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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

GALEGADAS

 

O chamado primeiro-ministro disse à Nação de que não percebeu nada do discurso do senhor de Belém na sessão do dia 25. Disse-o como piada, é o que pensam as boas almas.

A verdade, porém, é que o homem não percebeu mesmo. E como não é propriamente perito em piadas, coisa para a qual é preciso inteligência e sentido de humor, qualidades em que é parco, o que disse não passou de galegada, talento mais compaginável com a personalidade em apreço.  

Não quer isto dizer que o discurso do senhor de Belém viesse a propósito fosse do que fosse. Não vinha. Foi um mero divertimento oratório de Sua Excelência. Escarafunchando um bocadinho, poderá pensar-se que a história dos populismos se referia às arrancadas da Catarina, aos dislates do inexistente PEV, ou às patacoadas do PC. Nesta hipótese, talvez o camarada Costa tivesse ficado ofendido por considerar que se tratou de um ataque aos seus bem-amados sócios e fidelíssimos apoiantes. Dificilmente tal hipótese terá pés para andar. A inteligência do fulano não navega nessas alturas.

 

29.4.18

DEMOCRACIA SOCIALISTA

 

Um sururu dos diabos se tem levantado por causa do horror dos despejos. Muito bem. Quem ler os jornais fica convencido de que há uma conspiração movida por bandos de capitalistas sem escrúpulos que se dedicam à vil arte de pôr velhinhos na rua mediante despejos movidos por ódio de classe e odiosa ganância.

Com desculpas deste jaez o chamado governo prepara-se para relançar o sistema do Estado Novo e da I República. Para já, devagarinho. Só uns passinhos, pôr os senhorios a pagar obras sociais do Estado, uns toques de magia no direito de propriedade, umas achegas nos prazos dos contratos. Vão-se habituando a estas coisinhas. Depois virão mais, até que se acabemn os prazos, se congelem as rendas e mais o que se seguir. Quando a cidade estiver outra vez a cair de podre, a obra estará consumada. Aí, se o socialismo continuar ridente  e progressivo, mais um toque, toma-se posse administrativa ou, se as coisas correrem mesmo bem, nacionaliza-se e pronto.

Exagero? Talvez. Mas a verdade é que grão grão enche a galinha o papo.

A justificar as medidas que andam a ser para aí anunciadas, foram publicados alguns dados sobre os horríveis despejos. Dos que foram pedidos, uns 40% foram recusados por deficiências documentais. Dos outros, 20% foram considerados improcedentes ou foram objecto de superveniente solução ou acordo das partes. Dos 40% dos depejos deferidos, 95% foram-no por falta de pagamento da renda.

Donde se conclui que o que o chamado governo quer, para já (é para isso que se quer acabar com o balcão do arrendamento), é que tudo volte aos tempos do Afonso Costa ou do Salazar: pagar ou não pagar a renda é detalhe, os tribunais, em cinco ou seis anos, resolvem a coisa, são cinco ou seis anos a viver à pala. Resolver os contratos, isso não é coisa que, em democracia socialista, se possa admitir.

Vão ver. Step by step, a galinha vai enchendo o papo.

 

29.4.18

MORAL REPUBLICANA

 

Mais de dez anos depois do início do consulado dessa miséria humana que dá pelo nome de Sócrates, apareceu uma senhora do PS a desbroncar-se. De resto, até hoje, não houve um só socialista que tivesse dado pelo que se passou e se passa. Ninguém deu por nada, ninguém viu nada, ninguém desconfiou de nada.

O indivíduo que se apoderou do partido quando a agremiação era dirigida por um tipo sério, que até ganhava eleições (“por poucochinho”, mas ganhava), e que, logo a seguir, se apoderou do poder (sem ganhar, nem por poucochinho, isto é, perdendo) esqueceu-se de Sócrates e dos resultados da sua governação e pôs no seu chamado governo os principais áulicos do dito. Mesmo depois do rebentar de tanta bronca, continua, não só a não ter visto, sentido, desconfiado do que fosse, como a não ver, não dar por nada, não desconfiar de nada.

Sócrates nunca existiu. O seu número dois, um tal Costa, nunca existiu. Os seus seus colegas socratistas, também nunca existiram. Andam por aí outros, com o mesmo nome, a mesma cara, o mesmo paleio, mas não são os mesmos, nem o Pinho é o mesmo, é tudo outra gente, gente que nunca viu coisa nenhuma e que não conhece nem jamais conheceu o Sócrates. A mostrar que não são os mesmos, continuam na mesma.

Há excepções. Um alto aparatchique da organização veio dizer que acha óptimo que um tipo viva de empréstimos de um amigo. Coitado, não tem meios de fortuna, e, com toda a dignidade, não quis aceitar o emprego de deputado para que foi eleito. É demais a perseguição que lhe movem! Outro, da mesma tiragem, veio fazer uma discursata moralista em que, ó espanto, também não bate com a mão no peito nem sabe de nada para além de umas viajatas suspeitas, de umas ajudas maradas, tudo peanuts, ó gentes!

