O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
No uso da sua habitual lata, anda por aí o camarada Centeno a gabar-se de, mais uma vez, ter baixado o défice - é certo que bem menos que Passos Coelho, mas isso, como é natural, não faz parte do discurso. A gabarolice não tem limites. Vale tudo, não só o auto-elogio, são as habituais mentiras, repetidas leninísticamente, sem vergonha de qualquer espécie.
A carga fiscal não subiu, repete o geringonço. O Estado arrecadou uns 70.000.000.000 de euros, ou seja, qualquer coisa como mais 2.500.000.000 que no ano enterior. Mas os arautos do poder absoluto da esquerda dizem que não senhor, e fazem as contas à sua maneira: o que aumentou foi o consumo, o que aumentou foi o rendimento e o emprego, por isso que, à subida da receita, devam os cidadãos reagir agradecendo ao Centeno!
É claro que são contas que nem um cigano alquilador teria lata para fazer. As receitas subiram percentualmente em relação ao PIB, isto é, a carga não pode deixar de ter subido. As falácias sucedem-se: o governo criou não sei quantos milhares de postos de trabalho! O governo? O governo arranjou mais uns empregos na função pública, o que quer dizer que aumentou a despesa estrutural. E mais nada. O resto, o que importa, deve-se, em exclusivo, à iniciativa privada e ao boom do turismo. A ver com a geringonça, zero.
Esta história dos passes, reconheço, é uma malha de grande alcance para a geringonça. Faz lembrar – que ideia! – as borlas do metro e dos telefones de Moscovo durante os brilhantes tempos da URSS. A coisa vai ter, sem dúvida, vistoso efeito eleitoral, pelo que se pode dizer que, para já, o chamado governo marcou pontos. Também é verdade que o PSD/Rio reagiu ao assunto da forma mais ridícula que se pode imaginar, o que tem o seu quê de natural se atendermos à cretinice que se apoderoiu do partido. Não há dúvida que a medida não podia ser mais popular, nem ter um efeito tão importante na economia de tanta gente. Parabéns.
Mas... os transportes, como é evidente, não vão ficar mais baratos. Vão custar o mesmo ou, se as promessas forem cumpridas, muito mais. Alguém vai ter que pagar. Com a maior das canduras, dizem por aí que serão as autarquias mais o orçamento do Estado. Ou seja, que pagamos todos, a começar pelos que não têm passe, ou não precisam dele, ou estão a milhas dos privilegiados pela medida. É o costume, estamos habituados; não pagamos já todos os buracos da Carris, para que o senhor Medina se repoltreie nos transportes com uma empresa “limpinha”? E os fornecedores de serviços, que se queixam das voltas e reviravoltas a que as suas facturas têm que se submeter e da caloteirice adjacente? Se o Estado e as câmaras já levam seis meses para pagar, sem satisfações nem juros, como é que, tendo que pagar o dobro ou o triplo, o farão daqui por adiante?
Algo me diz que, a curto prazo, as broncas vão começar.
Estou de acordo com o camarada Francisco Assis - o único socialista que nunca foi à bola com a geringonça - quando diz que não conhece o pensamento do Medina nem o do Pedro Marques. Daqui lanço um apelo a quem conheça coisas tais, ou a quem, ao menos, saiba se existem, para que me esclereçam - e ao Assis. E outro apelo: quem puder, dê um trabalhinho qualquer ao Assis, já que não é difícil perceber que, com o Costa, está irremediavelmente feito ao bife.
Do Medina, ainda poderemos dizer que tem feito umas obras, boas ou más, mas visíveis.
Ideias do Marques, zero, obras ainda menos, a não ser que se trate de obras por fazer. Destas, há até muitas que já “inaugurou”, perante assembleias várias de socialistas e outros pategos, com a colaboração atenta e obrigada das televisões e dos jornais. Um aldrabãozito de meia tijela. Ninguém mais adequado, no parecer do camarada Costa, seu colega no mercado das petas, para ser o patrão da candidatura socialista ao Parlamento Europeu, e até – imagine-se o inimaginável – para candidato português a um lugar de topo na lista dos membros da Comissão Europeia.
