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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

OS IGNORANTES

Quando a PGR (não a actual, a outra, a que foi saneada pela aliança Costa/Marcelo) resolveu entregar o caso à PJ sem dar satisfações à tropa, devia saber em que alhada se metia. Podia ter posto as duas polícias a trabalhar em conjunto, podia ter chegado a um acordo qualquer que salvasse, à tropa, a honra do convento. Não o fez. Com o aplauso da aliança, ofendeu gravemante o orgulho da corporação. Não avaliou a força do “espírito de corpo” que ainda anima as bélicas hostes. Ignorância? Falta de bom senso? O que seja. Fez asneira. Nas paradas dos quartéis, nas messes, nos clubes militares, grassou uma tempestade de indignação. Tratava-se de um problema militar, um roubo praticado por militares ou ex-militares que punha em causa a competência da organização, a honra da organização. Uma vergonha. Os militares, que têm polícia de investigação própria, eram excluídos das investigações por desastrada intervenção do poder civil. Inaceitável!

A decisão da procuradora pôs em marcha a fúria indignada da corporação, que continuou a investigar. Teve, é certo, o cuidado de alertar autoridades governamentais e gentes de Belém para o que andava a fazer. Estas, ouviram, calaram, parece que não perceberam, trataram de tirar o cavalinho da chuva, armaram-se em ignorantes, defenderam as costas (e o Costa). A recuperação do roubado seria um triunfo político que levaria todos ao altar da fama.

A coisa deu para o torto. Todos se embrulharam, todos desataram a clamar que não sabiam, que ideia, pobres ignorantres apanhados em contra-mão. A recuperação do roubado passou a ser pior crime que o roubo. Rolaram umas cabeças, havendo naturais suspeitas de que outras mereceriam o mesmo destino. Essas, porém, continuam a bom recato, santa ignorância, o que interessa é a campanha eleitoral.

Onde irá isto dar? Estejam descansados que, a dar em alguma coisa, será daqui a vários anos, quando toda a gente já se tiver esquecido do assunto. A aliança continuará em boas mãos, até porque, segundo diz o aclamado primeiro-ministro, “à Justiça o que é da Justiça, à política o que é da política”. Coitado, não tem nada com isso. Assunto encerrado.

 

27.9.19

A CARAPUÇA

Um tipo qualquer terá dito, num telefonema à prima, que o “papagaio-mor deste reino” sabia da história do roubo de Tancos.

Não terá havido quem não pensasse que o fulano se referia ao senhor de Belém, com o fim de o incriminar. Todos terão achado que o acusador é parvo, aldrabão, ou estava a gozar com a prima. Todos pensaram que a coisa não merecia ter pés para andar.

Todos? Não. A única pessoa que tinha a estrita obrigação de não ligar ao caso é, evidentemente, o próprio senhor de Belém. E, ó espanto, foi ele o único que veio enfiar a carapuça, ou dar à casca, como soe dizer-se.

É de dar tratos à mioleira pensar no que isto quer dizer. Será que as qualidades de inteligência que lhe são com toda ajustiça atribuídas entraram em colapso? Será que o senhor teve “uma branca” que não lhe permitiu reagir de outra maneira, ou mandar simplemente o assunto às urtigas? Será que perdeu a cabeça perante a alegada ofensa? Ou será que há outra explicação, que não me atrevo a formular?

Como é possível que um assunto que não seria mais que um fait divers idiota se tornou num affaire d’Etat?  

Valha-nos Santo Ambrósio, arcebispo de Milão.

 

26.9.19

O ELENCO

 

A peça foi bem ensaiada. Os artistas interiorizaram os seus papéis de forma cuidada. A espaços, os maus são bons e os bons são maus, sempre com as devidas expressões, ora de indignação, acusação, ataque, ora de ternurenta empatia e de declarações do mais profundo entendimento.

Há-os que fazem agressivas diatribes, logo seguidas de elogios, há os guerreiros, os falcões, há as pombas, as rolinhas da paz. Às vezes são os mesmos, os que se queixam, os que se gabam, os que desprezam, os que amam.

O objectivo é exorcismar, esconjurar, diabolizar os inimigos, gente que não faz parte da peça, que não respeita a nova moral, que não gosta da encenação nem do ensaiador ou do dramaturgo. Gente a que não faz parte do elenco, que fala mas não é suposto ser ouvida pela assistência.

Essa, é para convencer e calar. Que fique ciente, o elenco funciona, tem razão, ciência certa, palavra final. A sua missão é entreter, fingir quesílias, deixar acordos em entrelinhas bem estudadas.

Segundo o elenco, sob a sua direcção todos os problemas estão resolvidos, as suas résteas são as herdadas da peça que foi corrida da cena. O elenco é o Estado, tudo abarca, tudo domina, tudo prevê, o dramaturgo é o chefe, quem não gostar não conta. As pessoas são meros assistentes da exibição, mero pormenor descartável. Importante é a grande organização da trupe, a que domina os espectadores, os doentes como os saudáveis, os pobres como os ricos, todos destinados à irrelevância, à insignificância, a ficar de fora. Não não fazem parte do elenco, destinam-se a ouvir, ouvir e calar, as regras estão estabelecidas, são inultrapassáveis, lei.    

