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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

OS PRETENDENTES

 

A cáfila de “militantes” que se acotovela por aí a ver quem é capaz de fazer ao Passos o que o Costa fez ao Seguro, tem, segundo as notícias, o seu mais alto representante no antigo vice-rei do Porto, eterno ex-candidato a candidato, o senhor Rio.

Ao longo dos últimos dez dias, tal senhor foi notícia: andava, ele e o seus sequazes, a percorrer o país de lés a lés, fazendo campanha. Não houve jornal que não o dissesse, que não contasse os avanços de tão distinta personalidade a caminho da gloriosa chefia do partido. Vendo isto, diversas outras criaturas (Morais Sarmento, Relvas, mais um rapazito cujo nome me escapa mas, dizem, é arauto de Belém, e outros) saltaram para a carripana e vai de cooperar na operação. Numa rápida “análise” diga-se que estes rapazes sabem que se o Rio ganhasse era por pouco tempo e, assim, ficavam eles na calha para os altos voos a que aspiram. Mera especulação, é claro.

O mais interessante, e muito nos diz sobre a personalidade do concorrente em apreço, é que o próprio garante que não fez nada: não tem reunido com adeptos, não fez jantares nem almoços, nunca foi dar voltas pelo país nem outros o fizeram por ele, acha que não é o “momento”, e garante jamais ter, no caso, mexido uma palha. É tudo fantasia dos jornais, notícias “plantadas”, aldrabices, fotomontagens, intrigas, informações insubstantes.

Ficamos devidamente informados, não é?

 

29.7.17       

QUEIXINHAS

 

Não sei se há cartel a funcionar nesta história dos preços dos combustíveis. É de crer que os gasolineiros estejam todos feitos uns com os outros, mas também é possível que circunstâncias semelhantes provoquem preços parecidos. Isto digo eu, que não percebo nada do assunto e me limito a pagar e não bufar.

Ora bem. Parece que a coisa a que por cá se chama governo está como eu: não sabe nada do assunto. Tem à sua disposição um sem número de agências, reguladores, entidades, autoridades, o diabo a quatro, tudo pago a peso de ouro. Pois não há nenhum que não esteja de acordo com a governamental coisa, isto é, que saiba do assunto. Disseram-me que até há uma "autoridade" para tratar dos combustíveis, outra para tratar da concorrência, e mais não sei quê. Mas, sobre sobre preços, cartéis, etc., ninguém sabe nadinha.

A prová-lo, a coisa chamada governo foi fazer queixinhas a Bruxelas: façam VExas o favor de investigar o cheirinho a trafulhice que anda por aqui; a malta desconfia, mas, como somos totalmente ignorantes nesta como noutras intricadas matérias, pedimos ajuda. Queiram fazer o favor de investigar. Vai daí, os bruxeloides responderam: vão dar uma curva, nós por cá não temos nada com disso, nem vocês foram capazes de fazer um requerimento devidamente informado. Boa tarde.

Uma lição haverá a tirar deste tão interessante episódio. O governo, se existisse ou valesse um caracol, podia aproveitar para poupar uns tostões. Mandava para casa os alegados reguladores, com um elogio no diário oficial a fim de não chamuscar ninguém. Com as centenas de salários que deixavam de pagar a tais inúteis, se calhar podiam poupar-nos um centimozinho nos preços dos combustíveis.

Por outro lado, dada a generosa preocupação com os nossos bolsos governamentalmente mostrada, talvez fosse de mexer nos impostos dos produtos petrolíferos. São eles, de longe, o mais violento item nos preço em causa. Aqui, porém, quietinhos, que isso de baixar impostos não se coaduna com os exigentes princípios da geringonça.

 

29.9.17

SIMPLOX II

 

O ódio é mais forte que a boa educação, sobretudo quando revela a natureza rasca de quem o sente. Prova disso é a reacção do chamado ministro das finanças à justíssima observação do governador do BdP sobre a governamentalização dos bancos centrais.

Quando da publicação do estudo sobre a supervisão bancária, fez o IRRITADO a mais óbvia das observações: o intricado e complicadíssimo sistema ora proposto não passa de uma forma sibilina de pôr fim a qualquer sombra de supervisão bancária independente e de a colocar inteirinha nas mãos do executivo. O chamado governo passa a dominar o BdP e, por essa via, a sacar de lá cada vez mais dinheiro e, tão importante como isso, a dominar todo o sistema bancário. Tudo ao contrário da letra e da prática de todos os sistemas civilizados.

O governador do BdP é um dos ódios de estimação (a par da PT, do SIRESP e de outros bodes expiatórios) do chamado primeiro ministro e do seu alter ego Centeno. Os inimigos externos são essenciais a qualquer poder com tendências totalitárias.

Ficou isto bem claro na forma imprópria, desabrida e carroceira como o chamado governo “comentou” a opinião de Carlos Costa, dando à casca de maneira a destapar a sua verdadeira natureza.

Que fique devidamente registado.

 

26.9.17

O AVÔ DA GERINGONÇA

 

É facto indesmentível que o camarada Costa foi chamado ao galarim da política através do inestimável favor que lhe foi feito pelo incrível Marques Mendes quando tirou o tapete ao Carmona Rodrigues e assim estendeu a passadeira vermelha da CML ao Costa, até então mais ou menos ignorado aparatchik do PS.