Espera-se que haja algum bom senso por parte de quem manda naquela coisa, de forma a não nos sujeitar a ter, na Comissão, um representante deste calibre. Para ridículo já basta o César.
As chamadas leis quadro costumam ter o efeitos dos raminhos de salsa. Fazem-se para estabelecer princípios vários, mas os seus efeitos são, normalmente, para esquecer. Para ter algum efeito prático, ou aplicabilidade, precisam regulamentações várias, as quais ou nunca verão a luz do dia ou serão rapidamentes esquecidas.
Atravessamos agora um período em que as pessoas andam a ser entretidas com magnas discussões sobre uma tal nova Lei de Bases da Saúde, como se de tal coisa viesse a resultar mais saúde para cada um.
A geringonça inventou uma comissão destinada apresentar uma proposta. A chefe de tal comissão, dona Maria de Belém, apesar de socialista e após aturados trabalhos, deu à luz a um projecto com pés e cabeça. Parece que era coisa moderada, ou moderada demais para agradar às esquerdoidas e ao PC. Mas... azar, o ministro da saúde gostava. Há quem diga, julgo que com toda a razão, que foi por isso sem demora mandado para casa. E também foi por isso que o substituiram por uma senhora perita em declarações tolas e disparates vários, mas de indiscutível e largamente declarada fidelidade à ideologia. Cumpriu a primeira missão de que a geringonça a encarregara: meter no caixote o trabalho da comissão, e condenar dona Maria de Belém ao mais fatal ostracismo: jamais lhe deu qualquer satisfação e até excluiu a sua presença de uma sessão de propaganda que organizou sobre o assunto.
O CEO da geringonça, um certo Costa, rejubilou e resolveu avançar com a lei da tonta.
Entretanto, o senhor de Belém, achando que uma dava uma abébia aos que o acusam de ser chairman da geringonça, que mostrava a sua independência e que fazia pirraça ao PS, resolveu declarar que não promulgaria uma lei da saúde que não fosse objecto de acordo alargado das forças políticas. Queria com isto dizer – pelo menos é o que consta entre os sabichões de serviço – que exigia a sua aceitação pelo PSD/Rio e pelo CDS/PP.
Teve a resposta que, dir-se-á, merecia. O chamado primeiro-ministro saltou-lhe em cima e declarou que a lei passaria como os votos que calhasse, isto é, que não só se está marimbando para o que diz o senhor de Belém como dispõe de maioria para fazer passar o que lhe apetecer sem precisar seja de quem for.
Esclareça-se um ponto que tudo explica: a controvérsia é sobre a situação em que, por causa de tal lei, ficará a saúde privada e a nossa possibilidade de a ela recorrer. É aqui que bate o ponto. A maioria de esquerda borrifa nisso, para ela o que importa é impor a saúde pública a todos os cidadãos, sejam quais forem as opções de cada um. A saúde privada, ou a gestão privada da saúde pública, mesmo que funcionem bem, mesmo dando lucros ou poupando despesas ao Estado, são para acabar. Algo me diz (não é preciso ser muito esperto) que até a ADSE, que tem características de saúde privada, é para acabar, havendo já disso vários sinais. Depois das eleições, veremos. O fim da ADSE, para já, não. Podia afastar eleitores...
E é nisto que se vive. Importante é “socializar”, alargar o poder socialista seja a que custo social e humano for.
O húngaro Orban é, com razão, acusado de “fascismo”, ou de falta de respeito pelos princípios da UE. Costa não. É que a UE ainda não se meteu em temas de saúde. Se o fizesse, a geringonça metia o rabo entre as pernas, como costuma fazer sob as ordens do Centeno.
Já aqui nos manifestámos sobre a nova arrancada da geringonça contra a RTP.
Há anos sob um regime independente (fundado pelo centro direita), era preciso colocá-la sob a autoridade do governo. A RTP, via um contrato com a Federação de Futebol, deu à geringonça um pèzinho para agravar tal arrancada. O parzinho Catarina Martins/António Costa trataram da saúde à coisa: parece que a RTP não deu satisfações à geringonça, crime de lesa “informação”. Como se a RTP dependesse da opinião do governo! O contrato de concessão diz que não depende. Mas, para geringonça, o contrato não interessa, o que interessa é governamentalizar, instrumentalizar, estatizar, acabr com qualquer resquício de independência. Qual Conselho, qual carapuça! Quem manda é a dupla Catarina/Costa. Nada lhe escapa.
