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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

O SILÊNCIO DOS CULPADOS

No momento em que são encerrados os estaleiros de Viana do Castelo, há que prestar a devida homenagem aos que os assassinaram.

Nesta matéria, sobressarem dois heróis:

  1. O senhor Pinto de Sousa, engenheiro Sócrates para os amigos, 44 para os outros. Atascado em ambições de vária ordem, meteu todos em geral e os Estaleiros em particular em negócios com o seu querido amigo Chávez, o qual, no uso da sua perigosíssima demagogia, assinou inúmeros contratos, que jamais teve intenção de cumprir. Mas, como era coisa que tinha o aval do primeiro-ministro, os Estelairos alinharam, com catastróficos resultados.
  2. O senhor César, perito em empregos para a família e alta figura do regime e do partido do senhor Pinto de Sousa. Contratou, para os Açores, a construção de um navio. Quando o navio estava pronto, verificou-se que dava menos dois nós de velocidade de ponta em relação aos descritos no caderno de encargos. De tal maneira grave era este incumprimento que o senhor César anulou o contrato. Não só não pagou o que devia, mas exigiu dinheiro de volta. Os Estaleiros, mesmo públicos, não aguentaram. Daí em diante, foi a desgraça total, até ao encerramento.

É bom que se diga. Para que, pelo menos os leitores do IRRITADO não esqueçam estas tão importantes figuras do PS, cujos herdeiros ainda andam por aí a mandar na malta. Minto. Um tem às costas, na Justiça, o que se sabe, para além de já ter dito de si próprio o suficiente para ninguém mais lhe ligar boia, ainda menos as chamadas universidades. O segundo continua no alto galarim da política.

Xiça!
      

2.4.18

O SENHOR REIS

 

Não sei se já contei esta história, a história das minhas “relações” com o “Frágil”. Se for o caso, peço desculpada minha fragilidade.

Há para aí trinta e tal anos, depois do cinema, fomos, eu e a minha mulher (não sei se mais alguém), ao “Frágil”. Ouvimos falar, está na moda, vamos ver como é.

Meia-noite e picos. Uma pequena multidão, com o ar ansioso de quem quer fazer parte de uma coisa qualquer, gente moderna, vestida à maneira, aglomerava-se à porta. Assumi um ar importante, atravessámos a turba, direitinhos à porta. Um fulana de carnes avantajadas (diz-se que é hoje conhecida pelos amigos por Guida Gorda) servia de porteiro. Deve ter gostado, sabe-se lá porquê, da nossa cara, e deixou-nos entrar. Outra pequena multidão girava pelas instalações com ar compenetrado, gente culta ou pseudo isso, que, imaginaria eu, discutia importantes assuntos. Poucos risos, coisas sérias. Muito bem. A custo, cheguei ao balcão e pedi uns chàzinhos da Escócia. Servido, paguei, e preparei-me para me encostar num canto qualquer a observar aquela gente e beber o meu copo. À primeira deglutição, porém, concluí que o “chá” não era da Escócia, nem sequer de Sacavém. Pousei delicadamente a mistela num sítio qualquer e dei ordem de partida. Para nunca mais voltar.

Nunca soube quem era um senhor Manuel Reis, a quem presto a homenagam devida aos que “se vão da Terra”. Hoje, dada a partida do referido senhor desta vale de lágrimas, vejo a importância verdadeiramente colossal que tinha na nossa sociedade, talvez a merecer lugar no Panteão da República. E fiquei a saber que o senhor Reis, além de proprietário do também já falecido “Frágil”, o era também do “Papa Açorda”, do “Lux”, do novo “Papa Açorda” e do “Bica do Sapato”, desde já pedindo desculpa se me falha algum elemento do império do senhor Reis.

Acho que nunca o vi. Não sei se era um senhor que saltitava à volta das mesas do antigo “Papa Açorda”, a cumprimentar políticos e outras alegadas celebridades. Presto a devida homenagem às pataniscas locais, bem com aos peixinhos da horta (os melhores da minha carreira), e à açorda com jaquinzinhos, petiscos dignos de altos encómios. A “Bica do Sapato” tem alguma piada, mas não chega aos calcanhares dos peixinhos da horta; um sítio interessante para ir de dois em dois anos, como um restaurante chinês. O novo Papa Açorda, esse, não tem piada nenhuma, a nenhum título. No “Lux” nunca pus os pés, se calhar por razões etárias.

Tudo somado, direi que o senhor Reis deve ter sido um tipo porreiro, um tasqueiro de boa qualidade, um empresário com olhinhos, simpático, piadético, um tipo que soube cair em graça em certos meios, sobretudo entre burguesia pseudo-culta, pretenciosa, mais ou menos inútil e com uns cobres para gastar. Pelos vistos, um mercado cheio de potencialidades que o senhor Reis em boa hora descobriu. Chapeau. Tudo bem, tirando o wiskey martelado.

Mas, para um estranho que entre em Portugal nos dias e semanas a seguir à sua morte e leia os jornais, deve achar que o senhor Reis é uma espécie de Stephen Hawking (não sei se é assim que se escreve) português, um Picasso, uma Amália, uma clebridade de altíssimo gabarito e projecção universal. Há editoriais, ensaios, artigos de inúmeros pensadores, de artistas, de fulanos “correctos”, de carpideiras diversas, a pôr o senhor Reis nos altares da Pátria. Diria com os latinos que est modus in rebus, ou seja, que a nacional-saloiíce pequeno-burguesa e pretensamente pensante manda muito cá no sítio.

Ao ponto de haver inúmeras vozes a criticar o senhor de Belém por não ter prestado a devida homenagem ao senhor Reis. Por mim, que não nutro nenhuma especial simpatia pelo senhor de Belém, acho que, neste promenor, merece aplauso.

 

2.4.18    

MAIS UM “GRUPO DE TRABALHO”

 

O governo anda muito preocupado com os maus resultados do ensino, no que à matemática se refere (o resto também está pelas ruas da amargura, mas os geringonços ainda não deram por isso).

Dizem os governamentais craques que a situação se vem agravando ao longo dos anos. É claro que não dizem quais anos. Como não podiam pôr as culpas ao Crato (louve-se este súbito ataque de honestidade) e como são alérgicos a admitir as culpas próprias, criaram mais um “grupo de trabalho” para avaliar a situação, bem como para dizer o que há a modificar. É o costume. Quando não se sabe o que se há-de fazer nem se quer assumir responsabilidades, arranja-se um grupo de trabalho, uma entidade, um comissariado ou outra trafulhice qualquer para encanar a perna à rã e garantrir que tudo ficará na mesma ou, pelo menos, para ganhar tempo, um ano ou dois, até que alguém comece a perguntar pelos resultados dos “trabalhos” do “grupo de trabalho”. Genial, habitual, correcto.

Um conselho do IRITADO.  Se forem (fossem) sérios, só precisam de voltar dois anos atrás e reverter as reversões que andaram a fazer. Não é preciso pedir desculpa ao Crato, já que isso de admitir erros próprios não faz parte do léxico da geringonça, ainda menos do do protosoviético que, de sociedade com ou em obediência ao bigodes (ora barbas) do sindicato/PC, se tem dado ao trabalho de dar cabo do que havia de bom na Educação. Seria simples, não se tratasse da gente de que se trata.

Outra coisa não nos resta que não seja esperar pelos “trabalhos” do “grupo”, na certeza de que o dito, ou não fará nada, ou porá as coisas ainda em pior estado do que o já conseguido até à data.

2.4.18

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