O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
- Há menos segurança em Portugal, reza o respectivo relatório. Perguntado sobre o assunto, o chamado ministro da administração interna, abanando a papada, raciocinou e disse: isto só demonstra o nosso sucesso na prevenção da segurança.
- Os concursos (procedimentos concursais em novilíngua) para meios aéreos (helicópteros ligeiros) foram anulados. O chamado governo tinha previsto gastar 60 milhões, mas os concorrentes ultrapassavam o preço em 10%. Os geringonços, para tentar “poupar” 6 milhões, ficaram sem 28 helicópteros ligeiros para os incêndios. Diz a papada que todos os meios necessários estão à disposição, e a tempo.
- Os mecânicos dos Kamov (helicópteros pesados) foram corridos e, fartos disto, foram para casa. A oficina foi selada, não há Kamovs para ninguém. A República Burocrática informou que faltavam uns papéis. Para quê? Para justificar que houve peças que foram levadas para um sítio, a 300 metros de distância da oficina, único local onde podiam ser reparadas. Deixou de haver Kamovs (helicópteros pesados) mas, mais uma vez, em relação à época de incêndios, diz a geringonça que está tudo na maior.
- E mais. Diz a papada que vai ser criada mais uma empresa pública para tratar de helicópteros.
- O embaixador Martins da Cruz, sobre a não expulsão de diplomatas russos, disse que “o ministro dos Negócios Estrangeiros, apesar de se ter desdobrado em considerações e as ter repetido à saciedade, ainda não foi capaz de explicar porquê.
- O chefe dos bolchevistas deu uma entrevista à TV em que nada disse, para além de garantir que a geringonça é para durar. Nos primeiros 22 minutos disse 21 vezes portanto (ptât, em novilíngua). Boa média.
- Um representante neosoviético, ao que se diz deputado europeu, garantiu que não há novichok (veneno que mata russos traidores), há, sim, a “classe dos novichoks”. Por conseguinte, o espião russo pode ter sido assassinado pelo mundo inteiro, com excepção do Putin. Apoiando tais declarações, a tipa da TV nunca o interrompeu, guardando a sua suave verve para interromper, pelo mensos dez vezes, o opositor do neosoviético que, por mero acaso, era do PSD.
O palhaço da Catalunha merece um doce. Em mais um exercício circense alcandorou-se a milhares de páginas, de manchetes, de telejornais, de propaganda e, last but not least, a uma trapalhada dos diabos nas ruas de Barcelona. Na mouche!
E foi fácil. Para ir da Finlândia, ou equivalente, à Bélgica, usou o menos lógico de todos os meios de transporte e o único que lhe garantia ser preso: o automóvel! Se fosse de avião, ninguém o chatearia. Passando a fronteira alemã, era garantido. É de mestre, no que a demagogia e desonestidade se refere. Os alemães, no respeito pelas suas leis, engavetaram-no. O palhaço estava farto de saber que a provocação ia resultar. E resultou! A primeira parte do plano surtiu o efeito desejado.
A seguir virá o segundo acto da palhaçada, ou do plano. Os alemães extraditam-no, os espanhóis prendem-no para o levar a julgamento. Vai ser o máximo. As hostes dos enganados, que são muitos mas minoritários (se fossem maioritários o resultado era o mesmo), descerão à rua, partirão mais umas montras, desafiarão a polícia, vai ser um fartote.
Ouvi ontem um fulano que se diz ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal perorar na TV sobre a “posição do país no mundo”. Dificilmente se poderá aplicar, às ideias e ao seu produtor, outro qualificativo que não o de porcaria. Uma porcaria feita de cobardia, traição, cinismo e ridículo.
Porcaria porque é o alinhamento com as teses do PC e do Bloco, à revelia dos interesses e da dignidade dos portugueses e de um país que, gostem ou não gostem os ditos, é o mais antigo aliado do Reino Unido, é fundador da NATO e é membro e devedor da União Europeia.
Cobardia porque, das duas uma, ou o PS mudou de posição à revelia dos portugueses, ou cedeu miseravelmente às exigências daqueles a quem deve o poder, o PC e o BE.
Traição porque quem tem compromissos internacionais e ligações com o ambiente estratégico em que vive, não pode alinhar com aqueles que têm em Putin um aliado e com os que têm governantes populistas, semifascistas ou saudosos da URSS.
Cinismo porque a argumentação utilizada e totalmente pusilânime, rebuscada, falsa, indecente e trafulha.
Ridículo porque faz de Portugal uma espécie de potência global, de árbitro internacional, um “equilibrador” das tensões mundiais, uma voz indispensável no concerto das nações, perante cujas opiniões todas se curvam, atentas e veneradoras. Se, fora daqui, alguém ouvisse as pretensões universalistas do indivíduo, não faltaria quem risse de todos nós à gargalhada.
Cereja em cima do bolo: o senhor de Belém não acha mal, antes pelo contrário.
1. Afinal o retumbante triunfo orçamantal da geringonça era só fogo de vista. Feitas as contas como deve ser, os 0,9% de défice passaram a quase 3%, trezentos por cento do que diz a propaganda.
