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Ontem, noticiava-se a nomeação, pelo chamado governo, de dois novos adminstradores para a agência nacional de notícias, ex-Lusitânia, ex-Anop, actual Lusa. Nada mais nada menos que suas excelências João Soares e Gabriela Canavilhas. Uma ameaça terrível.
São desconhecidos os skils destes dois figurões para administrar seja o que for. Um é político profissional, outra parece que sabe tocar piano e que, nessa qualidade, é muito apreciada lá em casa. Ambos são (ela mais do que ele) cidadãos rigorosamente desagradáveis, capazes de irritar, pela sua simples presença, a mais pacífica tartaruga.
Qualificação para o cargo? A sua pertença canina ao PS. Dir-se-á, com toda a razão, que é, para além dos laços familiares que, nos tempos que correm, a tantos aconchegam, a melhor de todas as qualificações. Uma nomeação cheia de lógica, a dizer aos infelizes que isso de “informação” é óptimo, desde que alinhada com a geringonça. Justice est faite!
Afinal não era bem assim. Parece que a nomeação era fogo de vista. Foi para para o caixote, restando aos contemplados, talvez, a hipótese de algum cadeirão não executivo e umas senhas de presença. É que, num rebate a que alguns chamariam de consciência, isto é, com medo que a coisa fosse demasiado evidente, os geringonços resolveram promover o seu inconfesso mas incutível adepto Nicolau, o tipo do lacinho, ex-serventuário do senhor Balsemão, especialista em recados e em geringonciais loas bem embrulhadas .
Tal rapaz tinha anunciado que, devido a certos “projectos pessoais”, ia abandonar a sua posição cimeira na expressiva organização do referido senhor. Das duas três: ou não tinha projectos nenhuns, ou os abandonou, ou já tinha na manga o simpático convite dos seus camaradas, tornando-se evidente, pelo menos aos olhos dos menos estrábicos, que a terceira hipótese será a mais provável.
Resta cumprimentar efusivamente o chamado primeiro ministro pela sua visão das conveniências. Nomeia um indefectível apaniguado, o qual, nas suas vestes de jornalista, dará aos incautos a indispensável imagem de independência que deve presidir à “informação” estatal. Isto, acrescido da ameaça de estatização do que resta de privado na agência, garante à geringonça a mais isenta das “informações” públicas, quer dizer, a mais conveniente em termos do actual poder. Razão pela qual o IRRITADO falou em conveniências.
O intragável Costa, como dizem por aí, sabe fazê-las. Começa por atirar à cara das pessoas, através do seu trombone chamado “Público”, dois aparatchiques mais ou menos inúteis, mas fiéis. A seguir, anuncia a nomeação do “independente” Nicolau. Ficam salvas as aparências, bem como o prestígio e a “isenção” da Lusa.
Gaudeamus!
29.12.17
Segundo mais uma “informação” a correr nos media, oito em cada dez portugueses têm casa própria.
Está a perceber? A gigantesca obra da geringonça é de tal ordem que Portugal ultrapassa toda e qualquer outra nação do orbe no que respeita ao real estate. Formidável!
Vistas as coisas de uma forma menos estúpida, conclui-se que, segundo a tal “informação”, há mais ou menos oito milhões de portugueses proprietários, o que inclui bébés, sem abrigo, criancinhas das escolas, titulares de subsídios de miséria que a esquerda diz que dá e outras categorias sociais a que a mais tenebrosa reacção atribui situações de pobreza.
Como é possível pôr a circular patacoadas deste calibre é coisa difícil de “comer”. Mas a malta come, e essa é que é essa.
Parece que é verdade, postas as coisas em termos mais honestos, que a malta tem mais casas que o comum dos europeus. E que anda para aí a comprar mais, apesar dos sensatos avisos do Banco de Portugal. A bolha ameaça outra vez. E, se continuarmos na senda do geringoncial progresso, a batata acabará por nos estalar na boca.
29.12.17
Segundo umas estatísticas que andam por aí, em consequência dos horríveis tempos da troica (2014) e do governo de Passos Coelho, a emigração de portugueses atingiu o número histórico de 120.000. No ano seguinte, apesar de continuar o terrível governo de Passos Coelho, baixou para 110.000. Ao contrário, em resultado do brilhantismo das políticas da geringonça, em 2016 foi atingido o extraordinário resultado de 100.000. E, ó gentes, anuncia-se que, em 2017, o número vai baixar ainda mais, outra vez devido ao relançamento do progresso social que a esquerda a todos generosamente ofereceu.
