O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
Se a actual historieta – mal contada - das transferências serve para alguma coisa, será para vincar, sublinhar, realçar, enfatizar diferenças fundamentais entre o que é a noção de decência dos geringonços e a que os outros adoptam.
De um lado (caso Centeno), as hostes fazem todas a piruetas necessárias para esconder as mentiras (quer dizer, para esconder as verdades!), com as soncices e as desonestidades que lhes são próprias, com o cavalgar de “regras” que proclamam, ignorando factos, mesmo os que toda a gente já viu e conhece, mantendo os aldrabões nos seus poleiros, fazendo os flic-flacs necessários a escamotear o que lhes não convém.
Do outro, a atitude é a de encarar o que houver a encarar, de abrir a mais total disponibilidade para levar o assunto às últimas consequências, numa impecável postura de Estado, e de honra.
O contraste é por demais evidente. De um lado, as acusações demagógicas e aldrabonas das catarinas, as mais rascas ordinarices dos costas, as baixezas mais soezes da cáfila de esquerda, a manutenção no galarim dos que mentiram, tripudiaram, esconderam, os atropelos a todas as regras da urbanidade e das praxes parlamentares. De outro, a serena exigência da descoberta da verdade, por inconveniente que lhe possa ser, doa a quem doer se for caso disso, a demissão voluntária do "arguido", com responsabilidade ou sem ela no caso em discussão.
A nu ficam as abissais diferenças entre a moral republicana de uns e a moral tout court dos outros. Não as verá quem não as quiser ver.
Andava a malta entretida com as aldrabices do trio Marcelo(chairman)/Costa (CEO)/Centeno (bobo de serviço), eis senão quando, fazendo jus à sua fama de órgão oficioso da geringonça, o Jornal do senhor Belmiro, repuxa para a primeira página o trombone de uma falha burocrática destinada a desviar as atenções. Nada menos que, dizem, não se sabe bem a partir de que fonte, de 10.000.000.000 de euros legalmente transferidos para offshores.
Vai daí, trafulhamente, a dona Catarina, espernéfica meia leca parlamentar, declara que os tais milhões foram roubados ao Estado e que serviram para a geringonça distribuir pelo povo em mais um maná de gigantescas proporções. Como não podia deixar de ser, por culpa do governo Passos Coelho. Estava em curso mais uma monumental aldrabice, generosamente posta à disposição da demagogia do poder pelo jornal de “referência”(?!) chamado Público.
Passos Coelho, em má hora (isto da honestidade está fora de moda), apressou-se a dizer que deviam ser feitas investigações para saber o que se tinha passado e tirar daí todas as consequências, coisa que o chamado primeiro-ministro e a sua cáfila, gratos ao jornal e à tal Catarina, não só não quiseram perceber como trataram de proferir a tal respeito saraivadas de ordinarices, vilezas e trampolinices oratórias a que, diga-se a verdade, já devíamos estar habituados: trata-se de “implementar” o único projecto digno desse nome que os anima – fazer oposição à oposição. São eles quem vive no passado, já que, em matéria de futuro, nenhuma história têm para contar.
Punhamos as coisas no seu sítio. Para bem ou para mal, as offshores existem e, de há muito para cá, são legalmente autorizadas, fiscalizadas, controladas, espiolhadas por todos os fiscos, todos os governos, todas as instâncias, todos os moralistas e todos os “jornalistas de investigação” deste mundo. Os milhões foram expatridos porquê e para quê? Ninguém se preocupa com isso.
O único facto relevante é que foram aprovadas pelas autoridades competentes. Preocupação é, aceite-se, saber porque é que o fisco, sabendo, caso a caso, de todas as transferências, seus titulares e seus objectivos e justificações atempadamente comunicadas, não investigou, nem publicou a respectiva lista. O resto é pura paranoia, ou patranhoia. Diga-se, à conta de desinteressante parêntessis, que a geringonça há mais de um ano que sabe da história, e não fez nada do que agora, pela mesma razão, acusa os outros. É de pensar que é uma questão de ética republicana, a fazer lembrar o caso da CGD, em que o governo legítimo (o anterior) é acusado das maiores omissões alegadamente incorridas durante uns meses. Mas a geringonça, que mais de um ano depois, ainda NADA de concreto fez sobre o assunto, para além de trapalhices, trapalhadas e mentiras, não tem culpa nenhuma!
Pois que se saiba porque não foi cumprido o despacho que obrigava à tal publicação e à passagem das transferência por um crivo suplementar por parte do fisco. Algo me diz que, uma vez vistas as coisas com olhos de ver, a montanha vai parir um rato. Veremos. Mas a governamental carroceirice, os enganos, as mentiras, os aproveitamentos das catarinas deste mundo, o populismo infrene, esses ninguém nos tira, são as inverdades instituídas no seu repugnante esplendor. Fantástico!
Há pelo menos dez milhões de portugueses (e muitos estrangeiros) que já perceberam o que se passou na história do trio Marcelo/Costa/Centeno versus Domingues. As célebres SMS’s já não interessam a ninguém, são chuva no charco em que se meteram.
