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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

ESPERANÇOSA TRISTEZA

Viu-se, com carinho, apreço e ansiedade, a candidatura do Bloco (ou Bando) de Esquerda às ministeriais alturas. Foi comovedor ver a Mortágua 1 a ser unanimemente aplaudida como futura ministra das finanças, o olhinho, docemente estrábico, a sorrir de humilde ansiedade e justa esperança, a contida alegria que a larga estrada do poder, ora aberta, lhe iluminava o futuro. Foi com incontida ternura que se viu o brilho dos olhos desmesuradamente abertos do lacaio número um das esquerdoidas, o conhecido careca a ver-se ministro da correcção, a tomar conta das almas, a mandar nos costumes, a apontar a todos, do alto das cadeiras do poder, a luz intensa dos amanhãs que cantam, o homem novo, sem sexo, vivendo feliz na multiplicidade de géneros, sem propriedade, sem ambições, o homem sem defeitos, cheio de pletórico marxismo. Viu-se o orgulho imenso do camarada Pureza, puro e casto, a imaginar-se no assento dourado da educação, escolas, universidades, investigação científica, tudo às suas ordens, tudo direitinho, o reaccionarismo dominado, enfim, um mundo conduzido pela sua dominadora verve. Todos sentimos a alegria das gentes, a multidão eufórica, toda ela feita de secretários de Estado, directores gerais, generais, sei lá, tantos e tão esperançosos candidatos à condução dos destinos de uma sociedade livre de proprietários, de capitalistas, imune a qualquer tendência liberal ou pluralista, uma verdadeira sociedade socialista.

Mas... há sempre um mas. Veio o despudorado Costa dizer que não: o poder será todo para ele, sem mortáguas, nem purezas nem carecas, nada de galarim: se quisessem continuar a votar com o seu governo, muito bem. Entrar nele, nem pensar, que tem lá em casa muita gente à espera.

Infame “Soberba”, horrível “estratégia grotesca”, gritou o careca, no auge da indignação. Estamos preparados, regougou o Pureza. Estou preparadíssima, disse a Mortágua 1 com a lagriminha no canto do olho. Uma hecatombe. Com que direito diz ele que “não estamos preparados”? Com que desfaçatez apregoa que temos “muita ansiedade”! Ainda por cima é mal agradecido. Propomo-nos ajudá-lo e o canalha dá-nos com os pés. A esquerdoida-mor entupui: coitada, não teve palavras que expressassem a indignação, a frustração, o sentimento de injustiça que lhe vai na alma.

 

Desta pequena tribuna, o IRRITADO vem ajudar os traídos. Tenham esperança! Olhem que o que o Costa diz é o que o Costa diz, e a verdade não tem nada a ver com isso. O que ele quer é animar as hostes, dizer-lhes que os lugares são só para elas, não para estranhos. Não haverá convidados. O que quer dizer que, se se portarem bem, fará tudo ao contrário, como é próprio no nacional-geringoncismo.

Por isso, camaradas, corações ao alto. Algum lugarzinho há-de aparecer à vossa espera.

 

29.11.18

RUI RIO

 

Caro licenciado Rui Rio

 

Há anos, teve V. Excelência uma extraordinária vitória nas eleições para a Câmara do Porto. Não houve quem não louvasse (e estranhasse) a coragem com que pôs o futebol – e o sr. Pinto da Costa – no seu lugar. Não há quem não reconheça que a sua gestão foi geralmente positiva. Por isso, e pela fama de rigor que granjeou, muita gente do PSD lhe deu uma vitória, ainda que marginal, sobre Santana Lopes.

No entanto, assim que tomou o poder dentro do partido, fez-se rodear de figuras ultra-controversas, por arguidos em vários processos judiciais, por gente que destruía, sem apelo, as suas promessas de “ética” política. A sua apregoada “renovação” do partido acabou por não passar de perseguições internas e processos de “limpeza” que, por incoerentes com as subidas partidárias de figuras mais que discutíveis, puzeram a sua ética entre aspas.

Politicamente, durante longos meses, a sua acção não passou de promessas de consensos sobre o “interesse nacional”, de subservientes aproximações ao PS, sem perceber que o PS não quer, nem precisa, do PSD para nada que não seja cavalgá-lo, servir-se dele se for o caso, tratá-lo com o desprezo próprio dos canalhas – como fez quando, em vez de se ater ao resultado das eleições, recusou qualquer contacto com o vencedor, antes o traindo, menosprezando e apoderando-se do poder sem que qualquer leitura da vontade popular tivesse sido tida em consideração. V. Excelência não percebeu que uma autêntica ética política imporia a recusa de aproximações com quem, politicamente, de ético nada tem.

É evidente que as suas atitudes não podiam deixar de causar revolta dentro do seu partido. E não se diga, como o senhor faz, que se trata de gente que tem medo de perder assentos. Na sua esmagadora maioria, é gente que ama o seu partido e que o vê a derrapar perigosamente para níveis mais pobres que o imaginável de há uns meses. V. Excelência, bem como a sua entourage, não têm força, ou ideias, que possam distinguir o partido ou prepará-lo para eleições.