O fulano aproveitou e, dado o jogo de cintura que lhe é reconheceido, usou o trampolim com unhas e dentes, “acusou” o Seguro de ter ganho duas eleições seguidas, depois defenestrou-o por “fracos resultados” e, como é sabido, perdeu as primeiras eleições a que se apresentou. Porém, dada a sua elevada estatura moral, não hesitou em recorrer aos que o seu partido sempre considerara exteriores à democracia e traidores à União Europeia (PC+BE), para se alcandorar ao poder. Uma vez no poleiro, como não há quem não saiba, seguiu dois caminhos, um, o de proteger e alimentar a sua clientela nas fronteiras do Estado, outro, o de o seguir os passos de Passos no que à UE diz respeito. Apesar da retoma europeia e do boom do turismo, conseguiu diminuir o crescimento económico, primeiro para menos que em 2015, depois para níveis ridículos se comparados com os demais países. Pelo caminho, aumentou brutalmente a dívida, acabou com o investimento e conteve o défice. Tudo isto no meio de uma fantástica campanha de publicidade, só prejudicada pela vasta incompetência e inata irresponsabilidade que grassa nas suas hostes, factos bem visíveis, por exemplo, nos casos dos incêndios e de Tancos.

É a política de Sócrates, se descontarmos as obras públicas deste. Levará, pelo menos, a resultado parecido com o que já é tradicional na política do PS, consubstanciada esta, até agora, em três lindos resgates-três.

 

Pode dizer-se que Marques Mendes, hodierno canal oficioso do chairman de Belém e seu sucessor em bocas, é o avô desta coisa toda. Devemos-lhe isso, julgo que mais nada. Mas não interessa, a memória é curta e vale mais ser engraçado do que ter graça.

 

25.9.17

VELHAS NOVIDADES

 

Verdadeiro ou falso, rascunho ou não, vindo de onde tenha vindo ou de parte nenhuma, o relatório ontem publicado pelo Expresso sobre as actividades do chamado ministro da defesa no âmbito do roubo de Tancos não traz nada de novo.

Não há quem não saiba de ciência certa que a criatura geriu o assunto “com ligeireza imprudente” e que proferiu “declarações arriscadas e de intenções duvidosas”.

O relatório não refere nada que não esteja provado através das bojardas que o senhor Lopes tem proferido dia sim dia não: foi uma coisa gravíssima, trata-se de um enorme perigo para a nossa segurança, era tudo sucata, não tinha importância nenhuma, as armas se calhar nem estavam no paiol, estavam à espera de abate, sou responsável, não sou responsável, etc.. Cereja em cima desta porcaria, o indivíduo sente-se levado a chegar à conclusão que, afinal, não houve roubo nenhum, conclusão óptima para lhe limpar a consciência, se a tivesse, mas que não sossega mais ninguém.

Seja quem for que escreveu o relatório, há que reconhecer que se trata de pessoa tão caridosa e amiga que poupou o indivíduo aos adjectivos que ele e a sua actuação merecem: incompetente, mentiroso, salta-pocinhas, ignorante, taralhoco, dito por não dito... atrapalhação, ausência de qualquer sentido de resposabilidade e de respeito pelos cidadãos. Sejamos também caridosos, ainda que não amigos, senão...

Não sei se o tal relatório, existente ou não, se refere também ao comportamento de dois generais que até na república das bananas já teriam, pelo menos, passado à reserva. Sendo generais da geringonça compreende-se, não é?

Substancialmente, nada de novo. No parecer de “quem de direito”, porém, o pobre do ministro foi objecto das mais hediondas atoardas, ínsitas no tal relatório que nunca existiu.

Verdade verdadinha é que, haja ou não haja autenticidade no relatório, o que ele diz não é atoarda nenhuma. Só peca por defeito.   

 

24.9.17

SIMPLOX

 

De forma a tornar a supervisão bancária mais ágil, mais fiável, mais dinâminca, mais independente, uma comissão de altos sábios produziu uma douta proposta, a qual mereceu o desvelado apoio do chamado governo. Consiste tal proposta numa nova arquitectura da supervisão bancária, que passará a ser assegurada pelo BdP, pela CMVM, pela ASSFP, pelo CSEF e pelo CSPF, sendo abolido o CSEF.

Para quem não é versado nestas matérias, esclareçamos: trata-se do Banco de Portugal, da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, da Autoridade de Supervisão dos Seguros e Fundos de Pensões, do (novo) Conselho Superior de Estabilidade Financeira, do Conselho Superior de Política Financeira e do (velho) Conselho Superior de Estabilidade Financeira. Se não é exactamente assim, é mais ou menos.

O BdP, a CMVM e a ASSFP serão “coordenados” pelo CSEF (importantíssimo), que será presidido por um proposto do governo nomeado pelo PR. Os quatro serão “articulados” pelo CSFP, o qual será presidido pelo ministro das finanças.

Estão a ver? Simples, prático, funcional, cristalino. Piramidal, ou quase.

Espremido este sumarento limão, teremos que, sobre inúmeras estruturas, administradores, presidentes, funcionários, meninas e meninos, imperará, glorioso, o chamado ministro das finanças. Em tudo mandará e em tudo terá a última palavra.

Que diabo, não era preciso tanto para dar cabo da alegada independência da chamada supervisão. A guerra do chamado governo contra Carlos Costa deu nisto. Quem se mete com o PS... 

