O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
A contrariar os que, com uma certa razão, acusam o IRRITADO de só dizer mal, vai hoje elogiar uma pessoa de cuja existência não suspeitava e cujo desassombro é, pelo menos, raro. Não era um tipo qualquer nem fazia parte dos que, em quantidades industriais, vêm dando cabo da nossa cabeça acerca do covide.
Trata-se de um médico, professor, vice-reitor de uma Universidade – julgo que a de Lisboa – que, com irrefutável lógica e conhecimento de causa, sem levantar a voz nem se meter em considerações políticas, destapou uma série de espantalhos que, com crescente vozearia, se ocupam dos assuntos da sua profissão. Não, não veio falar do covide, não se entreteve a elogiar ou a condenar as “autoridades” em tal matéria. Falou de uma coisa que, depois de, durante anos, ter sido abandonada e entregue a ideólogos de pacotilha (as palavras são minhas), com falta de dinheiro ou com dinheiro mas sem reformas nem gestão apropriada – o dinheiro é capaz de não ser o mais importante - continua mergulhada numa infindável crise: o Serviço Nacional de Saúde.
É que, enquanto os portugueses são levados, sob inqualificável pressão, a pensar, ou aceitar, que tudo funciona como deve ser, a verdade é que, tirada a questão de epidemia, tudo continua a funcionar demasiado mal. As pessoas, sem qualquer informação credível a tal respeito, fogem dos hospitais com medo da gripe, das infecções hosptilares, dos contactos com gente infectada. As cirurgias estão em lista de espera, há doentes graves ao abandono, não há consultas, tudo isto enquanto os políticos se entretêm com a peregrina luta ideológica que põe o público contra o privado e o social, em vez de procurar formas de intregração que proporcionem o alargar da oferta de serviços e o respeito pelas as liberdades dos cidadãos.
Tudo isto foi dito de forma calma, cortês, lógica, sem preconceitos nem politiquices. O IRRITADO não tem, nem os conhecimentos nem a civilizadíssima verve do Senhor que elogia, mas congratula-se pela forma e pelo conteúdo do que lhe ouviu dizer.
Isto, sem prejuízo de temer que, dada a evidente “incorrecção” do que afirmou, venha tal senhor a ter os maiores aborrecimentos.
Segundo as loiras de serviço, os jogos de futebol podem voltar, mas sem espectadores (espetadores, em novilíngua). Ao mesmo tempo, coerentemente, as fulanas congratulam-se com a presença de 180.000 pessoas nas praias da Caparica no último Domingo, um sinal de “desconfinamento”
Nada tenho contra os banhistas, a não ser contra o presidente da República que, se tivesse juízo, tomava um duche lá em casa e apanhava sol no telhado, em vez de vir exibir o fraco físico perante os “espetadores” de Cascais e os trabalhadores das TVs, estes por certo para o efeito convocados, ou convidados com hora marcada e tudo.
Nada tenho de especial a favor do futebol, apesar de, de vez em quando, ver um jogo na televisão.
Tenho tudo contra as loiras. À semelhança de milhões, já nem pintadas (não estou a a falar de cabelos) as posso ver. Bem podiam deixar se armar em estrelas e produzir um relatório a ser lido pelos fulanos dos media. Chegava, ou até sobrava.
De volta à bola, verifica-se que as incríveis autoridades que nos dão cabo das liberdades mais básicas e simples, são as mesmas que arranjam maneira de deixar o PC fazer manifestações na Alameda, com autocarros aos montes, sim, os autocarros que proibem a quem não é do PC, que põem 130 mânfios a comemorar o 25 (de Abril!) na AR, ao mesmo tempo que proíbem à canalha que junte mais 100 em ocasiões especiais e especialmente autorizadas por quem de direito. Os mesmos que tecem loas às organizações “devidamente programadas” (do PC), com máscaras e afastamentos, são os que proíbem que, num estádio com 50.000 lugares, possam entrar dois, cinco, ou dez mil, mesmo que devidamente afastados, cheios de máscaras, de pára-brisas, de luvas, batas, fatos espaciais ou outras paspalhices da cartilha.
Para conveniência do texto, acreditemos que é perigoso estarmos juntos, e cumpramos as regras: que decidimos, ou decidiríamos? Talvez assim: 1- só pode haver “espetadores” que não espetem o vírus uns nos outros; 2 - vamos cancelar 2 terços das bancadas, fila sim, fila não, fila não; 3 - obriguemos as pessoas a sair e a entrar uma de cada vez e à distância regulamentar; 4 - outras patacosadas deste género. Talvez fossem soluções que não causassem muitas erisipelas às loiras nem às restantes, e sobejantes, “autoridades”. Mesmo assim, uma ideia a pôr, liminarmente de lado. Elas querem é silêncio nos estádios.