Pois, dizem eles, mas foi por causa da Caixa. Como a Caixa é do Estado, o Estado pagou a si próprio, portanto ficou com o dinheiro, não gastou. O Centeno achava que isso de dinheiros para a banca era despeza no tempo do governo legítimo, mas deixou de o ser com a geringonça. Este formidável argumento não convenceu os burocratas/contabilistas de Bruxelas, que não vão em histórias de banha da cobra.
Era tudo mentira. O défice não foi os 1,6% calculados pelo Centeno, nem os 0,9% do fecho de contas. Mas, como o que faz fé nesta terra de ignaros é o que diz a propaganda, ficamos todos felizes. Lorpas mas felizes.
2. Parece que já está garantido que a Santa Casa vai dar 20 milhões por 1% do Montepio. Contas à Centeno. Os mais optimistas dizem que o Montepio valerá, com muito favor, uns 400 milhões. Para os analfabetos, que somos quase todos, 1% de 400 é igual a 4. Mas, nas contas da geringonça, é igual a 20. Maldita tabuada!
3. Rezam uns números que por aí vegetam que a carga fiscal portuguesa em 2017 foi a mais elevada das últimas décadas: 35% do PIB! Mas, neste império da aldrabice oficial, ainda há quem diga que a austeridade acabou. E que o Trump tem o exclusivo das fake news.
- Óptima. Olha, ligo-te por causa desta história do espião russo.
- Sim. E então, em que posso ser-te útil?
- A mim não, ao país.
- Ora diz.
- Não podemos permitir que Portugal vá nas manobras do imperialismo capitalista e do neoliberalismo protofascista, explorador, homofóbico, xenófobo, misógino, falocrata e incorrecto que por aí grassa.
- Toda a razão. E então?
- Então não podes alinhar com esta iniciativa da Teresa May, que arrasta uma data de países. O Bloco não aceita, de maneira nenhuma, que expulses os espiões russos. Fazem cá imensa falta, para compensar os canalhas da NATO, da UE e de outros incorrectos representantes do grande capital.
- Mas nós temos compromissos. Somos o mais antigo aliado do Reino Unido, somos membros da NATO, da UE... o Centeno até manda no euro!
- Manda mas é o caraças, não passa de um lacaio dos alemães. Quanto ao resto, como sabes, nós abominamos a NATO, queremos sair da UE, renegociar a dívida e mandar o euro às malvas.
- Tá bem, toda a razão. Mas o governo...
- O governo só existe porque nós deixamos. Ao PC nem vale a pena perguntar. Se não quiseres sarilhos, põe-te mas é de fora.
- No fundo, repito, tens toda a razão. Só que, no PS, ainda há muitos reaccionários, não é só o Galamba, o Santos e a malta deles que alinha convosco sem condições.
- Pois, percebo. O Costa não há meio de se desfazer dos emplastros que por lá tem.
- Pois é. Então o que achas que eu devo fazer?
- Diz que tomas nota, ou coisa que o valha. Dizes nim, e acabou-se. Será um grande exemplo para o mundo!
- Boa ideia. Vou já fazer uma nota a dizer que tomei nota.
Dando largas à sua ânsia de informar, os media consagraram várias páginas à oração de sapiência proferida pelo amigo do seu amigo, doutor de várias teses e publicações vendidas aos milhares a diversos beneméritos e vítima indefesa das mais repenicadas perseguições judiciais e políticas, cidadão impoluto, espelho da nação, senhor De Sousa, apelidado de 44 por alguns malevolentes criminosos e dito engenheiro Sócrates pelos que, com impecável fé e sentido de justiça, o amam, estimam e seguem.
Por isso que bem merecido tenha sido o convite dos estudantes de Coimbra – julga-se que alunos do não menos estimável professor Boaventura – que não quiseram perder a boaventura de ouvir as doutas plavras de tão alto representante das formidáveis qualidades que tão bem caracterizam a mais alta expressão do génio português na sua versão correcta.
Dizem almas menos dadas a estas manifestações, certamante por indecorosa maldade, que a sessão foi programada a gosto do orador, isto é, que as perguntas dos alunos, prenhes de ciriosidade científica, foram todas, a priori, combinadas com ele, não fora haver infiltrados provindos dos inimigos da correcção em vigor, que fossem para ali adiantar curiosidades chatas relacionadas com andares em Paris, jantares no Fouquet, golpes do baú e outras inconveniências.
Verdade é que, e ainda bem, os meninos, obedecendo aos critérios pré-estabelecidos, não levantaram a mais pequena pergunta fora do guião, qualquer coisinha que pudesse incomodar o orador. Os media, em geral e em particular, não deram sinal de ter dado por isso, assim dando fé do respeito e da consideração devidos a tão admirável criatura. O IRRITADO assinala este facto porque, como toda a gente sabe, comete o erro crasso de não gostar de socialistas em geral e deste conferencista em particular.
O triste cidadão tem assistido a algumas novidades linguístico-conceptuais, ridículas ou estúpidas, tendentes não se sabe bem a quê, mas que mereceriam, ou que os seus autores as explicassem, ou que os inúmeros especialistas em semântica e outras actividades do estilo as investigassem, por uma questão de respeito pelos ignaros. Por exemplo: os contínuos, empregados de limpeza e outras profissões menos qualificadas passaram a “assistentes operacionais”; os concursos públicos são agora “procedimentos concursais”. E por aí adiante, num mar de charadas e parvoíces.
