O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
Anda o país inteiro de boca aberta com a não existência de oposição às inúmeras aldrabices do governo.
De há muito exilado no Porto, o espantoso líder do PSD abandonou a sede do partido, passou a receber os seus áulicos no Bulhão e, após algumas manifestações de fé na transformação do seu partido em bengala parlamentar do adversário, remeteu-se a sepulcral silêncio, “justificado” este com as suas ininterrompíveis férias. Por outras palavras, desde que foi eleito mais não fez que transformar o PSD em capacho do socialismo vigente.
É voz corrente, e certeira, que o homem atingiu os limites do princípio de Peter na Câmara do Porto. De lá, nunca saiu. Nem sequer se assume como líder do “norte”: fica-se pela Boavista, pelas suas bacocas rivalidadezinhas, ao ponto de, para falar com ele, os seus próprios ajudantes terem que lá ir.
Isto, ao ponto de a notícia mais relevante que dele advém nos últimos meses ser a de que anda a processar os militantes que gastaram dinheiro a mais na última campanha autárquica. Não contesto que, se for facto que houve quem se alapardasse com dinheiros do partido ou tivesse ultrapassado largamente os gastos autorizados, tenha razão. Mas é, pelo menos, politicamente miserável que a única notícia que nos vem do Porto seja a da (legítima) fiscalização das falhas da sua própria organização.
E os outros? E o país? E a devastação dos serviços públicos que por aí campeia à vara larga, dos transportes à educação, da saúde à defesa? E as fantásticas declarações do poder sobre os incêndios? E os generais que nem cabos deviam ser? E a espantosa gabarolice do chamado primeiro-ministro? Nada disto merece uma palvra?
A “nova política” que anunciou, onde está? Será que as pessoas que querem, ou queriam, votar PSD, existem na sua cabeça ou merecem da sua parte alguma consideração? A chamada “estabilidade” merece o sacrifício delas, do que resta do regime e do país?
Alegrem-se. O senhor Rio vai, segundo programado, relançar as coisas a jogar à bola numa espécie de torneio para solteiros e casados por ele organizado, coisa que já é pasto de generalizada troça. Depois disso, ainda a cheirar a suor, vai comer uns pastéis de bacalhau e fazer um discurso. Para quê? Para pedir desculpa do que (não) tem andado a fazer? Para pedir mais alguma ajudinha ao PS? Para lhe pedir um lugarzinho no bengaleiro? Para dizer, como já disseram por ele, que talvez seja “dificílimo”, mas não impossível, vir a deixar passar, ou a apoiar, o orçamento da geringoça? Para voltar a tecer loas à chamada descentralização, de que - para além do próprio e do seu bem-amado Costa – ninguém gosta e parece já ter dado o que tinha a dar?
Pelo andar da carruagem, tudo isto é possível. Ou pior.
Lembram-se da gritaria de PS contra a política de austeridade e de “empobrecimento”, lembram-se das rebuscadas condenações de uma frase que rezava ser preciso ir "além da troica", dos clamores contra o “neoliberalismo”, das ofensas soezes e diárias ao governo de Passos Coelho, da “insensibilidade social” do dito, anos de virulenta e desenfreada propaganda da oposição de esquerda contra o processo que levou à saída limpa – dita suja pelo PS? Lembram-se?
A nora da política rodou. Agora, políticas muito mais duras, as aplicadas na Grécia, são fonte dos maiores elogios e encómios que, sob a alta direcção do Centeno, do Costa e de quejandos, por aí se produzem.
Ao ponto de um jornal de ontem publicar um artigo do delicodoce pantomineiro que dá pelo nome de Zorrinho - a lembrar zurros de burrinho – perorarando sobre a excelência das políticas europeias aplicadas naquele país, dos seus extraordinários resultados, da forma como asseguram a independência e a estabilidadel, como reforçam a solidariedade e a coesão da UE, etc.
Ou seja, as ontem condenadas e vilipendiadas políticas de estabilização financeira aplicadas em Portugal, uma vez em vigor, mas a triplicar, na Grécia, passam a ser a salvação, a solução ideal, a trave mestra de uma fantástica recuperação económica e financeira.
Não sei se se trata de lata estanhada, se de pura estupidez, se de desonestidade intelectual e política. Caridosamente, escolho a lata estanhada, o topete, o descaramento ou, se quisermos ser justos, o alinhamento canino e rasteiro com o status quo do socialismo nacional, em si estúpido, desonesto e carregadinho de lata.