No tempo de Passos Coelho, a partida de portugueses era anunciada em lancinantes reportagens, com pais e mães, tias, primos e namorados a chorar baba e ranho nos telejornais. Os comentadores de serviço perorarvam sobre a ausência de oportunidades, a sangria de valores, a crise que o governo (não o PS, não o Sócrates, não o Teixeira, não o Lehman Brothres, não as bolhas, nada disso) tinha provocado, o desprezo governamental pelos portugueses, o regresso ao pior dos anos 50, etc. e tal.
Perante os novos números, gente mal intencionada (como o IRRITADO) - não os jornais nem as televisões, nada disso - perguntará: porque baixou, ainda que miserávelmente, o número de portugueses a emigrar? E encontrará umas respostas. A primeira, a mais simples, mas não primária, é a de que, se já emigrou tanta gente, há menos gente para emigrar. Depois, há outras: o principal mercado, o Reino Unido, anda a contas com o brexit, Angola está de rastos, a Venezuela, até literalmente, estica o pernil. Nada, absolutamente nada, a ver com a geringonça, as reversões, os “aumentos”, o Centeno, a esquerda.
Epure, a monstruosa máquina publicitária da geringonça entra em acção. Se houve menos dez mil emigrantes em 2016 que em 2015, tal se fica a dever ao Costa, à Catarina e ao Jerónimo. Não à Teresa May, ao José Eduardo dos Santos ou ao Maduro, entre outros. Não ao turismo alto e aos juros baixos, nada disso.
Mais uma impressionante e indiscutível glória da geringonça, a fechar o ano em beleza.
29.12.17
A PJ, a PGR, ou afins, instituições onde pululam centenas de licenciados em especiosas matérias, tendo descoberto que havia uns tipos da bola que receberam uns trocos para meter golos na própria baliza, montaram uma operação monumental, pelo menos em termos de barulheira. Muito bem. Ficaram contentes os exércitos de intelectuais, académicos e catedráticos do nacional-futebolismo, os tipos da publicidade, os vendedores de jornais e outras entidades do mais alto préstimo, como as televisões e os mentideros.
A fim de identificar as diligências em curso, as tais instituições deram-lhes um nome: “Operação pagar para perder”. É uma demonstração do nível de literacia em que o país sossobra. A ver: ninguém pagou para perder, quem pagou, pagou para GANHAR. Os que receberam é que receberam para PERDER.
Fica o apontamento, singela e sincera homenagem aos cultores da língua, aos adeptos do acordo ortográfico, aos académicos da semiótica, às universidades, aos polícias e aos procuradores.
29.12.17
Não sepercebe lá muito bem, nem lá muito mal, esta história da nova lei do financiamento dos partidos políticos.
Espremido o limão, ficam algumas conclusões óbvias:
Não me choca (é só fogo de vista dos media) que tenha havido reuniões de um “grupo de trabalho” informal sobre o assunto, com a desculpa de haver umas “recomendações” do Tribunal Constitucional, que quer dinheiro para pagar a mais contabilistas fiscalizadores. Aliás, o "consenso" foi levado à comissão encarregada do assunto, o que colmata a informalidade.
Não direi o mesmo da presença, também informal, do Presidente do TC, no “grupo de trabalho”. Devia reservar-se, escudando-se com útilíssimas formalidades. Mas as formalidades estão por baixo, como o provam os fulanos que vão a cerimónias oficiais na Presidência sem gravata, e os deixam lá entrar.
E também me choca o aproveitamento que os deputados fazem das tais recomendações do TC para tratar de outros “pormenores”, como o perdão do IVA (com efeitos retroactivos!!!), ou a cobrança de bilhetes em ajuntamentos de propaganda pardidária.
De resto, convenhamos (escandalosamente) que os partidos políticos deviam ser autorizados a aceitar dinheiro das pessoas, desde que devidamente identificadas, como acontece com inúmeros peditórios “solidários” em que são passados recibos utilizáveis em sede de IRS. Se não querem que haja dinheiro por baixo da mesa, o que acho muito bem, então que o ponham por cima. Explico outro caso: a empresa A ou o senhor B dão um milhão ao partido X. Se toda a gente souber que o deram, a empresa A ou o senhor B ver-se-ão gregos para fazer negócios com o Estado, sobretudo se o partido que financiaram estiver no poder ou perto dele. Se os dinheiros fossem transparentes haveria empresas ou milionários a financiar os partidos? Duvido. Mas, nesta matéria, moita carrasco, deixa como está, por causa de óvbvias conveniências.