Seria, pelo contrário, interessante saber que imparidades, que créditos marados, que amigalhaços, que asneiras e favores contribuíram para a derrocada da Caixa. Mas aí, alto! A esquerda, ou cobarde, ou estúpida, ou simplesmente desonesta, cerra fileiras para proteger os seus. É tudo secreto, nada se pode saber sob pena de “prejudicar a Caixa”, tudo deve ser escondido, isto é, uma esponja sobre o assunto, que se lixe a transparência, isto, meus senhores, é a moral republicana, bolchevista e trotsquista. As cenas e bocas, tão patéticas como nojentas, que a tal respeito se tem ouvido, visto e lido, são o sinal claro da qualidade de quem manda nesta pobre gente.
Gente que foi oficialmente informada que grande parte do buraco do BES mau (mais de mil milhões) se ficou a dever a dinheiro injectado em empresas do grupo Espírito Santo. Muito bem. Resta uma perguntinha, entre muitas: então se, no caso do BES, se informa quem deve e quem emprestou e como, por alma de quem é que, no caso da CGD, não se pode saber nada de nada, como defende a cáfila da geringonça? A resposta é: os Espíritos Santos estão na mó de baixo, os geringonços & Cª estão na mó de cima.
Em matéria de moralidade e de transparência, estamos conversados.
Se se fizesse um estudo aprofundado e científico sobre as presenças públicas dos chefes de Estado deste mundo, quem ganharia? O Papa Francisco talvez ficasse bem classificado. O A Merkel, quem sabe. Erdogan também. O Holande, não me parece. Não arrisco mais.
Acerca dos campeões, não há sombra de dúvida. São eles, ora adivinhem, o Trump (Donald) e o Rebelo de Sousa (Marcelo). Não há quem se lhes lhes compare. Equivalem-se em presença mediático-popular. Se houver vantagem, talvez seja para o segundo, mas sejamos imparciais: equivalem-se. Haverá algum dia, dos últimos trezentos, em que não vejamos, vezes sem conta, um e outro a dizer coisas, opinar coisas, a perorar ora inanidades ora bojardas. A diferença mais substancial será a dos beijinhos, abraços e rodelas de chouriço, em que ganha o segundo. Em matéria de asneiras, o Donald é o maior, mas o outro tende a aproximar-se a grande velocidade. O Trump que se precate.
Lá para o fim do ano, o nosso estudo ficará mais completo. Haverá mais dados, gráficos e estatísticas.
- COSTA PINTO, melíflua criatura com lugar cativo na SIC Notícias, veio dar-nos enorme dose de descanso ao comentar, científicamente, o livro do professor Cavaco. Diz ele que, para avaliar da verdade do que o homem escreve sobre o Pinto de Sousa (dito engenheiro Sócrates), imprescindível será esperar pela resposta do mesmo, em livro que não deixará de publicar. E que, perante um Cavaco “hirto” e “conspirativo”, há que perceber que o PS jamais teve, ou tem, qualquer “máquina de conspiração”. Atente-se no amor à verdade do Costa Pinto: primeiro, sabe que Cavaco mente, e espera pela “verdade” a publicar por Sócrates; segundo, sabe que o dito vai escrever (ou mandar escrever) um livro; terceiro, sabe que o PS não conspira, ainda menos o Sócrates. Um comentador independente e sériíssimo. Um indiscutível amor à verdade
- MARCELO declarou que o assunto das mentiras do Centeno, do Costa e dele próprio estava “encerrado, ponto parágrafo”. Quando ainda subsistiam algumas regras na língua portuguesa (Marcelo é desse tempo), havia vários pontos: o simples ponto pausa no texto, mais forte que o ponto e vírgula ou o dois pontos; o ponto parágrafo, que anunciava haver um prágrafo seguinte; e o ponto final, que anunciava o fim do escrito. Quando Marcelo aplica o tal ponto parágrafo, das duas uma, ou quer dizer que o caso acabou e, nesse caso, teve um assomo de impróprio analfabetismo gramatical, ou acha que o texto vai continuar no parágrafo que segue. Por outras palavras, ou se enganou, ou aldrabou.
- ADEUS AO PISA é o que anuncia o chamado governo. Explico. Há tempos, um amigo meu, professor catedrático de matemática, anunciava-me ter sido convocado para umas reuniões no ministério, destinadas a acordar numa redução de 25% no ensino de tal matéria, no secundário. O homem estava indignado. Tinha percebido que o que queriam dele era que coonestasse uma decisão que já estava tomada, o que é de uma indignidade a toda a prova. Ontem, anunciavam os jornais que a redução estava em curso, e que o tempo livre assim obtido, seria ocupado por matérias destinadas a lavar, “civicamente”, o cérebro à rapaziada: substituir a matemática por ideologia geringôncica. Pisar o PISA. Ou então, é só mais uma manifestação de inteligência do rapazola a quem chamam ministro da educação.
- NÚMEROS BALOFOS
Alguns números , conforme os vi sublinhados por Daniel Bessa:
Crescimento: em 2016, 1,4%; em 2015, 1,6%; no orçamento, 1,8%; no documento dos sábios do Centeno, 2,4%.
Consumo do Estado: no orçamento, -0,4%; na execução, 1%.