Os “grupos de trabalho”, as “comissões especializadas” e outras desculpas para empurrar problemas para baixo do tapete e pagar umas senhas de presença estão a ser substituídas por coisa mais fina: as “estruturas de missão”. Lindo, não é? Deve ser óptimo fazer parte de uma “estrutura de missão”. O peito incha, os trocos também, quanto mais tempo a “estrutura” durar melhor. Além disso deve ser prestigiante, bom para pôr no currículo, até é capaz de abrir ares para outros voos. Se não servir para nada, melhor ainda. Virá outra “estrutura de missão”, talvez com um nome diferente, para inglês ver.
Em “estrutural” paroxismo, o extraordinário Centeno e o seu serventuário da saúde alugaram um teatro, sim, um teatro, para pôr em cena mais uma comédia governamental: o lançamento de uma “estrutura de missão” destinada a estudar a forma de pagar as dívidas da saúde, perdão, para “reequilibrar o sistema”. Não, meus amigos, não se trata de alguma crise de honestidade que tenha, repentinamente, assolado as almas da geringonça. Nem pensar. A raiz do problema não são as dívidas, os atrasos dos pagamentos, os problemas que vão dando cabo da cabeça aos credores. Nada disso. Trata-se de evitar que Bruxelas, que anda a pau com estas matérias e faz sentir que não atura as cativações e dívidas anexas por muito mais tempo, se excite. Não é coisa para inglês ver, é para Bruxelas ver. Ver como a geringoncial coisa está preocupada com o assunto e ficar o tempo que for preciso à espera dos relatórios, conferências e outros espectáculos com que a “estrutura de missão” não deixará de a contemplar. Entretanto, os enganados locais ficarão convencidos que o problema está em vias de solução, coisa que não ocorreu, nem ao Centeno nem ao outro. Se tal lhes tivesse ocorrido, pagavam o que devem, caso encerrado. Mas este é como os demais casos que a geringonça encerra, ou seja, não passa de publicidade.
Não houve alma nesta terra que não tivesse tecido as devidas loas à Comissão Técnica Independente que investigou os incêndios. A própria geringonça elogiou a iniciativa do PSD de formar tal comissão. Muito bem.
Até que... até que o relatório dos acontecimentos de Outubro saltou cá para fora. Aí, parece que houve umas afirmações que punham em causa a fantástica prestação do chamado governo e que, calcule-se o despautério, levantavam certos véus que, mui cuidadosamente, obnubilavam os feitos da competentíssima actuação dos geringonços de serviço ao caso. Lesa majestade!
Os ditos ficaram cheios de comichões. Então não é que a comissão se esqueceu da suprema verdade, que estipula, cientificamente, que o chamado governo e as suas bengalas não são, por definição, culpados seja do que for? Que lata!
A reacção dos atingidos, com justa indignação, foi imediata e peremptória. O ex-ajudante da dona Constança veio a terreiro dizer que era tudo mentira, que havia documentos a prová-lo, que não tinham ouvido a sua douta opinião sobre o assunto. E até disse que isso de haver falta de aviões não interessava porque, com aviões ou sem eles, o incêndio progredia, ou seja, que os aviões não eram precisos para nada. À noite, o inevitável Caramba, perdão, Galamba, galambazou-se na repetição dos argumentos do ajudante. Está tudo documentado, o governo autorizou o que tinha a autorizar e não autorizou o que não tinha que autorizar. E, acrescento, se não ligou pevas ao que dizia o IPMA, foi, evidentemente, porque não tinha nada que ligar à mentirologia de tais fulanos.
E o chamado primeiro-ministro não veio, após muito instado pelos malandros dos media, dizer desculpem qualquer coisinha? Querem mais?
É inacreditável. No momento em que a mui nobre geringonça toma medidas que têm a ver com o futuro, com a segurança das populações, a limpeza do mato, a reconstrução do ardido, etc. e tal, anda esta gente da comissão a falar do passado, como se o passado não fosse passado, ido, arrumado, enterrado, ardido? Que topete!
Em conclusão, o relatório da Comissão Técnica seria digno de todos os elogios, não fora ter tocado as fraldas da geringonça, coisa por definição intocável. Se tocou, não presta para nada.
Em Dezembro de 2015, as dívidas em atraso dos hospitais (em média 100 dias) somavam cerca de 430 milhões de euros. Em 2016, 613 milhões. Em 2017, 900 milhões. Em 2018 (Fevereiro) 950 milhões. Eis a maravilha da gestão Centeno, que, agora (Março), anuncia gloriosamente que vai pagar cerca de metade, por ordem de “antiguidade”, isto é, dando prioridade a dívidas com um ano, ou mais, de atraso. As outras logo se vê.
A dona Teodora saiu do index. Ameaçada durante anos pela geringonça por dizer o que estava mal, eis que prevê um défice menor que o estimado, à custa do que sabemos (cativações, dívidas monumentais, etc.). Em termos geringonciais, passou a ser uma tipa porreira. Também disse que o consumo privado não tem nada a ver com o crescimento, isto é, que a geringonça aldrabou toda a gente, mas isso não consta da propaganda.