Ele há coisas que põem as pessoas de boca aberta. Então não é que o camarada Jerónimo veio declarar que, se não há comboios é porque “destruiram” a Sorefame. De acordo, a Sorefame foi destruída, sendo isso, provavelmente, uma das causas de não haver comboios. Mas, quem a destruiu? No parecer do camarada Jerónimo, como é óbvio, foi o capitalismo internacional, o neoliberalismo, o imperialismo, as políticas “de direita, outros fantasmas da cartilha e, calcule-se Passos Coelho – não se sabe onde foi ele buscar o “poder” de Passos Coelho antes de 2003, mas, tratando-se da lógica do PC, o Senhor em causa faz parte dos suspeitos do costume junto com uma série de culpados incluídos no index do estalinismo troglodita em vigor.
Testemunha ocular da progressiva decadência da empresa a partir de 1974, direi o que não há quem não saiba: apesar dos muitos erros cometidos por quem a quis salvar, a origem da queda da Sorefame é evidente culpa do PC e apaniguados, dos plenários, das greves, das reivindicações, da perversão do MFA, do COPCON, de toda a tralha marxista que se abateu sobre o país. Tudo o resto, feito de boas vontades e de asneiras várias - sempre sob a pressão destruidora do PC - foi pormenor.
Jerónimo, um primitivo anquilosado no seu ridículo fundamentalismo, não assume culpas, sacode-as sem um mínimo de vergonha e de honestidade. Pelo menos nestas “qualidades”, fica muito bem ao lado do Costa.
Diz rara imprensa (mas não o diz o sepulcral silêncio das televisões) que está a ser organizado um jantar de homenagem ao ex-comandante do Regimento de Comandos, saneado pelo chamado general chefe do exército por ter elogiado um seu camarada herói do 25 de Novembro.
Dá que pensar. Pelos vistos não são só os restos do MFA, hoje brigada do reumático do socialismo, radical ou nem por isso, quem ainda não percebeu que a democracia nasceu no dia 25 de Novembro de 1975, não em 25 de Abril de 1974, data do início do comunismo revolucionário que ia destruindo o país. O veneno desse tempo continua com assento em muitos lados e até, ó suma indignidade, nas altas instâncias militares. Elogiar um herói do 25 de Novembro é considerado por um general, ao que dizem de aviário, como motivo de demissão.
Pior. O senhor de Belém que, dias antes, tinha condecorado o militar a quem tanto devemos, assiste, impávido e sereno, à brutal ofensa cometida pelo chefe do Exército. O chamado primeiro-ministro segue-o, silencioso e, se calhar, tão contente como os seus sócios do PC e do BE. O ministro da defesa, perito em palhaçadas e isento de mérito, a mesma coisa. A maioria dos jornais, dos comentadores, e de outros "formadores de opinião", calam e consentem.
E mesmo os camaradas que se reunem para protestar declaram que a reunião não se destina apôr em causa o tal dito general.
Por outras palavras, a dignidade do país, o reconhecimento do mérito, da coragem, da abnegação, do valor, antigas virtudes militares (e civis!), cairam em desuso, e não há quem lhes acuda.
Ao Excelentíssimo Senhor Doutor Luís Marques Mendes
Meu querido Luís
Como não podia deixar de ser, a razão da presente é expressar a minha mais profunda gratidão pela forma verdadeiramente excepcional como quiseste dar realce, perante a Nação em geral e os meus queridos parceiros do PC e do BE em particular, às medidas que te comuniquei estarem em estudo para o orçamento de 2019, dando-lhes a marca positiva e popular que te pedi. O desinteressado contributo para o meu merecido prestígio, vindo de um elemento como tu, da oposição, foi mais importante do que a esmagadora maioria das intervenções públicas dos meus camaradas.
Devo dizer-te que, mesmo que não te tivesse solicitado esse tão subido favor, estou certo que, na mesma, o farias.
Jamais esquecerei a tua tão nobre atitude de fazer cair a Câmara do PSD, abrindo a gloriosa estrada que, perante mim, à altura se abriu. Sem que, sequer, to tenha sugerido. Mil vezes obrigado. Foi fantástico. De uma penada fizeste de mim Presidente da CML. Daí a primeiro ministro foi um salto. Neste caso, mais uma vez, ao contrário das vozes que me chamavam oportunista e usurpador, tiveste sempre a honrada atitude de vincar a legitimidade constitucional da imaginativa solução que arranjei.