A tal fulana que veio pedir que matérias pouco agradáveis fossem discutidas acordou tarde, ou resolveu acordar tarde. Como está a pensar na reforma, resolveu ser altura de ter um ataquinho de “moral republicana”, e pedir actos de contrição no congresso da coisa. Mais vale tarde que nunca, não é? É claro que bateu na porta errada, sabendo perfeitamente que era a porta errada. Desde sempre, ninguém da agremiação assumiu fosse que culpa fosse. Por que raio haviam, agora, de mudar de postura, ainda por cima sobre assuntos do passado? Segundo a versão oficial, ou virtual, a senhora não deve estar boa da cabeça.

E assim vão as coisas. Nada de novo. Todos, todos, fiéis à moral republicana. O resto é conversa fiada.

 

28.4.18   

ESCLARECIMENTO

 

Gostava que alguém informasse a estranha organização que dá pelo nome de governo, também conhecida por geringonça, das seguintes realidades:

- Não há um único senhorio que ponha na rua um inquilino que paga bem e a horas, não perturba os vizinhos, trata bem o locado, é pessoa decente. Nem um.

- Outrossim, deviam os juristas de serviço explicar à geringonça que um contrato sem prazo não é um contrato, é uma imposição.

- E ainda que os senhorios não podem, sem grave ofensa ao Direito, ser coagidos a custear obra social.

É legítimo e próprio do estado social proteger a velhice. É para isso que a sociedade paga impostos, contribuições, taxas, etc. É para isso que existe a segurança social, não o bolso de cada um.

 

Sem ilusões, aí fica. Uma coisa é a justiça, outra é o socialismo (de esquerda ou de direita).

 

 

27.4.18

25

 

Assinalando que o socialismo está na berra, os militares do 25 de Abril sentaram-se na sua bancada de honra. Proporcionaram assim mais uma demonstração das limitações democráticas que os animam. Quando achavam que o governo não era retintamente socialista, ou social democrata (ainda que tenha tratado o estado social muito melhor que a geringonça), fizeram gazeta. Por outras palavras, para o excelente grupo de militares (capitães do quadro e coronéis de aviário), a democracia ou é socialista ou não é democracia. Por outras palavras ainda, o golpe de Abril foi dado, ou para instalar um regime soviético, ou, na versão mais moderada, para obrigar o país a ser socialista. Desvalorizam o que de melhor podia haver no seu gesto e, o que é mais grave, sabem que o fazem, e gostam. Um erro, mas um erro que o politicamente correcto perdoa e até elogia.

Sinal triste do ambiente em que vivemos foram os discursos das senhoras do PSD e do CDS. Uma e outra, espernearam que a democracia “é de todos”, assim reconhecendo – por que carga de água? - que estão fora do baralho dela. Isto sem prejuízo do ataque de esquerdismo bacoco que caracterizou a a discursata da menina do PSD - entusiasticamente aplaudida pelo chefe Rio.

Do senhor do PAN não ouvi nada, por falta de interesse. Do tipo do PEV, nada: o PEV não existe, ele também não. O PC mandou lá um soviético primário desfiar a velhíssima cartilha, própria de algum país do terceiro mundo há 40 anos. O BE, esse, arranjou um pequena que, coitada, cheia de evidentes frustrações, despejou ódio, invejas e malquerenças em quantidades industriais. O PS resolveu pôr a representá-lo uma feminista totalitária, sem outro assunto que não fosse o do... feminismo totalitário e ultramontano.

O camarada Ferro pôs nos píncaros o chairman da geringonça, a ver se obviava a algum “desvio” em relação à linha oficial de Belém. Acrescentou uma série de palavreado destinado a desculpar certas “coisinhas” dos seus pares e amigos.

O senhor de Belém, à falta de melhor, e a fim de evitar “interpretações”, dedicou-se a falar da Grande Guerra! Desfez-se em elogios às Forças Armadas, designadamente as daquela guerra e as dos senhores da tribuna do MFA. As Forças Armadas das guerras de África, na sua alta apreciação, parecem nunca ter existido, se calhar a fim de não enxovalhar a sessão.

Enfim, um dia para esquecer. A tão falada Liberdade (o que havia a comemorar) ficou-se pela inanidade de uns, pelo ódio de outros, pelo oportunismo de ainda mais. Pobre Liberdade.

 

25.4.18

 

ET. Parece que o senhor Falhoufakis andou a passear na avenida. Ainda não vi nada, mas presumo que tenha sido a farra do costume, ou seja a comemoração do 25 comunista. Espera-se que falhe, como falhou o Falhoufakis.

JOGADAS MAGISTRAIS

 

O camarada Centeno, de repente, deve ter percebido que o diabo, afinal, anda por aí à espreita de uma oportunidade para entrar pela porta dentro. Meio borrado de medo, meio empurrado pelos tipos do euro, resolveu dar uma de juízo e um arzinho de bom senso. Deve ter avisado o chefe de que não tinha outro remédio senão apertar o cinto e guardar uns cobres por causa do mafarrico.