O Cabrita andou às aranhas com o relatório da Comissão Independente. Perguntado sobre o assunto, no que se refere aos incêndios nem um pio. Resolveu falar do “futuro”, das fantásticas decisões do chamado governo, ou seja, da pessegada que, por todos os lados, salta à vista.
O chamado ministro da defesa confessa que a tropa, sob a sua alta direcção, tem Tancos e outros paióis sem sombra de segurança. Só faltou dizer, ó espanto, que a culpa é de Passos Coelho. Quanto aos culpados do roubo, nem um pio. Assunto arrumado?
A novela do Montepio continua em grande. Uma trambiquice legal, presumivelmente exclusivo para amigos, transformou o vinho em água, 500 milhões de buraco passaram, por obra e graça do Centeno, a 300 de lucro. Fácil, rendoso, mas não barato. Vamos pagar esta milagrosa maravilha que nem uns lorpas. Desde que se mantenha a “gestão” social/maçónico/cumuna da organização, vale o que for preciso.
Não percebo nada de redes sociais, não sou frequentador do Facebook, não sei o que é o Instagram, não sou filiado do Twitter nem noutras martingalas do género. Não sou velho do Restelo, não tenho é pachorra para estas modernices, virtualmente indispensáveis para a esmagadora maioria do respeitável público.
Passo a vida a apagar as inúmeras mensagens do Facebook que vão aparecendo. Se, excepcionalmente, abro alguma, verifico que fica à minha disposição o “perfil” de cada um, o que cada um faz, se foi à praia, se é adepto do Carcavelinhos, se gosta de pastéis de bacalhau, se tem uns filhinhos muito bonitos, se gosta da geringonça, e mais uns oceanos de coisas que me interessam tanto como saber se está a chover em Tegucicalpa.
É claro que, segundo muita gente, fico à margem de inúmeras coisas importantíssimas. Paciência. Apesar de ter muito tempo, passar horas no Facebook não faz parte do meu dia-a-dia.
Vem esta lenga-lenga a propósito das notícias que referem, como crime de lesa privacidade, as “investigações” de uma organização qualquer que fez propaganda ao inimputável Trump através do “roubo” de 50.000.000 de “perfis” do Facebook. Parece que os tipos, como fazem milhões de empresas por esse mundo fora, seleccionavam dessa forma os eleitores/clientes, a fim de os bombardear com a propaganda do fulano.
A minha pergunta, desde já agradecendo algum esclarecimento, é: onde está o crime? Se eu posso encontrar os “perfis” de quem quer que, aderindo à coisa, publica, urbi et orbe, as suas características, façanhas, gostos e opiniões pessoais, é crime ir lá buscá-las?
Quem não passa a vida a receber mensagens de gente desconhecida, com quem não tem relações de nenhuma espécie, a quem não deu endereço nenhum? E, no entanto, ninguém liga pevas ao assunto, nem as pessoas nem as entidades, autoridades, comissariados, reguladores e outros penduras encartados. Tudo minha gente acha muito bem?
Há hordas de violadores de correspondência por esse mundo fora que, com largo aplauso, são endeusados.
O que é engraçado, ou não tem graça nenhuma é que, de repente, os mesmos que põem violadores e hackers nos altares se desdobrem em críticas e acusações aos tipos da propaganda do Trump. Há violações boas e violações más?
Não simpatizo com o Trump, antes pelo contrário, mas, que diabo, alguém me explique, repito, onde está a lógica desta súbita indignação universal.
Já lá vai um bom par de anos, um alto dirigente do PSD, comentando os feitos de Barroso, dizia-me: com este gajo, cada cavadela cada minhoca! Era um desespero. No entanto, facto é que Barroso, apesar das minhocas do meu amigo, ganhou as eleições.
Desta vez, no mar encapelado de minhocas em que Rio navega, só a história acima pode dar alguma esperança a um eleitor do partido.
Parece que o novo líder tem como principal característica a de só fazer asneiras. E fá-las umas em cima das outras, em catadupas. Os mais credíveis membros do seu estado maior estão calados que nem ratos dos canos. O chefe do grupo parlamentar, que Rio foi buscar aos adeptos da Santana Lopes para dar um arzinho de união, alinha na doçura com que trata a geringonça e o seu condotieri, chegando ao cúmulo de ouvir, sem o mínimo sobressalto, o chefe Costa pôr as culpas dos incêndios aos media. A ponto de ter deixado de haver a tradicional oposição à oposição e de a geringoncial cãozoada não ter outra solução senão continuar a morder as canelas de Passos Coelho, e de forma tão reles que faz de cãozoada uma expressão carinhosa.
É a primeira vez na história desta triste III República em que um líder partidário se propõe ficar em segundo lugar. Que diabo, nem o MRPP faz destas! Trata-se de um homem que gere o longo prazo, dizem os seus já raros adeptos. Treta.
O IRRITADO, confesso, tem andado de tal maneira embasbacado que quase perdeu o pio. O que podia comentar é tão evidente que já há comentários que cheguem. Após a estapafúrdia actuação e queda do Barreiras, só falta a Rio nomear a parvalhona secretária geral. Ou o tipo das relvas sintéticas e dos filiados que moram em descampados. Faltará, neste caso, o aval do tipos do Conselho Nacional, onde Rio é minoritário. Aí, talvez haja esperança de algum bom senso.