Exportações: previsto, 5,9%; real, 3,7%.
Investimento: previsto, 7,8%; real, -1%.
No parecer de quem diz governar: que interessa isto, se o défice talvez venha a ficar em 2,1% do PIB, à custa de expedientes, de escolas a cair, de saúde de rastos, de dívida a grande velocidade? Nada.
Como deve calcular quem tem o péssimo hábito de me ler, não vou comprar o livro do doutor Cavaco. Não tenho razão nenhuma de especial para isso, só a falta de pachorra para o ler. Acresce que as passagens mais excitantes da coisa já andam por aí, o resto deve ser uma chatice.
Não tenho má impressão do homem. Sei de uma série de sacanices sem importância política de maior, não lhe perdoo o artigo da “moeda boa moeda má” que abriu caminho à golpada do Sampaio, não lhe perdoo a indigitação da geringonça sem se demitir no momento seguinte, bem como uma mão cheia de outras argoladas menores. De resto, acho que é um tipo em geral decente, socialmente inadaptado, institucional q.b., digno q.b.. Enganou-se na escolha de alguns amigos,mas o que lhe assacaram a tal respeito tinha pés de barro. Publicamente, cometeu o monumental erro de dizer que lhe faltava dinheiro lá em casa, o que foi uma espécie de suicídio na praça pública. A partir daí, tudo o que fizesse ou opinasse passou a ser mau e tal maldade foi elevada à potência n pela alcateia da esquerda, muito contente por ele ter andado com o Sócrates ao colo, mas não lhe perdoando que desse apoio ao Passos. O saldo, de qualquer maneira, é positivo, ao contrário do de qualquer dos seus antecessores.
Em relação a Cavaco, lembro o velho ditado que reza “depois de mim virá quem de mim bom fará”. Marcelo já se encarregou de demonstrar a justeza, no caso, da sabedoria popular.
Marcelo vai a todas, como se sabe, e em todas tem os subservientes media à espera, em todas faz declarações sobre tudo e mais alguma coisa, em todas distribui beijinhos e abraços, come umas rodelas de chouriço, bebe o que lhe meterem no copo, num gigantesco e indescritível “trabalho” de propaganda pessoal que, até ver, tem calado muito na alma dos apreciadores de selfies. A todas? Não! Há uma a que não foi: a do lançamento do livro do seu antecessor. Razões de “agenda”, dirá o palácio. A explicação do IRRITADO é outra: não pôs lá os pés, primeiro, porque é malcriado, segundo, porque não ia lá estar a sua gente, quer dizer, a gente da geringonça. A fim de não ser objecto de olhares menos entusiásticos, a fim de não calhar, ali, desatar aos beijinhos, o melhor foi não pôr lá os pés. Se há palco, ou é para ele ou não é para ninguém. Nada de confusões.
Ao contrário do que ribombam catarinas, jerónimos, carecas e outros díscolos, a presente novela não tem nada a ver com a CGD. A CGD está entregue, as tarefas da administração - em plenitude de funções - estão facilitadas pela reestruturação planeada por António Domingues (não pelo Centeno), pelo esquema de recapitalização inventado por António Domingues (não pelo Centeno) e pela aprovação daquele em Bruxelas, via negociações levadas a efeito por António Domingues, assessorado pelo Centeno em funções de public relations. Escusam de cacarejar que o que está em causa é a nacionalização da Caixa, porque não é, que o que se pretende é fragilizá-la, o que é mentira, e de esgrimir outras patacoadas próprias da comunagem PC/BE e dos seus fiéis seguidores do PS.
A Caixa está a funcionar e, cumprido que seja o que foi planeado por Domingues, até é capaz de se vir a safar.
O que está em causa é o interminável chorrilho de mentiras, disfarces e gatos escondidos, as tergiversações e manobras de propaganda que são a base moral da política da geringonça. Não vale a pena, sequer, aduzir factos ou novidades. Toda a gente já percebeu a floresta de enganos e de mentiras em que fomos metidos. Toda a gente já percebeu onde está a verdade. Não é preciso conhecer mais documentos, emails, SMS, escutas, o que quiserem. A verdade está aí toda, escarrapachada na cara de toda a gente. Ou acham que somos parvos?
O que importa agora é saber quem são os culpados, todos os culpados, e que consequências devem ser tiradas do acontecido.
Antes de mais, digamos que o infeliz Centeno é o menos culpado. Na primeira linha está o Costa, que tudo sabia, tudo aprovou, tudo manipulou, que soube, apoiou ou motivou tudo o que o Centeno fez, que foi o primeiro a anunciar, com trombones e charamelas, a gestão privada da CGD, que legislou a tal respeito, que manipulou as datas da publicação para apanhar a malta pelas costas, que deu o dito por não dito, que cobriu tudo: ao nível do governo, é o principal culpado. Ele, que é todo jeitoso, não o desajeitado do Centeno.
Mas há mais, há outro ainda mais culpado e mais acima: o professor M. De Sousa, sito em Belém. Tudo aprovou, tudo protegeu, tudo promulgou, por tudo se atravessou, protegeu os envolvidos, chegou ao cume do cinismo quando disse que ou tudo estava escrito ou tudo não valia nada. Será o que se passa com a palavra dele?