Mais uma reversão, desta vez de mais uma reversão de princípios, mais uma afirmação de socialismo.
NOTA
Não sei se o contrato da RTP com a FPF era bom ou mau, nem me interessa lá muito. O que me interessa é denunciar o polvo.
Numa viagem do Príncipe Real ao Campo Pequeno, ouvi isto e muito mais:
Trabalho desde os dez anos, ia para o trabalho quando saía da escola;
Nunca tive falta de trabalho;
Quando trabalhamos bem, não há quem nos despeça;
Já me despedi umas vinte vezes (quando arranjava melhor);
Uma vez, o meu patrão faliu. Fui apanhar azeitonas até arranjar outra coisa;
Nunca andei no desemprego;
O esquema agora é o seguinte: quem não gosta de trabalhar, arranja um contrato a prazo, findo o prazo vai-se embora para o desemprego, passa aos biscates, ganha a dois carrinhos, findo o subsídio arranja outro contrato a prazo, volta ao desemprego e aos biscates, e assim sucessivamente;
A malta gosta é de contratos a prazo, ao contrário do que dizem por aí;
Empregos há com fartura, o que não há é quem os queira;
Há um tipo da Câmara que tem duzentos tuktuks;
Há um deputado quem tem sessenta carros na Uber;
A Uber não têm tabela, os preços dependem da procura, podem ser dez ou cem para o mesmo percurso;
A Uber, sem investimento, cobra vinte e cinco por cento de cada corrida.
Vendo estas pelo preço que as comprei. Pense cada um o que quiser.
Tenho estado mais ou menos silencioso, parado há uma semana. Sobre o malandrão que foi corrido de Budapeste já me pronunciei. Os novos passes... ando a pensar nisso, ainda não percebi lá muito bem, cheira-me a que há gato mas... Acerca dos horrores de Moçambique, nada me ocorre que não esteja já dito. Desconto as sessões de propaganda do chamado governo e do senhor de Belém à custa da desgraça alheia e curvo-me perante a desgraça que se abateu sobre essa ex-parcela do ultramar português.
Sobre as almas correctas, ocorre-me dizer umas coisas. Elas, a muito custo, aceitam que a culpa das cheias, desta feita, talvez não seja de Passos Coelho. Inclinam-se mais para o aquecimento global, sendo este, como é evidente, culpa dessa coisa que se chama humanidade, esmagada pelos malefícios do capitalismo. Ainda há dias, vimos, por esse mundo fora, milhões de criancinhas aterrorizadas a protestar nas ruas contra a sua própria espécie e a favor não se percebe bem de quê. Mergulhadas em universais slogans, vão para onde as empurram.
A terra já aqueceu e já arrefeceu milhares de vezes ao longo dos muitos milhões de milhões de giros que vem dando à volta do sol, sem ter nada a ver com a humanidade, que só existe há poucas dezenas de milhar de anos - grão de areia na praia do tempo cósmico. Parece que, agora, o planeta está a aquecer aos poucos, tal como, em tempos nada longínquos, arrefeceu, como tinha aquecido antes e arrefecerá depois.
Pensar-se-ia, com elementar lógica, que teremos que nos preparar para o tal aquecimento. Se vai haver menos água, que fazer? Se vai haver mais desastres naturais, que providências tomar? Se as espécies de que nos alimentamos vão sofrer, quais as alternativas?
Dessalinizar águas do mar, com certeza. Aplicar novas técnicas urbanísticas, sem dúvlda. Criar novos habitats, é evidente. Usar os mares com mais vigor e inteligência, indispensável.