Onde estão os craques que iam propor novas políticas? Onde está a condenação dos caminhos da economia, da desorientação da saúde, das dívidas ao mercado, da bagunça na limpeza das matas, das benesses maçónico-socialistas aos camaradas do Montepio, do abandono das pontes, das linhas férreas, das estradas da morte? Onde está a alternativa ao governo do usurpador? Onde está o golpe d’asa?
Não sei ao certo qual o raciocínio que leva a líder do CDS a afirmar que “acabou o voto útil”. Pode ser que seja muito lógico, mas, como noutros casos, não se vislumbra a utilidade da ideia. Nunca votei “útil”, pelo menos segundo os critérios do CDS, sempre votei útil segundo os meus.
O que pode inutilizar o voto das pessoas é o uso que lhe for dado pelas abertas do sistema.
Foi o que aconteceu em 2015: o meu voto ganhou, mas foi deitado para o caixote do lixo. Pode dizer-se que, por este critério, dona Assunção tem razão: o meu voto passou a inútil, como que aconteceu ao da esmagadora maioria dos portugueses. Só há, ou poderia haver, uma interpretação legítima do resultado dessas eleições: a coligação mais votada foi a que estava no poder. Baixou o seu score, mas não deixou de ser a mais votada. O eleitorado, se interpretados os resultados com seriedade, apontou claramente para a continuidade do governo anterior, mas com menos margem de manobra, isto é, ou via coligação com o PS, ou via abstenção do PS.
Aliás, era essa a leitura política tradicional na III República. Sem uma única excepção. Quando, hoje, as mesnadas do PS dizem, com formal razão, que não há eleições para primeiro-ministro, esquecem que quem inventou o contrário (eleições internas do “candidato a primeiro ministro”) foram elas, o que nos dá um sinal claro da diferença entre a seriedade e a oportunidade. O seu candidato, informal em termos constitucionais mas formal pelos critérios do PS, não foi eleito. Daí, os anunciados critérios foram abandonados e aplicado o seu contrário. Assim que conveio, as coisas foram postas de pernas para o ar, o que nos dá uma imagem clara do que, para tal gente, significa a expressão “palavra honrada”.
Porquê, dois anos depois, voltar a bater nestas teclas? Porque, senhores, a moral republicana que animou a subida ao poder do “candidato a primeiro-ministro” vencido é a mesma que continua, dois anos depois, a reger a coisa pública.
A “palavra honrada” foi substituída pela propaganda, pelo torcer dos números, pela inversão das razões. As chamadas boas notícias foram obtidas, não pela acção do governo, mas apesar o governo. As descidas do défice (miseráveis se comparadas com as do governo legítimo) é a única boa notícia de que se podem valer, isto é, trata-se de um “mérito” que advem do garrote dos serviços públicos, das cativações tão cegas quanto brutais, do abandono do património nacional, da ausência de investimento público, da utilização das folgas fiscais para a compra de votos, da austeridade mascarada, dos erros fatais da política económica com efeitos de longo prazo.
A “palavra honrada” já mostrou o que vale. Os seus mais graves efeitos virão, quando a anestesia da opinião pública cessar e quando as condições externas abanarem. Tudo aponta para que baste um destes quandos.
- Como é que um navio (o encalhado no Bugio) vai para Marrocos com uma carga de areia? Marrocos importa areia?
- Como é que os tipos do Benfica que, segundo consta, foram avisados de que iam ser alvo de buscas, deixaram a papelada toda no sítio?
- Como é que um tipo como o desinteressante Feliciano Barreiras Duarte, com currículo académico e obra publicada, arranjou uma trambiquice idiota para se intitular professor em Berkeley, onde jamais pôs os pés?
- Como é que um líder partidário, Rui Rio, aplica a sua suposta inteligência a fazer rapa-pés ao adversário e a zangar-se com todos os seus, num nunca acabar de asneiras sem sentido? Haverá alguma forma de salvar o PSD da derrocada?
- Como é que um líder que, orgulhosa e conscientemente, levou o CDS aos dias mais negros da sua existência é alvo de uma homenagem especial no congresso do partido?
- Como é que a harpia número um da nossa política, dona A.C. Mendes, tem a lata de dizer que quem empobreceu o país foi Passos Coelho, quando toda a gente sabe que quem deu cabo disto (três vezes!) foi o PS de Soares e de Sócrates/Costa?
- Como é que o mesmo indivíduo, Marques Mendes, que fez cair o PSD na CML, assim lançando Costa na ribalta, se atreve a continuar a auto-considerar-se gente?
Segundo os próprios, os “principais equipamentos culturais da região centro” são: a Escola da Noite, o Teatrão, o Teatro Académico de Gil Vicente, o Teatro Viriato e o Leirena. Na minha qualidade de alfacinha, não sabia da existências de tais e tão dignas entidades, aqui fazendo acto de contrição por tão mortal falta. Tais organizações, segundo as próprias, são integradas por “profissionais que têm trabalhado no serviço público financiado pelo Estado”.