Dadas as prebendas que o PS tem dado a um eleitorado acrítico e acomodatício, a sua tarefa seria sempre difícil, quiçá ingrata. Mas sê-lo-ia por vivermos num país afogado em propaganda, fátua quão sonora, esquecido o futuro, a economia, um país sem projecto nem visão. Mas tão má ou pior que tal propaganda é, para o PSD, a ausência de uma denúncia diária do que é a realidade e as perspectivas de futuro, é a estagnação ideológica e política que tem sido timbre da sua liderança, os sucessivos “tiros no pé” que caracterizam a sua (in)acção e a dos seus próximos no partido.

Há que pensar duas vezes. Se o fizer, se perceber que ainda vai a tempo de salvar alguma coisa a tempo das eleições legislativas de 2019, por favor demita-se. Será um sacrifício que o país compreenderá e saberá agradecer.

 

27.11.18

CULPA?

Desde há mais de três meses que os estivadores de Setúbal recusam fazer horas extraordinárias. Desde há 22 dias que, simplesmente, não trabalham. Para o país, os prejuízos são colossais.

Não sei se têm razão se não têm, nem sou especialista em reivindicações ou greves. Mas sei que a gravíssima situação se prolongou por mais de cem dias sem que o chamado governo tenha mexido uma palha. Pode ser que a governamental agremiação não queira meter-se em alhadas deste tipo, o que, em princípio, pode não estar errado. O que está errado é que um movimento com as consequências nacionais deste calibre só mais de 100 dias depois tenha merecido a imperial intervenção da chamada ministra do mar para tentar qualquer coisa. Parece que, amanhã, 4ª feira 28.11, vai haver uma reunião com a dita camarada.

O IRRITADO compreende perfeitamente que a geringoncial instituição em geral e a dona ministra em particular tenham mais que fazer que ocupar-se com este tipo de ninharias. É costume.

Desta vez, ao contrário de Pedrógão, de Tancos, de Borba, etc., não pode dizer-se que tal gente esteja na origem dos problemas - só das diversas pessegadas que se lhes seguiram. Mas está, certamente, na origem do monumental prolongamento dos prejuízos nacionais. Não é da sua responsabilidade que os estivadores e os patrões dos estivadores sejam o que são. Mas é, mais uma vez, de sua exclusiva culpa que a situação tenha chegado onde chegou.

Por muito menos, a tal ministra interveio na questão dos estivadores de Lisboa, com os brilhantes resultados que são conhecidos. Saíu da coisa gloriosamente, tendo transformado o Porto de Lisboa no mais caro de todos. Foi brilhante.

Desta vez, o rabinho fugiu-lhe à seringa por mais de três meses. Na certeza de que jamais será responsável seja pelo que for, como é timbre e lema da organização a que pertence.   

 

27.11.18

BANANADAS

É melhor uma boa amizade do que uma má relação, disse o nosso fantástico Costa. Alguém discorda de tão categórica afirmação?

Faz lembrar o famoso almirante Tomás, quando dizia é a primeira vez que cá venho desde a última vez que cá estive.

O IRRITADO aproveita para lembrar outras frases célebres, como: Chuva em Novembro, Natal em Dezembro ou até uma mais adequada à verve primo-ministerial: mais vale ser rico e ter saúde do que ser pobre e doente.

O Amigo Banana, consultado pelo IRRITADO, está de acordo. Um descendente do Monsieur da La Palice, em declarações ao Figaro, congratulou-se por haver tão ilustre seguidor do seu nobre antepassado.

 

24.11.18

O DISCURSO DO PODER

Com a pompa e circunstância que a efeméride merece, o indispensável senhor Costa decidiu comemorar o terceiro aniversário da sua amada geringonça. Para o efeito, reuniu um criteriosamente escolhido grupo de jornalistas, sendo a alguns permitido fazer-lhe umas perguntas numa bem organizada, anunciada e concorrida conferência de imprensa. Muito bem.

O IRRITADO tomou nota de algumas brilhantíssimas ideias de sua excelência.

Quanto à selecção dos jornalistas, declarou que 30% deles votaram no PSD, o que implica, ou que não foi respeitado o secretismo do voto de acada um, ou que quem quis inscrever-se teve de declarar em quem tinha votado, a fim de a organização poder garantir a presença de pelo menos 70% de fiéis.

Em relação ao desastre de Borba, felicíssima, a criatura declarou que “não há evidências de responsabilidade do Estado”, o que demonstra indesmentível coerência. É que, desde o advento da geringonça, o Estado (leia-se o governo) jamais foi responsável fosse pelo que fosse de menos agradável. Lapidarmente, acrescentou que os ministros não tinham nada que fazer no local do desastre, uma vez que só lá iriam “para atrapalhar”. Ele próprio deu o exemplo, embora, modestamente, não o tenha referido: foi ao futebol na nobre intenção de não atrapalhar ninguém.

“Um orçamento sem cativações é como andar sem travões”, diz ele. Ou como um jardim sem flores ou um cemitério sem campas, permito-me acrescentar. As cativações, leia-se os cortes, têm a vantagem de não dar lugar a orçamentos rectificativos, terrível vício do anterior governo. São opacas e não caem no escrutínio público.