E eu que julgava que jogos sem espectadores é que não, mas não contava com as cabeças privilegiada das loiras, com a sede de poder do PS, com a cobardia generalizada da plebe e, quem sabe, com a democracia à moda do PC, desde que garantida a festa da outra banda.
Deixem a bola girar sem ser no silêncio dos cemitérios.
- Sem espinhas, Celinho, nos conformes! Se continuarmos assim, está tudo no papo. Vai mais uma cotovelada? Ora dá cá.
- Depois da cena dos automóveis, esta foi a completar. No outro dia, tratei da saúde aos meus gomistas, hoje foi a vez dos rioistas recalcitrantes.
- E eu, hoje, que tal achaste a volta que lhes dei, até disse que sou um deles, calcula!
- De mestre, Celinho, de mestre. Viste os teus, todos contentes, no almocinho, com uns coronéis à mistura para abrilhantar?
- Se vi, se vi. Há muito tempo que não gozava tanto! Os meus, babados com os elogios, a Pátria, a cooperação institucional, o cardápio inteirinho a funcionar, os tipos das televisões e dos jornais a rejubilar, uma maravilha, somos os maiores, como sempre tenho dito. E o gajo do covide e do pão-de-ló, ali, direitinho como um fuso, venerador e obrigado, orgulhoso, a julgar que aquilo é com ele! Hi,hi.
- Com mais umas destas, ficamos na mó de cima mais uns anos, pá.
- Não digas pá, que faz lembrar os outros.
- Quem, o Socratoso, o Bacoso, o Pastoso, o Centenoso? Não te preocupes, três já lá vão, o outro, com o tratamento que lhe temos dado, nem queiras saber. Já não sabe para que lado se virar, um dia é bom, no outro é uma besta, num dia é o Ronaldo, no outro nem para lavar as sentinas do Desportivo da Badalhufe servia, anda para aí aos bordos, às duas por três nem se tem nas pernas. Ainda acaba ao balcão do banco, a chatear outro, a armar-se em bom mas só lá em casa. Com esse não precisamos de nos preocupar, a Martinsosa e o Venturino tratam do assunto.
- Bom, agora temos que pensar numa nova encenação. Dizem para aí que os actores & companhia estão em crise. Não é o nosso caso, somos dramaturgos, encenadores, actores, pontos, puxamos os cordéis do palco, temos plateias cheias de pategos a bater palmas, não temos crise nenhuma. E os nossos queridos jornalistas? Maravilha!
- O que há-de ser?
- Estou cá a pensar que podíamos arranjar uma cena das antigas para dar cabo da Gomesosa, uma chata acabada. Xiça!
- E outra dedicada ao Venturino, antes que passe a Venturoso. Xiça!
- Olha, para já, não sei que cena havemos de arranjar, mas talento não nos falta. Olha a marcha do covide!
- Sim, pá, é uma cena de gritos. Eu ando no Chiado, e tu não sei onde, a dizer à populaça que vá para a rua, às compras, gastar o que resta, numa boa. Ao mesmo tempo, mandamos as televisões, as auto-estradas, o caneco, dizer que fiquem em casa. Não é lindo? Quanto menos a matilha perceber, melhor, fica cheia de medo, sem saber o que fazer. Nós, como sempre, cá por cima. Até gostam, já viste?
- Então venha de lá esse cotovelo, que mais rábulas não faltarão. Estas têm sido um sucesso.
- OK. Vai telefonando. Tenho ali o avião à espera.
...porque lhes dais tanta dor, porque padecem assim?, dizia Augusto Gil.
É o que me ocorre quando vejo as nossas criancinhas da instrução primária fechadas em casa, sem amigos, sem brincadeiras, a olhar para um monitor, sem exercício físico, estagnadas entre quatro paredes, a cultivar complexos que jamais as largarão, a aceitar, coitadas, as determinações de tarados, de malfeitores, de sádicos, de terroristas, ou seja, das chamadas “autoridades”.
E as creches? Em notável demonstração de “abertura”, as creches passaram a funcionar. Como? Desde que o Zequinha não dê beijinhos a ninguém, que a Joaninha não brinque com a boneca da Quica, que o Fernandinho não se aproxime da Zica, que todos os brinquedos sejam desinfectados quarenta e duas vezes por dia, que no recreio não haja contactos entre as crianças, que as vigilantes cumpram escrupulosamente as instruções das “autoridades”, que, que, que, tudo bem. Caso contrário... as “autoridades” chamam os fuzileiros especiais e vai ser o bom e o bonito.