O chefe assustou-se. Mas não se impressionou, não estremeceu. Temos que montar um esquema, estás a perceber? Sim um esquema, como faziam os angolanos no tempo do “socialismo esquemático”, ou mais ou menos. Eu aceito as tuas ideias, mas temos que lhes dar um molho qualquer para adoçar a pílula. Eu sei, eu sei que é uma chatice. Não vem nada a calhar, sobretudo agora que tínhamos metido o Rio no bolso, que temos os comunas e as malucas nos varais, tudo a correr pelo melhor, estavam até o Caramba mais o Nunes, o Alegre, o Arnaud (substituído pela Maria de Belém hi hi) numa boa, e lá vens tu com fosquinhas sem mais nem menos...

Centeno estremeceu. Qual esquema?, indagou. Olha, é simples, tu fazes um discurso, uma entrevista, uma conferência de imprensa, uma coisa qualquer que ponha os camaradas dos partidos amigos e os nossos mais esquerdocráticos aos gritos. Dizes que não há nada para ninguém, não há aumentos para os funcionários, nem mais um chavo de despezas, etc. Os gajos entram em polvorosa, desatam a ameaçar, publicam manifestos, põem o Arménio com a tropa na rua, enfim, as receitas do costume. O Rio fica caladinho, que é o melhor que sabe fazer. É preciso que exageres um bocado e guardes uns trocos para eu fazer um brilharete, como fiz quando atirei uns milhões à cara da canalha da cultura, estás a perceber? Começo por dizer que estou de acordo contigo e digo ao Santos Silva para mandar umas bocas tipo Tony Blair. As coisas agravam-se. Deixo passar uns dias. Depois, ó surpreza, dou uns sinaiszinhos de abertura, sem dar grandes esperanças. A seguir, basta dizer que sim, que estamos a estudar os aumentos. A cáfila respira fundo. Os estudos, como todos os estudos, levam o seu tempo. No caso, o tempo será o das eleições, estás a perceber?

Centeno abriu a boca. Que génio, que chefe, que homem, assim é que é! De acordo, mais que de acordo, vou preparar as coisas, tenho argumentos para tudo. Fico como o mau da fita como o tipo da cultura, não me importo, desde que, patrioticamente, a solidez da geringonaça e a estabilidade política venham a ser salvaguardadas por Vossa Excelência.

*

Como é sabido, a coisa resultou à maravilha. Até vieram notícias a falar da perda de poder de compra dos funcionários & companhia, a fim de que, magistralmente, salvificamente, o chefe venha, no momento próprio, anunciar que vai começar a grande recuperação, a restituição, os aumentos. Ficará a promessa, a sossegar as massas. Depois, quaisquer peanuts servem para se falar de “palavra honrada".

 

23.4.18

UMA HIPÓTESE DIGNA DE ATENÇÃO

 

Li não sei onde a mais engraçada, a mais surpreendente insinuação sobre a monumental bronca da SIC (as gravações da operação Marquês). Diz alguém que a terrível e criminosa fuga ao segredo de justiça que nos entrou em casa horas e horas a fio foi iniciativa... dos advogados do chamado Sócrates, ou dele mesmo.

Informação, repito, engraçada e surpreendente, mas não destituída de lógica. A mensagem que passou, ou que queriam que passasse, é simples: a acusação não tem provas contra o réu, a não ser provas circunstanciais, indícios comprometedores mas sem suporte material, isto é, existe o dois mais dois, mas falta o igual a quatro.

É claro que, simultaneamente, o tal Sócrates ficou classificado aos olhos de todos como aquilo que é, um safardana com a mania das grandezas, um tipo que não quer trabalhar, um vaidoso compulsivo, um pendura contumaz, uma desgraça total em termos de dignidade humana e de direito ao respeito seja de quem for. Mas isso não interessa à defesa, já que, a tal respeito, só um parvo terá dúvidas. O que interessa é que fique na cabecinha de cada um que, em relação às mais graves acusações, não há provas incontrovertíveis. Daí a inteligência, ou a oportunidade, de divulgar as gravações. Além disso, dá à criatura mais oportunidades para aparecer nas notícias, ou para não desaparecer delas. Um dia depois do espectáculo lá foi ele anunciar, em conferência de imprensa, que se vai constituir assistente nos processos que forem abertos contra a SIC, por violação do segredo de justiça. Coitado, ofendidíssimo...

Note-se que se apresentou em tal conferência sem a companhia dos advogados. Note-se também que anda por aí uma notícia a dizer que terá cassado a procração, pelo menos a um deles. Será porque o homem não queria que as gravações viessem cá para fora – nesse caso, a iniciativa teria sido do réu – ou porque este não queria que tal acontecesse – nesse caso a coisa teria partido do advogado. Se eu tivesse que escolher, escolhia a primeira hipótese.

Enfim, tudo isto são conjecturas ou, como diria o tal Sócrates, provas circunstanciais...

 

21.4.18

AI MANUELA!