O senhor de Belém, mesmo correndo o risco de que o colem ao CDS, vai vetar a lei. Outra coisa não é de esperar, se atentarmos no facto de ser, publicamente, contrário a subvenções não estatais, o que parece não estar mal, embora desproteja os que mais precisam em favor dos que têm mais dinheiro. A ver vamos onde vai acabar este desinteressante assunto.
*
ET., às 21,30. Quando escrevi este post, logo de manhã, não sabia o que vinha a seguir. Agora que os telejornais transmitiram as opiniões dos partidos, fartei-me de rir. O PC e o BE trataram de sacudir a água do capote. O primeiro declarou que, se lhe derem o taco dos bailaricos, tudo bem, paga o IVA. O BE é mais complicado: assinou, nas não devia ter assinado, isto é, concordou, mas, dadas as reacções, desassinou, a fim de tirar o cavalinho da chva. Lindo. Hihi.
27.12.17
Muito a sério, haverá que perguntar porque é que a CML, que tem todos os elementos necessários para saber quem, como, quando e quanto as pessoas pagaram, só lhe devolve o seu dinheiro a requerimento, entregue em balcão especializado.
É o esplendor do simplex/simplis, da luta socialista contra a burocracia ou, simplesmente, uma forma de não pagar a quem se esquece de requerer e a quem não cede à papelada, de atrasar as devoluções, de enganar as pessoas outra vez? De tudo ao mesmo tempo, é o mais certo.
Mas acalme-se. Vem aí um novo ano repleto de esperança e de afecto.
26.12.17
Disse o razoável poeta e intolerável político Manuel (Alegre, pelo lado materno) que “nós, portugueses, devemos ser fiéis à Constituição da República”. Pois. Admito.
O problema é que, na mesma opiniosa manifestação, o caso aplica-se por cá, mas não se aplica em Espanha. Diz ele que os catalães, mesmo sem maioria sociológica ou eleitoral, têm todo o direito a exigir a independência, e a consegui-la. Borrifem-na Constituição Espanhola, mais democrática que a portuguesa mas, pelos vistos, menos digna de respeito. Que a mandem às urtigas. Os votos dos independentistas valem mais que os dos outros. Como por cá, ou pior, quem perde as eleições é que ganha, segundo os novos “democratas”, nos quais Alegre parece querer embarcar.
Imaginemos que, ao contrário do que aconteceu nestas eleições, os tipos da independência tinham tido mais votos que os outros. Antes de mais, foram eleições, querer transformá-las em plebiscito, ou referendo, é totalmente abusivo. Mas, mesmo que houvesse um referendo sobre este assunto, e os sececionistas ganhassem, que fazer aos espanhóis que quisessem continuar a sê-lo? Expulsava-se? Dava-se-lhes dupla nacionalidade? E se não quisessem ser só catalães? Eram degredados? Condenados à morte? Metidos num campo de concentração? Perdiam direitos políticos, senão outros também, na sua nova qualidade de “estrangeiros”?
As independências modernas, como as antigas, com raras excepções, ou se conquistam à cacetada, ou são fruto do colapso de quem domina, ou não ganham a jogada.
Um referendo para a independência? Talvez. Mas, nesse caso, a revolução só teria alguma validade se se pronunciasse por maioria “muito” qualificada. De outro modo, seria uma espécie de “brexit”, coisa que a ninguém nem a nada convém.
Dir-se-á que, se os catalães querem ser independentes, que o sejam, e paguem por isso o que houver a pagar, que não será pouco. Outros pagarão também, de tabela. Desejável, ou só estúpido?
Pobre Catalunha, entregue que parece estar a hordas de demagogos exploradores de sentimentos primitivos e de entusiasmos mal informados.
Mais grave, aparecem, um pouco por toda a parte, uns “alegres” a dar-lhes apoio em vez de recomendar juízo.
25.12.17
Numa das raríssimas boas intenções da distinta vereação lisboeta, uma senhora propôs a “desmunicipalização” de um teatro.
Logo a seguir, do fundo das mais legítimas entranhas um magote de “agentes culturais” mostrou a sua indignação: uma petição foi lançada, congregando já mais de mil assinantes, certamente recrutadas ente os adeptos da propriedade pública de tudo e mais alguma coisa, v. g. comunistas de vários matizes, compagnons de route e pacóvios em geral.
Uma catástrofe, dizem. Os investimentos públicos já realizados serão “anulados”(como, porquê? serão deitados pela janela fora, vendidos a peso?), o “tecido cultural” da cidade será fragilizado, a cidade e o bairro serão “empobrecidos” (como o sabem?), a coisa será oferecida “de mão beijada” (será de borla?) ao concessionário. Seja este quem for, depreende-se, fará parte do tenebroso mundo dos que trabalham fora do Estado, ou seja, dos que fazem pela vida e que constutuem a parte maléfica da sociedade, a que ainda resiste. Uma coisa a todos os títulos diabólica, não é?