Não importa o que façam. O futuro está garantido, o grande contrato estabelecido, o grande chefe nomeado, aceite e admirado, os acólitos servem para dar algum dramatismo à fábula, para entreter o público, para assegurar a distracção. Lá estarão, na hora da verdade, para dar força ao chefe.

Os espectadores, esses, vão pagar mais bilhetes. E a peça continuará em cena.

 

25.9.19

OS NÚMEROS BONS

Ontem, perdi uns dez minutos com o debate dos sobas. Mais não aguentei. Ouvir dizer que os impostos subiram, como dizem os números, ou que desceram, como diz o Costa pela décima milionésima vez, ser vítima da matraca da Catarina, da cassete do Jerónimo, da perigosa “moral” do Silva, da explicadíssima Assunção, chega! A única novidade é o despertar do Rio, tarde e más horas.

Desta vez, porém, houve um soba inesperado, mas de peso: o INE. Mesmo a tempo, na hora certa, no momento mais apropriado para dar gás às patranhas do Costa, chegaram os desejados, ou encomendados, números. Na melhor das hipóteses, os novos números do INE são confissão de ter andado a enganar-se durante uns meses. Os números antigos eram “provisórios”, os novos é que são “bons”. Na pior, nunca se enganou, guardou foi os tais números na manga a fim de os poder lançar à canalha a dois dias das eleições. De qualquer maneira, música celestial para os ouvidos da geringonça. O Costa agradece. Quem quiser acredite.

 

24.9.19   

DO TERRORISMO “ECOLÓGICO”

 

O senhor de Belém veio criticar a “cegueira dos governos” em matéria de alterações climáticas. Mais não fez que arranjar um mote para repetir os seus habituais elogios à geringonça.

A geringonça, como o senhor Guterres e inúmeros governos do planeta devem ser criticados por, em vez de se preparar para as consequências das mudanças do clima continuam apostados em culpar a humanidade pelos caprichos planetários, coisa que não depende da cegueira dos governos mas de inúmeros outros factores, para a lista dos quais os malefícios do homem não deviam ser chamados. Como os governos, sob a perniciosa influência de um grupo de funcionários da ONU mascarados de cientistas mas de nomeação política, em vez de tomar providências para afrontar as eventuais consequências das mudanças climáticas, acham que o que há a fazer é andar atrás de uma menina que não quer ir às aulas e adora cruzeiros oceânicos em veleiros de luxo, e acusar as pessoas de comportamentos ofensivos, tais comer carne de vaca e viajar de avião, ou até, em versão portuguesa, deitar beatas para o chão, não por razões higiénicas e civilazacionais mas porque são ecologicamente “impuras”.

Como disse noutro post, peço desculpa por me repetir, há inúmeras cautelas a tomar em relação aos perigos de que se fala, partindo do princípio de que isto está mesmo a aquecer. A preocupação com os factores que provocam quebras na qualidade de vida dos seres humanos são demasiado importantes para que se ande a entreter os adultos e a aterrorizar os jóvens com o fim do planeta, coisa que terá lugar sabe-se lá quando, mas certamente dentro de largos milhões de anos.   

Despoluir as cidades, os rios, os oceanos, armazenar e conservar a água, encontrar formas de obtenção de energia muito para além dos moinhos de vento e das culturas intensivas de painéis solares, defender as costas ameaçadas pela subida das águas, preparar os redutos humanos para as cheias, incentivar a produção de alimentos em condições economicamente viáveis através de alterações à sua produtividade (não é o que o Homem anda a fazer desde os mais remotos tempos, pelo menos desde o primeiro enxerto?), etc., tudo questões facilmente entendíveis sem ser preciso criar a atmosfera de terror em que vivemos. Em vez de andar a vender ideias e projecções alarmistas, fruto de “ciência certa e incontrovertível”, ao ponto de condenar os chamados “negacionistas” como se negassem um holocausto, não passado mas prognosticado à la manière, formatado, de crença obrigatória, não seria melhor dizer às pessoas que se preparem para situações climáticas desfavoráveis?      

 Os fins nunca justificaram os meios, as lavagens ao cérebro são disso bom exemplo.

 

24.9.19

PALAVRA DESONRADA

Dizem os envolvidos no assunto que os dois debatentes, Costa e Rio, chegaram a acordo antes do programa: nem um nem outro faria declarações à saída. Um gentlemens’ agreement. Muito bem.

Um pormenor foi, porém, esquecido. É que, para haver um tal agreement, é indispensável haver pelo menos dois gentlemen. Como não havia, Rio saiu calado, Costa, à saída, respondeu a oitocentas perguntas, sorridente como um muar.