 

Dona Manuela, sempre atenta ao que se passa, resolveu mudar de agulha. Como já não se justifica perseguir Passos Coelho, resolveu dar umas bicadas à geringonça, correndo o risco de desagradar a Rui Rio, nóvel protector e e quase sócio de tal e tão distinta agreminação. Não, não pegou no César pelos cabelos por causa das viagens a dobrar. Não pegou no Pinho, perdão, professor Pinho por obra e graça dos electricistas. Não pegou nas patranhas do Centeno, grado figurão “europeu”.  Nem noutros altos responsáveis merecedores das mais acerbas críticas.

Escolheu, escolheu, e decidiu, na sua coluna privativa do “Expresso”, atirar-se à chamada ministra da justiça. Fundamento? O do peregrino assunto do mapa judciário.

Toda a gente sabe que é tarefa primordial dos membros da geringonça, sob pena de demissão ou de lavar algum pontapé pela escada acima, dar cabo de tudo e mais alguma coisa que o governo legítimo tenha feito. Toda a gente sabe que, no cumprimento dessa nobre missão, a tal ministra há muito começou a actuar, destruindo o que tem à mão, custe o que custar e a quem custar, “revertendo” em vez de reformar. Dona Manuela só agora deu por isso. E, mui sabedora, trata de criticar a outra por “desfazer” em vez de “fazer”. De acordo. Só é pena que a hebdomadária escritora tenha levado mais de dois anos para perceber os “desfazeres” da geringoça e dos seus agentes.

Acorda tarde, e mal. Mas, como é preciso encher a coluna dos Sábados sem bater demais e, ao mesmo tempo, dar um arzinho de “independência”, arranjou esta de se pôr a chover no molhado.

 

21.4.18

PODER DE COMPRA

 

Segundo cálculos ditos oficiais, a função pública perdeu, entre 2010 e 2018, tudo somado, 11,8% do poder de compra. A machadada começou, imagine-se, em 2010, no consulado do chamado engenheiro Sócrates (1,4%), um ano depois do grande aumento! A seguir, veio a troica, com as suas inevitáveis consequências (3,7 em 2011 e 2,8 em 2012). Assim, estranhamente ou nem por isso, nos anos após o primeiro choque, o ritmo de perda baixou! No terceiro ano do governo legítimo, a tendência inverteu-se, os funcionários viram o poder de compra aumentado em 0,3%! Em fins de 2015, a partir da chegada da geringonça, novas machadadas se seguiram 0,5, 0,6, 1,4, 1,4, em 2015, 2016, 2017 e 2018 respectivamente, julga-se em resultado da chamada devolução de rendimentos.

Farão os inúmeros economistas, sociólogos, comentadores e demais especialistas que por aí pululam, cheios de autoridade e de inegável sapiência, os comentários que entenderem e a ginástica mental em que são peritos. Ou não farão coisa nenhuma, porque os dados parecem inconvenientes. Quanto aos funcionários públicos, que olhem para isto, acendam uma luzinha no cerebelo, e vejam como são enganados todos os dias. Na certeza de que, se a luzinha não for fraca, farão umas contas tais que nunca mais cairão em geringonças.

 

17.4.18

ACORDAR TARDE

 

Em visita à secção de pediatria do hospital do Porto, o infeliz a que é tido por ministro da saúde (todo ele é Centeno, ai credo!) resolveu declarar que a geringonça não tem culpa nenhuma já que “a situação tem dez anos”. Magna descoberta! Parece que os tais dez anos, verdade ou mentira, desculpam os dois anos e tal em que o infeliz diz mandar sem ter dado por nada. Pior, só deu por isso quando começou a haver barulho nos jornais.

Mas não há problema. Vai haver um concurso (procedimento concursal!), disse ele. Será lançado daqui a “uns dias, uma semana, duas semanas”, e está tudo resolvido. Lidas as coisas como deve ser, daqui a dois, três anos, ou seja lá quando for, em brilhante cerimónia, o chamado primeiro ministro inaugurará, com pompa e circunstância, as novas instalações.   

Entretanto, fiquem descansados. A geringonça vela por vós.

 

17.4.18

ESPANHOLADAS

 

Ainda o IRRITADO não recuperara do desânimo provocado pelas declarações fundamentalistas do senhor de Belém no Egipto, e já estava ele em Espanha, país a que, desde os seis anos, “se sente pertencer”(!), a dar largas à sua política externa, desta vez tirando o cofió da moirama e pondo a beca da geringonça.

Nas doutas palavras que proferiu numa universidade, perante os atónitos alunos, Portugal é o máximo. Muito bem! Porquê? Porque, “após quatro anos de crise”, passou a ser governado de forma a ultrapassar todas as contingências e a encontrar, finalmente, o caminho da felicidade. Muito mal! Para quem o queira ouvir, disse que os anos do governo legítimo foram a crise de que a geringonça veio salvar a Nação.

Uma cajadada, dois coelhos. A condenação de uns e a propaganda dos outros. Nos braços da geringonça, o país “recupera” da crise em que o anterior o meteu. O senhor de Belém, justamente, regozija-se. Regozija-se com o miserável crescimento da economia, com a ausência de investimento, com o zero da poupança, com o endividamento galopante da sociedade, com a compra de eleitores, com a saúde de rastos, com a educação estraçalhada, com as mentiras do Centeno...