Postas as coisas como a vereadora propõe, lá se vai o dinheirinho para os investimentos públicos, lá se vão os subsídios, e até se corre o inaceitável risco de a sala passar a estar cheia e de haver uns fulanos a ganhar dinheiro com a coisa. Um horror. Lá se vai a “cultura” e a segurança que os impostos e as taxonas proporcionam, como é de justiça, aos “agentes culturais”.
É claro que o PC já protestou, com carradas de coerência. O rapazola do BE também, ainda que, no caso deste, a vereadora não tenha que se preocupar; a criatura, como habitualmente, votará em conformidade com os desejos, os objectivos e as necessidades do Medina.
A ver vamos os resultados destas manobras. É possível que a senhora vereadora seja da tiragem do chamado ministro da saúde e tenha lançado a ideia sem pensar, ou só para vir nos jornais, como ele fez com o Infarmed. Assim, tudo ficará na mesma. A acreditar que o assunto é sério, o mais provável é que os penduras ganhem, com o mesmo resultado.
25.12.17
Está, pelo menos em parte, explicado porque é que o Medina, na repugnante senda aberta pelo seu amigo Costa e pelo antigo BE Zé Fernandes, insistia tanto na taxa trafulha da “protecção civil”.
É que as maluquices destes custaram ao município milhões, por exemplo os referentes à paralização das obras do túnel da Marquês e os motivadas pelas rocambolescas acções judiciais relativas ao caso Parque Mayer/Feira Popular. Ambas já custaram centenas de milhões, e ainda andam – pelo menos a segunda - nos tribunais, para acerto de mais uns trocos. Na outra, note-se, chegou-se ao ponto de o tribunal atribuir aos lesados uma indemnização superior à que exigiam, o que foi servindo ao Costa para não pagar!
O Zé, como é do conhecimento geral, deu com os pés ao Louçã e meteu-se no PS, continuando vereador, primeiro com o Costa e, agora, com o inacreditável Medina.
E eis que surge mais uma brilhante obra dessa malta, vagamente citada nos jornais e destinada, é de crer, ao esquecimento. Em 2011, Costa anunciou a construção da ponte pedonal da 2ª Circular, que havia de ser concluída rapidamente - 4 anos depois. A EDP pagou 900 mil euros, a CML o resto. Segundo más líguas geralmente bem informadas, tal ponte já foi usada, em dois anos, por 124 pedestres e 22 ciclistas, o que muito abona em favor da utilidade do investimento. O seu preço inicial derrapou uns 20%, cobertos pela CML, como é evidente. Mas ninguém pagou o IVA. O fisco veio ao ataque e, diz a AT, há que pagar mais uns 300 mil euritos. A EDP fecha-se em copas, o que é natural, dado o que a casa gasta e o que diz o brilhante contrato que o Costa assinou. Vai tudo à conta da CML. A despeza subiu ao plenário da Câmara e foi aprovada com os votos do Medina & Associados, mais uma vez mercê da “abstenção” do rapazola do BE.
Às centenas de milhões que o Zé e o Costa já custaram à Câmara, juntam agora estes peanuts do Medina e seus aliados, BE incluído. Diz-se que é por estas e por outras que, coitadinhos, o Costa e o Medina precisavam tanto da taxona da “protecção civil”.
Só mais uma palavrinha a favor da “moral” bloquista. É a segunda vez que o representante das tontas se “abstém”, isto é, faz o jeitinho ao Medina, mas diz que não fez e que até era contra!
Paga, alfacinha, não tinhas nada que votar em gente desta.
22.12.17
Perante as mais altas figuras da destruição da economia – o Arménio, a Avoila, o fulano da UGT/PS (que vergonha!), o Jerónimo, um rapazola do BE e outros figurões, deu-se ontem o nocturno, festivo e natalício dealbar da greve dos CTT.
É sabido que a companhia atravessa um momento difícil, que os accionistas sacam dividendos de montante pouco entendível, que a malta anda com dificuldades com o correio clássico, etc. Mas também é sabido que tal correio está em queda vertiginosa, que a adaptação aos novos tempos não é fácil, que talvez os CTT devessem ter reagido mais cedo.
Numa primeira observação, e a título de parêntessis, verifica-se que o direito à greve não é igual para todos. Os que a fazem têm direito a ela, os que não estão de acordo não têm direito a não estar de acordo. Nesta brilhante conformidade, os grevistas, instigados pelos figurões acima citados, trataram de impedir os camiões dos CTT de sair para a distribuição da noite. Exemplar e esclarecedor do que esta malta entende por “direito”.