Andar às voltas com o CO2, bullshit. Acabar com os hidrocarbonetos, crap. Usar energias caríssimas - “limpas” dizem eles - em vez de nucleares, asneira. E por aí fora. O que interessa ao mundo correcto é o CO2, não o CO2 que a natureza produz - muito mais do que o que o homem em algum tempo produziu ou produzirá - mas o que nós e as vacas fabricamos. Se já houve não poucas eras da terra em que havia mais CO2 do que hoje, com e sem humanidade, não interessa.
No fundo, o que interessa é o medo. Aterrorizar crianças e adultos com histórias que o mais que fazem é mudar os destinos do dinheiro, dar território a novas tecnologias, úteis ou não, ou abrir caminho aos candidatos a big brother .
Entretanto, por exemplo em Portugal, não se dessaliniza água nenhuma, não se trata dos recursos hídricos, toda a gente treme a pensar nos limites do Alqueva, mas isso de fazer mais barragens pode modificar a paisagem! O nuclear está “fora da agenda”, como dizia esse luminar do “ambiente” que se chamava Pinto de Sousa e se declarava engenheiro Sócrates.
Os correctos, os néscios, os activistas, acham que fazer furos no mar a 40 quilómetros da Aljezur dá cabo do turismo no Algarve. Procurar gás de xisto, nem pensar, podem maltratar algum pedregulho pré-histórico. O chamado governo acha bem.
Portugal, nos braços do esquerdismo, nada prevê nem prepara. Entretem-se e é entretido com modas. Estúpido, mas à la page.
Aquela rapariga muito peculiar que dá pelo nome de ministra da cultura descobriu, não se sabe onde, embora se possa calcular porquê, uma artista, muito conhecida lá em casa, a quem, pletórica de admiração, nomeou oficilamente nada mais nada menos que representante de Portugal numa exposição internacional de arte, nada mais nada menos que a Bienal de Veneza.
Era desconhecido de toda a gente, incluindo os conhecedores destes assuntos, qual o critério que presidiu a tal nomeação. Até que... até que a fulana, orgulhosamente, se confessou: aceita, honradíssima, a justa nomeação de que foi alvo, porque o convite veio da geringonça. Se de outro lado viesse, de nojo, não aceitava. Trocado o assunto por miúdos, a mulher vai à tal exposição em representação, não de Portugal e dos seus interesses artísticos, se é que os há, mas da geringonça. Representa o socialismo, e mais nada. Grande cidadã, grande democrata!
Faz lembrar o inacreditável Vasco Lourenço, coronel de aviário, que fez o 25 de Abril, não pelo amor à democracia, mas pela fé socialista. De tal maneira que não vai às comemorações da data se o governo não for dessa cor. A Pátria, a República, a Nação, são propriedade do socialismo, mesmo que os cidadãos não votem em tal aberração.
Aberrações, como o socialismo, são também a chamada ministra e a sua muito querida amiga, o que está provado por diversas formas, expressões e acontecimentos, incluindo a nomeação em apreço.
Voltando ao tema de anteontem, não posso deixar de exarar um elogio ao deputado do PSD que classificou de porcaria os ensinamentos prestados por missionários da pedereastia e afins às criancinhas de dez anos, em escolas do Estado.
Posto isto, há que admitir que há porcarias ainda mais porcas.
A pior de todas: perante o facto em si e a polémica que motivou, o chamado governo ficou calado como um rato: nem um guincho se lhe ouve.
A seguir, temos a porcaria da directora de uma escola, dona Arlete, que veio para os jornais defender as suas liberalidades: por palavras dela, “trata-se de actividades inscritas no plano curricular e aprovadas pelo Conselho Pedagógico”.
Outra porcaria, o tal Conselho Pedagógico.
E outra ainda, desta feita sem surpresa: a queixa que duas das esquerdoidas do costume apresentaram a uma organização qualquer encarregada da “igualdade” que o que faz é promover as desigualdades, desde que tais desigualdades tenham a ver com as partes de cada um, isto é, ditas "de género”.
Diz a dona Arlete que não houve pais a protestar: a ser verdade (não acredito), parece que a porcaria bateu à porta de certas famílias, e que a porta se abriu.