Nesta ordem de ideias, o orador sublinhou que “não há um único português que não saiba que este governo foi amigo da administração pública”. Uma verdade incontornável, parabéns pela excepção. Não há um único português que não saiba até que ponto os serviços do Estado (saúde, educação, transportes, etc.) e os credores privados foram sacrificados à “amizade”, dir-se-ia paixão, do chamado governo pelo mar de eleitores que integra a administração pública.

O CEO da geringonça ”desvalorizou” a unanumidade de opiniões que expressaram “dúvidas sobre a solidez das contas”. O seu CFO, senhor Centeno, já tinha posto tais opiniões no seu lugar: são emitidas por ignorantes, falsários, gente ordinária cuja opinião se põe de lado. “tudo o que previmos foi confirmado pelos resultados”. O pior é que se sabe à custa de quê: os doentes e os fornecedores, por exemplo, que o digam.

Indo às origens, como é próprio de um discurso de aniversário, o espantoso Costa esclarece que a Geringonça foi “possível construir com o voto dos portugueses”. Neste particular, o homem excede-se. Nenhum português nela votou, e o “candidato a primeiro-ministro” do PS perdeu as eleições, vergonhosamente e de forma clara: a geringonça é filha dos corredores, não dos votos.

Numa coisa o homem, à rasca, tem razão: a cedência do PSD/Rio às estapafúrdias exigências dos professores, oportunistas vitimados pelas aldraboides promessas do PS, é de uma irresponsabilidade a toda a prova.

Muito mais disse a criatura. O IRRITADO é que não teve paciência para continuar a sentir o homem a meter-lhe os dedos pelos olhos dentro.

Fica, para desespero de quem ainda gosta do país que o viu nascer, uma última citação da criatura: “A geringonça é boa solução que deve continuar”.

 

24.11.18

POPULISMO

Segundo uma estatística elaborada para o “Guardian”, há por essa Europa fora fartura de populismos, de esquerda e de direita, no poder ou fora dele. De acordo. Os autores do estudo que deu origem à referida estatística concluiram que, em Portugal, não há tal coisa. Estamos fora do mapa. Concluo eu que os senhores, ou consideraram Portugal irrelevante, ou não perceberam nada do que por cá se passa.

Querem mais populista que a geringonça? Querem mais populista que um governo que troca as reformas, a visão do futuro, a crua verdade do que é essencial, por umas prebendas “sociais” destinadas a garantir a sua própria continuidade? Que sacrifica o bom funcionamento dos serviços públicos por falsa fidelidade aos tratados europeus? Que se esquece dos velhos, dos doentes, do atraso do território, a coberto de enganosa e infrene propaganda? Que, angelicalmente, jamais foi responsável por qualquer coisa que corra mal?

Querem mais populismo que o do Bloco de Esquerda que, cinicamante, se diz portector do “povo” através de medidas que, interessando a ninguém, fazem barulheira e dão passos para a destruição dos mais elementares pilares da sociedade?

Querem mais populismo que a idiotia do PC que, firmemente troglodita,que continua a tecer loas à ditadura do proletariado e à luta de classes?

Acrescentem a isto o popularuchismo do Presidente da República, e vejam como é verdade que não há vestígios de populismo em Portugal...

 

23.11.18

ESTE PAÍS

Dos jornais:

- Há vinte anos que os engenheiros alertavam informalmente (“em conversa...”) para os perigos da estrada Borba/Vila Viçosa.

- Durante os últimos quatro anos as autoridades foram, pelo menos cinco vezes, formalmente alertadas para os perigos de derrocada daquela estrada.

- A Câmara de Borba tinha pensado vir a incluir a reparação da estrada em 2022.

 

De todas as “desculpas”, sacudidelas de capote ou opiniões já lidas e ouvidas, uma há que está rigorosamente certa. É a de um fulano que disse que, no que respeita ao assunto, há 16 entidades competentes ou cuja opinião é necessária.

Portugal no seu pior. Para qualquer porcaria, é necessária a intervenção de vários batalhões de burocratas, ou de técnicos burocratizados. Resultado: no caso em apreço, como em muitos outros, ninguém é nem será responsável, nem culpado, nem terá nada a ver com o assunto. O mais que, eventualmente, se pode fazer, é arranjar um bode expiatório. Ou então, melhor ainda, deixa-se passar o tempo a ver se a coisa passa, tarefa em que a geringonça é praticante especializada, como a experiência dos últimos anos demonstra à saciedade e como o espantoso ministro já veio confirmar no caso da Borba: “a estrada em causa é de responsabilidade municipal”, disse ele. Tirado o cavalinho da chuva, é altura de anunciar solenemente a abertura de 456 processos de averiguações técnicas, civis, administrativas e judiciais. Na certeza de que a rã continuará de perna encanada e de que, oficialmente e no cumprimento estrito da Lei, se voltará a falar na história quando acabar o segredo de Justiça.