As circunstâncias do mercado impõem, cá como por toda a parte, uma reestruturação dos serviços postais. Já há Estados que pagam aos concessionários para distribuir correio. Sendo, a meu ver, um erro, é sintomático da situação.
Por cá, reage-se de outra maneira. Os adeptos do costume clamam pela nacionalização, isto é, pela distribuição equitativa dos prejuízos em que as empresas públicas são férteis. Os trabalhadores, esses, perante uma indispensável redução de pessoal, feita de forma paulatina, legal e pacífica, acham que se deve meter mais gente e pagar mais. O chamado governo, moita carrasco. Tudo atitudes inteligentes, como é de ver.
Enfim, na melhor das hipóteses pode ser que a crise passe. Na certeza de que os coveiros da economia continuarão a ganhar poder, pelo menos enquanto houver geringonça. Os exemplos multiplicam-se. Só não verá quem não quiser ver.
21.12.17
Como já foi dito pelo IRRITADO, não se percebe por alma de quem o Tribunal Constitucional decide, caso a caso, como no da Gaia, ou seja, porque é que as suas decisões, sendo constitucionais, não cobrem a generalidade do território, dando a impressão que a Constituição não tem aplicação geral nem faz jurisprudência. Enfim, coisas por certo tecnicamente correctas, mas que a razão do comum dos mortais tem dificuldade em entender.
Desta feita, o mesmo acórdão (inconstitucionalidade do imposto chamado taxa de protecção civil) foi aplicado a Lisboa, ficando-se à espera que outros municípios, os que tal taxa apliquem, venham a ser objecto de igual decisão, o que, no limite, poderá implicar a elaboração de mais uns trezentos acórdãos. Nada mau.
De qualquer maneira, a invenção (extorsão) socialista que já custou aos lisboetas a sonora quantia de 52 milhões, parece ter chegado ao seu merecido fim. Resta saber quantos anos levará o torcionário Medina a devolver o dinheiro aos expoliados, isto é, a pagar o que lhes deve, sem juros nem prazo, como é hábito das nossas excelentíssimas autoridades.
Enfim, um boa notícia, pelo menos à primeira vista. Se digo à primeira vista é porque a criatura, ao mesmo tempo que declarava submeter-se à decisão do TC (como se pudesse fazer outra coisa!) “avisou” que a CML encontrará outros meios para se “compensar” deste acidente de percurso.
A nadar em dinheiro, que gasta mal e porcamente, o senhor Medina vai, diz ele, tratar de extorquir os 52 milhões, correctos e aumentados como é de prever, ao pessoal cá do sítio. Vai aconselhar-se com o jóvem pespinete que as tontas meteram na Câmara, o qual, ouvidas as chefes, não deixará de arranjar maneiras de “ir buscar o dinheiro a quem o acumula”, nas sábias palavras da estrábica ideóloga do BE.
Se você tiver um andarzinho em Chelas, o melhor é não gastar o que lhe for devolvido, a fim de poder vir a “compensar” a sede esta gente. E, se tiver dois andares, mesmo que hipotecados aos bancos, vai ver que o camartelo camarário lhe cairá em cima, quer queira quer não. Isto da palavra dada, se der dinheiro, é palavra honrada. Vai ver que a “compensação” do Medina é palavra “honrada”. E, se a “compensação” for extorquida antes da devolução do outro imposto, não se admire.
21.12.17
Em súbito frenesi de honradez e “altura moral”, distintas figuras do poder vieram à tona em defesa de uns amigos contra outros. Tanto as hostes mais costistas como antigos críticos da geringonça, hoje absorvidos, saltaram do seu merecido sossego para esconjurar aqueles que põem em causa a nobreza e a republicaníssima moral vigente no largo do Raro e nas social-aristocráticas criaturas que por lá pululam.
Bastou que as raparigas do BE lhes saltassem às canelas para que viesse à tona de tais almas a histérica condenação das ofensas por elas proferidas. Como não estão sujeitas à “jurisdição” socialista, como acontece a cerca de trezentos militantes desavindos e em fase de expulsão, recorreram aos media, quais virgens vítimas de assédio, para pôr os pontos nos is.
O BE violou as regras fundamentais da convivência democrática (Francisco Assis); Não aceitamos nenhuma superioridade moral de nenhum partido, inclusivé dos nossos aliados (Carlos César); Já chega de sermões semanais do Bloco, como se fossem os guardiões da boa moral. O PS não recebe lições de ética política republicana de ninguém (Álvaro Beleza).