 

27.9.17

MALUQUICES

As esquerdoidas, seguindo à risca a filosofia do partido que, como se sabe, é especialista em pensar da cintura para baixo, andam para aí com uma nova proposta, desta feita consistente em pôr meninos e meninas de 16 anos a “decidir" se querem ser meninas ou meninos. As autoridades públicas, ou seja, os conservadores do registo civil, passam a ser obrigadas a dar letra de lei à “decisão” de cada taralhoco/a que lá lhes apareça. Segue-se que o SNS será também obrigado a proceder às necessárias intervenções cirúgicas, ao fornecimento dos indispensáveis medicamentos, hormonas, etc., sem esquecer o acompanhamento psicológico ou psiquiátrico necessário ao pós-operatório. As respectivas facturas serão suportadas pelo contribuinte.  

O mais inquietante nesta nova e brilhante iniciativa é que o “novo” PS encara com total bonomia e até apoio as maluquices das raparigas e dos raparigos do BE.

No parecer o IRRITADO, se ainda existisse alguma vergonha, estes tão habituais acessos mais ou menos paranoicos daquela gente devia ir direitinha para o caixote. Mas a opinião do IRRITADO vale o que vale, isto é, não vale um caracol. Por isso, acho melhor transcrever o parecer de um médico psiquiatra que trata estas coisas com imerecida seriedade.

 

Aí vai:

 

A agenda política do Bloco é promover a ambiguidade da identidade sexual e considerar normal aquilo que, na maioria dos casos, é patológico, pelo que são muitos os perigos desta aberração legislativa.

Já há muitos anos que tem vindo a ser implementada em Portugal (e também noutros países) uma ideologia que se designa por “ideologia do género”. Esta teoria assenta na ideia radical de que os sexos masculinos e femininos não passam de uma construção mental, cabendo à pessoa escolher a sua própria identidade de género (já existem identificadas mais de 30!). Trata-se de um movimento cultural com impacto na família, na política, na educação, na comunicação social e que reclama a utilização de uma nova linguagem.

A Assembleia da República discute um projeto-lei do Bloco de Esquerda que permite a mudança de sexo aos 16 anos e, no caso de os pais se oporem a esta ideia, possibilita que os menores possam intentar judicialmente contra estes. A agenda política do BE é a seguinte: promover a ambiguidade da identidade sexual e considerar normal aquilo que, na maioria dos casos, é patológico. Convém alertar as pessoas para os perigos desta aberração legislativa, pois os deputados não sabem de medicina, nem tão-pouco de psiquiatria. Os casos de perturbação de identidade sexual (disforia de género) são complexos e levam por vezes os jovens ao suicídio, pelo que este assunto deve ser tratado com uma enorme prudência. Considerar que estes casos se resolvem com um pacote legislativo, é uma visão simplista, redutora e perigosa deste problema.

A estratégia por detrás desta mutação social, que agora se pretende implementar pela via legislativa, é fazer crer que a a ideologia de género é cientificamente correta. As teses desta ideologia são apresentadas como um dado científico consensual e indiscutível, mas isto é absolutamente falso. A natureza tem regras, cabe à ciência compreendê-las e descodificá-las. Portanto, compete à ciência elaborar as teorias que ajudem a desvendar a realidade e não o contrário, como acontece na ideologia do género: elaborou-se uma teoria e para a validar procura-se alterar a realidade.

As consequências deste conflito estão à vista. Nunca como hoje se baralhou e confundiu tanto a mente de crianças e adolescentes. E isto não tem nada a ver com liberdade, mas com uma doutrinação promovida por alguns partidos que se apoderaram ideologicamente do Estado e que desejam proceder à reeducação das massas. Neste contexto, esta proposta legislativa não poderia ser mais tirânica: os pais são expulsos do processo educativo, os psiquiatras e psicólogos são totalmente desvalorizados, sendo-lhes retiradas competências, e os menores passam a ser “propriedade” do Estado que, no plano educativo e legislativo, lhes impõe um novo sistema de valores baseado na ideologia do género.

É espantoso assistir-se a uma indolência perante uma ideologia que se entranhou na sociedade como se fosse um dogma de fé. Mas esta ideologia não exprime a verdade da pessoa humana. Trata-se afinal de uma aventura ideológica, inspirada pelo desejo do Homem controlar a natureza; neste caso, o Homem decidiu declarar guerra à natureza.

Na identidade sexual não é sensato defender a supremacia absoluta da dimensão biológica sobre a dimensão psicológica/sociocultural. O ideal é que haja uma harmonia entre ambas, não sendo ético provocar desordens psicopatológicas artificiais, através da difusão de uma ideologia radical destinada a criar um “homem novo”. Considero uma irresponsabilidade que Estado fomente, seja de que forma for, a ambiguidade da identidade sexual dos adolescentes, deixando-os ficar entregues a si próprios, através de um projeto-lei leviano e irresponsável.

Como psiquiatra oponho-me a esta iniciativa legislativa do Bloco de Esquerda, pois ela não respeita a ciência médica. Não podemos permitir que os adolescentes sejam objeto de experiências de engenharia social. É necessário criar condições para que as crianças e os adolescentes possam crescer livres e mentalmente saudáveis, respeitando o direito que os pais têm de dar a formação moral que considerarem melhor para os seus filhos.

Os casos de disforia do género devem ser referenciados para a psiquiatria, de modo a serem acompanhados pelos vários profissionais de saúde competentes, pois as doenças não se tratam por decreto-lei. Além disso, a história ensina-nos que sempre que a medicina se subjugou à ideologia, os resultados foram desastrosos para a humanidade.

