa e o chamado ministro das finanças, vendo por lá uns dinheiros, tiveram a habitual explosão de génio: quais provisões qual carapuça, vamos mas é lá buscar o nosso! O Estado não é o dono do banco? É. Nós não somos os donos de Estado? Somos. Então por que carga de água há-de o BdP andar para aí a fazer provisões em vez de nos entregar o dinheirinho, hem? Ainda por cima, tratando-se de dividendos, não nos podem, nem nos jornais nem em Bruxelas, acusar de andar a sacar receitas extraordinárias. E sacamos 300 dele sem mexer mais nos impostos, nem nas taxas, taxinhas, tachonas, coimas e outras manigâncias do costume. Somos os melhores, os mais altos, os mais inteligentes. Não é o que diz o Presidente?
E assim se vai tratando de saúde ao último banco nacional que tinha a cabecinha de fora.
Em tempos, um político da nossa praça acusou o governo de criar e aumentar “taxas e taxinhas”.
Para bom entendedor, meia palavra bastou. O PS, uma vez no poleiro, acaba de seguir o conselho, que não era conselho, era crítica. No caso, tanto faz.
Consequência: diz o chamado governo que, em 2017, vai cobrar nada menos de cerca de 3.000.000.000 (três mil milhões de euros) em taxas, taxinhas e coimas (vulgo multas). Os aumentos situam-se, segundo as diversas rubricas, entre os 2,7 e os 424%, em relação a 2016.
Saúde-se a inultrapassável inteligência da geringonça. Sem mexer em impostos, isto é, por via administrativa, vocês, cidadãos incumpridores, malandros, vão ver sair-lhes, direitinhos, dos bolsos, uns três mil milhõesitos, desta vez confessados, preto no branco, pela organização que tomou conta do Estado, a demonstrar as altas preocupações socias da dita.
Acrescente-se a facilidade com que, em caso de "azar", o Estado lhe paga quando se engana, ou quando, por via judicial, tiver lhe devolver uns dinheiros: você esperará entre um e cinco anos, na melhor das hipóteses. É a velha filosofia do cigano: “o que está do lado de cá, não está do lado de lá”. Entretanto, porreiro pá.
O nosso bem-amado Presidente já apelou a consensos pelo menos quatrocentas vezes. O seu antecessor fartou-se de falar na mesma coisa, com diferente sucesso, ou seja, sem sucesso de espécie nenhuma.
Agora é diferente: há fartura de consensos.
Por exemplo, se, em 2011/2015, faltasse uma seringa no SNS, o Arménio e a sua malta já tinham apupado o Primeiro-Ministro pelo menos cem vezes, o dr. Silva da OM já tinha feito não sei quantas declarações públicas de repulsa e repúdio. Agora, o SNS está afogado em dívidas, para comprar um rolo de papel higuénico num hospital é preciso um despacho do chamado ministro das finanças, os anestesistas deram à sola, não há cirurgias, não há enfermeiros, as 35 horas já custaram vinte e tal milhões e vão custar ainda mais, e por aí fora, num nunca acabar de chatices.
Mas há consenso. Há consenso entre o governo, o PS, o PC, a BE, o Arménio, o Silva e tutti quanti, de acordo com os desejos do nosso Presidente.
Outro exemplo: se, em 2011/2015 houvesse aulas a começar fora de horas, aqui d’El-Rei que estão a dar cabo do sacrossanto Estado Social, que o Primeiro-Ministro não tem “sensibilidade”, que as criancinhas é que sofrem, que é o neoliberalismo... os professores estavam na rua aos pinotes com o bigodes, imperial, no comando e todos os dias na televisão a vociferar cobras e lagartos, o PS, o PC, a BE davam conferências de imprensa a dizer coitadinhos de nós nas mãos desta gente. Agora, que há uma data de escolas paradas, que andam a fechar as privadas (resquício liberal a abater), que a confusão dos manuais é mais que muita, que não há empregados (auxiliares operacionais!) nem dinheiro para lhes pagar, o que acontece?
Acontece que há consenso, meus amigos, o consenso entre o governo, o PS, o PC, a BE, o Arménio, o bigodes, está tudo no melhor dos mundos, o futuro é risonho.
De consensos destes, há exemplos aos pontapés.
E ainda há quem diga que o povo, os políticos, a Nação, não ouvem os consensuais apelos do senhor Presidente!