Sabe-se que, nos nossos dias, a pederastia e afins passou de coisa discreta e em geral tolerada para uma espécie de nova religião, com os seus oficiantes e propagandistas, incensada, elevada à categoria de classe, ou “género”, a admirar e imitar. É dado aos seus seguidores o estatuto de exemplo social. Aos respectivos prosélitos confere-se a categoria de de casta superior. As autoridades camarárias dão-lhes moradias e palacetes, verbas e projecção social, os poderes públicos consagram-lhes os mais diversos meios, apoiam-lhes a exibição pública dos seus hábitos, deficiências e orgulhos.
Passou-se do oito para o oitenta. De tolerados, ou compreendidos, os pederastas e afins passaram a cidadãos de excelência.
Num dos mais chocantes sinais dos tempos e da trafulhice moral a que estamos sujeitos, umas organizações afectas à classe organizam uma espécie de madrassas com vista à educação LGBTIXVO3+69 (não sei se o menu está completo) das criancinhas das escolas. Não contentes com isso cobram-lhes um contributo “voluntário” para o financiamento das suas actividades. E, ainda pior, há escolas PXV4+5,3 (o menu não é este, mas é parecido) que autorizam a macacada e até acham muito bem a cobrança.
Não contesto que esta malta tenha o direito a ser considerada normal. Mas, com estas manifestações, não se admirem se passarem a anormais, e a anormais perigosos. Que os tiros lhes saiam pela culatra são os votos do IRRITADO, certamente com o apoio dos pederastas e afins a quem assista algum bom senso, dignidade e noção da responsabilidade.
Em tempos que já lá vão, um delator era um delator, também conhecido por bufo e por outras pejorativas designações. Era o colaborador ideal das polícias políticas, dos espiões industriais e sociais, a “testemunha secreta” dos jornalistas baratos e de gente dessa igualha. Provocavam o merecido desprezo por parte das pessoas normais e também da justiça, salvo casos de carácter pidesco. Era uma “profissão” discreta, escondida de todos os que não fossem mais próximos capangas dos seus clientes.
Os bufos de hoje são mais sofisticados, sabem de informática e, em vez de andar a ouvir conversas no café ou atrás das portas, em vez de penetrar nos escritórios ou casas de cada um, entram na correspondência alheia sem cuidar de quaisquer direitos, penetram em contas bancárias sem mandato, alimentam a intrigalhada política e mais o que lhes der na gana. Ganham a vida com isso e têm os favores da opinião pública, hoje educada para o imediatismo do ódio e para os julgamentos sem intervenção policial e sem legitimidade investigatória ou judicial.
O Estado de Direito, o Primado da Lei, foram para o caixote do lixo, ou foi a sociedade que adoptou fundamentos “morais” que não constam de nenhuma declaração de direitos? Ou uma mistura dos dois? Quem souber que o diga.
Os maiores bufos deste mundo são incensados, elogiados, postos nos altares do ódio e, se perseguidos pela Lei, são perdoados, amnistiados, desculpados. Os poderes públicos, quando lhes convém, cooperam activamente com a sociedade. Há até penetrações em segredos militares internos de um país que deixaram de ser levados à conta de traição ou de espionagem. Sobre um tal Pinto, espião informático por conta própria que, perseguido pelo que resta das autoridades portuguesas, se diverte a dizer do seu país o que mafoma não diz do porco, a nossa opinião pública, tão afoita a condenar o que lhe vier à mão, nada opina, ou até aprova. Um alarve do mais radical, um pide de alma e coração, um ladrão de correspondência privada sem mandato outro que não seja o do próprio, não merece críticas sociais ou condenações dos nossos opiniosos e exigentes comunicadores. O senhor Pinto pode caluniar ou acusar quem muito bem lhe apetecer sem que ninguém ponha a nu a ignomínia da sua vida nem ponha em causa as suas acusações ou meio que utiliza.
Pois é. Vão dizer que vivo no século passado, que os meus valores caíram em desuso, que sou um velho do Restelo que não acredita nas descobertas do senhor Pinto. Não têm razão. Não vivo no século passado. Para ser verdadeitamente moderno vivo vários séculos mais atrás, quando bastava um sopro de denúncia para um tipo ir parar à fogueira. É, mutatis mutandis, o que a nova moral estabelece, com o incondicional apoio da forças “progressitas” e dos ódios primários que animam a vilanagem.