Neste momento, sabe o IRRITADO - como Lobo Xavier publicamente e outros em privado - de ciência certa, que há mesmo coisas escritas que os geringonços, usando todos os métodos visíveis e invisíveis, andam a querer esconder da forma mais cobarde, mais desonesta e mais rasca que se possa imaginar. É vê-los, ouvi-los, a espernar rebuscados encobrimentos e a fazer todo para que passe a tese da Catraina quando disse que o caso “estava encerrado”. Pudera! Se houver bronca, onde é que eles vão parar?
Tudo no mesmo barco. Veja-se o sibilino comunicado de ontem do professor M. De Sousa. Maravilha de cinismo, de disfarce e de outras coisas de que não falarei, comentarei ou classificarei por uma questão de respeito pela República. Conheço de longa data os dotes do professor quando se trata de preparar caminho para sacudir a água do capote. Mas a do duche em que se meteu será difícil sacudir em tempo útil. E é bem feita.
O senhor Trump correu com um ministro porque foi apanhado a mentir. O senhor Costa, muito pior que o Trump, está nas encolhas. Compreende-se: é ele o que merece ser corrido!
Eis, finalmente, o esclarecimento de que todos precisávamos, a verdade por que ansiávamos, a solução do problema, a transparência insofismavelmente restaurada, a meritória confiança que os nossos chefes merecem. Hossana!
Não, meus amigos, não vos deixeis enredar mais nas teias da maledicência. Ontem, com a conferência do chamado ministro das finanças, tudo ficou ainda mais claro do que estava.
Senão, vejamos:
- O chamado primeiro-ministro jamais veio à televisão dizer que a gestão da CGD era privada.
- O chamado secretário de Estado das finanças nunca declarou que os gestores da CGD não estavam submetidos ao estatuto dos gestores públicos.
- O chamado ministro das finanças em tempo algum disse que tais gestores já tinham vigilância que chegasse, do BdP, do BCE e de não sei quem mais, não precisando do Tribunal Constitucional para nada.
- O professor M. De Sousa nem por sombras apoiou a fantástica e tão transparente posição dos senhores acima referidos.
Se você interpretou as declarações de tantos e tão credíveis personalidades de outra forma, então cometeu erros de percepção, uns em cima dos outros. Você estava errado, deve reconhecê-lo, olhar para o espelho e penitenciar-se.
Aliás, quando aquelas estimáveis criaturas vieram dizer o contrário, não estavam a dizer o contrário do que tinham dito antes, nem a contradizer-se, nem a meter os pés pelas mãos. Estavam, meu caro, a esclarecê-lo, a instá-lo a perceber a verdade, a levá-lo a não cometer erros de percepção. Você é que resolveu insistir em tais erros, você é que não presta, é mal intencionado, insistiu e persistiu. Olhe para o espelho. Não persista mais, não insista mais, penitencie-se, peça desculpa, volte ao bom caminho.
Olhe a clareza com que o nosso chamado ministro se referiu, ontem, ao assunto, a humildade, a verdade cristalina das suas palavras. Sim, disse ele cinco vezes, os gestores da CGD estavam dispensados das obrigações dos gestores públicos. Não se lhes aplicava o respectivo estatuto. Mas, no que respeita à “declaração de rendimentos”*, onde estava escrito que estavam fora do sistema? Não estava! Aliás, o professor M. De Sousa já tinha dito o mesmo: ou estava preto no branco, devidamente assinado, ou não existia. O professor M. de Sousa foi claro, o chamado primeiro-ministro também, ainda que, certamente para outros efeitos. Dizia ele que “palavra dada é palavra honrada”, mas isso era antigamente, como é de ver, e compreender, a não ser que se continue nos braços dos erros de percepção de que falava, e bem, o chamado ministro.
Meu amigo, não seja vaidoso, impertinente, maldoso, respeite a verdade, deixe-se de erros de percepção, penitencie-se. Quem o avisa seu amigo é. É o caso do IRRITADO.
14.2.17
*Muito se fala em declaração de rendimentos. Aldrabice. Declaração de rendimentos todos fazemos, todos os anos, estão nas finanças, nada têm a ver com o Tribunal Constitucional. No caso, trata-se-ia de declaração de património.
Aos doze anos, um tio levou-me a beber uma imperial, o que foi uma honra, uma experiência pouco agradável e um salto para uma nova idade. Aos quatorze, o meu pai ensinou-me a beber vinho, falou-me das qualidades do produto e dos perigos que representava. Anos depois, habituei-me a beber vinho às refeições. Aprendi mais com aquelas lições do que hoje se aprende com a publicidade que diz “beba com moderação”, um incentivo para experimentar o contrário. Daí que se chegue aos dezoito anos sem nenhuma defesa e se caia no exagero alcoólico com grande facilidade. Não digo que “antigamente é que era bom”, nem que não tenha apanhado os meu pifos, mas acho que havia uma “educação alcoólica” que se perdeu. A grande diferença é que, em tempos idos, o pifo acontecia, não era o objectivo final. Agora, os jovens não vão “dar uma volta”, vão “sair”, sendo que sair é ir, depois da meia noite, a sítios pouco recomendáveis, ruidosos e nada seguros, e deixar-se ficar por lá até já não se ter nas canetas. O objectivo da saída é o enfrascamento obrigatório. Um “avanço” civilizacional, europeizante, coisa de suecos e quejandos.