Também te agradeço do fundo do coração a forma como tens esquecido o Rio e condenado o Santana.
Conta comigo, meu caro, a minha gratidão, ao contrário da palavra honrada, será sempre firme.
Raramente terá a dona Marine Le Pen tido tão larga cópia de referências, artigos, editoriais, etc. como os que teve, generosamente oferecidos Portugal pela esquerda e apaniguados, no caso da websummit.
Se tivessem deixado a mulher aparecer por aí, que teria acontecido? Vinha, davam-lhe cinco minutos de palco, dizia umas coisas, e ia-se embora em boa ordem. Se calhar, nem diria nada de especial ou de novo. Os propagandistas do BE fariam barulheira na rua, com cartazes e panfletos contra a concorrência... e iam para casa em boa ordem. Outros sairiam da sala com medo dos ditos da oradora. E tudo acabava num instante.
Mas... era mais que certo que a dona Marine diria mais ou menos o mesmo que o BE anda para aí a rosnar. Fatal! Os “valores” da esquerda radical repetidos por palavras outras? Fatal. A evitar a todo o custo. A denunciar preventivamente. O resultado foi o de uma chusma de opiniões, protestos, indignações, a liberdade de expressão e de circulação no caixote. A fulana não podia vir! Não veio. Ganharam.
Mas ela também ganhou. Durante uns quinze dias, dona Marine foi a coqueluche do nacional-pensamento. Houve quem fosse buscar o Voltaire, o Popper, o diabo a quatro, para justificar a intoletrância para com os intolerantes. A tolerância no lixo, como é timbre da nova esquerda. Mário Soares deve dar urros na tumba.
Dona Marine foi estraçalhada por uma turba-multa ao serviço do BE. Mas acabou por lucrar com a história. Não lhe faltou propaganda, multiplicaram-se as pessoas que perceberam as “diferenças” entre ela e a Catarina. E houve até quem percebesse o que é a tolerância e o que é o seu contrário. O tiro deve ter saído pela culatra. Ainda bem.
Não é meu hábito, mas aí vai uma citação absolutamente fantástica: a razão e a verdade em meia dúzia de palavras:
Em Portugal é tudo tempo infinito, temos tempo de lá chegar, por isso a energia nuclear e agora o petróleo não são opções, ou melhor, são parte de opção de não querermos ir a lado nenhum. Taborda da Gama, DN.
* Nos espaços deixados livres pelo futebol, vi ontem uma entrevista com um dirigente do sindicato dos enfermeiros, homem de madura idade e ar façanhudo. O seu arrazoado ficou-me, em parte, na memória. É que o virtuoso sindicalista, no meio das suas queixas, algumas talvez razoáveis, teve a habitual discursata sobre o esmagador sucesso da greve em curso, a quase universal adesão da classe, etc. A prová-lo, declarou, impante e orgulhoso, que, só em matéria de cirurgias não realizadas, o número é de 5.000 (cinco mil). Cinco mil utentes do chamado SNS ficaram à espera de nova marcação, se calhar para daqui a dois anos - se tiveram sorte e não morrerem pelo caminho.
O sacrossanto e quase ilimitado direito à greve tem destas coisas, ao ponto de ninguém achar imoral, ilegal, vergonhoso, que um dirigente sindical se gabe de ter deixado à porta cinco mil “beneficiários” do tal serviço - só em cirurgias -, permitindo imagianar o resto. Escusado será dizer que as cirurgias em causa com certeza não fazem parte dessa fantasia a que se chama, mui democraticamente, “serviços mínimos”.
Com que direito é que há “borlistas”, que são todos os que pagam o serviço sem ter, pelos vistos, o direito de a ele aceder, se atrevem a ofender-se com o exercício dos inalienáveis direitos dos enfermeiros? Bando de fascistas, dirá a fascista-mor Catarina Martins. Essa, pelo menos, é franca, diz o que lhe vai na fascistíssima alma. E os outros? A desgraça humana e política do chamado ministro da saúde não tem nada a dizer? O usurpador Costa cala-se? O senhor de Belém não dá por nada?
Ficam as perguntas.