Calcule-se porém que a última das trupes acima referidas não tem pedido financiamentos. Grave pecado.
Acontece que uma senhora, Directora de Cultura da Região centro, de cuja existência eu também não suspeitava, pecado meu, veio a público dizer que o tal Leirena não a “incomodava” com pedidos de dinheiro. Esta declaração mereceu dos restantes, acompanhados por mais 110 cidadãos, ao que presumo “agentes culturais”, uma petição exigindo a imediata demissão da senhora directora, a qual, ao gabar uma instituição por não lhe pedir dinheiro, cometeu o que parece ser crime de lesa cultura e de violento ataque à região centro.
Postas as coisas em termos reais, ficamos a saber que os “agentes culturais” que não pedem dinheiro ao Estado, não são “agentes culturais”, uma vez que, se calhar, vivem à custa dos seus espectadores, mecenas, amigos ou lá quem seja que goste daquilo que fazem e pague bilhetes. Os verdadeiros “agentes culturais” prestam “serviço público” (acham eles) e, portanto, ou vivem à custa do orçamento ou, é de concluir, nem sequer deviam ter direito à vida. Razão pela qual é de inteira justiça que peçam o saneamento dessa horrível directora que elogia quem não lhe bate á porta em busca dos euros necessários à vidinha.
Eu compreendo que haja quem se ache credor do Estado, quem valorize as actividades próprias, quem se tenha por indispensável. Vivemos num país muito dado à benevolência, e num estado socialista que só por omissão ou negligência ainda não nacionalizou os teatros, os actores, os pintores, os trinca-bilhetes, os carpinteiros, todos os que trabalham ou dizem trabalhar, os quais, por consequência, ficam sujeitos aos tenebrosos ditames do mercado. Um horror.
A fechar este tão injusto post (por ventura neoliberal) não quero deixar de referir que o director do supracitado Leirena (seja isso o que for), excitado pelas afirmações da directora e pela petição, já declarou que vai inscrever-se no próximo “quadro de apoio”, não vá, por relapsa distracção, escapar-lhe a oportunidade de sacar algum, a fim de passar a "agente cultural" de pleno direito.
Antigamente, as bolsas de estudo eram dadas a alunos especialmente bons, para poderem continuar a estudar quando para tal não tinham meios. Havia também outras bolsas, geralmente conferidas a projectos de vária ordem. Acabado o projecto, acabava a bolsa. O bolseiro, se queria continuar a sê-lo, candidatava outro projecto, o qual era julgado de acordo com o seu mérito e com o êxito do projecto precedente.
Hoje, não sei lá muito bem como se passam estas coisas. Mas surpreendem-me as polémicas que se geram à volta dos bolseiros. Se a agência estatal, ou privada, não lhes renova a bolsa - por razão nenhuma segundo os atingidos -, aqui d’el Rei, que estão a ser despedidos! Ser bolseiro parece ter passado a profissão para a vida, o que é contraditório com o comum conceito de bolsa e de bolseiro, segundo o qual ser bolseiro não é profissão e o que se lhe paga não é ordenado. Uma situação tradicionalmente provisória. Acabada a bolsa, o seu titular, ou volta ao lugar de origem, se o tinha, ou vai tratar da sua vida.
Hoje, e em Portugal não é assim. Os bolseiros acham que, ou as bolsas são renovadas sine die, ou são metidos no Estado como funcionários full rank, com antiguidade, diuturnidades e toda a panóplia de privilégios que aos empregados do Estado é garantida - e aos demais negada - independentemente do mérito ou de outros critérios do género.
Fiquei a saber que, se um bolseiro o é por hábito, na falta de mais bolsas, passa a funcionário. Nada mais fácil, nos tempos que correm. De caras.
A geringonça já meteu (números de há meses) mais uns dez mil empregados, vai meter mais umas centenas de bolseiros, mais uns milhares de professores, umas centenas de juízes, outras tantas de funcionários judiciais, guardas prisionais, polícias, guardas republicanos e tutti quanti que por aí apareçam com umas cunhas do Bloco de Esquerda, da CGTP ou algum afilhado de quem manda.
Um fartote: o eleitorado incha, que é o que se pretende, e quem vier a seguir (o FMI, a UE, o BCE, o Sidónio?) que lhes pague o ordenado.
Toda a gente sabe que o investimento público no primeiro ano da geringonça (2016) foi zero, ou quase. Toda a gente sabe que qualquer percentagem de zero é igual a zero.
Vem isto a propósito de mais uma triunfal declaração do chamado primeiro-ministro: “em 2017 o investimento público subiu 20%, em 2018 vai subir 40%!” Eis como se transforma zero num extraordinário feito.
É assim a vida. Outro exemplo: em matéria de crescimento económico, Portugal é 31º em 34 (OCDE); entre os países do euro, é 14º em 17; nos países intervencionados, é 3º em 4, a larga distância dos outros 2. Mais um milagre da geringonça: transformar um crescimento miserável, decpcionante, num espantoso feito das suas políticas. Isto, num cenário de generosidade do BCE, de petróleo barato, de turismo em alta, de mais forte crescimento europeu.
Pior é difícil.