Há uns anos, durante o governo legítimo, o ministro Poiares Maduro lançou um novo esquema de supervisão da RTP, através dum Conselho Geral Independente. Alinhado este novo sistema com uma diferente administração, a RTP conheceu uns anos de melhores serviços e de aceitável independência.
Por razões óbvias, o sistema nunca agradou aos partidos comunistas, como nada do que é independente lhe pode algum dia agradar. A RTP é propriedade do governo, ainda que pelo menos parcialmente, seja sustentada pelas contribuições obrigatórias do Zé povinho. Há que, acham os comunistas, que deve ser o Estado a tomar conta daquilo, designadamente da informação e da opinião.
Outra coisa não seria de esperar. Mas a lata daquela gente ultrapassa tudo o que o mais ousado imaginaria: o conselho independente deve simplesmente acabar e ser substituído por uma nova organização, onde imperarão os políticos, com óbvia maioria dos da geringonça. Entre políticos, trabalhadores, tipos do governo e mais dois do “conselho de opinião”, haverá duas personalidades de “reconhecido mérito” cooptados pelos demais, isto é, pela geringonça. Isso de independência não rima com socialismo! A rematar a proposta de forma pelo menos populista, propõem também que o Estado tome conta do integral financiamento da organização, o que garantirá a total ausência de independência.
A ver vamos qual o destino da proposta dos “democratas” do PC. O BE certamente achará que não é suficiente, havendo que a reforçar com mais uns apaniguados seus, a título de independentes. O PSD/RIO é capaz de achar bem, o CDS nem tanto, o PS vai na conversa, salvo um ou outro tipo – a descartar em breve – que ainda tem uns restos de memória dos tempos do “socialismo democrático”.
Enfim, o IRRITADO é um pessimista inveterado, como toda a gente sabe...
10.3.19
ET. Declaração de interesses: como se lembrará quem o lê, o IRRITADO sempre foi, e continua a ser, contra a mera existência de órgãos de comunicação do Estado outros que não o chamado Diário da República. Mas já que a RTP “tem que existir”... do mal o menos. E é o mal quem está em movimento.
Segundo os jornais, 10% dos “auxiliares" – vulgo contínuos, pessoal de limpeza e coisas do género – então de baixa de longo prazo. Admitamos, por defeito, que outros 10% estarão de baixa de curto e médio prazo. Além disso, dizem os directores das escolas, que os “assistentes técnicos” – seja lá isso o que for, têm falta de “qualificações”. Por outras palavras, do pessoal “não docente”, só vão ao trabalho 8 em cada dez, e grande parte dos que vão não têm “qualificações”.
Donde, temos dois problemas.
O primeiro é o do nacional-porreirismo da classe médica que, para que não a chateiem, dá baixas a torto e a direito a gente que acha que trabalhar faz calos ou que, em criminosa atitude racista, opina que o trabalho é bom pó preto. Em casa é que se está bem, a ver a Cristina e o Costa a fazer caldeiradas. É o bom povo português no seu característico melhor, como usava dizer o camarada Sócrates em relação a si próprio.
Segundo organizações próximas da geringonça, impõe-se admitir uns 350 especialistas, psicólogos, sociólogos, politólogos, etc., com vínculo à função pública, a fim de educar, tanto os médicos como os funcionários não docentes no sentido de que as baixas sejam melhor justificadas pelos primeiros e de que os segundos adquiram brio profissional e amor ao trabalho. Estudos já publicados por quatro universidades e duas ONG’s garantem que, por acção destes especialistas, será possível, dentro de 14 anos, baixar o número das baixas em mais de 1%.
O segundo problema tem a ver com a falta de qualificações dos funcionários não docentes. Fontes governamentais garantem que vão ser criadas pelos menos 22 novas licenciaturas em técnicas de lavagem de vidros, limpezas gerais, ir comprar o jornal para o senhor director e outras especiosas e difíceis matérias de tecnologia avançada.