Ninguém ligou ao assunto, ninguém criticou, foi um fait divers. Pois é. Há atitudes que tudo dizem. De quem as teve, e de quem não deu por elas.

 

20.9.19  

SALVAR O PLANETA

Ontem, em manifestação de respeito e apreço pelo magnífico reitor da universiadade de Coimbra, regalei-me com umas fatias de rosbife mal passado com batatas fritas.

Não sou nem bolsonariano nem trumpista. Mas sinto uma certa irritação com este convencimento idiota que se apoderou da humanidade, ao ponto de se proibir a carne de vaca nas cantinas, para “salvar o planeta”. Já que não podemos alterar os hábitos intestinais das vacas e, já agora, dos bois, acabe-se com a espécie, seguindo o científico parecer do senhor reitor. Estamos todos a ver os estudantes, coitados, a ficar privados de filet mignon, de língua estufada e de bifinhos ao Madeira, não, é? Não. Jamais algum deles cheirou tais vitualhas. Nunca houve um estudante, nem no meu tempo nem agora, que gostasse da comida das cantinas. Isso é que é grave.

Adiante. O planeta está a aquecer? É possível. Ninguém faz ideia, como nunca ninguém fez ideia, da duração de tal aquecimento, como nunca ninguém fez ideia de quantas vezes e por quanto tempo o planeta arrefeceu ou aqueceu. O que se sabe é que nunca o homem teve a ver com isso. Mas, reza o correcto, desta vez não voltará a arrefecer, continuará a aquecer pelo menos enquanto houver nele essa coisa horrível, criminosa e incompetente que é a humanidade. Coisa que, se houver justiça, deverá acabar a seguir às vacas, isto se não forem respeitados os avisados conselhos de quem sabe. O totalitarismo “científico” está instalado e progredirá até que alguém demonstre que o rei vai nu, o que, a curto prazo, não é previsível.

Os oceanos vão subir? É possível. Diria o bom senso que as áreas em perigo deviam ser protegidas. Os holandeses, no tempo em que não havia “bulldozers”, elevaram as suas terras com pás e enxadas, para que o mar não os incomodasse. Aí está. As arribas fósseis deviam ser reforçadas, estabilizadas. Aí está. Em vez disso, não se coma carne de vaca, diz a moda

Vai haver falta de água? É possível. Então, guarde-se a água em vez de dizer, como faz a dona Catarina, que as barragens, essa hedionda invenção da humanidade e da EDP, cometem o crime de evaporar. Avance-se para novas tecnologias de dessalinização das águas do mar. Faça-se uma gestão da água que há e arrange-se maneira de a armazenar mais, em vez de diminuir a água dos autoclismos e dizer às criancinhas para não os descarregar só por causa de uma mijinha, “para defender o planeta” (já vi disto).

Aproxima-se uma era de escassez de alimentos? É possível. Então acabe-se com a luta contra os transgénicos, que nuca fizeram mal seja ao que for e a quem for, pelo menos que se saiba. Então não se retire à espécie humana, que é omnívora desde a mais remota antiguidade, o direito de comer o que lhe apetecer, em vez de andar para aí a fazer do vegetarianismo e do veganismo uma religião indiscutível e totalitária.

Aqui, à minha porta, costuma haver uma feira da produtos “bio”. A maioria são tão “bio” como um saco de plástico. Mas também há frutos de aspecto miserável e sabor a lagartas. E cogumelos, frutos pretos e vermelhos, etc, criados em estufas de plástico. Tudo mais caro, tudo com etiquetas á la manière. Aldrabices várias muito apreciadas pelos salvadores do planeta. Eu até acho agradável comprar couves ditas bio aqui à porta, tem a sua piada, os tipos são simpáticos, desde que não comecem a vender teorias.

Note-se, eu acho muito bem, muito útil (até prova em contrário), que haja carros a pilhas (ai o lítio, que horror!), que se despolua os rios, que se lute contra os ruídos excessivos, que se plante espécies autóctones (sem prejuízo dos eucaliptos!), que se puna os autores de efluentes tóxicos, que se torne a nossa vida mais agradável, sustentável, saudável. Mas não tolero o totalitarismo dito ambientalista, nem a antropogénese de todos os males, nem a demagógica ilusão de andar a “salvar o planeta”, corpo celeste que depende dos caprichos do cosmos e não da carne de vaca.

 

20.9.19    

O “DEBATE

 

Mais uma vez, os nossos (vossos, da geringonça ou quase) jornalistas tomaram a seu cargo evitar que houvesse qualquer coisa parecida com um debate. O único momento em que pareceu que o debate estava a nascer, com os políticos a tomar conta, os jornalistas trataram de interromper, parando a estamina dos oponentes e voltando ao domínio das entrevistas. Estivemos perante um programa em que já não se percebia quem eram as “estrelas”, se os três presunçosos pacóvios se os dois políticos.