Faz-se estudos, estatísticas, pareceres, teorias, "ciência definitiva”, sobre tudo e mais alguma coisa, a influência do escaravelho da batata sobre os genes da drosófila melanogaster, dos rebuçados sobre o córtex cerebral da etnia Yazidi, coisas rebuscadas e altamente rendosas em termos de prémios e bolsas de estudo. Nada contra. O problema, as mais das vezes, são as certezas científico-sociais que daí se tira.
Os técnicos da bebedeira mostram-se muito preocupados com o facto, se é que é facto, de haver “dez mil jovens com dezoito anos que consomem álcool todos os dias”, sobretudo no Alentejo e no Algarve(!). Dez mil acho pouco. Então a rapaziada havia de almoçar um prego sem beber uma imperialzinha? E um copito de tinto ao jantar, proibido? Não é melhor isso que apanhar uma de besana caixão à cova todos os Sábados, bebendo trampas mais ou menos químicas nos outros dias?
As conclusões dos estudos são inúmeras, tremendas, certeiras, avisadas e definitivas, cheias de gráficos e inquéritos.
Algo me diz que quanto mais tremendas mais bolsas de estudo. Injustiças de jarreta.
Parece que o PSD e o PS andam às turras por causa da nomeação de um membro para uma entidade mais ou menos mirífica, inútil e contraproducente, que se chama ERC e se propõe “regular” a comunicação social.
O problema é simples. A coisa tem cinco membros, três de um e partido, dois do outro. O PS, no seu habitual sentido de justiça e de equilíbrio, acha-se o maior partido, como se não fosse o segundo. Portanto, quer ser ele o dono de três, ficando o PSD com dois. Como toda a gente sabe que o PSD teve mais votos que o PS – ganhou e o PS perdeu – fácil seria resolver a questão. Mas como o PS tem a mania das grandezas – quando ganha acha que foi por pouco e, quando perde, acha-se o maior - ficou tudo embrulhado. É a lógica do socialismo que, mesmo “democrático”, se acha melhor e maior que os outros, mesmo quando é pior e mais pequeno.
Toda a gente sabe quem tem razão, mas há que aceitar que a razão e a verdade não fazem parte da filosofia da “palavra dada” desde a subida, politicamente ilegítima, ao poder, do costismo. Temos que viver com isto, e pronto.
No fundo, o IRRITADO está-se nas tintas para estas histórias. Prefere aconselhar uma solução, digamos salomónica. Como a tal ERC não presta nem serve para nada, o remédio será acabar com ela e passar os respectivos membros à disponibilidade. Assim, o Estado poupa uma pipa de massa, a canalha não dá pela falta e acabam-se as tricas.
Já lá vão umas décadas, fui um dia almoçar com um amigo, alta figura do PS, ao Grémio Literário. Não sabia que tal almoço tinha um objectivo, para além de conversa normal entre dois tipos com opiniões políticas. Porém, a certa altura, o meu amigo confessou-me ser maçon de “elevado grau”, e resolveu convidar-me para entrar para a organização. Fiquei surpreeendido, monárquicos na Maçonaria era coisa que não me parecia lá muito natural, mas, enfim, por uma questão de delicadeza confessei-me honrado com o convite e perguntei o seu porquê, bem como o que precisava fazer se o aceitasse. O meu amigo fez-me os elogios da praxe, que justificariam a ideia, e disse-me que a primeira coisa a fazer seria ir a uma “sessão branca” no “templo” do Grande Oriente Lusitano. Perguntei o que era uma sessão branca. O meu amigo explicou-me que se tratava de um acto no qual eram admitidos “profanos” e em que os “altares” do “templo” estariam cobertos, a fim de evitar que “olhos profanos” os vissem. Fiz os possíveis por não desatar a rir e assenti, com uma condição: que me fossem enviados os estatutos da organização, a fim de me debruçar sobre as obrigações que contrairia e os direitos que me assistiriam uma vez filiado, bem como de ficar ao par dos princípios e dos objectivos sociais com que me comprometeria. Tal como esperava, tal condição era irrealizável, uma vez que corresponderia pôr um “profano” a par do teor de documentos reservados aos “irmãos”. Um alívio. Tinha conseguido recusar o convite sem ofender o convidante, e nunca mais pensei no assunto.