Estão a ver? Como não podem, ou não querem, ou têm medo (ai o poder, o poder) de expulsar o Bloco como fazem a centenas de militantes insurrectos, vai de ter ataquinhos de “moral republicana”.
Não se sabe bem o que isso seja mas, pela amostra e pelos factos, as respectivas “tábuas da lei” devem ter sido oferecidas aos seus maiores pelo Robespierre, o Marat ou, na melhor das hipóteses, por algum moralista nacional, tipo Afonso Costa.
Manifestemos a nossa solidariedade para com estas vítimas de assédio político, ainda por cima de saias.
18.12.17
Há quem diga que o IRRITADO passa a vida a dizer cobras e lagartos do PS, da geringonça e do nosso fatal burgesso também conhecido como primeiro-ministro.
Nada mais injusto da parte dos que tais coisas dizem do pobre IRRITADO que, de um modo geral, mais não faz do que referir-se a factos.
Olhem para esta: o chamado governo, através do inacreditável ministro da saúde, com o aval do respectivo chefe, nomeou uma comissão: 27 altas inteligências da situação, com a contribuição dos peritos, especialistas ou instituições que por bem tiverem. Tanto podem ser os tais 27, como 42 ou 129, já que, segundo se pode concluir do texto do despacho fundador, não deve haver no tal “grupo de trabalho” nenhum perito, nenhum especialista nem nenhum representante de alguma instituição interessada. Interessados em quê, as inteligências, os peritos, as instituições, etc.. Em nada menos que avaliar “cientifica e tecnicamente” a “oportunidade” de... mudar o Infarmed para o Porto.
O Expresso transcreve o tal despacho. O IRRITADO não o faz porque não quer ver agredida a cabeça dos seus leitores, tal é a chusma de asneiras, de non sense, de paleio de xaxa, de pleonástico tartamudear que revela.
Fiquemos pelos factos, como é costume: o chamado ministro anunciou à Nação que ia mudar o Infarmed para o Porto - matéria sobre a qual o IRRITADO já se pronunciou. Agora, anuncia que o anunciado era uma patranha, uma patada na poça, uma manifestação da mais funda incompetência política e funcional, uma balela oportunista e idiota, sem fundamento algum, sem estudo prévio algum, sem nada que o justificasse, salvaguardada que seja a patacoada em que o PS já transformou a sacrossanta “descentralização”.
De tal maneira que é preciso pôr 27+xis fulanos a ganhar umas senhas de presença, com o nobre escopo de vir a salvar a face do ministro, do chefe dele, da geringoça e do PS.
Como se fosse possível.
18.12.17
É sabido que Santana Lopes, desafiado a meter a Misericórdia no Montepio, andou a encanar aperna à rã, isto é, não se comprometeu com um sim nem disse que não. Compreende-se. Meter a SCML no covil socialístico-maçónico do Montepio, organização com duvidoso futuro financeiro e indubitável capoeira de galos em compita, era um decisão demasiado arriscada. Sem contrariar frontalmente as hostes em presença, foi entretendo e escapando a tal desgraça.
Sintomaticamente, o novo provedor não foi de modas. A sua primeira decisão foi pôr a circular que a SCML vai comprar uns dez por cento do Montepio por duzentos milhões. Contas feitas por quem sabe, os tais dez por cento, com muito boa vontade, talvez valham oitenta. Donde, o custo da operação é, logo à partida, ruinoso. A máquina socialista, a funcionar como de costume, arranjou padrinho.
Santana percebeu o que estava em marcha. Era o momento de sair sem ser empurrado para decisões maradas ou para o olho da rua. Aproveitou o deserto de candidatos no PSD para não ter que entrar em guerra com o poder em vigor. Por outro lado, era importante que o provinciano regionalista e pró-socialista Rio não tomasse as rédias do PSD, convertendo o sistema político num mar de esquerdismo democrático destemperado por oportunismos comunistas. Alguém tinha de salvar a honra do convento. Os tipos que querem votar Costa, como os áulicos do Rio, que o façam, como têm anunciado e praticado q.b.. Mas que não venham destruir o partido mais do que já têm feito, durante e depois do governo legítimo.
Os lobos já uivam por aí. Santana não vai ter a vida fácil. Enfrentar a alcateia é tarefa de gigantes. Mas, desta feita, os lobos não têm o patrono Sampaio para os proteger. E terão um adversário à altura.