Posto isto, a grande surpreza foi a prestação de Rui Rio. Quem já não tinhas ilusões quanto à subserviência do homem em relação ao PS, ficou de boca aberta. Rio não só se bateu taco-a-taco com o geringonço, como foi capaz de destruir várias arrancadas dele, todas, sem excepção, meras repetições da cassete da propaganda que as pessoas já sabem de cor: o “crescimento” da economia, a “excelência” dos serviços públicos, a “baixa” dos impostos, etc., tudo, ou quase, rigorosamente mentira.

O momento-chave do usurpador ouviu-se quando, chamado às responsabilidades, disse que se sentia responsável... pelo que correu bem. Uma confissão que não seria de esperar, isto é, nada do que correu mal é obra ou responsabilidade sua! É o rabo a fugir a todas as seringas, não há remédio para total auto-inimputabilidade da criatura, desta feita confessada e assumida. O homem teve um momento de verdade!

O que há de positivo nisto tudo é que pode haver gente a achar que, mesmo com os olhos fechados, a melhor forma de votar contra o PS ainda é votar PSD.

 

17.9.19

ACABOU-SE!

 

A nacional pasmaceira tomou conta dos chamados “debates” dos políticos. Ninguém tem nada para dizer que saia da “salvação do planeta”, das 35 horas, do SNS público a 100%, com raras incursões de terceiros, todos são ecologistas, poucos ou nenhns denunciam a PANasneira triunfante, todos querem uma alimentação racional, v.g. vegan, a impor à cacetada se for preciso, o Costa faz, todos os dias, a sua propaganda, recheada das mais descaradas aldrabices, o Rio acomoda-se, é de esquerda, é social democrata, está de acordo com o PS, as 35 horas são para continuar, o PC é uma simpatia, o PAN que, para o PS, não tem defeitos (é só uma questão de “ritmo”) dá cabo do Rio com a ajuda do Teixeira, a Catarina, mais uma, passou a social democrata como o Rio e como a ala ex-soarista do PS (se é que ainda existe), todos acham bem que as raparigas queiram ser ministras, da Europa não se fala a não ser para louvaminhar a dona Elisa, que vai encher pátria de dinheiro, a defesa, a segurança, a economia, ou não existem, ou são fait divers, ou nada há a propor ou a dizer, todos querem baixar impostos mas nenhum sabe como, o “Estado “forte”, como queria o Estado Novo, resolverá tudo, o Estado estará presente em tudo, o CDS não descola da manada... para quê votar se estão todos de acordo, são todos moderados, não se atacam, não defendem diferenças, não têm alternativas que se veja?

Acabou-se!

 

13.9.19

OS MAUS E OS PÉSSIMOS

 

O PC foi uma organização clandestina, ferozmente perseguida pela II República. Muitos dos seus militantes sofreram torturas, espancamentos, prisão, degredo. A cada um que sofreu é devido respeito.

Hoje em total liberdade, o PC considera ter andado, naquele tempo, a defender a Liberdade. Se é verdade que os que sofreram, sofreram, não é menos verdade que nunca, nem naquele tempo nem hoje em dia, o PC se bateu fosse por que Liberdade fosse. Usa-a, mas nunca foi, nem é, adepto dela. Tanto durante a clandestinidade como até muitos anos depois, o PC foi o fiel seguidor da mais terrível ditadura da que há memória, só comparável, nos seus horrores, ao nazismo, mas com a “vantagem” de ter durado muito mais. A URSS foi a sua entidade financiadora, a sua dona política, a sua mentora espiritual, o seu guia, o seu patrão.

Deixou de haver URSS lá pelas rússias, deixou de haver II República por cá. Mas enquanto, em Portugal, as pessoas passam a vida a denunciar a II República, o PC não moveu um milímetro na sua postura. Já não tem “pátria soviética” para louvar (onde e quando pode, ainda louva) mas continua a apoiar toda e qualquer ditadura socialista, ao ponto de se rever na Coreia do Norte, na Venezuela, em Cuba, e em tudo oque lhe cheire a tirania comunista. Nunca fez contrição alguma, nunca apontou o dedo a nada que fosse “da família”.

Dito de outra forma, se há alguma coisa com que o PC nada tem a ver, é ela a Liberdade. E não há nada mais inadequado para a amar que o PC.

Então, com que direito vem propor a proibição de um museu dedicado à II República? Com o “direito” que lhe é conferido pela história, alimentada esta por “historiadores” do calibre de um Boaventura, de um Rosas ou de um Tavares. Pode perceber-se que o museu dito de Salazar não seja um santuário dos saudosistas da sua (dele) república. Mas é a todos os títulos inaceitável que se use todos os meios para evitar que aqueles tempos sofram a agressão “histórica” do degredo, como se nunca tivessem existido.

Até certo ponto, percebe-se o desagrado do PC, e até dos “intelectuais” do BE. O que já se não pode aceitar é a cumplicidade do PS, que é um atentado à cultura de uma inominável cobardia. O PS, herdeiro maçónico e jacobino do mais colonialista de todos os regimes (a I República) é capaz de dizer cobras e lagartos da II, que, neste particular, deu o litro para defender a herança dos seus, dele, PS, maiores. Ao ponto de se opor a que a história , tal como existiu, seja objecto de um museu. Mas, na hora “certa” votou com o PC.