A sugestão foi muita aplaudida pelo BE e pelo PC, na condição de que os cursos a criar sejam exclusivo de universidades públicas, com expressa exclusão da Católica.
A inacreditável “bastonária” dos enfermeiros não faz outra coisa que não seja apoiar os sindicatos, é a figura número um das suas reivindicações, nunca seja quem for a ouviu falar de matérias da sua competência, transformou a “Ordem” num saco de exigências meramente sindicais, passa a vida a perorar para gáudio dos media, enfim, é uma demagoga consumada, palavrosa, espernéfica e gritadora.
Hoje há mais uma farra dos enfermeiros em Lisboa. Vão andar para aí aos gritos, a chatear meio mundo. Estarão no seu sindical direito. O que me trás é que a tal “bastonária” alugou 70 autocarros para trazer milhares de enfermeiros de todo o país. Pagou-os com dinheiro da “Ordem”. Vale a pena procurar nos jornais as “justificações” da paspalhona. Diz ela que a “reunião” de hoje nada tem de sindical – está mesmo a ver-se, não está? – e que, por isso, é legítimo pagar assim os autocarros. Acrescentemos que haverá greves dos enfermeiros por toda a parte. Não são greves, diz ela, tão só uma froma de mostrar a união da classe.
Vale tudo, meus amigos. No país da geringonça vale tudo.
Em coerência com as suas magníficas ideias, em obediência ás universais políticas de “descarbonização” da nossa vida, e no seguimentos das suas salvíficas normas sobre o gasóleo, o maravilhoso ministro do ambiente que a geringonça nos deu anunciou aos portugueses e aos metecos que o Estado a que chegámos vai comprar carros eléctricos aos pontapés. Viaturas com motores de explosão ou de combustão interna, nunca mais!
Mas, atenção, com certeza por causa da demora nos carregamentos e da falta de autonomia, aos ministros e outras altas individualidades (gente que, no serviço à Pátria, não pode perder tempo nem ficar pelo caminho) sua excelência concederá o privilégio da compra de híbridos, de preferência auto-carregáveis. Mais vale prevenir que remediar. Grande político!
Resta saber onde irá a geringonça buscar o dinheiro para este tão volumoso investimento: à saúde ou à educação? As necessárias cativações já devem estar a ser estudadas.
Sempre, sempre ao lado do povo e da verdade, o nosso admirável PS vai lançar uma campanha de combate às fake news. O respectivo grupo parlamentar, via proposta da autoria do seu impecável presidente, lança hoje uma “recomendação ao governo” para combater tal flagelo.
Muito bem!
Estamos todos de acordo com esta fenomenal auto-crítica. Será que o PS está disposto a denunciar as notícias falsas quer por aí têm feito o seu caminho, ou será que não tem dado por elas?
Meia dúzia de evidentes exemplos, a denunciar com urgência:
- Acabou a austeridade
- Os impostos desceram
- Os professores e os enfermeiros vão recuperar tudo o que lhes der na gana
- O desemprego baixou por acção do governo
- Vai ser construido um sem-número de vias férreas
- A injecção de dinheiro no Novo Banco não terá qualquer influência nas contas do Estado
- O governo não tem qualquer responsabilidade no fogos, na aplicação dos donativos, nem seja no que for que corra mal, ou menos bem
- A família do chamado primeiro ministro anda de autocarro
- As trinta e cinco horas foram uma medida inteligentíssima
- Palavra dada pelo governo é sempre respeitada
E assim por diante. A “resolução” do César vai ser aprovada por unanimidade. A Pátria continuará a comer notícias falsas todos os dias. Como já está habituada, não há probema.
Não há dúvida de que o chamado governo, o seu impoluto líder e os seus impecáveis parceiros, com a prestimosa colaboração da “comunicação social”, têm uma sorte fantástica.
Todos os dias se arranja uma nova para ocupar a cabeça da plebe. A última, que vai dar para meses, é a do ladrão conhecido por hacker, que andava a fazer das suas em Paris e Budapeste. Preciso é distrair os infelizes, a fim de que se não dê pelas caldeiradas (literais ou não) das geringonciais estruturas e decisões. Andámos semanas ocupados com a violência doméstica, a que se seguiu a titânica luta das forças do progresso contra o juiz Moura. Outras virão para ocupar os jornais.