 

Transcrito com o acordo do autor.

 

22.9.17

LICENCIATURAS

 

É sabido que, em Portugal, há tantas licenciaturas como pinhões. A lista é de estalo. Há-as para tudo, em matérias e em tempos. Ainda havemos de ver licenciados em engraxadoria, descascamento de fruta ou introdução de rolhas em garrafas de espumante. Não interessa, acho bem. Qualquer coisa serve para aumentar as competências do povo em geral e de cada um em particular. Pelo andar da carruagem, em breve haverá licenciaturas tiradas em seis meses, em três semanas ou, quem sabe, aos fins de semana de Verão. Respeitosamente, tiremos o chapéu e esta fartura.

Enquanto a coisa não se espalha demais nos sentidos acima previstos (insinuações rascas!), há um sistema que merece encómios: o das equivalências. Os sábios encarregados do ensino superior em Portugal adoptaram a substituição de certas cadeiras pela experiência de vida dos candidatos. Acho bem. Não poucos autodidatas e altos profissionais há por aí a meter num chinelo doutores e afins. Olhem os falecidos Salvador Caetano e Amorim, bem como o “jovem” Nabeiro, para citar só três dos melhores exemplos, ainda que de fulanos que ligam tanto a licenciaturas como a gambosinos.

É evidente que o legislador que criou o sistema das equivalências sabia, como não haverá quem não saiba, que os critérios de avaliação delas têm muito, ou quase tudo, de subjectivo. Confiou-se nos critérios dos académicos. O caminho estava aberto a todas as justiças e a todas as injustiças, como é evidente. Ao primeiro abanão, acabou-se com a confiança. Vieram outros e mais altos académicos “julgar”, isto é, achar que os colegas são umas bestas (o que é costume no meio em causa). Daí que haja licenciaturas que deixam de o ser, tornem a ser, para, no dia seguinte, voltar à primeira forma, segundo as opiniões dos “juizes”, tão subjectivas as de quem tira como as quem as dá, ou deu.

Temos agora o escandaloso caso da chamada Protecção Civil. Deviam começar por explicar às pessoas por alma de quem é preciso uma licenciatura para ser gente no sistema, ou se não é o caso típico em que uma carreira profissional não pode, com vantagem, substituir uma licenciatura, seja ela qual for.

Adiante. O chefe da tal Protecção Civil anda à pega porque usou equivalências para se licenciar (em protecção civil!). O que se passou foi que o chamado governo tratou, nas vésperas da época dos incêndios, de substituir o chefe anterior (e mais uma data de chefinhos) por gente de confiança. Como as coisas correram como correram, vai de arranjar bodes expiatórios. Vejam lá esse gajo: como é que o podemos agarrar antes que comece a dar dicas sobre a “coordenação” das operações? Daí que as equivalências académicas do desgraçado tenham passado a ser mote de luxo para dar cabo dele. Genial.

Em resumo: ou acabam com as equivalências, ou se respeitam uns aos outros.

Mais: espremida esta pessegada, o que fica é o “progresso” das investigações, todas imaginadas para tirar os responsáveis máximos de qualquer sombra de responsabilidade na desgraça que, em labaredas, se abateu sobre o país.

Há-de haver quem pague as favas, desde os “grandes” da geringonça fiquem de fora. Vale tudo.

 

21.9.17

FANTÁSTICO!

Ausente das lides durante uns dez dias,

(não digo por onde andei nem porquê nem para quê, a fim de resistir à nova moda de “defender a privacidade” a contrario sensu, isto é, escarrapachando nas redes o que cada um faz ou deixa de fazer – por exemplo, recebi hoje uma mensagem do ilustre Seixas da Costa a dizer que brindou o aeroporto internacional de Biloxi com a sua augusta presença; não abri a coisa, tendo ficado sem saber onde fica Biloxi ou o que lá foi fazer o dito senhor, o que, nas opiniões vigentes, muito contribuirá para o aprofundamento da minha ignorância)

devo ter perdido cenas formidáveis, tais as declarações do chamado ministro da defesa, criatura totalmente irresponsável que já disse tudo e o contrário de tudo acerca do desaparecimento de armas em Tancos, tais a derrota do Benfica (a Nação estremece!) e, é claro, umas declarações do inenarrável Centeno, dito ministro das finanças que, mais uma vez, tratou de confundir o pessoal com a sua forma de se expressar, ou sibilina ou estúpida, em que ninguém fica a saber nada de concreto ou se o que disse tem a ver com “dificuldades de percepção”.

Posta em cima da mesa a propaganda governamental lado a lado com a verdade, eis o que, a título de exemplo, resulta,:

- a tão proclamada saída do lixo foi a sétima numa série de sete. Não há bicho careta a quem não tenha sucedido o mesmo, ainda que não conste que a Islândia, a Roménia ou a Letónia, por exemplo, tenham beneficiado do boom turístico que, apesar do governo, nos bafejou;

- os foguetes governamentais sobre o crescimento da economia referem-se ao crescimento mais miserável entre 17.

- a mais desastrada de todas as políticas económicas da União é a que tem o governo (chamemos governo à geringonça, por uma questão de comodidade discursiva) que mais se gaba dos “seus” “êxitos”.

Entretanto, no intevalo dos foguetes, vemos que estamos só em vigéssimo lugar no que se refere ao PIB per capita. Lindo.