18.12.17
As tontas do BE, como é sabido, irritaram-se com o Costa quando este fez o flic-flac das rendas das renováveis, leia-se dos moinhos de vento do Mexia e do Pimenta. Tinham razão. Essa da “palavra dada” era uma treta. Estranho é que, por troca de umas farras políticas, tivessem levado dois anos a descobrir-lo.
Bem prega frei Tomás. O rapazito que elas meteram na Câmara de Lisboa deu o primeiro ar da sua graça votando contra a extinção da extorsão fiscal a que o Medina chama “taxa da protecção civil”, aliás já vetadas pelo Constitucional, misteriosamente só para Gaia. O BE foi sempre contra tal roubo. O que, como fica à vista, foi só outra treta, uma palavra tão honrada como a do Costa. Quando começam a sentir o cheirinho do poder, as tontas valem o que sempre valeram. Menos que nada.
Ficou também provado que a jurisprudência do Constitucional é outra treta republicana.
18.12.17
A propósito da bronca da Raríssimas anda para aí uma quantidade enorme de gente a dizer cobras e lagartos do governo, do ministro Silva, do secretário Delgado, da dona Brito, da senhora Fertuzinhos, dos primos, filhos, afilhados, parentes, afins, cunhados e outros fantásticos senhores, tudo gente do melhor, a integrar a governamental elite.
Afinal é tudo fogo de vista, mentira, falsidade, abuso, coisas indignas de gente de bem. ficou tudo devidamente esclarecido pelo formidável político Galamba - aqui conhecido por Caramba, ou por Xiça, altíssima figura do partido que nos dá a honra de dizer que nos governa. Segundo a douta figura, a culpa é dos denunciantes. Sim, dos denunciantes que, em vez de denunciar em sede e tempo próprio (se é que havia coisas a denunciar) andaram a arrastar a asa à dona Brito e guardaram as denúncias para a praça pública. Sim, meus senhores, na correctíssima opinião do Caramba, ou não se denunciava nada, ou se denunciava anonimamente – tipo de denúncia de bufos tão do agrado do opinioso rapaz –, ou se guardava a bom recato a coisa, em vez de, repugnantemente, se apontar o dedo a tão ínclitas pessoas, que é o que são, sem lugar a controvérsias e por definição, os membros do Partido Socialista.
O IRRITADO saúda efusivamente o letrado propagandista. A verdade sai-lhe da boca como uma filhós azedada, com amargura e indignação. Os funcionários, tesoureiros, contabilistas, especialistas em limpezas e outros malandros da Raríssimas para a prisão, e já, porque, como diria o fantástico Não-sei-quantos Silva, quem se mete com o PS leva.
Problema resolvido. Caso encerrado, a bem da República.
15.12.17
Em eufórica discursata de Natal dirigida ao pessoal de serviço em Bruxelas em particular e ao povo português em geral, o nosso admirável dirigente conhecido como primeiro-ministro declarou, de alma cheia de satisfação e orgulho pátrio, que “este ano foi particularmente saboroso para Portugal”.
Corações ao alto, ó portugueses! O fantástico dirigente que temos acha saborosíssimos os cadáveres dos incêndios, um manjar as tralhas desaparecidas na tropa, um maná as rendas das eólicas, deve dar três estrelas Michelin às patadas na poça dos seus ministros, ao aumento do IRC e das contribuições para a segurança social, às "0raríssimas" trapalhadas do Silva e do Morgado, enfim, a um mar de condutos da melhor qualidade, a encher de prazer o intestino da criatura.
Coisas tão saborosas, só para gente da alta, não é?
14.12.17
Em mais uma brilhantíssima iniciativa em prol dos “direitos humanos”, um dos serventuários das malucas do BE avançou com um projecto de lei destinado a “legalizar” o uso de canábis, droga leve, para fins medicinais.
Que eu saiba, para tal fim, o uso de drogas, até das pesadas, como a morfina, é perfeitamente legal, não se percebendo lá muito bem porque há-de ser preciso uma lei do parlamento especificamente para o canábis.
Pensa o comum dos mortais e dizem leis em vigor, que o uso e legalização de medicamentos é coisa que se trata em sede própria, ou seja, no Infarmed, com os seus 350 funcinários, tidos por devidamente habilitados para o efeito e, para já, residentes em Lisboa. Portanto, se o tal canábis for tido por eficiente no tratamento de doenças, é a tal instância que compete reconhecê-lo e regular a sua utilização. Os deputados não só não percebem nada do assunto como são rigorosamente incompetentes para considerar seja que substância for como aplicável em medicina.
Estamos, por isso, perante mais uma iniciativa que não tem nada a ver com o fim a que diz destinar-se.