A culpa da estagnação é do exterior. Mentira: todos os países europeus crescem mais que o da geringonça. Só a Espanha cresce três vezes mais, os outros mais do dobro. E, mesmo nos escritos da geringonça, em 2017 vai ser pior.
Os juros sobem porque sobem lá fora. Mentira: três vezes mais do que em Espanha, e mais altos que em qualquer outro país, à excepção da Grécia.
Com a subida dos salários da clientela da esquerda, a produtividade vai sublr. Mentira: a produtividade está a descer.
IVA da restauração vai baixar os preços. Mentira. Os preços da restauração subiram três vezes mais que os dos outros sectores.
Mais consumo, mais economia. Mentira: menos economia, menos consumo, menos poupança.
Proteger os mais fracos. Mentira: os mais fracos, ou não verão nem mais um chavo, ou verão um aumento de 1,8 euros por mês, e todos pagarão mais impostos indirectos (os directos nunca pagaram, por intervenção de Passos Coelho).
A prioridade é aumentar o investimento. Mentira: desceu estrondosamente.
IRC vai descer. Mentira: ficou na mesma.
A classe média vai ser protegida. Mentira: olhem as tabelas do IRS.
A segurança social não tem problemas até 2040. Mentira: estará falida em 2020.
No programa jurado, na palavra dada e na letra assinada da lei, o chefe Costa não foi de modas: “a sobretaxa acaba a partir de 1 de Janeiro de 2017”. Não acaba. Mentiroso? Nem pensar! O homem disse, jurou, prometeu, escreveu e assinou. Mas é preciso perceber que, tal como se virou a página da austeridade, também se virou a do português pré-geringonça. Só almas oblíquas, desonestas, anti-patrióticas e mal intencionadas podem dizer, sequer sugerir, que o chefe Costa mentiu, ou não honrou a palavra dada.
Vejam bem: “a partir de 1 de Janeiro de 2017”, em português antigo, queria dizer que, em 1 de Janeiro, acabava a sobretaxa. Mas não é isso o que lá está escrito, não é essa a palavra, a jura, o compromisso. É que, se é “a partir” de 1 de Janeiro de 2017, só quer dizer que é “a partir de”, sem se dizer quando: se for em Dezembro de 2042, quem pode dizer que não é “depois de 1 de Janeiro de 2017”. A expressão “partir”, em geringoçolíngua quer dizer, como é evidente, “depois” de 1 de Janeiro de 2017: pode ser em qualquer altura, como é evidente.
Calem-se as línguas viperinas que chamam nomes ao homem!
MAGIA
Lá em casa, se o ordenado baixar e a despesa subir, ou vendemos o carrito, ou vamos pedir emprestado, ou tratamos de dar a volta. Mas o país não é lá em casa, pelo menos nas mágicas mãos da geringonça. Se não, ouçamos as sábias palavras do apoderado do chamado primeiro-ministro, um tal Pedro Nuno: “os impostos vão baixar, as despesas subir, mas o equilíbrio não abana”. Isto, com a economia a patinar. Nem o mágico Merlin seria capaz de tal feito, nem o homem da banha da cobra lá chegaria. Só a poção mágica da geringonça o fará. Confiança, meus amigos, confiança!
OS MAIS DESFAVORECIDOS
Aqui está uma classe que muito ficará a dever ao chamado governo: a dos mais pobres, ou seja, daqueles que, por obra da “direita”, nunca pagaram IRS. É que, com a subida dos impostos indirectos, tal gente vai passar a pagar mais impostos, os mesmos que toda a gente. É o que se chama redistribuição.
Mais uma vez, o meu conselho é: sosseguem, confiem, agradeçam: a geringonça vai contemplá-los com mais um euro e trinta cêntimos por mês. É d'homem, caraças!
MISTÉRIO DESVENDADO
Aqui há tempos, o chefe Costa, lado a lado com o inefável Medina, anunciou que ia financiar a reabilitação urbana com largos milhões que ia buscar ao fundo de estabilização da Segurança Social. Almas danadas que por aí andam, IRRITADO incluído, vociferaram que o chamado governo se preparava para encher uma data de patos bravos à custa de mais um buraco na Segurança Social.
A coisa, de facto, era estranha, mas foi ontem esclarecida, para bem do povo: a derrama do IMI – uns 170 milhões – vai para o tal fundo de estabilização, ou seja, quem não tem nada a ver com a Segurança Social vai financiar os patos bravos. Depois não digam que o quadrilátero não é genial.