Muita coisa com pés e cabeça poderia o Presidente dizer aos estudantes espanhóis, sem que soasse a propaganda política de uma facção. Escolheu como escolheu. Que fique para memória futura.      

 

17.4.18

CULPAS E DESCULPAS

 

É sabida a enorme consideração que o senhor de Belém nutre pela comunidade islâmica do país, nas suas várias versões e práticas. Não é de levar a mal.

Compreende-se que, em viagem de Estado a um país muçulmano, tivesse os indispensáveis cuidados. Mas foi longe demais, e enganou-se se julgava que estava a ir ao encontro da assistência.

Sua excelência ultrapassou todas as baias. Perante uma plateia atónita e fria de académicos egípcios, declarou que os europeus que fazem acusações ao ISIS, ou Daesh, ou lá o que é, “deviam acusar-se a si próprios”. Aí temos o novo Portugal, o Portugal “radicalizado”, o Portugal encolhido, o Portugal borrado de medo, o novo Portugal. Se o ISIS faz uns atentadozinhos por aí, foi com carradas de razão. A culpa é dos europeus. Portugal apoia.

Os académicos egípcios que, pelos vistos, não são propriamente adeptos do terrorismo islâmico, só não patearam o senhor de Belém porque não seria “diplomático”.

Os media nacionais não ouviram, não viram, não comentaram, não disseram nada. Escapou uma reportagem na televisão, ínsita julga-se que por engano, ou por algum jornalista desalinhado que ainda ande por lá.

 

13.4.18

A GRANDE PALHAÇADA

 

O “Manifesto” do Centeno, em forma de encomendada entrevista, aí está, cheio de novas políticas de “contenção” e de “bom senso”, cheia de limites às patranhas dos sócios do PC  e do BE. Facto é que tem enchido páginas e páginas, a ponto de, mero exemplo, haver quem tenha a lata de escrever que se trata de “uma suprema manifestação de inteligência” (Manuel Carvalho, in “Público”).

O mesmo género de destaque merece nos media a gritaria das Catarinas e dos Jerónimos. O PS virou à direita, os tipos não querem cumprir os compromissos, o Centeno é um escravo de Bruxelas... As esquerdoidas e o careca, indignados, entraram em frenéticas declarações de indignação. Os bolchevistas mais encartados, esses, não param com “portantos”, portanto “os trabalhadores e o povo” deixaram de contar com o PS, a esquerda patriótica foi enganada, e mais o que consta do vademecum e da pen do comité central.

O PS adora a situação. O PC e o PE podem dizer o que lhes vier à cabeça. Não largam a geringoça nem à mão de Deus Padre. Os PC’s querem barulho porque nunca quiseram outra coisa, mas deixam-se estar porque não têm outra solução. Os BE’s dizem coisas da boca para fora mas estão filados no objectivo que os galambas & Cª prometeram, um ministériozinho, uma secretariazinha de Estado, um futuro com poder institucional reforçado.

O PS exulta. Mandou o aldrabão-mor Centeno dizer umas patacoadas para dar a entender que põe os sócios nos varais. À última da hora, como sempre, fará umas concessões, dará uns rebuçadinhos, a fim de lhes permitir que tenham alguma coisa de que se gabar, para se lamber em frente do eleitorado.

Tudo não passa de palhaçada, coisa bem combinada, “grande manifestação de inteligência” geringoncial. A propaganda levada ao extremo.

Desiluda-se quem tenha ficado com a impressão de que a geringonça treme. Não treme, está de pedra e cal, como a palhaçada demonstra.

Palhaços somos nós, se acreditarmos que há alguma verdade no meio disto tudo. Afinal, que maior triunfo da geringonça se não o de nos transformar a todos em palhaços?

 

Nota final, a parafrasear Pessoa:  

E pior que isto é o Rui Rio,

Que nada percebe do que passa

E consta que até perdeu o pio.

 

12.4.18

MANOBRAS REACCIONÁRIAS

 

Um dia notável, este 10 de Abril. Calculem que foram anunciados só mais dois grupos de trabalho e mais um observatório. Um dia, alguém fará as contas a este tipo de organizações, todas, como é evidente, destinadas a não fazer rigorosamente nada, mas tão só a encher as almas do povo ignaro da estulta esperança de que vão fazer seja o que for, ao mesmo tempo que os seus criadores vão ganhando tempo até que as missões cometidas ao grupo sejam esquecidas. Ninguém mais falará no assunto e, até ao total olvido total, os cidadãos ficam sossegados.

*

Já me esquecia do mais importante. O chamado governo quer entrar de calçadeira na administração da RTP, através da tomada do seu pelouro financeiro. Não queriam mais nada, disse o Centeno (100tino para os tenebrosos inimigos que o perseguem, ou seja, os que não comem as mentiras que são, diariamente, impingidas pela centenal propaganda). É preciso tomar medidas antes que, de acordo com a Lei – uma lei do Passos Coelho que importa reverter – se ponha lá mais algum independente!