Sinal claro disto é que o chamado primeiro-ministro aproveitou a oportunidade para ir à bola no dia do desastre. Desta vez não estava de férias, a desculpa está no nacional-futebolismo.

 

21.11.18

TRANSCRIÇÃO

Recebi isto de um amigo. Vale a pena ler...

Eu sou trasmontano ou beirão e abomino a barbárie das touradas. Prefiro a matança do porco e ver-lhe escorrer o sangue enquanto ele chia...

Eu sou algarvio ou estremenho e abomino a barbárie das touradas. Prefiro cozer lagostas ou percebes vivos...

Eu sou minhoto ou duriense e abomino a barbárie das touradas. Prefiro cortar o pescoço às galinhas para aproveitar o sangue para a cabidela...

Eu sou pescador das Caxinas ou de Peniche ou de Olhão e abomino a barbárie das touradas. Prefiro congelar sardinhas e douradas vivas, para ficarem mais fresquinhas...

Eu sou um lisboeta ou portuense moderno, e abomino a barbárie das touradas. O que eu gosto mesmo é de sushi de atum, electrocutado pelos civilizados japoneses...

 

21.11.18

ATENÇÃO AO FASCISMO!

Lá para Braga, não sei se no centro se acima se abaixo, um numeroso grupo de senhoras, meninas e cavalheiros fundou uma nova frente, a “Frente Anti-fascista”.

Acontece que, por cá, os fascistas, ou propriamente ditos ou proto fascistas, se contam pelos dedos. Não passam de meia dúzia de desordeiros e falhados: meros casos de polícia. À falta deles, temos hordas de fascistas de esquerda, ou social-fascistas, como diria o grande educador Arnaldo Matos esquecendo que os verdadeiros fascistas sempre foram “sociais”, ou socialistas. No fundo, são a mesma coisa: gente que usa a democracia liberal para a destruir, soberanistas, intolerantes, ou simplesmente odientos, odiosos, totalitários por natureza e fé. A nova “frente” não é mais que uma das múltiplas manifestações do que se poderá chamar neocomunismo. Em termos de mentalidade e de objectivos, é mais ou menos o mesmo que o fascismo tout court.     

As tendências totalitárias que, com vários matizes e tendências, por aí abundam, são um perigo, e estão no poder ou perto dele. De uma forma geral, poderemos dizer que se trata de gente que determina o gosto certo, impõe novos conceitos civilizacionais e nova “moral”, como no magistral exemplo da senhora Fonseca, tida por ministra da cultura. Em particular, temos um escol, sobretudo de mulheres (Catarinas, Mortéguas, Isabéis, Marinas...), servidas por inúmeros lacaios, como o senhor PANcrácio e um carequinha ultra marxista-leninista, apostadas em propagar a mais exigente “correcção”, em propagandear rebuscadas deficiências sexuais, em querer matar os velhos e proteger os cães (especialmente os vadios), tudo gente que, hipocritamente, diz aceitar a democracia plural servindo-se dela, mas que está, step by step, a conseguir impor medidas tendentes a acabar com a propriedade privada, com o capitalismo, com as liberdades individuais e com outras práticas estruturantes, ditas “burguesas”: em suma, o objectivo é criar o “homem novo” de que falavam os bolcheviques. Nesta meritória tarefa participa o PC, ainda que menos desonesto e mais transparente, pelo menos nas páginas do “Avante!”.

Tal gente, para se mostrar “democrática”, condena as Le Pen’s, os Orbans, os Salvinis e outros perigosos políticos da mesma espécie. Mas nunca tocou na fímbria das vestes dos Fidéis, dos Maduros e quejandos. Ou seja, totalitarismo sim, mas de esquerda: eis o que se pretende. Nada tem a ver com liberdade, dignidade, tolerância, bem estar, progresso social, mas sim com domínio de uns sobre os outros, das minorias vanguardistas sobre as maiorias moderadas, como sempre aconteceu na moderna história da humanidade.

O drama nacional é que, perante maiorias ingénuas, pacíficas e inoperantes, os fascistas das frentes anti-fascistas, nas suas múltiplas expressões, estão na moda, e até no poder.

 

21.11.18

POUPANÇAS

Aquele rapaz, simpático e explicadíssimo, que costumava aparecer na televisão com um programa de matemática, arranjou um novo emprego, desta vez na publicidade. Não sei quem, mas presumo que a geringonça, encarregou-o de explicar ao povo ignaro como deve poupar, lá em casa, na factura da electricidade.

Nobre missão. Mas como? O explicadíssimo aconselha vários métodos. Apagar a luz é o menos. O que importa é usar aparelhos de baixo consumo, artefactos modernos e originais. Assim, você deve começar por deitar fora a sua obsoleta máquina da roupa e comprar uma nova, que gaste pouco, faça pouco barulho e, claro, seja “amiga do ambiente”. O mesmo para a da loiça e para o frigirífico, o forno, o fogão... Só na da loiça, vai poupar 0,54 euros por mês, mais ou menos o mesmo para o resto dos electrodomésticos. Como bom matemático, o homem faz as contas: se você seguir os seus conselhos, ao fim de um ano terá poupado 150 euros na conta da EDP!  Faltou acrescentar que o melhor é ir ao banco sacar um “crédito ao consumo” para pagar os investimentos. Daqui a dez anos, break even!, terá o problema resolvido e começará a ganhar dinheiro. Genial.