Pior foi a abstenção do PSD e do CDS. Esta não merece comentários, é rasca demais. Mesmo no período mais negro da sua história, estes partidos podiamao menos, ser honrados. Mas isso de honra foi chão que deu uvas.  

 

12.9.19

A GRANDE MARCHA

 

Há dias, a atenção dos portugueses foi, e bem, chamada para mais uma verdadeira conspiração privada contra o Estado socialista.

Há organizações privadas (no caso em destaque, a Universidade Católica, a melhor do país segundo as mais abalizadas opiniões) que manifestaram a intenção de vir a criar faculdades de medicina. Veja-se o desplante! Quando um povo inteiro está a dar alegres e evidentes sinais do imparável avanço do homem novo a caminho do socialismo real, quando os hospitais privados estão, com toda a razão, a ser perseguidos pelas autoridades, almejando o seu fecho, quando há um esforço enorme para a estatização de tudo e mais alguma coisa, eis que aparecem uns fulanos a querer formar médicos, coisa que o socialismo limita, e bem, a fim de manter e alargar o poder estatal, os numerus clausus, etc. É preciso lata!

Felizmente, as corporações não estão pelos ajustes. A Ordem (ou sindicato?) dos Médicos, por exemplo, protestou com larga cópia de argumentos. Bem haja. A esquerda em geral, como era de esperar, também não gostou, com carradas de estatizante razão. E até, como a tal unversidade é propriedade da Igreja católica, há quem afirme que a iniciativa é um atentado à liberdade religiosa, uma vez que os discípulos de Confúcio, por exemplo, não têm universidade nenhuma, ainda menos uma faculadae de medicina.

Há que defender o povo contra estas intenções neoliberais, maléficas e objectivamente fascizantes. A grande marcha a caminho da sociedade socialista imposta pela Constituição da III República não pode ser interrompida!

Não acha?

 

12.9.19

À ATENÇÃO DO SR. SILVA

 

Não sei se Vexa. Sr. Silva, tem informação que chegue para a sua indefectível cruzada a favor dos animais, com os animais, sobre os animais, etc., coisa entre todas nobre e, digamos a verdade, muito inteligente.

Não quero, por isso, deixar de chamar a sua atenção para algumas espécies a que não vi, ainda, qualquer referência no inigualável programa político que apresentou à nação. Como bem disse o senhor primeiro-ministro, figura também muito inteligente, a única divergência entre o programa do PS e o do PAN é, muito simplesmente, uma “questão de ritmo”. Estou por isso certo que as vossas duas inteligências facilmente ultrapassarão tal divergência e que as minhas sugestões de hoje não deixarão de ser tidas pelo futuro governo em interessada consideração .

E passo a sugerir. Os dois partidos irmãos deverão dar a devida atenção à protecção da Actinia equina, ou Schmidt, da Errina dabneyi, do Leipathes galberrima, da Phenomena carpenteri, da Chondrocladia robertballardi e do Glaucus atlanticus. Cito de memória, mas Vexa, do alto da sua indiscutível experiência científica, não deixará de encontrar mais espécies dignas das preocupções, tanto do PAN como do PS, aliás hoje citadas no “Público”.

Julgo de recomendar a alocação de uns milhões a diversas matérias de altíssima urgência. Por exemplo, no caso da Actinia equina, ou Schmidt, designadamente no que respeita à sua reprodução, que pode ser sexuada ou não (neste particular terá sempre o apoio do BE e da Gilga), a fim de de ultrapassar quaisquer limitações à sua escolha de género. No caso da Errina dabneyi, haverá que preservar a sua genealogia, de origem britânica, desde já fundando uma secção especial do SNS, ou NHS, com hospital a edificar de preferência nos Açores ou na ilha de Man. No que ao Leipathes galberrima diz respeito, por ser negro, haverá que providenciar no sentido da sua não descriminação, designadamente criminalizando qualquer manifestação de racismo. Não esqueça, senhor Silva, o caso dramático da Phenomena carpenteri a quem haverá que proporcionar inúmeros cuidados médicos, designadamente de cariz ginecológico, dado que se trata de uma espécie de barriga de aluguer para muitas cidadãs/ãos aquáticos (esta medida também terá o apoio incondicional do BE). À Chondrocladia robertballardi deve ser dada epecial atenção: uma vez que se trata de uma espécie carnívora deve ser-lhe dada formação em hábitos de alimentação racional, vegetariana ou vegan. Finalmente, temos o caso do Glaucus atlanticus, que se alimenta de caravelas portuguesas, sendo de acompanhar e incentivar este seu salutar hábito anti-colonial e anti-esclavagista, a bem da verdade histórica da nacional-esquerda.

E pronto, aqui ficam algumas ideias a que por certo Vexa e o seu apoiante Costa não deixarão de prestar a melhor atenção e apoio, ainda que com facilmante ultrapassáveis “divergências de ritmo”.