Veio-me esta história à cabeça ao ler, num jornal qualquer, uma notícia acerca de uma guerra intestina que se trava no GOL. É que há um candidato a “grão-mestre” que anda a fazer propaganda eleitoral sem que o “Grande Tribunal Maçónico” tenha aceitado a sua candidatura. Neste sentido o “Grande Secretário Geral” António Lopes (“José Relvas” para os “irmãos”) publicou uma “prancha” a dizer que nada de propagandas antes de tempo, já que isso vai contra a “ética maçónica”. O prevaricador é um tipo que conheço da televisão, um tal José Adelino Maltez, talvez “Afonso Costa” em GOLês, perito em frases mais ou menos herméticas ou esotéricas, quem sabe se na mesma língua. Tal senhor terá cometido uma tremenda infracção à “ética maçónica” ao convidar uns “MQI” (meu querido irmão) para uma conferência , saudando todos com um doce “TAF” (tríplice abraço fraterno), interpretada pelo “José Relvas” como campanha eleitoral. Mas há pior: os “irmãos” temem que, dizendo-se Maltez liberal, a sua candidatura possa corresponder a uma incursão de liberais no seio da irmandade. A este respeito“Gomes Freire de Andrade” lançou o pânico nas hostes, com um grito de alarme. Não vá o jacobinismo ser infectado, julgo eu.
Há quem diga que estes tipos são perigosos. Não sei se são. Ridículos são, de certeza.
O chamado primeiro ministro ribombou que jamais tinha acusado o governo de Passos Coelho de aumentar a dívida, sendo que a actual oposição não se coibe de o fazer, assim descredibilizando o país perante o estrangeiro, em atitude anti-ptriótica. Mentira: andam já na net os vídeos que o provam. O fulano é um aldrabão, fartou-se de dizer as cobras e lagartos que agora afirma nunca ter dito.
O chamado ministro das finanças, depois de ter falhado TODAS as previsões quanto ao “remédio” para o défice, vem gabar-se de o ter baixado mais que o governo de Passos Coelho. Mentira: da redução do défice a partir da desgraça socratista (PS), 92% foram conseguidos por Passos Coelho/Gaspar/Maria Luís, 8% pelo por Costa/Centeno à custa sabe-se de que martingalas. Aldrabões.
Um tal Trigo diz que a geringonça anda a proteger “as pessoas”. As pessoas, via Estado esquerdoide, estão a caminho da maior desgraça financeira e social da história, como não há quem não saiba. Todos os que o revelam, cá dentro e lá fora, na boca do Trigo e do Centeno, “erram”. Outro aldrabão, o Trigo. Mais: diz que sabe tudo sobre o caso Domingues/CGD, mas que não diz. Pudera!
O tal Centeno dança a conga para não confessar as promessas mentirosas que fez ao Domingues. Aldrabão. O tal Costa garantiu publicamente que a administração de Domingues teria estatuto de gestão privada, depois desmentiu-se a si próprio, meteu os pés pelas mãos. Um aldrabão, desta vez com a prestimosa colaboração de Sua Excelência de Belém. Aldrabão ao quadrado.
Um tal Mourinho garantiu que o Domingues não tinha que apresentar declaração nenhuma ao TC. Era mentira. Aldrabão.
Os geringonços (PS/PC/BE) repenicam-se na negação de qualquer aprofundamento da comissão parlamentar sobre os desmandos da CGD no tempo da “gestão” socialista. A fuga à verdade é evidente, o que é timbre dos aldrabões.
Há mais, muito mais. É só procurar.
Se esta coisa funcionasse a sério, já estavam todos na rua, e nunca mais voltavam.
Este deve ser o post mais ignorante da minha carreira de bloguista. É que vou falar de uma coisa de que não percebo nada: o cinema.
Desde há para aí uma semana, não há dia em que não veja, escrito e falado, que os profissionais do cinema nacional se preparam para, em Berlim, fazer um escarcéu dos diabos contra um decreto qualquer, um horror publicado pelo governo anterior, ora agravado por outro, ainda pior, dizem, da geringonça. Para além dos títulos dos jornais, nunca li nada sobre o assunto. Hoje, porém, resolvi passar os olhos sobre umas coisas.
É assim: uma “Associação dos Produtores de Cinema Independente”, que parece agrupar uma data de outras, onze ao todo, acha que está a ser prejudicada pelo tal decreto, o qual, dizem os interessados, não distribui dinheiros do Estado em quantidades suficientes, ou com os critérios que acham justos. A observação que ocorre é esta: são produtores independentes que dependem, isto é, vivem dos dinheiros que o orçamento põe à sua preclara disposição.
Segundo parece, tais produtores apresentam uma série de trabalhos num concurso em Berlim, os quais são anunciados pelos próprios como sendo de altíssima qualidade. Deve faltar-lhes o público, porque, se o tivessem, não precisavam do Estado para nada, vendiam bilhetes, tinham publicidade dos distribuidores, etc., isto é, seriam independentes. Como não são, o contribuinte que lhes pague.
A coisa é “julgada” por uma agremiação chamada Secção Especializada de Cinema e do Audiovisual, a qual pertence ao Conselho Nacional de Cultura, que pertencerá, julgo, ao respectivo Ministério. Acham os independentíssimos contestatários que quem devia tratar do assunto era o ICA, Instituto do Cinema e do Audiovisual, organismo do Ministério da Cultura.
Estão a ver a injustiça? Eu, que mais uma vez confesso ignorância, sou de parecer que alguém, muita gente, no meio disto tudo, anda a gozar com o pagode.