Há quem diga que não vem aí o diabo. Pois não, já cá está.

 

19.9.17     

À ESPERA DOS GAMBOSINOS

 

Segundo o desagradável Coelho (Jorge!), a pessegada dos incêndios, dos mortos, dos prejuízos brutais que o Verão e os incendiários trouxeram, não tem responsáveis. Na suave companhia dos geringonços da “Quadratura do Círculo”, com o acordo entusiástico do Pereira e a vergonhosa chancela do outro, declarou que é preciso esperar pelo relatório da “comissão técnica independente” para ajuizar se há culpas de alguém, e quais. Quer dizer, culpas, responsabilidades, incompetências, pés pelas mãos, só de carácter “técnico”. Tudo, mas tudo o que possa cair na esfera do chamado governo, fica de fora.

É inacreditável, sobretudo vindo de um tipo que se demitiu porque caíu uma ponte, e não se importa que haja quem diga que se foi embora porque tinha um tacho à espera numa firma de empreiteiros.

No caso dos incêndios, diz ele, é preciso esperar pelas conclusões da “comissão técnica” e, é de pensar, nas dos trezentos e quarenta inquéritos que foram lançados pela chamada ministra e outras entidades tidas por responsáveis.

No entanto, uma coisa há indesmentivelmente provada desde a primeira hora: nada, no sistema, funcionou como devia, nem antes, nem durante nem depois da crise. E todas as instâncias que entraram em jogo, e falharam, dependiam do governo em geral e, em particular, da chamada ministra e do chamado primeiro ministro. E não há responsáveis? Há-os, perfeitamente identificados, e são todos do chamado governo. Não é preciso inquérito nenhum. A “comissão independente” poderá encontrar inúmeros falhanços, mas todos “técnicos”, nenhum político, até porque não tem mandato para tal.

Os atiradores vão caçar uma série de gambosinos, mas a caça grossa fica de fora.

Assim se vê o que é a honestidade da geringonça.

 

8.9.17

DA GERINGONCIAL BESTIALIDADE

 

A criatura Cabrita, lado masculino de um geringonço casal e mais-que-tudo político do chamado primeiro-ministro, ao propagandear no estrangeiro as celestiais virtudes da política portuguesa, disse que, por cá, não há discursos racistas. Depois, eventualmente acossado pelo Galamba e pelas esquerdoidas, teve a amabilidade de esclarecer que se referia apenas a discursos parlamentares, não a outras declarações.

Vejamos. O que o indivíduo, expressamente, quis dizer foi que excluía as acusações de racismo veiculadas por diversos geringonciais áulicos acerca da discordância de Passos Coelho em relação à nova e vergonhosa iniciativa da nacional esquerdo-estupidez que visa a acreditação de terroristas, bandidos, inúteis, penduras e outros especialistas que, com todo o direito, demandam o luso território.

A coisa ficou esclarecida: o facto de não haver discursos racistas no parlamento não quer, no cabrital parecer, significar que não há por cá racistas, maxime Passos Coelho, tenebroso xenófobo que, para disfarçar incorrectas convicções e atirar areia aos olhos do povo, se casou com uma senhora de origem africana, e até, calcule-se, tem uma irmã adoptiva de etnia subsaariana.

No que ao IRRITADO diz respeito, na sua qualidade de orgulhoso e impenitente cabritofóbico, galambofóbico e esquerdoidofóbico, a interpretação é um pouco diversa: o “esclarecimento” do Cabrita só prova que o mesmo está perfeitamente integrado na filosofia da geringonça. Isto é, trata-se de uma irrecuperável besta quadrada.

 

8.9.17   

BARRETES ELECTRÓNICOS

 

A mui estimável Via Verde começou agora a presentear-nos como uma extraordinária benesse, a saber: um tipo regista-se numa coisa, põe lá o número do cartão de débito e, se precisar de um carro, clica aqui e ali e é presenteado com um Mini à sua disposição num raio de uns 1000 metros, mais coisa menos coisa. Vai até lá à pata, abre a porta com o telemóvel, e ei-lo instalado na sua nova máquina, a qual deixará onde lhe apetecer, desde que dentro dos limites que a Via Verde soberanamente estabelece. Tudo bem. Quase de borla. Se você for do Saldanha ao Marquês fora da hora de ponta, pode pagar 29 cêntimos, muito mais barato que o Metro ou o  autocarro. Fantástico! E tem sempre carrinhos à disposição. Maravilha!

Faça agora umas continhas. Como os tais 29 cêntimos são por minuto, se você andar uma hora pagará a módica quantia de 17,4 euros. E, se precisar do maravilhoso veículo durante 12 horas, lá se vão 208,8 euros. O dobro – 417,6 euros - se precisar da carripana durante um dia.

Dizem os entendidos que, no futuro, será tudo assim. as pessoas vão deixar de ter carro, de precisar de seguros, desde usem os locais determinados pela app não pagam estacionamento, e mais uma longa série de vantagens que a empresa vendedora dos serviços não deixará de referir e sublinhar. O pior é se se puser a fazer contas, ou a pôr na balança dos custos/benefícios a sua independência ou a sua pachorra para andar pela cidade à procura de Minis.

Não tenho dúvidas sobre o sucesso desta nova e brilhante iniciativa. Tudo mudou e vai continuar a mudar. Quando você tiver no telemóvel um acervo de 189.482 apps será um homem feliz. Mas, se deixar o Mini todo porco, estará feito ao bife. A cobrança é automática.