 

12.9.19

FAKE NEWS

Não há dúvida que o senhor Bolsonaro é um tipo execrável, uma desgraça com pernas, um ignorante perigoso, como tantos outros que por aí vicejam. Só não se sabe, nunca se saberá, se a alternativa era melhor ou pior, para os brasileiros e para o mundo.

Posto isto, a esquerda universal e parte da direita acusa o fulano de andar a incendiar a Amazónia, de ser o autor das condições que propiciam um aumento desmesurado dos incêndios, de andar a proteger os incendiários, de andar a destruir o planeta, etc. e tal. Até o presidente Macron entrou em histeria contra o homem e contra o Brasil

(digo eu, e não é teoria da conspiração, que Macron está aflito por causa do acordo da Europa com o Mercosul, coisa capaz de dar cabo da sacrossanta, e caríssima, agricultura francesa: posto em causa o acordo, acha ele, fica o perigo mais longe)

e fez declarações, essas sim, incendiárias e alinhadas com a esquerda universal.

Afinal, segundo dizem os factos, os incêndios do Bolsonaro são fogueiras de Santo António (passe o exagero) se comparados com o que se tem passado em todos os anos deste século. Não há uma única instância credível que não o diga. Até o tenebroso Geenpeace o diz!

A catadupa de notícias falsas sobre o assunto e a credibilidade que lhes tem sido garantida pela “comunidade ecológica” revela muito sobre o estado do mundo.

Se a esquerda tivesse ganho as eleições no Brasil, o presidente Hadad (era assim o nome?) seria objecto de generalizados louvores sobre a diminuição dos fogos e a sua brilhante política para os combater.

Alguém duvida?

 

12.9.19

TRISTE PANORAMA

Nunca jamais em tempo algum o primeiro ministro em exercício deu tantas entrevistas aos jornais/rádio/TVs/etc. Nunca jamais em tempo algum houve tantos debates pré-eleitorais ou, melhor dizendo, tantas entrevistas pré-eleitorais. Nunca jamais em tempo algum houve tantas idas a feiras, mercados, festas populares, etc., nem tanto chouriço assado, tantos copos de tinto, tantos pastéis de bacalhau. Nunca jamais em tempo algum houve tantas inaugurações pré-eleitorais, mormente de coisas sem importância nenhuma.

Estamos afogados nisto, outdoors, websites, meninas a espirrar panfletos, tipos de biciclata “para salvar o planeta”, todos a ver quem mais “salva”. Nenhum partido se livra de tal “salvação”, é ver quem mais parlapateia e mais pedala sobre o assunto, sem que ninguém perceba que, se é verdade que muito se pode fazer para melhorar  a nossa vida, no caso do planeta, ou o próprio se desenrasca, ou não há biciletas que o safem.

Desculpem estas irritações. O que me traz, hoje, é a acumulação das que os “debates” me causam.  Vi alguns, e bocados de outros, repetidos à exaustão nos canais de notícias, o que me legitima esta conclusão: ainda não houve debate algum. Tem-se tratado, quando muito, de duas entrevistas em simultâneo em que as estrelas da companhia são uns tipos auto intitulados “moderadores”. Ainda não vi outra coisa que não fosse a exibição destas criaturas. Elas não moderam, conduzem, marcam a agenda da conversa, impõem os seus temas, interrompem qualquer palavreado que saia do guião, impedem seja o que for que possa levar à formação de qualquer opinião. Uma trafulhice sem nome. Um tal senhor Teixeira, por exemplo, com assento na SIC, é o exemplo mais acabado da profissão. Manda quem pode, não é?

Os maiores disparates são ditos com os “incentivos” dos “moderadores”, as perigosíssimas asneiras do tipo do PAN, as águas a evaporar-se das barragens da tipa do BE, as palavrinhas doces do Jerónimo à procura de um lugarzinho junto ao poder, a propaganda desmesurada e sem escrúpulos do Costa, a horrível inépcia do Rio... um mar de inanidades potenciadas pela chamada comunicação social, a ausência de verdadeiro contraditório, uma pessagada sem nome.

No fundo, talvez isto seja um espelho do que se passa. À excepção do CDS, honra lhe seja, anda tudo amalgamado nas mesmas bocas, não há um único partido parlamentar que não seja, pelo menos, social-democrata e ecologista. Até o BE já se diz social-democrata! Até o PSD ressuscita a sua anuência, aplauso e irmandade com a parte do PS que ainda tem pretenções a tal. E, ó joia, vemos o próprio PC andar com falinhas mansas, a esconder os seus fins e objectivos.

Foi neste miserável pântano que a geringonça nos meteu e que, pelos vistos, vamos ver, correcto e aumentado, nos anos mais próximos.

Vamos votar em quem?

 

10.9.19     

UMA ALEGRIA

Num tempo em que as alegrias são raras, foi com o mais alto júbilo que o IRRITADO viu ontem o debate entre a Cristas e a Martins.