Segundo a OCDE, a economia cresceu menos em 2016 que em 2015, coisa que já toda a gente sabia, menos o chamado governo. E que continuará a crescer menos em 2017 e 2018, coisa de que já toda a gente desconfiava, menos o chamado governo. A mesma fonte diz que o investimento estagnou, estando 30% abaixo do que era em 2005, coisa que toda a gente já sentia, menos o chamado governo. Acrescenta a dita organização que o aumento do salário mínimo e a descida do IVA não criaram emprego de espécie nenhuma, coisa fácil de prever para toda a gente, menos para o chamado governo.
A isto respondeu a criatura das finanças que as instituições internacionais (v.g. a OCDE) andam muito enganadas, não só quanto ao futuro, mas até contra indiscutíveis dados do passado.
E a isto acrescentou Sua presidencial Excelência que, cito: “a trajectória económica está correcta”. E acrescentou que a troica não ligou nenhuma aos bancos. Deve querer dizer que a troica pôs "só" 12.000.000.00 à disposição da banca, verba que aguentou alguns bancos e deu milhões de lucro ao Estado.
Pois: na opinião de tão inteligente personalidade, quem se enganou em relação aos bancos, não foi o Constâncio, nem o PS, nem o BdP, nem o 44, não senhor, foi a troica que não percebeu nada. Sua presidencial Excelência acrescentou que, julga-se que por obra e graça da geringonça, a banca, agora, já está com uma saúde de ferro. Isto, tendo o cuidado de acrescentar o glorioso rol dos bancos que não preocupa ninguém.
O inacreditável tipo do lacinho, Nicolau Santos de seu nome, publicou mais uma diatribe, desta feita (talvez por conta do patrão) contra a Ongoing e o seu líder Vasconcelos. E lá veio a relação exaustiva dos malefícios da organização. Não percebo patavina de tal assunto, mas parece que, pelo menos em termos de resultados, o Nicolau tem razão.
O problema é outro. O homem traz à baila os casos da OPA da Sonae, da compra de TVI, dos problemas da PT, e aponta o dedo aos reponsáveis. Todos? Não! Na cabeça privilegiada do indivíduo, o Pinto de Sousa, dito Sócrates, nunca existiu! Coitadinho, não esteve em nenhuma, não tem raspas a ver com a OPA, nem com a TVI, nem com a PT, nada! Nem sequer é citado.
“Um serviço público não pode ser prestado por privados”, disse a espantosa Catarina Martins, rodeada de protestantes devidamente escolhidos e organizados, e dos prestimosos "serviços" da televisão que temos.
Se os transportes lá na terra funcionam mal é porque são geridos por privados. Deve ser como a Carris ou o Metro, que funcionam mal porque são geridos por empresas públicas!
O primitivismo do “pensamento” da mulher, compaginável com as odientas raivas da Mortágua e do careca, dá uma ideia do simplismo ideológico, humana e socialmente analfabeto desta gente, do maniqueismo fucral que a anima, da estupidez comunista que tantos males causou, e causa, à humanidade.
O inacreditável Centeno, tido por ministro das finanças, explicou por a+b a quadratura do círculo, repetiu o milagre das rosas, infirmou o coeficiente quântico de incerteza, demonstrou que o Sporting está em primeiro lugar e, no espírito de tão nobre postura, garantiu que as 35 horas não têm impacto orçamental. A plebe e o Presidente corresponderam à notícia com esfusiante alegria.
No mesmo comprimento de onda, Sua presidencial Excelência garantiu, à fé de quem é, que a classificação de Portugal como lixo sem perspectivas de limpeza é uma das melhores notícias dos últimos tempos.
Logo a seguir, a senhora Marques, conhecida por ministra não sei de quê, opinou em manchete que o Novo Banco deverá ser vendido sabe-se lá como, mas sem impacto nas contas públicas.
Dois dias antes, o delicodoce edil substituto de Lisboa, felicíssimo, anunciou a compra de mais umas dez dúzias de autocarros, umas borlas nos bilhetes, não sei quantas mais espampanantes maravilhas, e a passagem das dívidas da Carris para o Estado. Tudo sem impacto no défice, nas contas públicas e nas ciclovias.
O IRRITADO, ciente das suas responsabilidades sociais, congratula-se com o realismo, a eficácia, a sinceridade e a indesmentível honestidade de quem é tido por governar a Nação e a cidade.
O ilustre professor Freitas, jovem oriundo das profundezas do Estado Novo, putativo herdeiro de Marcelo Caetano, adaptou-se, e bem, aos usos, costumes e princípios da democracia liberal. Emérito fundador do CDS, arrostou com a fúria da esquerda totalitária e castrense, conseguindo pôr de pé um partido democrata-cristão. Muito bem. A atmosfera esquerdizante da nossa política, que ainda perdura, acabou por colocar tal partido num imerecido extremo da direita parlamentar. Mas, não havendo outro… que remédio. Mais tarde, representou a direita e o centro numa candidatura presidencial que havia de soçobrar à segunda volta, após uma histórica saraivada de soezes insinuações e de insultos que o seu rival, Mário Soares, não teve pejo em roncar. Não falo aqui dos tempos da AD, guardando-os para outra altura.