* Já agora, outra notícia de estalo. A ultra palavrosa e contestatária chefe da ordem dos enfermeiros, a cujas sonoras pantominas estamos habituados, acha que é mal paga, e tratou de mexer os necessários cordelinhos para multiplicar por n os respectivos rendimentos. É que isto de matraquear o respeitável público tem, na opinião dessa fala-barato, um valor inestimável, que há que pagar e não bufar. Mais um exemplo de probidade, amor à Pátria e sentido de justiça. Tomem nota.
Depois de anos das maiores trafulhices - mensalão, Petrobrás, apartamentos e por aí fora, depois de anos a gastar à tripa forra a herança do Fernando Henrique, um tal Inácio da Silva, conhecido por Lula, finalmente encarcerado, faz as delícias da maioria dos brasileiros, e até a ONU acha porreiro isso de, à presidencia do Brasil, se candidatar um judicialmente sentenciado.
À nossa escala, temos um Lulinha, desta feita, de Carvalho (não é meu primo). Trambiqueiro, ordinário, palavroso, cioso dos seus dinheirinhos, depois de ter insultado os seus e apoiado quem os atacou à cacetada, está em vias de voltar, com o apoio dos “brasileiros” locais.
Muito se diz por aí sobre os atrasos na punição da corrupação e de outras manifestações de falta de escrúpulos, de honestidade e de mera decência. Mas, no fundo no fundo, há muito quem os estime, admire, e até se proponha reelegê-los.
Parece que a dona Marine Le Pen foi convidada pelos gurus da net para vir até cá produzir uns bitaites da sua especialidade. O que, bem vistas as coisas, tem tanto interesse para a nossa cultura e para a net como a língua do Cazaquistão. A mulher tem as ideias que tem, mas é membro destacado da Republique Française - coisa ainda farol de tanta gentinha que por aí vegeta -, é deputada europeia eleita lado a lado com o camarada Reblochon (não sei se isto é o nome do homem se de um queijo, mas, para o caso, não importa).
Adiante. Postas as coisas nestes termos, poderá dizer-se que o convite foi de mau gosto, poderá não se perceber qual a relação da fulana com os trutas da net, mas:
- A organização tem o direito de convidar quem muito bem lhe apetecer;
- A dona Marine tem, como todos nós, o direito de livre circulação no espaço europeu;
- Negar-lhe a vinda é grave atentado à lei e aos costumes.
De resto, é uma questão de gosto. Haverá quem goste, quem não goste, e quem se esteja nas tintas para o assunto. Mas tudo está em conformidade com as leis em vigor e com espírito que preside à própria existência da União Europeia. Outra coisa é conversa da marxistas, comunistas, enverhoxistas, maoistas, tarados e gajas sem préstimo que, tal e qual como a Marine, odeiam tais leis e tal espírito. É o caso das esquerdoidas do BE e apaniguados, bando de pequenos burgueses pseudo-cultos armados em moralistas, inquisidores do pensamento de cada um e sedentos de uns lugares e de uns dinheirinhos - como, aliás, os factos bem provam. Gente que só teria descanso quando a humanidade fosse constituída por hordas de deficientes sexuais e quando o poder, todo o poder, lhes caísse nas mãos (deles, não dos deficientes). Gente que acha óptimo que se convide o Reblochon, o Fidel, os gajos do “socialismo bolivariano” e outros canalhas, ditadores e pantominieros da esquerda que, por esse mundo fora condenaram e condenam as pessoas à miséria e metem na cadeia quem não gosta deles. Gente que andou a lamber as botas ao Tripas quando ele era adepto do socialismo radical e que o deixou cair quando ele percebeu o que se passava e abandonou o Varoufakismo.
A indiscutível caudilha do bando andou para aí com as amigas e os lacaios a exercer o seu poder (pobres de nós, que temos tal gente no poder pela mão de um tipo que não foi eleito) e a usar a propaganda da nossa servil “informação” para espicaçar os tipos da net, do PS, o PR e todos nós, culpados do crime de ter aberto a fronteira à mulher.
A coisa é de tal maneira rasca – não estúpida, rasca – que falham as palavras a um tipo minimamente normal.
Como devem estar recordados, aquando do roubo de Tancos houve dois generais que vieram a público declarar que o caso não tinha importância nenhuma porque se tratava de munições obsoletas, que estavam para abate, etc. e tal.