As trafulhices do BE foram postas a nu, a Martins foi subjugada, humilhada, reduzida à sua palavrosa insignificância, entupida, estraçalhada, denunciada. Viram a cara dela?

Prouvera que haja mais debates como este.

 

4.9.19

COUP DE FOUDRE

Essa alta e histórica figura do PSD, Capucho de seu nome, subitamente descobriu que queria regressar ao seio da organização.

Passados muitos anos de militância na ala esquerda do partido, a alta figura zangou-se, frustrada por não estar no galarim, invejosa, plena de ódio pessoal contra Passos Coelho, o homem que teve o desplante de não contar com ele para altos cargos. Contrariados os seus desejos, Capucho auto expulsou-se do partido e foi apoiar o PS.

Agora, passado que foi Passos Coelho e dada a heroica e eficaz prestação de Rio, reconsiderou, cheio de amor. Quer voltar a dar ao partido a benesse da sua militância, desta vez reconhecida, amada, franca. A passagem pelas hostes socialistas não foi uma traição, que ideia!, foi a afirmação de ideais que estavam a ser negados, isto é, as honras passadas não estavam a ser honradas como lhe era devido. Foi ele o traído, não o PSD!

O problema é que parece que o assunto (a readmissão) está nas mãos dos tipos de Cascais, que não fazem parte, nem dos adeptos do Rio nem dos do Capucho. A coisa pode astar feia.

Assim seja.

 

4.9.19

A GRANDE FANTOCHADA

Atónitos, os papalvos assistem às exibições do mais acendrado amor entre o Costa e o Jerónimo, duas almas gémeas sem discordâncias de maior, tudo em nome da democracia, do progresso da Pátria e da paz social.

Atónitos, os papalvos assistem às exibições de acrimónia, desconfiança, malquerença, incompreensão, ingratidão, etc. entre o Costa e a Martins, dois namorados desavindos sem remédio.

Papalvos são papalvos, os espectáculos são-lhes dedicados, a exploração da crendice popular está em alta, tudo preparado ao milímetro, a bonomia do Jerónimo, o espanto da Martins, a “independência democrática” do Costa.

Leia-se a estratégia: o Costa quer votos à direita, o Jerónimo não está virado para um segundo episódio da geringonça, a Martins tem lá lugar garantido, combinado, seguríssimo.

Os papalvos, à direita, todos contentes com a “zanga”, pensam que o PS está todo moderado e que se prepara para um regresso à democracia soarista.

A fantochada continua, os próximos capítulos prometem.

 

4.9.19

STONEHENGE

Há uns maduros que, em certas datas, fazem umas rodinhas, de mãos dadas, à volta de uns megalitos que há no Reino Unido, num sítio chamado, salvo erro, Stonehenge. É um espectáculo muito giro, poético, simpático, fundado em diversas crenças, ou observações, que estipulam várias coincidências entre a posição dos megalitos e as dos astros. Pode considerar-se ridícula tal tradição de uns poetas que ali vão assistir ao nascer do astro-rei, vê-lo percorrer os céus, e acreditar que o homo sapiens de há 20.000 anos já tinha vastos conhecimentos de astronomia e os assinalava com pedregulhos.

Facto é que as pessoas que frequentam o local são giras, não fazem mal a ninguém, não impingem as suas crenças aos demais, não condenam quem com elas não alinha, não criaram nenhuma nova moral, não acham que a humanidade, à excepção dos próprios, é uma porcaria.

Em Portugal, há também uns maduros que andam, no alto de um monte qualquer, a fazer rodinhas, a levantar os braços para o cosmos, a cantar modas “de intervenção” e a propagandear as suas ideias e a sua fé contra o lítio. Pode haver labregos que achem as rodinhas simpáticas, poéticas, etc., mas não têm nada a ver com a contemplção dos astros ou com a admiração por gerações dos tempos da pedra lascada. São tipos que querem o regresso da tal pedra mas que nem num pedregulho sabem o que é.

Tudo o que possa representar produção de riqueza, progresso económico, avanço tecnológico é, por esta gente, classificado como atentado ao planeta, ao património, à “cultura”, considerando tudo o que, a prazo, pode ser positivo para a economia e apara as pessoas como especulativo, anti-ecológico, perigosíssimo para os habitats, ou até, em versões mais ofisticadas e “inteligentes”, fascismo, radicalismo capitalista e outros chavões com cujo significado tripudiam sem fazer ideia do que seja. Não querem petróleo, porque o petróleo, a 40 quilómetros de Algezur pode prejudicar as praias do Algarve. Nuclear nem pensar, porque houve um desastre na URSS e um tsunami no Japão, sendo preferível pagar a energia ao preço mais caro da Europa a sujeitar-se a tal coisa. Agora, descobriram o lítio, coisa perigosíssima com que alguns predadores da Natureza fazem pilhas para eles terem telemóveis e se darem ao luxo de comprar carros eléctricos “para defender o planeta”.