A dinâmica da candidatura presidencial perdeu-se rapidamente. O professor encetou então uma longa, mas rápida, viagem. Começou, perante o espanto e a indignação dos que nele tinham acreditado, por transformar Soares num amigo do peito, um íntimo, um farol. Depois, entre muitas outras etapas, levou à cena uma peça sobre Caetano que, pela indignidade, causou arrepios a toda a gente, à direita e à esquerda. A viagem prosseguiu, tomando velocidade de cruzeiro com inúmeros episódios que não valerá a pena referir. Até que viemos dar com ele no governo socialista do senhor Pinto de Sousa. Parece que o facto de ter criado o CDS o convenceu de que lhe era legítimo assassiná-lo e, de caminho, o PSD. Não o conseguiu, nem conseguirá, espero.
Mas continua a fazer os possíveis. Em mais uma palinódia televisiva veio declarar que o ano de 2016 acabou muito bem, que é só boas notícias e que qualquer pessoa com “um mínimo de patriotismo” “não pode deixar de (as) reconhecer”: (aqui, descobri que não sou patriota, nem minimamente). A TSU foi uma “ferida” nas partes da coligação, já que o PSD “vendeu a alma ao diabo”, uma vez que quer eleições antecipadas(!!!???), que perderá. O PSD “não separa questões menores do que é o interesse do país”. O PC eo BE, esses são coerentes e devem continuar a sê-lo, com o cuidado, é claro, de "esticar sem quebrar", já que a continuidade da geringonça é indispensável. Esperançoso, informa a plebe que o acordo das esquerdas está longe de estar esgotado, porque há “mais temas para a convergência de esquerda”, o que nos dá a ideia do “patriotismo” do homem. E, ó bem-aventurança, o PS sobe nas sondagens!
E muito mais disse, tudo assaz esclarecedor sobre a viagem da criatura, sem tormentos nem escolhos. E sem escrúpulos. Não há ortopedista que valha a tal espinha.
Aqui há dias, escrevi que pelo menos parte dos dinheiros “revertidos”, isto é, repostos de repente e sem mais nem menos nos salários da função pública, eram, ou viriam a ser, cobrados aos novos pensionistas.
Se calhar não tinha razão. O Banco de Portugal veio explicar melhor onde foi o chamado governo buscar o pilim. À dívida, pois claro! Esta é a grande beneficiária do costismo: subiu, qual montanha russa, nada manos que 5%, ou seja, a módica quantia de € 9.500.000.000 – leu bem, nove mil e quinhentos milhões de euros! É obra.
Quer isto dizer que, funcionários públicos, antigos pensionistas e mais uma série de dependentes estão a receber dinheiro emprestado. O qual, não duvidem, assim que a montanha russa começar a descer a velocidade estonteante, os mesmos e mais uns milhões de infelizes que não têm nada a ver com o assunto vão pagar com língua de palmo a actual “descrispação”.
Donde se conclui que, mal por mal, vale mais a pena andar encrispado que hipotecado.
Quem tiver olhos para ver repara nas alterações profundas que se têm vindo a operar na chamada “comunicação social”. Ao ponto de, quantas vezes, ser preciso ter tempo e paciência para procurar notícias, ou no estrangeiro, ou em entrelinhas escondidas em recantos malditos dos jornais.
Lembram-se do clamor mediático que se erguia, até há um ano e pouco, sobre a emigração dos portugueses, a braços com a austeridade e com um governo que empurrava as pessoas para fora do país? Qualquer enfermeiro, pedreiro, doutor, que embarcasse na Portela com rumo estrangeiro era entrevistado, ocupava tempos infinitos nas televisões e nos jornais, com lacrimosas despedidas e brutais críticas políticas. Parecia que o país se despovoava, que, a breve prazo, só cá ficavam os velhos e os inúteis. Se os números do desemprego baixavam, era mentira: devia-se à emigração. Lembram-se?
Pois bem, veio a geringonça, e nunca mais houve emigração! Uma maravilha! De repente, pletóricos de confiança, de esperança, cheios de dinheiro, os portugueses ficavam, seguros, contentes e felizes, na Pátria amada. Pelo menos é o que se pode concluir do silêncio sepulcral que os meios da comunicação social dedicam ao assunto. A emigração parou, deixou de existir, já não é precisa. É o que nos querem meter na cabeça, via comunicação social, toda ela de rastos perante o poder do chamado governo.
A somar a algumas dicas de jornais ingleses, li outro dia, bem escondido num recanto de um dos nossos, que a emigração de portugueses para Angola, em 2016, foi 32% mais numerosa que em 2015. Isto com Angola em crise, em atrasos de pagamento, a construção a colapsar, etc. Nem uma palavra, nem um “estudo”, nem uma “análise “, nem uma opinião sobre o assunto. Imagine-se, se é assim para Angola o que será para a Europa. Não quero imaginar, nem há dados públicos sobre o assunto. Ou, se os há, estão escondidos nas gavetas dos media.
Não pagarei na mesma moeda dizendo que a baixa do desemprego se deve à emigração, ou à “limpeza” dos ficheiros, ou a outra coisa qualquer. Mas, se querem um aviso, convido-os a desconfiar da maior parte do que é dito e escrito neste país. Uma sujeira.