Isto da RTP tem que se lhe diga. O IRRITADO, como sabe quem tem a pachorra de o ler, é contra a existência desta como de outras organizações destinadas a sacar impostos, “directos” para os consumidores de electricidade e “indirectos” para eles e todos os outros.

Já que existe, que seja independente, como o é desde os horríveis tempos do governo legítimo. Acabar com isso é o ojectivo do PS. Com toda a razão. Ele há tantos boys, tanto simpatizantes, tantos sobrinhos, tantos afilhados, tantos PC’s, tantos BE’s à procura de tacho, e querem nomear um independente! Não queriam mais nada?

O Conselho da RTP está há meses sem adminisrador financeiro, uma vez que o organismo independente que, segundo a lei passista se ocupa das nomeações, teve o desplante de nomear alguém que não tem, que se saiba, umbilicais ligações à geringonça. Pior, sem consultar a dita. Que topete!

Aos poucos, a independência da RTP será abolida. Consta que a dona Catarina já tem um candidato debaixo de olho para este primeiro passo da geringonciação da TV do Estado. Seguir-se-lhe-ão umas recomendações ao governo, uns projectos de lei, quem sabe se umas manifestaçõezinhas (o Arménio trata disso), e a reversão será completada. Se não for a bem com o plano A, vai a mal com o B.

Quem se mete com a geringonça...

 

10.4.18

NOVILÍNGUA

 

Os espetadores não espetaram. Pelo menos é o que diz a polícia alemã, uma vez as suas declarações traduzidas para a novilíngua portuguesa. Um grupo de espetadores que queria espetar com facas uns espetadores foi descoberto antes que começasse a espetar os tais espetadores. Estes não foram espetados, mas espetaram à vontade, já que os espetadores foram presos.

E nós andamos espetados nisto. É cultura, dizem os entendidos, o DN e a esquerda.

 

9.4.18  

DA INTERCULTURALIDADE

 

Este palavrão (a interculturalidade) continua a causar estragos sempre que aplicado "a sério" (a dona Matilde Sousa Franco e o senhor de Belém acham que não).

Afinal de se trata? É uma questão de “direitos humanos”, dizem a esquerda e alguma direita. Consiste em afirmar que qualquer minoria étnica, religiosa, politica, cultural, etc., tem o inalienável direito a existir e afirmar-se, mesmo que contra os valores das sociedades que a acolhem ou onde vivem desde sempre. Assim, para respeitar tal direito, têm tais minorias a prerrogativa de praticar os cultos que entenderem, mesmo que isso ofenda a lei (por exemplo, a poligamia), viver num regime social aparte (por exemplo, desrespeitando os direitos da mulher), praticando costumes condenados para os demais (nomadismo, ocupação de terras de terceiros), e por aí fora.

Não é de pôr em causa que certas comunidades existam ou continuem a existir no seio das sociedades de outra origem ou ligadas a valores não totalmente coincidentes. Os portugueses expatriados, por exemplo, mantêm a sua ligação ao país de origem, vibram com o seu futebol, o seu fado, orgulham-se da terra que os viu nascer, ou aos seus pais. Tal não significa que se constituam em comunidade fechada, que ponham em causa os costumes ou a cultura dos outros, que se fechem em guetos, que não se integrem, que não procriem com os locais ou que ameacem ou ponham em causa os seus costumes ou os contradigam activamente.

A multiculturalidade tem tido, e continua a ter, em não poucos países da Europa, efeitos devastadores. Um muçulmano, em França, tem o direito, por respeito pela cultura dele e negação da dos franceses, de ter várias mulheres, filhos de todas elas e, à conta da “reunião familiar”, viver de subsídios públicos que aos franceses não são concedidos. Este tipo de “direitos” tem tido, como toda a gente sabe, consequências catastróficas: não só os praticantes do “guetismo” se sentem com mais direitos que os cidadãos comuns, como os odeiam e, muitas vezes, matam em nome dos seus criminosos valores sociais ou religiosos.  O multiculturalismo tem o mais que perverso efeito de colocar os “visitantes” a coberto das normas dos “visitados”, coisa que, dizia a antiga civilização, nem num jantar de amigos se toleraria.

Mas o que é “correcto” vai-se impondo. Em Portugal, sob o alto patrocínio do Presidente da República, a sociedade apoia o gueto dos ciganos, proporcionando-lhes condições para “ser o que são”, sem qualquer obrigação de respeito pelo que “são” os demais portugueses. Até já há escolas para ciganos, a fim de melhor consagrar o estilo de hábitos socias que contrariam frontalmente os dos cidadãos em geral.

 

Este tipo de considerações, como é óbvio, será acusado de xenofobia, fascismo e outros simpáticos epítetos pelas Catarinas da nossa praça e até por almas vitimadas pela moda, no fundo idiotas úteis. O IRRITADO está-se maribando para tais opiniões, bem como para as do senhor de Belém. O IRRITADO, não pratica afectos indescriminados, nem nega aos seus o que reconhece a outros.