 

Outra solução, igualmente genial ainda que diferente, para o mesmo problema, foi proposta pelo chamado ministro do ambiente, quem sabe se inspirado pelo seu novo ajudante energético, o inqualificável Galamba. Diz o indivíduo que a melhor maneira de poupar será contratar a potência mínima, coisa que lhe permitirá ter dois candeeiros acesos ao mesmo tempo e, se não ligar mais nada, ainda poderá fazer umas torradas. Nada mais fácil, como vêem, inteligente, prático e “assertivo”, como se diz agora.

 

Ainda bem que há quem se procupe com as nossas finanças pessoais, com certeza com o santo objectivo de fazer com que nos sobre algum para os impostos.O IRRITADO não pode deixar de sublinhar e saudar a intervenção das duas acima referidas inteligências, com os protestos da mais elevada consideração e estima.

 

20.11.18  

NO NEWS, BAD NEWS

Aqui há tempos, como o IRRIADO  referiu, realizou-se no Porto uma conferência em que corajosos cientistas se deram ao trabalho de demonstrar a vacuidade da “ciência” oficial que postula a antropogénese das alterações climáticas e de pôr a nu as monumentais, e universais, aldrabices sobre os malefícios do CO2.

Desalinhados com as “verdades” oficialmente estabelecidas, em vez de terem dado origem a qualquer onda informativa (material não faltava), passaram à categoria de no news. Que eu saiba, não houve im único ógão de informação que tivesse dedicado um segundo ou uma linha ao assunto. No news, bad news.

 

Nos últimos dias tem vindo no jornais um manifesto que, sob o título “O Bode Expiatório”, demonstra por a+b que a campanha nacional contra os eucaliptos - que o IRRITADO não se tem cansado de denunciar - não passa de fruto, ou de ignorância crassa, ou de politiquice esquerdista do mais baixo nível levada a cabo por “intelectuais” tipo Louçã, Catarina e outros do mesmo estilo. Politiquice macacoidemente aceite pelo chamado governo e até pelo senhor de Belém – que chegou ao ponto de andar no campo a arrancar renascentes eucaliptos, sem noção, nem do ridículo, nem do chamado “sentido de Estado”.

O manifesto em causa é assinado por 40 académicos, 8 industriais, 10 Câmaras municipais, 12 antigos governantes e outras personalidades de relevo na nossa sociedade, e por 56 produtores florestais. Mas, para ter alguma hipótese de chegar ao público, teve esse grupo que recorrer a a publicidade paga! É que a nossa chamada “informação” alinha no rebanho da demagogia esquerdista oficial. Tem medo de dizer verdades inconvenientes para o estabelecido, o que lhe interessa é estar de bem com o “correcto”, não fazer ondas que possam perturbar a paz dos senhores/as que andam, com pèzinhos da lã, a preparar um futuro miserável, em que a liberdade seja a de estar de acordo com o que é oficial e o ostracismo (pelo menos) a paga de quem se atrever a infirmá-lo.

No caso dos incêndios, o grande culpado, isto é, o bode expiatório “cientificamente” nomeado pelos esquerdistas e outros serventuários da “correcção”, foi o eucalipto. No entanto, segundo os números referentes ao período que vai de 2003 a 2017, o eucalipto foi “responsável” por 17% da área queimada, atrás do pinheiro bravo, de outras ocupações e a uma distância abissal dos matos secos.

O que está em causa nas teorias em vigor não é o ordenamento florestal, a protecção contra incêndios, a plantação de espécies mais resistentes ao fogo, coisas que, por importantes que sejam, não chegam aos calcanhares da luta contra os eucaliptos. É que tal luta, por estranho que pareça aos menos avisados, faz parte da grande guerra do socialismo radical, do socialismo do governo e até, imagine-se, da pouco avisada opinião do Presidente da República contra a propriedade privada, contra a indústria que não lambe as botas ao poder, numa palavra, é a guerra à democracia liberal, às grandes empresas, aos pequenos produtores independentes -  kulaques do século XXI –, a guerra pelo mais radical estatismo e pela sociedade politicamente controlada.

Por isso que os que não aceitam vergar-se à nova "moral" sejam obrigados a pagar publicidade para que a sua opinião, por mais certa que esteja, chegue ao grande público. Não têm direito a news.

No news, bad news.

 

18.11.18

GHOST WRITERS

Deve ser difícil dar largas a tanta hipocrisia e a tão formidável cinismo como fez o nosso (deles) primeiro-ministro ao escrever uma “carta aberta” ao seu ilustre camarada, Alegre por parte da mãe, sobre o formidável problema das corridas de touros, impropriamente chamadas touradas.