A propaganda do poder é avassaladora, isenta de escrúpulos, avessa à verdade. Parece ter anestesiado os portugueses que, maioritariamente, a compram como boa. Até o maior partido da oposição se mostra cordato em vez de contar a verdade às pessoas, denunciando as mentiras e o desastre que é a política económica do chamado governo.
A saúde já afundou o buraco em bem mais de mil milhões. E não funciona! A educação mostra resultados catastróficos, não se sabendo, além disso, a profundidade do buraco. Poupança privada, não há. Os portugueses continuam a ser incentivados a contrair dívidas de longo prazo. O Estado aumenta as sua colossal dívida à banca. Reformas estruturais, zero. Crescimento da produtividade, zero. O desemprego jóvem e a baixa dos salários são mais que evidentes. A segurança social não tem solução à vista.
Tudo se sacrifica ao contentamento das clientelas. É o triunfo de uma esquerda hipócrita, propagandística e demagoga. Ou, simplesmente, da esquerda, seja ela qual for.
Não se percebe a cegueira de Bruxelas em relação ao que, de estrutural, se passa nesta terra. O défice orçamental diminui, e parece que chega. O senhor Centeno cativa, cativa, e empurra o futuro com a barriga.
Óptimo! A floresta de enganos nunca esteve tão viçosa.
Está universalmente estabelecido que a) o planeta está a aquecer e b) que a culpa é da humanidade.
Quanto a a), parece ser verdade que o planeta tem vindo a aquecer, ainda seja difícil sentir tal aquecimento, sobretudo no Inverno. Quanto a b), alguém anda a enganar a malta.
O terror globalizou-se. Antigamente, os culpados das desgraças eram os pecados em geral, a licenciosidade, a gula, a ambição, o belzebu, a espinhela caída e outros papões que provocavam a fúria do Altíssimo e a alegria das bruxas e dos inquisidores. Nos tempos modernos, a coisa fia mais fino: a ONU nomeou uma comissão científica, chefiada por um engenheiro de caminhos de ferro e formada por funcionários de nomeação política, com a missão (expressa!) de provar que as alterações climáticas e o aquecimento global existem e são fruto de erros humanos, ou seja, mutatis mutandis, de pecados como os antigos, mas mais sofisticados. Tal comissão, obediente e obrigada, emitiu aquilo a que hoje, sabe-se lá porquê, se chama ciência feita, estabelecida, certa e indiscutível. Tal como há séculos, são os desvios comportamentais do homem quem provoca o estado de coisas.
Há pouco (cientificamente!), provou-se que as vacas loucas eram uma ameaça global, que os transgénicos faziam mal à barriga e que a gripe das aves era verdadeira ameaça à vida de toda a gente. Exemplos destes não faltam, mas tiveram a vantagem de durar pouco. No caso do clima e do aquecimento é diferente. Foi decretada uma verdade indiscutível e eterna, só falta uma lei universal a criminalizar que se pense ou diga o contrário.
Na minha estante, tenho não poucos calhamaços a dizê-lo, todos escritos e largamente fundamentados por gente de invejável currículo. Mas tal gente não faz parte do mainstream, é oficialmente ignorada e arrisca-se a dissabores pouco agradáveis para quem faz carreira científica. Compreende-se: por ordem da ONU, e da quase universalidade dos governos, a ciência está feita (o que é a negação do conceito de ciência) e acabou-se, não há mais discussões. É a censura planetária, indiscutível e obrigatoria.
Diz-se que a Terra terá nascido há quinhentos mil milhões de anos, na hecatombe universal do bigbang ou coisa parecida. Mais ou menos mil e duzentos milhões de anos depois, fruto do arrefecimento do planeta, apareceram as primeiras humidades e, consequência delas, terá surgido a primeira célula viva. O grão de areia cósmica a que chamamos Terra continuou a arrefecer, processo que, com altos e baixos, possegue paulatinamente. Ao longo dele, houve épocas tórridas como houve idades do gelo, houve altos e baixos na concentração do CO2 sem que houvesse combustíveis fósseis nem nada que se parecesse, houve tempos de horríveis tempestades e diversas primaveras. Mas, se traçarmos a resultante do que se conhece, ela aponta, inexoravelmente, para a continuação fatal do arrefecimento. Se se anuncia, com foros de verdade, que há uma subida da temperatura global, mais não se trata que de uma variação episódica, mais ou menos duradoura. Não se mede estas coisas por anos, mede-se por milhões deles.
Mas a humanidade oficial acha o contrário. O cosmos em geral, os soluços do Sol, as tremuras do eixo da terra, os raios cósmicos, nada disso tem a ver com o assunto. Quando não se sabe, não se imagina, nem se domina os motivos do mal, a melhor resposta é pôr as culpas para alguém. A antiguidade e os seus fantasmas permanecem com o mesmo réu: a espécie humana, esse ridículo episódio temporal no plano cósmico. Tal espécie, cuja influência e poder sobre o planeta em que vive é quase zero, que não consegue dominar vulcões, terramotos, tufões e outras indisposições do globo, acha que altera o clima, que é capaz de fazer subir ou baixar a temperatura como se isto fosse um bule de chá. Não é.