Há coisas que nos fazem pensar que este mundo perdeu o juízo. Ele é o Trump, o Putin, a guerra da Síria, o Sanchez, o Boris, o brexit, o Siriza, a geringonça... Não há manicómio que chegue para tanta maluquice.
Desta vez, é a academia sueca que entra na "modernidade" e dá o prémio da literatura a um cançonetista que, por muito talentoso – ninguém o negará – jamais foi conhecido como grande escritor, nem era essa a a sua primeira ou mais distinta vocação ou a sua maior obra. Já tínhamos visito o Nobel da Literatura ser entregue a chatos do calibre do Saramago ou do Modiano. Mas, enfim, eram escritores com vasta obra, goste-se ou não da dita. Ganhar o Nobel da literatura a tocar gaita de beiços e viola country é coisa que não lembraria ao careca.
Numa próxima oportunidade, será de dar o Pulitzer ao Cristiano Ronaldo, o Goncourt ao Michael Felps e, já agora, o Camões ao Costa. Porque não? Rilhafoles ao poder, já!
Durante o governo formal e politicamente legítimo da coligação PSD/CDS, que acontecia se faltasse um contínuo na escola XS+4 de Badalhufe? E se uma senhora esperasse duas horas para ser atendida no centro de saúde de Carcanhóis de Baixo? E se as máquinas do Metro de Edivolas estivessem avariadas? A resposta é fácil. Por toda a parte se gritaria que o estado social estava, sob os bombardeamentos do ultrahiperneoliberalismo, à beira do colapso final. Professores, médicos, enfermeiros, contínuos, oficiais, sargentos, polícias, bandeiras negras e vermelhas, os exércitos do Arménio, tudo minha gente estaria na rua, bramindo, impedindo o trânsito, agitando as massas, na Assembleia haveria gritinhos da Catarina, insultos do Jerónimo, discursatas apocalípticas dos pêèsses, o diabo a quatro.
Agora, que temos o governo formalmente legítimo e politicamente ilegítimo dos partidos que perderam as eleições, com a saúde, endividada e caloteira, aos trambolhões, a educção aos papéis, sem bilhetes no metro, impostos a aumentar, transportes a colapsar, dívidas a aumentar, economia a estagnar... nada se passa! Os arruaceiros, amadores e profissionais, com mais uns cobres no bolso, meteram férias. O Arménio e o comité central acalmam as massas, xiu, bico calado que vamos dando umas ordens ao PS, os gajos ou amocham e obedecem ou até estão de acordo, os moderados, como diz o barbaças, são poucos e estão nos varais do Costa, tudo corre às mil maravilhas, a parva da Mariana até ajuda (depois tratamos-lhe da saúde), o governo mete os pés pelas mãos mas não faz mal, vamos sacando algum, depois se vê quem paga, bem trabalhadas as coisas voltamos às nacionalizações, arranja-se outro Vasco, rapazes, as barricadas já estiveram mais longe, vão ver como os amanhãs cantarão! Avante camaradas, não é todos os dias que se arranja um PS para dar cavalaria!
A mentira programada vai confundindo as pessoas, mascarando o descalabro, dominando a opinião. Dizer verdades é mal visto, fazer contas está fora de moda.
Há hordas de parvos a creditar: é o que mais dói a quem tenha um resto de juízo.
Muito se tem escrito e dito – eu também - sobre a história dos táxis. Não tencionava voltar ao assunto, mas ontem fui apanhado por uma nova interpretação do fenómeno, que merece referência.
Dona Ana Drago, défroquée da Bloca mas fiel aos princípios da dita, descobriu as mais profundas causas do problema. Na sua opinião, são elas: a precariedade e a falta de contratos colectivos. Esclareço: acha a rapariga que os uberistas, coitados, são trabalhadores precários e que, tanto eles como os motoristas de táxi, deviam ser englobados num contrato colectivo de trabalho, com as respectivas “garantias” e “protecção social”, ou seja, encarregaria o Arménio de negociar em nome deles, quer da Uber, quer dos táxis, a fim de que todos ficassem iguais e com emprego até à cova.
Não podia a fulana estar mais fora deste mundo, nem fazer alarde de maior e mais profundo trogloditismo mental. O camarada Louça diz mais ou menso o mesmo, mas por outras palavras, já que é mais cuidadoso, mais sofisticado e mais perigoso que ela.
De um ponto de vista intelectual, Portugal continua a ter demasiada gente, ou no século XX, ou no terceiro mundo. Parece que teremos que viver com isto, pelo menos até ao estouro final.