Quem teria escrito tal carta, é coisa que ninguém sabe nem saberá. Se o Pinto de Sousa tinha um tipo para escrever livros, porque não há-de o seu colega e camarada ter quem lhe escreva uma cartinha? Mesmo sendo um chorrilho de filosofia barata, não me parece que o respectivo subscritor tenha inspiração para tanto.

Deve ter encarregado de tão peregrina tarefa um dos múltiplos doutores da mula russa que o cercam.

A encomenda deve ter sido deste tipo:

Eh pá, escreve aí uma coisa que não contradiga a fufosofia da Graça e que, ao mesmo tempo, dê umas de compreensão aos pacóvios das touradas. Uma no cravo outra na ferradura. Não te esqueças de dizer – a Catarina vai gostar – que não sou de faenas, que não acho piada à coisa, o que não é inteiramente verdade, mas paciência. Sabemos bem que a verdade nunca é uma evidência, é coisa que se trabalha consoante o interesse da Nação. No caso, percebes, nada de proibições – o Jerónimo não gosta -, atiramos a batata quente para as autarquias –, é a descentralização, percebes? No fundo, só tens que seguir os costumes da geringonça e dar à coisa um ar sincero, intelectual, quase diria académico. E, claro, com uma pancadinhas nas costas do Alegre. Ele fica todo contente.

Contentes também ficarão os ignaros dos media (em costês diz-se mídia), felizes se sentirão os nossos queridos parceiros, a malta em geral, o partido, e até o Pedro Nuno vai comer daquilo sem perceber que, ao virar da esquina, lhe corto a cabeça por causa das ambições. Ele que se lembre do que fiz ao Seguro.

 

13.11.18   

ENCRAVINHADOS

 

A tropa e o chamado governo, reiteradamente, afirmaram que não sabem ao certo quais ou quantas as existências ou inexistências existiam ou deixaram de existir nos paióis de Tancos.

Da mesma forma, as mesmas entidades garantiram que não sabem ao certo quantos ou quais artigos “recuperados” correspondiam aos talvez roubados em tais paióis. O que é lógico: se não sabiam ao certo o que tinha sido roubado, ou talvez roubado, como seria possível conferir o recuperado?

Peço desculpa por insistir, certamente com malévola intenção, nesta tão especiosa matéria. É que o assunto foi, finalmente, esclarecido pelo embaixador Cravinho, nóvel ministro da defesa, pelo menos ao que consta. A verdade verdadinha é a que o dito senhor declarou solenemente, em sede parlamentar: as Forças Armadas não têm problemas de inventário.

Ora vêem? Afinal, a verdade é só uma, as más línguas, tropa e governos incluídos - à honrosa excepção do Cravinho - não falam verdade!

O IRRITADO, humildemente, apresenta ao respeitável público e ao douto governante as suas desculpas pelas dúvidas que teve e de que, em tempos, inadvertidamente se fez eco.

 

13.11.18

UM ALÍVIO

Após aturadas manobras de reabilitação, manutenção, revisão, etc., feitos os testes, as peritagens, as verificações, testada a compatibilidade dos trabalhos com os vademecuns gerais da aviação e específicos do modelo em causa, respeitados os cadernos de encargos, os contratos, os procedimentos, por ordem e por especialidade, tudo cumprido à risca, ao mais ínfimo detalhe, e o avião do Casaquistão, garboso, levantou voo. Lá no ar, desatou a tossir, teve uma crise de tonturas, e foi o que se sabe. À tangente, lá se safou, para glória da Força Aérea (a melhor do mundo, segundo o senhor de Belém) e orgulho da Pátria.

O mundo respirou de alívio. Os tipos que iam a bordo também. O general aéreo veio à televisão colher os merecidos louros. E pronto.

Pessimista e de maus fígados, o IRRITADO pergunta: e as OGMA? Deixaram de existir ou quê? Ninguém pergunta onde estava o gato, ou melhor, porque é que o gato ficou a bordo. Terão sido as empregadas da limpeza que se esqueceram de correr com ele? Parece evidente que as OGMA não tiveram culpa nenhuma ou, pelo menos, ninguém se lembrou de lhes perguntar como foi possível ter lá ficado o gato. Por seu lado, as empregadas de limpeza, no caso, devem ser inimputáveis. E pronto.

Tudo como dantes, não só em Abrantes.

 

13.11.18

DESESPERO

Dutante meses, levámos, todos os dias, com horas e horas de Bruno de Carvalho (juro que não é meu primo), nas TVs, nos jornais, na rádio, etc. Até que, legitimamente, tivemos a ilusão de que o assunto estava “arrumado” (como soe dizer o chamado primeiro-minstro quando está à rasca).

Eis senão quando, para infrene gáudio da alcateia, o homem ressucita e volta a ocupar 95% do espaço, ele e catadupas de doutores da bola, da justiça, do jornalismo, da polícia, do raio que os parta. O remédio é fechar a televisão, não comprar jornais e cortar relações com quem nos vier falar no assunto.  

Nunca me passou pela cabeça tornar-me “activista”, coisa mais ou menos abominável. Mas estou a pensar seriamente apelar à guerra civil contra o nacional-futebolismo.