É estúpido que se farta, próprio de pedregulhos mentais, mas dá para fazer umas farras para chamar a atenção, fazer rodinhas e beber uns copos com febras de porco e pastéis de bacalhau. A “informação” coopera, dá largas de primeira página a estas manifestações “culturais” e “ambientalistas”, a fim de vender jornais e publicidade.

E esta gente lá vai, cheia de elogios, injectando nas mentalidades dos outros a sua “cultura”, na doce perspectiva não só de manter a pobreza do país mas de a fazer progredir alegremente.  

 

3.9.19         

DA RESSURREIÇÃO DA ALIANÇA MFA/PC

O jornal Observador, tido por centro direita, moderado, credível, etc., presenteia-nos hoje, sabe-se lá porquê, com vasta entrevista da dona Catarina, incontestada chefe das taradas do BE.

O programa da organização preconiza a nacionalização da banca, dos CTT, da EDP, da ANA e de mais não sei quantas empresas de grande importância económica. O MFA, na sua versão bolchevista, é assim ressuscitado com todos os matadores. Se se fizesse o que a mulher defende, o Estado entrava em bancarrota de um dia para o outro. A não ser, é claro, que seguisse o “pensamento” do MFA, isto é, não pagasse um chavo e simplesmente roubasse as empresas aos seus proprietários, como fez a distinta assembleia daquela organização. Com as consequências que, ainda hoje, estão na base da pobreza da Nação. A destruição de valor conseguida pelo MFA/PC/UDP foi de tal forma gigantesca que nunca mais houve dinheiro que se visse em Portugal. Mas é o que querem as doidas e os seus serventes. Com uma agravante: a doida-mor, com falinhas mansas, acha que se trata de um “programa sobial-democrata”. A mulher é doida, mas não é estúpida. Sabe o que é a social democracia, sabe que o programa é bolchevista, mas chama-lhe social-democrata, isto é, pensa que a cavalgada de estupidificação das massas, em boa parte já levada a cabo pelo PS, chegou à fase das grandes realizações. A paranoia populista do BE ultrapassa todas as versões do populismo de direita que andam por aí neste mundo sem rumo.

Há mais. O tal programa “social-democrata” cria 500.000 casas para o povo, com rendas entre os 100 e os 500 euros, a fazer inveja à dona Helena Roseta e a outros salvadores da “habitação”. É claro que, neste caso, a tal Catarina tem uma “solução”. Quem paga? Não é o Estado, são os cidadãos que ainda falta arruinar. Mais umas leis Mortágua, umas expropriações e outras martingalas da ordem. Com a invitável consequência garantida: a machadada final na classe média, a “igualdade” conseguida via pauperização de toda a gente.

E há ainda mais. Vale a pena ler umas coisas do tal programa, verdadeiro tratado de loucura, aldrabice, populismo e comunismo primário, de que nem o PC se lembraria. Ou seja, não vale a pena, a não ser que queira ficar aterrorizado, que é o que o BE quer.

 

3.9.19

LUTO

 

Durante os últimos dez anos, os cidadãos de Braga tiveram à sua disposição o que foi classificado como o melhor hospital do serviço nacional de saúde.

No mesmo dia em que os portugueses são alertados para as monumentais dívidas dos serviços de sangue e para os riscos que corre quem deles precisa, o hospital de Braga passa a ser gerido pelo Estado. Pelo mesmo Estado que atrasa cirurgias e consultas por meses e anos, que deve milhões aos fabricantes de medicamentos, que está afogado em agitação social, que vê, sem comentário nem contrição, emigrar um número astronómico de profissionais, que não tem, sob a sua tutela directa, um único serviço de saúde sem graves problemas, cuja gestão é um caos, que põe os portugueses a pagar esse crime social que foi, e é, a semana de trinta e cinco horas, o melhor de todos os hospitais do SNS cai nas mãos de quem tudo isto provocou!

Porquê? Muitas “razões” poderão ser invocadas. Mas há uma que tudo resume, aliás bem expressa por uma cidadã a que chamam ministra da saúde: nas suas palavras, trata-se de uma "razão ideológica". A mesma, aliás, que motivou o crime das trinta e cinco horas.

Donde se conclui que, se a ideologia curasse, havia bons cuidados de saúde em Portugal. Mas não cura, mata. A saúde interessa pouco, como interessa pouco uma educação sem avaliação dos professores e dos alunos, como interessam pouco os serviços públicos em geral.

Interessa a ideologia, o Estado, os eleitores da função pública, a mais desbragada propaganda de que há memória – II República incluída -, em suma, o caminho para a servidão.

É o que devemos à esquerda, cada vez mais esquerda. Como dizem as sondagens, vamos ter mais do mesmo nos anos que aí vêm. A geringonça vai continuar a sua obra de fatal desprezo por nós e pelo nosso futuro. Alguém acredita que o usurpador está zangado como o Bloco?

O meu luto não é só pelo Hospital de Braga. É pelo meu país.

 

1.9.19

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