A partir da verdade universal fabricada, chega-se à conclusão que a origem das alterações climáticas e da alegada subida da temperatura se deve ao CO2 produzido pela indústria, pelos transportes, por outras obras humanas, e até pelos descuidos intestinais das vacas domésticas. Cria-se impostos, gera-se negócios chorudos, celebra-se tratados, endeusa-se as caríssimas energias ditas limpas, abandona-se as poluentes (à excepção do carvão!) e anda tudo aos tiros ao CO2, esquecendo o CO, que é o mais venenoso. Também o carvão é esquecido, mas isso é outra história.
A humanidade pode, sem dúvida, melhorar as sua ecologia. Pode limpar rios, tirar os plásticos do mar, melhorar o ar das cidades, produzir alimentos mais saudáveis, curar doenças, melhorar os solos, irrigar os desertos. Mas não manda no cosmos, nem na galáxia, nem no sistema solar, nem, mais modestamente, nas indisposições planetárias. Um pouco de bom senso e um certo respeito pela verdade e pelo próximo não fariam mal a ninguém.
Depois de ter perdido as eleições, o senhor Pinto de Sousa, dito engenheiro Sócrates, tendo sido eleito deputado, não aceitou aceitou o lugar. Foi viver para Paris como um lorde, nas circunstâncias que são do conhecimento geral.
Vem isto a propósito de Passos Coelho. Tendo ganho as eleições, foi, como é sabido, impedido na secretaria da Constituição e à revelia da praxis do sistema, de formar governo. Ficou no parlamento, no lugar para que fora eleito, sujeitando-se aos insultos do burgesso que se apoderou do poder e à sujeira das críticas das diversas cáfilas que pululam no seu próprio partido. Perdidas as autárquicas, decidiu não se recandidatar à liderança, conduziu com lisura o processo que levou à sua substituição. Passou à “peluda”. E agora? Agora, diria o burgesso e a cáfila, vai aparecer como administrador da Galp, chairman de um banco, vai substituir o Catroga na EDP, deixar Massamá e ir viver para Londres no andar de um amigo? Nada disso. Passos Coelho, muito simplesmente, foi convidado e aceitou o modesto lugar de docente numa universidade. Nem Londres nem Paris, nem amigos, nem mania das grandezas, nem ficar por aí a cobrar presenças e conferências. É a diferença entre um homem digno e um macacoide desonesto e deslumbrado consigo próprio como o Pinto de Sousa, a diferença entre um cidadão exemplar e um trafulha encartado.
Já há para aí quem o critique. Que competência tem para ensinar? Para ensinar o quê? Administração pública? Relações internacionais? Economia política? É evidente que tem competência para isso tudo, e para muito mais. Haverá quem saiba mais disso tudo? Duvido. As universidades estão cheias de teóricos que nunca se comprometeram com coisa nenhuma nem tiveram outra vida senão a da academia. Terão o seu mérito. Mas têm handicaps que a Passos Coelho são alheios.
Ficam as diferenças, para que quem estiver atento e tenha algum discernimento possa ajuizar.
NB. Não seria justo se não referisse e sublinhasse a publicação do socialista Sérgio Sousa Pinto a respeito do assunto, publicação que vai, dignamente, no mesmo sentido deste post. Vale muito. Sérgio Sousa Pinto que se precate, não vá o burgesso pô-lo com dono.
O senhor de Belém está muito contente, mais até que de costume. Porquê? Porque, meus amigos, o parlamento lhe vai devolver o veto sobre a lei do financiamento partidário sem, praticamente, lhe alterar seja o que for. O PC continuará com os privilégios da festa do avante, as generosidades do povo continuam sem limites, o IVA ficou na mesma, a fiscalização continua impossível..., está contente porquê?
O veto presidencial foi um flop de todo o tamanho. Ele, felicíssimo, engole a devolução. Porque, diz, desta vez o assunto foi discutido e votado “às claras”. O resultado foi nenhum, mas ele ficou radiante porque os deputados borrifaram nos seus argumentos substantivos. Não é para perceber. Um homem tão avesso a formalidades, depois de uns batuques em São Tomé vem de lá tão contente que nem repara que os deputados fizeram troça do veto, e agarra-se à forma que, segundo ele, foi respeitada, para “justificar” o contentamento.
A anafada rapariga que fazia umas coisas com o senhor Clinton, hoje desengraçada mastrafona, voltou às primeiras páginas. Na altura das tais coisas, já a fulana acautelava o futuro: guardou os produtos fisiológicos do homem no vestido, guardou o vestido, e ficou à espera da fama. A fama lá veio e, não há quem duvide, teve efeitos positivos no seu bem-estar.
Mas a fama, como de costume, foi efémera. Até que, tantos anos passados, o comboio do mitu arrancou em força. Nova oportunidade, nova fama, havia que apanhar a composição. Mas como, segundo as crónicas, tinha havido “consenso” com o Clinton, era preciso arranjar um tempero qualquer. Daí, resolveu dizer que, apesar de ter havido consenso (consentimento e cooperação activa), houve abuso na mesma.
É demais, a crescentar aos muitos demais que por aí andam à conta do mitu.
Não faltará quem ache bem. A partir do novo conceito da dona Mónica, as actividades recreativas em causa, mesmo que consentidas e queridas, passam à categria de assédio, abuso, vilania. Ponham-se a pau.