 

8.9.17

CORAGEM E MANIGÂNCIAS

 

Já é adquirido que, dos challengers que parecem dispôr-se a desafiar Passos Coelho, não há um que valha um caracol. Uns não passam de uns “putos” mais ou menos espernéficos, ansiosos de protagonismo mas sem nada de substantivo a comunicar. Outros, material mais requentado, andam num frenesim, para a frente e para trás, quais enguias no alguidar, sendo o seu mais visível representante o regionalista provinciano que ainda não deu por que o princípio de Peter se lhe aplica na perfeição: chegou ao máximo admissível na Câmara do Porto. Ainda não percebeu.

Só há um challenger de peso, nesta tão desejada (pela esquerda) corrida à chefia do PSD. Chama-se Rebelo de Sousa, vive em Cascais, é ubíquo, palavroso e está na mó de cima dado o seu inegável popularuchismo. Para este, qualquer um serve para dirigir o PSD, desde que lhe dê cavalaria, coisa em que Passos Coelho é parco.

Venha algum que diga duas seguidas, e o IRRITADO far-lhe-á a justiça que merecer. Até lá, meus amigos, não há historieta que sirva. Passos Coelho tem ganho todas. Leva o seu tempo, mas leva-as avante. Até, imagine-se, ganhou umas eleições que não havia quem não jurasse que perderia. Tem uma das coisas que mais falta fazem em Portugal: coragem. Coragem com que mandou às urtigas o senhor Salgado, por convicção e sentido de Estado, sem medo das consequências - mais pendurices não, acabou-se. Coragem com que mandou investigar o seu amigo por causa de um curso que estava em dúvida, sem medo das “reacções” do dito, hoje já bem à vista. Neste caso, como em tantos outros, verifica-se a diferença: o PS andou a patinar quando o chefe foi apanhado em licenciaturas da treta, e o tipo continuou, anos, a dar cabo disto, com foguetes e charamelas. Coragem por ter afrontado os mais reles insultos, coisa que, hoje como dantes, anda por aí em força, à falta de argumentos ou razões. Coragem de ter uma linha, um estilo, uma firmeza, e segui-la, apesar da canzoada.

Pode o challenger-mor continuar à procura. É uma inultrapassável imposição do medo e do intriguismo visceral que, desde sempre, o anima. Pode dizer que não se pronuncia, para se pronunciar a seguir. Pode dizer que, no estrangeiro, não falará de assuntos internos, e depois falar. Pode enganar com beijos e abraços, ir à feiras, às peixeiras, às velhinhas, aos desastres, pode ter outrora inatingíveis ratings, pode tudo menos vergar Passos Coelho.

Ou me engano muito, ou o challenger-mor vai acabar por engolir as suas próprias manigâncias.

 

7.9.17

UMA TRISTEZA

 

Uma tristeza, a cena dos candidatos a Lisboa. Poderei estar errado, porque não vi tudo. Paciência, aqui vai a impressão geral.

5 - candidatos - 5 em presença. Imperial, dona Judite dizia os seus disparates, ao mesmo tempo que se “familiarizava” com os debatentes. Ó Assunção, ó Fernando, ó Teresa, ó este, ó aquele, parece que tinha andado na costura com todos eles. Chá nunca deve ter bebido, nem nunca ninguém lhe deve ter explicado coisa nenhuma, "pcebe"?

Do lado direito, “a” Assunção, que deve ter sido maquilhada por uma tipa do Bloco devidamente instruída para o efeito, lá ia dizendo umas coisas e insistindo no seu plano para o Metro, sem perceber que vivemos ora à bolina ora com vento à popa ou à ré, consoante o imediato, e que qualquer coisa de longo prazo está fora dos cânones da moda. “A” Teresa, coitada, não meteu na cabeça que, por inteligente que seja, não tem estaleca para estas cenas. “O” Fernado, esse, defendia os disparates e atentados que tem perpetrado, bem como mais uma série deles que diz que vai cometer no futuro, pobres de nós, – por exemplo, a linha circular do Metro (deve ter ido a Londres quando era pequenino e achou porreiro). “Os” Nãoseiquantos tinham a lição bem estudada, como é seu hábito, ou seja, estão tão contra o Fernando, tão contra tão contra que se mostram disponíveis para garantir um lugarzinho de vereador na maioria dele. Penduras, mas cheios de “personalidade”.

Interessantíssima a discussão sobre a “taxa” da protecção civil. Os grandes admiradores do Tribunal Constitucional trataram de o ignorar. As outras também. O acórdão que condena a tal “taxa”, proferido a propósito de uma terrinha qualquer, não conta, nem tem valor geral. Nenhum dos artistas em palco se lembrou disso, ainda menos o Fernando, que defendeu o esbulho com unhas e dentes e prometeu esbulhar ainda mais. Os outros estavam contra mas, em vez de considerar o caso arrumado, acharam que o acórdão é coisa de somenos. Não se aplica. A jurisprudência do TC deixou de ser geral e abstracta e passou a particular e concreta por ordem dos candidatos a Lisboa.