Na opinião do IRRITADO, deviam ter ido os dois para a peluda no momento seguinte. Se não no momento seguinte, um pouco mais tarde, quando a coisa se embrulhou, as trapalhadas se multiplicaram, e se chegou à conclusão que as “desculpas” apresentadas não passavam de coisa de mau pagador.
(Diga-se entre parêntessis que o chamado ministro da defesa devia, por estas e muitas outras, há muito ter sido despedido.)
Voltando aos generais, parece que um já foi embora, mas por limite de idade. O outro continuou no poleiro e, segundo notícias que parecem ter sido abafadas sem desmentido, despediu o comandante do Regimento de Comandos porque este era “culpado” de ter homenageado um dos mais notáveis heróis do 25 de Novembro, o qual, sublinhe-se, foi há pouco, no seu leito de morte, condecorado pelo Presidente da República.
De notar que não vi em nenhum dos chamados órgãos de comunicação social qualquer referência a tal condecoração.
De notar também que o dito general continua em funções e que as notícias a respeito do caso continuam no limbo ou no caixote.
Tal é o respeito da República por si própria e por todos nós.
Noite de Sábado. Hora das notícias. Os quatro canais a tal dedicados presentearam o respeitável – mas não respeitado - público com cerca de uma hora de antecipação do jogo do FCP, com previsões, opiniões, análises e chorrilhos de patacoadas. Mais tarde, outras sessões, com os golos, os livres, os remates, as faltas, e mais catadupas de abalizadas opiniões.
Com tantos “reguladores” a ganhar a vidinha sem prestar qualquer serviço a quem lhes paga, não haverá uma alma que, sequer, chame a atenção para isto?
Dando evidente satisfação a uma inegável encomenda do poder, três altíssimos representantes da nata da nossa imprensa, todos funcionários do semanário chamado “Expresso”, juntaram-se para, com pompa e circunstância, entrevistar o cidadão dito primeiro-ministro.
O que o homem disse não interessa, já que não passou do habitual optimismo bacoco e propagandeiro que o caracteriza e com a repetida repetição de estar pronto para tudo, isto é, para toda e qualquer trapalhice que o aguente no galarim. Nada de novo.
O que merece referência é o tratamento dado à verborreia do artista. Fotografia a toda a altura da primeira página, mais duas no caderno principal, primeira página da Revista, com capa integral e mais 12 páginas e um sem número de fotografias. Um autêntico fartote.
Mas o “Expresso” não é parvo. Para dar um ar de independência, põe, em cantinhos da primeira página, uns mimos: “IPO paralizado”, “Doenças de adultos disparam em crianças”, “Falhas em 96 carros de combate aos incêndios”, “Realizados só 20% dos corredores anti-fogo”, “INEM sem capacidade para chamadas de emergência”...
Por outras palavras, a fim de disfarçar o formidável tratamento da encomenda da central de propaganda do governo, vai de pôr umas verdadinhas que a contrariam.
No inesgotável firmamento das autoridades, altas e baixas, dos supervisores, dos reguladores, das comissões, dos fantasmas burocráticos, nasceu mais uma estrela, julgo que de média grandeza: a APCVD, Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto.
Que felicidade a nossa! A partir de agora, esta distinta fantasia, ora saída do bigbang do chamado governo, vai articular, articular-se e assegurar a articulação com a PSP, a GNR, a PJ e outras forças de segurança, e com a CICDR - Comissão para a Igualdade e Contra a Descriminação Racial - assim “assegurando a fiscalização do cumprimento do regime jurídico do combate à violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espectáculos (sem “c” na notícia) desportivos”. Fantástico.
Segundo informação oficiosa recebida pelo IRRITADO, um largo escol de especialistas (presidente, vice-presidente, tesoureiro, secretário e seis vogais, assessorados por três secretárias/os, contínuos – adjuntos operacionais no jargão oficial - vai reunir às terças e quintas num andar epecificamente arrendado, mobilado e equipado pelo chamado governo – ar condicionado, aquecimento central, servidor e demais hardware, sistema integrado de comunicações e o que mais se tornar indispensável ao cabal funcionamento da nova estrutura.