 

9.4.18

DAS DESVENTURAS DA VERDADE

 

O Santos Silva, em atitude altamente viril e desassombrada, chamou o embaixador em Moscovo “para consultas”. Ao ver tal coisa, Costa achou-se ultrapassado. Pensou, pensou, e disse: se aquele gajo chamou o embaixador, também tenho que chamar alguém. Genial. E mandou para os jornais que tinha chamado o chamado ministro da cultura a São Bento. Isto como se não chamasse, todos os dias, algum ministro a São Bento sem dar cavaco a ninguém. A propaganda é o que manda, o que interessa, o que dá votos, o que excita o povo ignaro, burro, que há que manter nos varais.

Com a tal chamada, o tal povo ficou convencido: o nosso ilustre chefe está zangado por causa da gritaria dos que ficaram fora do bodo da cultura. Como dizia ontem uma senhora da classe, “temos que pagar a renda da casa!”. É para isso que serve o dinheiro dos impostos. Quais hospitais, quais escolas, qual carapuça. Cultura, meus senhores, cultura! No caso, o senhorio agradece.

Ontem de manhã, ouvi não sei onde que o orçamento para o bodo da cultura tinha aumentado 3,75%. À tarde, o chefe de São Bento declarava que era mais de 35%. À noite, o Galamba, caramba, fixou a percetagem em acima dos 50%. Grande artista. É claro que era tudo mentira, como não podia deixar de ser. Dependia das contas, porque metia novos e caríssimos contemplados. Que interessa se é mentira ou verdade? O que interessa é o que passa para o tal povo, o que vota neles, não o que paga e vota nos outros.

O infeliz declarado como secretário de estado da cultura deu o peito às balas. O respectivo ministro devia estar de férias, seguindo o exemplo que vem de cima: se há azar, vou de férias, como fez o chefe com os incêndios. O infeliz (será corrido?) declarou que as verbas da cultura tinham sido atribuídas com o total conhecimento e apoio do chamado primeiro-ministro, e que tudo tinha sido devidamente combinado com ele e com os destinatários do carcanhol. Se calhar disse a verdade, mas a verdade é o menos. Ou então não era verdade, como reza a douta opinião do tripeiro-mor, o qual organizou um “evento mediático” para “esclarecer” que não, não estava de acordo com coisa nenhuma e, crime dos crimes, nunca tinha sido ouvido. Outros disseram o mesmo, até alguns que não tinham respondido aos inquéritos oficiais sobre o assunto, se calhar porque estavam a contar com o ovo no trazeiro da galinha.

Resumindo e concluindo, a verdade é como as batatas, não tem ponta por onde se lhe pegue. Não interessa a ninguém, nem à senhora da renda da casa, nem ao tripeiro, muito menos ao Costa, ao ministro, ao secretário, à mulher-a-dias (assistente operacional!).

O que interessa, o que vai ficar, o que o povo quer ouvir, é o que hoje foi dito pelo senhor de São Bento, eventualmente com o afectuoso apoio do colega de Belém: “vamos arranjar mais uns milhões para a renda da casa”. E fica tudo resolvido.

Que seria de nós se não tivéssemos um génio a mandar nisto?

 

5.4.18

COM A MENTIRA ENGANAS

Tal a célebre marquesa que punha as mamas em cima da mesa, o celebrado sucessor do senhor Dysselbloem, valendo-se da esmerada educação que o caracteriza, chamou “iletrado em economia e aritmética” a um deputado do PSD que tinha tido o desplante de dizer umas verdades. O IRRITADO lamenta profundamente, não que o Centeno tenha dito a bojarda (o que é normal para o socialismo nacional), mas que o rapaz do PSD não lhe tenha perguntado se se estava a ver ao espelho e não tenha saído da sala para não ter que aturar alarves daquele calibre. É que não há uma única, repito, uma única vez em que o Centeno tenha previsto com um mínimo de exactidão o que ia acontecer, como não há uma única vez em que não tenha manipulado, martelado, aldrabado os números a benefício da propaganda.

Ontem, a coisa era difícil. A mais alta carga de impostos de que há registo, não era, afinal, tão carga como isso. Segundo o Centeno, perito em fazer de nós irrecuperáveis pacóvios, a carga era a maior, mas não o era a maior, era uma coisa assim assim, mais ou menos assado, cozido e frito, e todos devíamos estar agradecidos, veneradores e temerosos da sua alta “literacia”.

Não há limites para o esterco que sai da boca dos geringonços. Vale tudo, menos a verdade. E quem não acreditar na mentira sofre de iliteracia. Verdades para quê?

 

5.4.18    

DA INDIGNAÇÃO DOS MEC's

 

Em tempos que já lá vão, havia um comentador piadétido, conhecido por MEC (Miguel Esteves Cardoso), que opinava em colaboração com Paulo Portas num jornal cujo nome já esqueci. Concedo que o homem tinha a sua graça. Hoje, não tem graça nenhuma. Deve ser da idade, ou da gordura. Mantém por aí umas crónicas especializadas em petiscos, tapas, cabidelas várias e, às vezes, em incursões político-sociais.