E os transportes? Um, quer ressuscitar as calhas dos eléctricos, a fim de aumentar o número de derrapagens e estampanços (esta é minha, mas é evidente). De resto, com um estilo ou outro, a conversa é a mesma: mais autocarros, mais Metro, mais “regionalismo”, mais interfaces. Elas, condenadas à “forca” por ter querido privatizar alguns transportes, calaram-se como umas ratinhas, não defenderam a solução, não souberam denunciar que, com os planos em presença, a falência dos transportes é garantida. Para defensores de tais planos não há buraco que não se tape com taxas e impostos. Fácil, não é?

Uma tristeza. De um lado, a garantia da continuação das asneiras e do saque, do outro a falta de coragem para o denunciar.

 

7.9.17

GREVE 1

 

A Volkswagen, pelo mundo fora e, por maioria de causa, em Portugal, não lida com sindicatos, mas com representantes dos seus empregados.

Carradas de razão, se pensarmos que os sindicatos não representam mais que uma pequena minoria de trabalhadores. Quaisquer continhas, das que por aí andam bem escondidas, farão jus a esta afirmação.

Apesar disso, não deixam os sindicatos de se arrogar o direito de representar universos laborais sem qualquer mandato para tal, onde a circunstância de cada um é subsumida pelo chamado “interesse geral”, por eles (sindicatos) estabelecido.  Em total ilegitimidade democrática, negoceiam e subscrevem contratos em nome de terceiros (pessoas!), mandam fazer ou não fazer greves a seu bel-prazer e escolha, não têm ligação que não seja generalista com a realidade de cada empresa, etc.. Isto com o apoio e a legitimação do poder político. Vá-se lá perceber e aceitar.

A Auto-Europa quebrou esta linda tradição, propondo-se dialogar com representantes propriamente ditos, não com os arménios da nossa praça. Coisa inaceitável para os tais arménios, cheios de raiva por lhes ser negada a oportunidade de desestabilizar, acabar com o diálogo, prejudicar o que for prejudicável - com excepção única dos seus interesses corporativos e políticos.

A realidade, como tem sido largamente divulgado, é a seguinte: o ambiente de razoável cooperação estabelecido desde os anos noventa entre gestores e outros trabalhadores da VW levou a que a empresa progredisse e se tornasse no que é hoje: mais de três mil empregos, posição cimeira no PIB e nas exportações do país. Tudo coisas inaceitáveis para os arménios e para os seu patrões, por fugir à lógica da terra queimada e da “paixão” pelo trabalho que caracterizava o bolchevismo, o nazismo e outras maravilhas do passado, como o hoje caracteriza, por exemplo, o castrismo ou o kimilsumismo.

Os arménios viram, com ódio crescente, a empresa anunciar projectos de expansão a valer muitos milhões e prever mais uns dois mil postos de trabalho a prazo não muito distante. A fúria chegou ao auge.

Até que, num momento de inexplicável descontentamento, e com a liderança da CT a passar à reforma, a oportunidade de ouro surgiu e o Kim Arménio apontou armas. Posta de lado a CT, aí está ele a exigir sentar-se à mesa e a fazer os ensaios de mísseis que não hesitará em disparar. Enquanto os trabalhadores checos e de outras parte abrem garrafas de champanhe, a malta, por cá, vê posta em causa uma das mais importantes joias da economia do país.

É pouco provável que a Auto Europa feche. Mas, projectos de futuro, viste-los. Os calculados dois mil novos empregos são já letra morta. É assim que os arménios e os seus chefes protegem os trabalhadores, actuais e futuros.

Quando os “pais” dos arménios estavam no poder, inventaram uma coisa a que deram o nome de “sabotagem aconómica”, que levou muita gente à prisão e estancou o progresso industrial do país, ao qual se supunha vir a democracia a dar maior alento.

Agora, que a democracia já não é a que eles queriam - mas ainda sofre por causa deles - que dizer do que se passa, senão que se trata de sabotagem económica, desta vez sem aspas?

 

5.9.17

GREVE 2

 

“A greve será o último recurso”, declararam os procuradores do Ministério Público. Olha a  novidade! Pelo menos teoricamente, sempre foi assim, sejam quais forem as razões subjacentes.

Adiante. Os juízes, com mimosas expressões tais que “a ministra não é séria”, estão mais ou menos na mesma douta disposição. Deixaram-se de modas. O caso, embora mais barato que a greve da Auto Europa, é mais grave e mais ofensivo da cidadania.

As mesmas gentes que (com alguma razão) apregoam que não são funcionários públicos mas órgãos de soberania, são iguaizinhos a qualquer apertador de parafusos. Quando se lhes toca nos interesses, nos carcanhóis, na estabilidadezinha, passam a iguais, cidadãos como os outros.

Não são. Se o quiseram ser vão arranjar outro emprego. Segundo o chamdo governo, há para aí empregos com fartura. Também podem ir para advogados, notários, consultores, o que lhes apetecer. Órgãos de soberania com sindicatos e greves é que não.

Um pouco de dignidade não lhes fazia mal nenhum. E dava-lhes algum prestígio público, coisa que anda pelas ruas da amargura.

 

5.9.17

“DEBATE” AUTÁRQUICO

 

Não sei se isto dos sexos, ou dos géneros, ainda existe, ou se não passa de reaccionária e incorrecta velharia daqueles que insistem nessa incorrecta coisa de haver mulheres e homens.

Como faço parte dos adeptos da velharia, vi ontem um debate sobre as autárquicas de Cascais como um combate entre homens e mulheres, duas, elas - as triunfantes - do lado uma da outra, dois - os vencidos, um contra o outro e contra elas - uns desgraçados.