Para chefiar a organização estão já seleccionados vários especialistas, todos altos quadros do BE. Para o staf, por indicação do Galamba, serão nomeados alguns membros da ala nunosantista do PS, que assegurarão a ligação íntima com o chamado governo. Os salários, as senhas de presença, as ajudas de custo, a dispensa de horário e outras indispensáveis e justas remunerações serão determinados (de acordo com parecer técnico e justificativo elaborado pelo Robles) pela própria APCVD na sua primeira reunião, desde já gozando do incondicional aval do Centeno, do Cabrita, do Costa, do chamado conselho de ministros e da Mesa do BE.
Missão? Elaborar relatórios a enviar à tutela (?), a duzentas autoridades e à comunicação social sempre que, por exemplo no estádio do Carcavelinhos, um chinês, um paquistanês, um preto - em especial os do Benfica - entrar discussões, ameaças, insultos ou vias de facto com qualquer europeu, sendo que a culpa dos acontecimentos será, por definição, deste último.
Para o devido seguimento dos relatórios serão nomeados agentes da Protecção Civil, das várias polícias, da PGR, de ONG’s seleccionadas e de inúmeros jornalistas especializados em agitar as massas e em louvaminhar a esquerda em geral e o chamado governo em particular.
Como é evidente, para nosso descanso a esfusiante alegria, a Pátria e o IRRITADO esperam, da APCVD, altíssimos serviços.
Não sei se por distracção, ou por não ter, durante duas semanas, andado fora de notícias desta coisa, acho estranho que, no natural seguimento das consequências dos negócios do camarada Robles, não tenha havido mais investigações sobre as iniciativas comerciais da dona Catarina, sua patroa, defensora e amiga.
É que, segundo se leu, a fulana tem uns empreendimentos turísticos lá para as berças, o que, se houvesse mesmo escrutínio independente, já teria feito correr rios de tinta. Atacaram o rapazito, que não tem grande importância, mas não tocam na importantíssima duqueza do socialismo revolucionário.
Diga-se em abono da verdade que ela teve a ombridade de esclarecer o assunto com a maior clareza. Declarou que as suas iniciativas hoteleiras não têm nada a ver com negócios. Trata-se, simplesmente, de ajudar o “desenvolvimento do interior”. Tudo ficou esclarecido. Ganhar dinheirinho no litoral pode ser levado à conta de especulação, de abuso e de outras práticas menos recomendáveis. Mas, se for atrás do sol posto, meus amigos, é obra social.
Não, não venho regressar ao blog com queixas sobre a desgraçadíssima situação dos comboios do Estado, coisa de que se ocupa toda a gente, o chamado governo excluído. Os comboios do Estado estão perdidos por natureza, não vale a pena esmiuçar.
Outros comboios houve, e há, que perdemos ou vamos perder, por obra e preço do politicamente correcto e das modas em vigor.
Perdemos o comboio do nuclear, onde toda a Europa do progresso tomou lugar. Em substituição, muito depois de o PM Marcelo Caetano ter abandonado a ideia da central de Ferrel, a internacional histeria veio tomar conta do assunto, o Sócrates disse que a coisa estava fora da agenda, metemo-nos nas eólicas de mergulho, coisa que estamos a pagar com língua de palmo, mas com o aplauso internacional e a felicidade da parvónia. Já não vamos a tempo. Paciência. É pagar e não bufar.
Estamos agora na estação de outro comboio que não deixaremos de perder: o do petróleo. Andei a dar uma volta por sítios tradicionalmente respeitadores do ambiente, com largas tradições e indiscutíveis sucessos nas políticas que à matéria se referem: a Noruega e a Escócia. Bem pertinho das respectivas costas vi as torres de prospecção, percebi porque é que a Noruega é o país da Europa com maiores reservas soberanas e porque é que os escoceses andam a pensar em independência. A este respeito, não vale a pena elaborar: toda a gente sabe a verdade.
Por cá, é o que se vê. Quando se fala num furo a 40 quilómetros do Algarve, ai Jesus, que horror! As massas, alimentadas pela mais imoral das demagogias de esquerda e pela ignorância crassa de alguma direita, vêem para a rua aos berros, que estão poluir as águas, que o petróleo está condenado, que as multinacionais isto, que o capitalismo aquilo, etc., blablabla. Isto, mesmo tendo o chamado governo ter cancelado uma série de licenças de prospecção.
Mais um comboio a perder, é garantido. Depois, dizem que o país é pobre, que não tem produtividade, que a economia não sei quê. Nisto de perder comboios, somos os maiores!