 

13.11.18

ALGUÉM QUE NOS VALHA

Segundo os jornais, vai formar-se uma “coligação negativa” (PSD+CDS+BE+talvezPC) para chumbar a nova taxa da protecção civil, desta vez propriamente chamada imposto. O Medina e quejandos, indignados, devem estar a pôr velinhas ao Santo Eufrásio.

Tudo normal. Só que o IRRITADO não está de acordo. Coligação “negativa”? Negativa uma ova. A vingar, será a única coisa positiva dos últimos tempos. Bemvinda seja!

Na dúvida, vou pôr uma velinha ao São Pancrácio que, como se sabe, não vai à bola com o colega Eufrásio.

 

13.11.18

AS BRUXAS DO CASAL VISTOSO

Dizem as crónicas que as bruxas de Salém eram boas raparigas. Acredito. As do Casal Vistoso nem por isso. São áulicas do grande Satã Costa, a quem fielmente servem e que às vezes criticam para dar um ar da sua graça. Sempre inspiradas pelo tenebroso mago Louçã, preparam-se para o assalto final. O mago já tomou posições na barbacã do castelo: domina, como conselheiro, o imperador de Belém e os grands argentiers do império, sitos na baixa da capital.

É a vez das bruxas e dos seus serventes. Elas já se auto-nomearam para os mais altos cargos, da cobrança de impostos à doutrinação dos indígenas, das mezinhas para a espinhela caída ao domínio da corte regional e das cortes estrangeiras, por natureza inimigas. Também há uns indefectíveis lacaios que deitam a cabecinha de fora para que as bruxas os escolham. Tiveram até a ousadia de citar os cadeirões a que aspiram. Mas, apesar de um ou outro osso que lhes venha a ser atirado pelas bruxas do alto das muralhas, nunca passarão de servos, elas não consentem concorrentes vindos lá de baixo sem o seu prévio aval.

E dizem, supremo cinismo da bruxaria, que o povo é que as vai querer. Como se alguma vez tivessem tido o apoio do povo fosse para o que fosse. Não é coisa que lhes interesse, elas são a vanguarda mágica, as vanguardas mágicas nunca precisaram do povo para nada, como a história demonstra. Precisam, isso sim, do grande Satã e do seu nunca negado abraço. Com isso já contam. O grande Satã também não precisou do povo para nada para chegar onde chegou. Bem pelo contrário, chegou lá contra a vontade do povo, assim demonstrando que vale mais ter uns truques na manga que ter o povo a empurrar.

Bruxedo maior, declaram-se “cordiais”, o que é o contrário da filosofia do ódio que anima as bruxas más: os “outros” não tiveram acesso à missa negra, nem aos beijinhos das bruxas menores que reprentavam o grande Satã e o primo Jerónimo.

No seu dourado camarim, a Grande Bruxa Catarina olha o espelho mágico, e pergunta: espelho meu, há alguma bruxa melhor que eu para mandar no castelo? Não se sabe  a resposta do espelho, mas a verdade é que andam por aí outras bruxas tão perigosas quanto ela. Ou mais...

 

12.11.18

AS COISAS ESTÃO A MELHORAR...

 

Isto dizia o camarada Pinto de Sousa aos seus advogados. Viram o Correio da Manhã a reportar a guerra aberta do juiz contra os procuradores? Hi, hi, meus caros, a atmosfera está a desanuviar. O tipo é de estalo. Como aquela história do sorteio electrónico se tornou duvidosa, não está com meias medidas. Desconfiam que houve marosca? Tomem lá esta, para distrair o pagode: quero saber como foi o sorteio que, à partida, pôs o Carlos Alexandre a fazer interrogatórios. O meu sorteio é duvidoso e o dele não? Era o que faltava. Se duvidarem do dele, isto é capaz de ir tudo por água abaixo. É de mestre. E aquela de mandar deitar fora as comunicações do Lalande? Faz lembrar os doces tempos dos nossos amigos da PGR e do STJ, não é? A procissão ainda vai no adro, mas é fácil de adivinhar que o percurso vai entrar no bom caminho, hi hi.

Os advogados sorriem. Para já, é melhor não contar com o ovo no artefacto da galinha. De qualquer maneira, isto tem todas as hipóteses de ir ao sítio. Vais ver que, se continuarmos a encanar a perna à rã – a nossa especialidade - nem daqui a dez anos (como diz o novo ministro da defesa am relação a Tancos) haverá decisões. Com umas prescrições à mistura, olaré, é canja.

 

Vai um espumante?

 

11.11.18

MINHOQUICES

 

Subitamente, uma senhora da PGR desatou a atacar o projecto do camarada Medina para os terrenos da feira popular. Nada de hastas públicas precipitadas. Este tema é “denso e complexo”, diz ela. Pois. É que, estão a ver, a designação “operação integrada” não é nome que se use, que horror. E a aviação civil, onde está o parecer? E os 25% de habitação, que correspondiam a 35.928 metros quadrados e que agora são 34.090,65, uma diferença abissal? E as dúvidas “no plano da legalidade urbanística”, hem?

Como se vê, a burocracia ao ataque é do que a casa gasta. Bem feita.