Exemplificando:
Mimosamente, o senhor Pereira, que às vezes tem piada, manda o tal juiz “meter as sentenças no rabo”. Um tal Nogueira, que nunca teve piada de espécie nenhuma, diz que o homem “é um animal irracional” que “anda à solta” e que “precisa de uma coleira, uma trela e um açaime”. A dona Joana Dias afirma que “este juiz tem que ir para a rua”. E é já!”, porque “é um perigo para a segurança pública”. Um tal Seixas vocifera que as sentenças do homem são “parvas”.
O que fica disto tudo, pior que as ideias pouco canónicas do senhor Moura, é esta porcaria. Mas, que diabo, o que é preciso é entreter a malta.
Enquanto se entretem a malta não se avisa a malta, não é?
Grande vitória a do Cravinho pai. Não, não é como a proposta de envio de tropas para a Venezuela que o Cravinho filho queria. Essa foi derrotada. O pai, pelo contrário, averbou retumbante vitória: vai buscar ao orçamento do camarada Ferro Rodrigues nada menos que uns 480.000 euritos para pagar os "estudos" encomendados pelos “sábios” - ou aos “sábios” - que fazem parte de uma distinta comissão que, com mandato de “justificar” a regionalização, tem o nome aldrabófono de CID – Comissão Independente para a Descentralização. Segundo o próprio Cravinho pai, o dinheirinho destina-se a encomendar estudos sobre a reginalização a “reputados especialistas”. Só para o camarada Freitas do Amaral são mais de 100.000, uma miséria. Para os outros não se sabe, ou não vem nos jornais.
Foi uma luta sem tréguas. Os administradores da Assembleia não lhe davam mais que 190.000 moedinhas. Indignado, o Cravinho pai desatou a espadanar. Depois de muitas voltas, lá conseguiu o que queria, com o apoio dos partidos regionalizadores, o PS e o PSD/Rio - extinto que parece estar o antigo PPD/PSD. O CDS e o PC votaram contra. O BE, por causa das moscas, ficou de fora. Honra ao Pedro Pinto (PSD) e a uma Eurídice Pereira, do PS, que manifestaram a sua discordância.
Cinicamente disfarçado de descentralização, o projecto de esfrangalhamento do país vai de vento em popa. Os “estudos” têm conclusão pré-determinada e obrigatória: a regionalização é óptima e a opinião pública deve ser devidamente “trabalhada” a fim de que o futuro referendo que querem provocar tenha o resultado que pretendem, ou seja, o contrário do anterior. Bem visto, não é?
Portugal existe porque o poder político nunca deixou que o país se dividisse. Foi esse o “segredo” da unidade e da coesão nacional, exemplarmente conseguida. Quando os poderes regionais (fácticos ou institucionais, da nobreza ou do clero) se tornavam demasiado poderosos, o poder (o Rei) recorreu sempre aos tradicionais municípios ou ao povo para os limitar. As duas primeiras Repúblicas não contradisseram a tradição.
Transformar um pequeno país na manta de retalhos de pequenas regiões, querer comparar-se ao “Império Castelhano”, criar uma multidão de novos políticos, complicar ainda mais a teia de poderes, gastar milhões com isso, criar rivalidades que só existem na cabeça paroquial de certos mini-líderes locais, talvez não seja uma traição à pátria e à História, mas será com certeza um acto estúpido, perigoso, contraproducente e pouco português.
Mas os “estudos” vão prosseguir, principescamente pagos e cheios de cravinhal importância.
“O mais interessante é que a polémica acerca da música do Conan Osíris já estava contida dentro da música do Conan Osíris”.
Rui Tavares, “historiador e fundador do “Livre”.
Não vale a pena explicitar o inexplicitável “pensamento” acima reproduzido. Mas, ao menos, ficamos a saber que há coisas “contidas dentro”, o que implica que também haverá outras contidas fora, contidas ao lado, ou por baixo ou por cima. Pobre língua a nossa, nas mãos destes tipos.