Eram as ditas a espantosa Canavilhas, candidata do PS, e a intolerável Judite, dita jornalista. A primeira, palavrosa e demagoga, bolsava insultos disfarçados de “dados”, todos eles ou forçados ou geringoncialmente manipulados. A outra encarregava-se de a deixar falar, interromper os demais, dar lições de moral, espirrar insultos soezes, deixar bocas no ar, e impedir que os tipos (o PSD Carreiras e um PC qualquer, candidatos) respondessem fosse a que aldrabice fosse.

E assim se passou o chamado debate. Um confronto entre duas mulheres e dois homens, o Carreiras calado à força, o outro a ser autorizado a dizer um ou outro disparate.

Que diabo, eu acho muito bem a história da igualdade dos sexos, salvaguardadas as respectivas e visíveis diferenças. Mas, a cavalgar assim, deixa de haver igualdade, há é a velha desigualdade, só que de pernas para o ar.

Já agora, uma sugestão: se um dos candidatos machos ganhar as eleições, poderá reservar um lugar na praça do peixe para a dona Canavilhas, a fim de que a senhora se possa confrontar com outras que não lhe ficam atrás. Quanto à dona Judite, recomenda-se que se lhe arranje uma reforma antecipada.

 

5.9.17

INFORMAÇÃO INDEPENDENTE

 

Há por aí uma coisa a que é dado o nome Conselho Geral Independe, agremiação que, para além de para nada, ninguém sabe ao certo para que serve, mas que é suposto zelar pela independência da RTP.

Parece que havia uma vaga no tal conselho. Daí que o chamado governo tenha encetado inúmeras diligências, a fim de encontrar alguém que pudesse garantir a independência de tão prestigiado e indispensável órgão. Qual Diógenes em busca do melhor, diligenciou, diligenciou,  e, a certa altura, descobriu o independente ideal: o senhor Seixas da Costa, reformado que anda por aí a evidenciar-se, possivelmente para angariar visibilidade e não só.

Vamos ter um indefectível adepto do PS e da geringonça a ocupar a vaga, garantindo a todos nós uma independência acima de qualquer comentário. Parabéns.

 

5.9.17

BALDADO BALDAIA

 

De memória, aqui vai a arrancada informativa do DN nos últimos dias:

Dia 1 – Quatro páginas dedicadas a uma senhora do chamado governo que não tinha nada para dizer a não ser que é membro da fufocomunidade. Coisa interessantíssima, a merecer grande e exemplar alegria do naciolnal-geringocismo e, certamente, comemorada em várias sedes do BE e do PS, maugrado alguma desconfiança do PC.

Dia 2 – Mais uma data de páginas dedicadas a uma alta representante da nossa comunidade académica, a qual, tendo vivido (para efeito de estudos sociais, é claro) em meios de prostituição, concluiu, sem margem para dúvidas, que tal profissão é de uma dignidade a toda a prova. Para o demonstrar, disse que já tinha praticado todas as actividades do meio, excepto receber dinheiro. A participação de senhora em tais actividades (para informação científica, é de ver) sem receber um tostão, provocou que, de rompante, almas menos caridosas chegassem à conclusão de que dava umas borlas, o que, evidentemente, não corresponde à opinião do IRRITADO. Foi tudo com a maior das dignidades. No BE, sem confirmação oficial, diz-se que houve champanhe.

Dia 3 – Dona Mariana, mais umas páginas inteiras, com vasta fotografia de primeira página. Ficámos a saber que a dita senhora, para além de rigorosa adepta do politicamente correcto, é, não só Mortágua mas tabém motard, via exibição de uma poderosa e cara Honda 850 que lhe fica bem com os tenis. Coisa burguesa e muito macha. De estranhar. O IRRITADO não deseja que se espete (que horror!), o mesmo não dizendo em relação às suas ideias.

Dia 4 – Mais umas largas páginas dedicadas a um senhor com aspecto espectral, sinistro, Jorge qualquer-coisa, ilustre representante do BE. E uma só, imagine-se, dedicada ao camarada Jerónimo, julga-se que compensada pelos artigos semanais do Comité Central.

 

Aqui temos um jornal “de referência”.

 

2.9.17

VENHA A ELES!

 

Parece que há um perigoso buraco no Mouchão da Póvoa, nascido (o buraco) em 2016 e, até à data, vítima da incúria da geringonça. Diz o ministro da pasta dos mouchões que vai mandar fazer uns estudos, elaborar umas propostas, fazer uns projectos, lançar uns concursos, etc., de forma a que, presume-se, daqui a dez anos o buraco esteja tapado. Diz-se que custará um milhão, ou quinhentos mil (isto de números é coisa especiosa), presumindo-se também que, quando as obras estiverem prontas já não haverá mouchão, tendo sido, entretanto, gasto um número indeterminado de milhões.

E vai mais longe, o imparável ministro. Não havendo registo de propriedade da ilhota (diz ele),  a terra é, como na Idade Média, propriedade do Estado. Não importa que por lá tenha havido exploração agrícola privada, a pagar impostos, durante pelo menos um século.

O chamado ministro deve desconhecer um instituto a que se dá o nome de usucapião. Convenhamos, trata-se de matéria demasiado difícil para um geringonço.

De salientar é o destemor, a indómita coragem, a capacidade de decisão do chamado governo que, à boa maneira socialista, se declara proprietário sem mais aquelas.

 

2.9.17

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