Coitado do Medina? Coitado uma ova. Todo o processo relativo aos terrenos é um mar de asneiras, para utilizar uma expressão suave. A luta da assembleia municipal, dirigida contra o negócio inicial feito pela câmara por Santana Lopes/Carmona Rodrigues é coisa que nem Kafka conseguiria descrever. A alcateia do PS, depois de meses de guerra aberta, acabou por aprovar tudo. Mas veio o “Zé” (Sá Fernandes) e desaprovou. Contratado inicialmente pelo BE, o dito tratou de arranjar uma desavença com o Louçã e de se meter, de armas e bagagens, no PS, onde foi recebido de braços abertos. Foi-se o Santana, foi-se o Carmona, foi-se o Costa, veio o Medina; o “Zé” lá continua, a abarrotar de poder. Mais um arranjo do “Zé”: uma “acção popular” contra aquilo, o Carmona foi acusado de nefandos e inexistentes crimes (de que, anos mais tarde, foi absolvido cum lauda). No meio de indescritível pessegada, os terrenos ficaram entregues às ratazanas durante quase vinte anos, uma vergonha sem nome. A CML pagou centenas de milhões de euros de indemnização ao lesado, um malandreco de primeira (parece que ainda pode ter que vir a pagar mais alguns), tudo à pala das iniciativas do “Zé”, apoiadas pelo PS. Entre aprêntessis, diga-se que, por acção dos mesmos (a luta sem tréguas contra o túnel do Marquês, quer dizer, contra Santana Lopes), mais uns cem milhões ou coisa do género foram pagos ou estão em pagamento aos empreiteiros lesados. Uma gestão “prudente”, como está à vista. À moda do PS. Para a compensar, o Medina, o “Zé”, a Roseta & Cª vão lançar mais um imposto sobre a propriedade urbana, com carta branca do orçamento do PS para impor a taxa que lhes der na realíssima gana. Tal como as indemnizações milionárias, vão pagar todos, ricos, remediados e pobres. Tudo à moda do PS.

 

O travão posto pela PGR aos leilões do Medina faz parte da burocracia legal em vigor. Além disso, não se percebe, ou não se aceita, porque não há-de esta gente ir para a cadeia pelos pontapés que já deu nos cofres da CML em vez de ser chateada com especiosas minhoquices da PGR.

 

11.11.18

NÉPIAS

 

Como sabe quem o lê, o IRRITADO é cliente habitual do jornal privado, predominantemente de esquerda - moderada ou radical - chamado Público. Recentemente, têm-se multiplicado os respectivos directores, desde uma tenebrosa senhora cujo nome me escapa, passando por uma desilusão chamada David Dinis, até ao actual salta-pocinhas Manuel Carvalho, muito se tem visto. Todos terão alguma qualidade, diga-se em abono da relativa justiça que anima o modesto autor destas linhas.

Passe a introdução. Este post é dedicado ao último editorial do actual director, basicamente alinhado com a generalidade da matilha jornalística que, subitamente, descobriu o “vírus da suspeição” (do título do artigo em causa) alegadamente existente entre o chamado primeiro-ministro e o senhor de Belém. De onde vem a descoberta? Do facto de o primeiro ter “acusado” o segundo de “ansiedade” no que se refere à investigação – se é que tal coisa existe –  dos acontecimentos, ou não acontecimentos, relacionados com a história, ou histórias, de Tancos.

Não se sabe se os generalizados comentários fazem parte de alguma conspiração destinada a criar fissuras no monumental e, no pior sentido, exemplar relacionamento entre os dois.

Antes de mais, ao contrário dos comentadores de serviço, o que Costa disse foi que o governo não estava ansioso, só nas entrelinhas se podendo ler qualquer acusação a Marcelo. Pelo contrário, o substancialmente sublinhado por ele, foi a “total convergência” entre os dois.

É dessa “total convergência” que o país sofre, uma vez que a “magistratura de influência” de Belém se cifra exclusivamente no apoio político do Presidente à geringonça, matizado com um ou outro vetinho, mais destinado ao Parlamento que ao governo, sempre tendo como consequência o habitual “desveto”, após umas emendazinhas. Dir-se-á que, por exemplo em relação aos incêndios, o senhor de Belém fez um discurso “duro”, neste caso mais destinado a ajudar o PM a correr com a Constança do que a denunciar o mar de trapalhadas em que o dito se multiplicou. Sobre o orçamento, a política económica, o futuro, népias. Só indefectível a poio. Sobre o empurrar os problemas com a barriga, népias, sobre a palavra “honrada”, népias. Sobre a trapalhice do Infarmed, népias. Sobre a remodelação do Azeredo, na véspera considerado “um activo importante”, népias. Sobre a permanentemente reiterada irresponsabilidade e a indesmentível inocência do chefe da geringonça, népias. E assim por diante.

Mas os nossos plumitivos, talvez para dar algum sal a esta pasmaceira onde só a propaganda é gente, para a desculpar deram em descobrir, a propósito da “ansiedade”, terríveis divergências e suspeições.

E se fossem enganar o Bocage?

 

8.11.18            

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