Um dia destes, o homem resolveu alinhar com um bando que, sob a alta direcção do senhor Manuel Loff , parece que publicou um “manifesto” a condenar o nacionalismo espanhol e a louvar o independentismo catalão. Como se nota, para os loffes os espanhóis é que são nacionalistas, os catalães sessecionistas não. Tudo de pernas para o ar. Malhas que a mente tece, sobretudo quando se é vesgo. À laia de prefácio, o tal manifesto declara que as urnas ditaram a “vitória independentista”. Ignora que os votos dos pró-Espanha foi mais que os dos ditos independentistas, via salganhada ideológica que por lá se espoja. À semelhança do Portugal costista, cozinharam um maioria parlamentar destinada a virar do avesso a vontade expressa nas urnas. Mas, mesmo que os adeptos da demagogia independentista tivessem tido mais votos, tivessem alguma sombra de legitimidade para exigir a independência e a conseguissem, que fazer aos que queriam continuar espanhóis? Perdiam a nacionalidade? Passavam a estrangeiros no seu próprio país? Emigravam compulsivamente? Dar nova nacionalidade a uns equivale a tirá-la a outros. E o que é que os tipos do manifesto têm a dizer a isto, tão preocupados que andam a defender os direitos humanos que os puigmontes querem abolir na catalunha?

Acrescento, para cabal esclarecimento de quem isto ler, que os outros subscritores do manifesto são André Freire e Fernando Rosas, dois esquerdalhos de alto coturno, grandes defensores dos “direitos humanos” em versão criptcomunista, ou criptofascista, como queiram. Estão muito preocupados, como o MEC, com os direitos políticos dos puigmontes, os dos demais não interessam, são para esquecer. E esquecem também que os feitos de tal gente são crimes à luz do Direito democrático e constitucional de um país democrático.

Não me chocaria se, através de um indulto real ou equivalente, os criminosos fossem perdoados e voltassem a casa em liberdade. Desde que, como é evidente, se retratassem em relação às bojardas anti-democráticas em que vivem mergulhados e em que mergulharam uma parte minoritária dos que se dizem catalães. Talvez a troco, concedo, de algum reforço de autonomia. Mas parece que isso é o que está de fora das cabeças tontas dos puigmontes.

A ver vamos. Até lá, se estão presos é segundo a lei legítima em vigor, por muito isto choque os meques e os esquerdoidos da nossa praça.

 

3.4.18

CULTURA PARA O POVO

 

Julgo já me ter referido a uma organização tipo PCP em trajo intelectual ou académico que dá pelo nome de CES- Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Nele pululam figurões do calibre de um Boaventura Sousa Santos ou de um Carvalho da Silva (o da CGTP), à cabeça de uma horda de bolchevistas ou apaniguados e de neonacionalistas, com cátedra pelo menos semanal no jornal privado chamado Público. Deve haver uma “elite” de idiotas úteis e de compagnos de route que segue atentamente estes proclamados defensores dos “direitos humanos”. Para o IRRITADO ouvir ou ler gente desta a falar de direitos humanos é mais ou menos como ouvir um rato dos canos a cantar ópera.

A ilustrar esta opinião, leia-se o anúncio (a vermelho!) de página inteira no diário acima referido, informando a Nação, julgo que ou de borla ou a expensas do “Portugal 2020” e de outras mimosas organizações, da realização de um ciclo de conferências ou coisa que o valha, onde se discutirão temas da mais alta e importante actualidade. A saber: “Globalização ou desglobalização?”, “Fronteiras, zonas fronteiriças, migrações e plurinações”, “A direita e o direito”, “As cidades na encruzilhada entre a paz democrática e a exclusão abissal” e “A arte e as epistemologias do Sul; as linguagens da libertação”.

Se quiser sentir-se libertado, ou seja, se encontrar liberdade nas ditaduras que esta gente defende, não deixe de se inscrever. Se quiser saber a diferença entre o “direito” da esquerda radical e o direito propriamente dito, compareça. Se quiser aprender a destruir as Nações vizinhas com Catalunhas várias de sabor fascista ou comunista (vão dar no mesmo), prepare-se para ser enriquecido. Se achar que a globalização é péssima e não tirou milhares de milhões da mais negra miséria, vá lá aprender a fazer voltar a fome onde a globalização acabou com ela. Quem quiser saber o que é a “paz democrática” dos tiranos, não perca a oportunidade. Se quiser “libertar o Sul”, vá lá aprender o que a correcção marxista tem para oferecer. E assim por diante.

Triste é que estes pêssegos intelectuais gozem de exclusiva presença numa universidade pública que os alberga e lhes paga para propagar, em exclusivo, as ideia salvíficas do Castro, do Chávez, do Putin, do Assad, do Puigmont, da Marine, e para ser histórico, dos camaradas Staline, Lenine e outros que tais, tão queridos dos “libertadores” de Coimbra, do Público, do PC, do BE, e de outros estratos da burguesia intelectual, inútil, trafulha e dona da “razão única”.

 

3.4.18     

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