Então, o que lhe subjaz?
Uma hipótese terá a ver com algum raspanete que as doidas tenham dado ao rapaz: “andas para aí sem fazer nada, tens que dar um ar da tua graça”. O rapaz pensou, pensou, à procura de alguma ideia salvadora, de preferência com um cheirinho a “fracturante”. Como a organização adora drogas e coisas do género, lembrou-se daquela do canábis, no que foi entusiasticamente aplaudido pelas chefes (quem sabe se “chefas”, lá no seio da camarilha). É uma hipótese cruel, reconheço.
Talvez a coisa seja mais funda, isto é, vá mais no sentido dos tais “direitos humanos”. Como o canábis não está, com facilidade, à disposição da respectiva clientela para fins não curativos, as coisas facilitar-se-ão, bastando haver um médico compreensivo para receitar ou até um amigo ajudante de farmácia lá no bairro para vender o estimável produto. Os eleitores do BE e outros consumidores melhorarão a sua qualidade de vida.
Uma terceira hipótese, talvez a mais provável, é a de que a intenção seja tão só aparecer nos solícitos media, a quem matérias deste tipo causam sempre um frisson dos diabos. Ficaram garantidos largos minutos na TV e vastas páginas de jornais. Êxito total.
Nada a ver com a saúde de cada um, mas muito bem organizado.
13.12.17
Houve uns comentadores desta casa que se rebelaram contra o facto de o IRRITADO não fazer considerações sobre um tal Morgado. Como não fazia ideia de quem ou de que se tratava, fiquei na mesma.
Até que uma das 32 funcionárias da sede social do IRRITADO me disse o que estava em caudsa: o dito Morgado era um secretário de Estado do chamado governo, ao qual uma senhora, alta dirigente de uma organização sem fins lucrativos, tinha atribuído o estatuto de consultor ou coisa que o valha, a fim de lhe pagar 3.000 euros por mês a troco, quando muito, de pôr o ilustre nome do homem no papel timbrado da agremiação. Qual o escândalo? Nenhum. Um nome tão célebre como o do Morgado bem merecia uns tostões.
Alguém pode ser contra isto? Ninguém, a não gente de maus sentimentos e de fraca consciência social.
Facto é que tal gente se pôs a escarafunchar, e escarrapachou por aí que a senhora em apreço, antiga saracoteante modelo e modelar dona de um quiosque, teve um filho com problemas. A criança morreu. A senhora, prenhe de desgosto e de bons sentimentos, tratou de arranjar uma estrutura que tratasse de pessoas com problemas do mesmo tipo. Andou, andou, e fundou uma organização de tal maneira útil e prestigiada que, anos depois, com o patrocínio da Rainha de Espanha, da dona Maria Cavaco, da dona Leonor Beleza e de outras altas figuras da Pátria e da República, se transformou numa instituição digna de todos os encómios, incluindo condecorações presidenciais, presidenciais afectos e presidenciais visitas. A fazenda pública estava dentro com uns milhõezitos, o chamado ministro do trabalho, senhor Silva, tinha lugar nos órgãos sociais da organização, e até lhe dava tanto apoio que mandava a amantíssima esposa à Suécia à conta da respectiva tesouraria. Escândalo? Nenhum.
Mas as pessoas de maus sentimentos escarafuncharam ainda mais. Parece que a benemérita dona da ONG em causa, senhora de indesmentível charme e indiscutível sex appeal, comprava uns vestiditos à conta, comia umas jantaradas, viajava a torto e a direito, ganhava mundos e fundos, tratava-se bem, tinha um beamer dos bons, enfim, meus senhores, levava uma vida de acordo com as NEP’s do estrato socio-político em que verdejava. Como queriam que se apresentasse a presidentes, ministros, rainhas, primeiras damas, banqueiros, etc.? De chinelos? Com as meias rotas? De bicicleta? Que almoçasse no João do Grão? Nem pensar. Escândalo? Não brinquem em serviço.
Só gente muito mal formada, muito odiosa, muito invejosa, pode pensar que a ínclita senhora não estava no pleníssimo direito de utilizar, para seu bem-estar e prestígio, umas verbazitas (diz-se que umas míseras centenas de milhar) maioritariamente provenientes da fazenda pública. Que topete! Afinal, o dinheiro do Estado, como as empresas do Estado, não é de todos, como dizem os tipos da geringonça? Ou, como dizem os irritados, sendo de todos não é de ninguém, não tem dono. Se não tem dono, porque havia a senhora de se privar, ou à família, fosse do que fosse?
Que diabo, isto á a IIIRepública! Haja juízo.
13.12.17
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