Vivam as autoridades, os malfeitores, os sádicos, os terroristas!
Às vezes, há coisas que nos irritam sobremaneira. Não que tenham importância, que façam alguma mossa, ou que mudem o curso dos acontecimentos.
No caso, só irritam o próprio, atingido na sua memória. Eu sei que a memória de cada um não serve para nada, já que, com o tempo que passa, se vai, se calhar, alterando. E diz a sabedoria popular que quem conta um conto junta-lhe um ponto.
Assim, começo por pedir desculpa aos leitores, primeiro por esta arenga mais ou menos idiota, depois por vir pôr em causa a memória de terceiros, no caso a da Sua Excelência o Presidente da República, conhecido nestas páginas por senhor de Belém.
Louvou ele a sua participação na revisão constitucional de 1982. Não precisava de tal coisa, mas a memória é uma chatice. O senhor, para além de uma boca aqui, uma boca ali, de um puxar de cordelinhos aqui outro ali (uma das suas especialidades) não participou em tal revisão. O IRRITADO, muito antes de ser IRRITADO, foi, em tempos que já lá vão, deputado. E, nessa qualidade, coube-lhe ser presidente da comissão de revisão constitucional, composta essa por mais de trinta deputados, sendo vice-presidente o célebre Almeida Santos, que já cá não está para testemunhar e que, se estivesse, testemunharia ou não, segundo as suas conveniências. Adiante. O que me traz é o meu testemunho. O deputado Marcelo Rebelo de Sousa, à altura secretário de Estado dos assuntos parlamentares, jamais integrou tal comissão e, se teve alguma influência no assunto, ninguém terá dado por isso. Por fora da comissão, moviam-se os senhores Mário Soares e Pinto Balsemão. O professor Marcelo não consta que andasse em tais andanças. À altura, não tive disso qualquer sinal.
Aceito que, agora, se venha gabar de ter feito o que não fez, sem que se perceba lá muito bem com que objectivo. Talvez se tenha movimentado em bastidores, mas terá sido tudo. Fica-lhe mal o auto elogio, mas há tanta coisa que lhe fica mal que, mais uma menos uma, qual é a importância?
Ontem, em feliz comemoração da “abertura”, fomos almoçar fora, à beira mar, um peixinho e uns camarões da costa.
Entrámos sem máscara, à experiência. Um simpático rapaz veio ter connosco e explicou, solícito, que não podíamos entrar sem máscara. Então, come-se com máscara? A resposta foi do melhor: não podem entrar sem máscara, mas, cá dentro, podem tirar a máscara. Lembrei-me de perguntar se o tipo queria que saíssemos, puséssemos a máscara para entrar e, uma vez lá dentro, tirássemos a máscara. A pergunta teria toda a lógica, mas não a fiz, abonando assim a minha própria inteligência e não baralhando a lógica obrigatória do rapaz.
Havia montes de mesas livres, das mais perto do mar e, sendo ao ar livre, nelas podíamos fumar à vontade.
(as “autoridades” ainda não se lembraram de proibir os cigarros nas esplanadas, mas já faltou mais)
Sentámo-nos. Pedimos uma imperial e um copo de branco. Durante dois minutos respirámos a brisa das salsas ondas. Até que apreceu um fulano, devidamente mascarado, que, pedindo muita desculpa, declarou que aquela mesa estava reservada para “uns senhores”.
(se os “senhores” fossem o Costa, o Marcelo, a Temida, ou alguém da mesma laia, tínhamos dado à sola para nunca mais voltar)
Aleguei que havia uma data de mesas iguaizinhas que estavam livres. Pois, mas são das proibidas por causa do “distanciamento”, insistiu o mascarado. Dobrando a espinha, deixámo-nos levar para um mesita nos confins do vasto restaurante, rodeada de mesas vazias.
(o dono do restaurante abancava na zona com quatro ou cinco amigos, talvez, não sei mas desconfio, por ser amigo dos fiscais do covide)
Não sei se, nestes casos, a desobediência civil se justifica, mas enfim, à cautela... tínhamos fome, que se lixe. Pedida a lista, foi-nos dito que não havia. A lista estava em cima da mesa, corporizada numa espécie de selo aos quadradinhos. Ou tínhamos acesso àquilo através do telemóvel, ou teríamos que desinfectar as mãos
(em vez de pratos e talheres, havia um frasco de desinfectante em cima da mesa)
e, após desinfecção, poderíamos ler um cartapácio, o qual seria desinfectado à nossa vista, antes e após leitura. Resolvemos o problema com trinta e um de boca, escolhendo um peixe de entre os que um dos mascarados nos disse que havia.
Comemos bem. Valeu a pena. Mas, em matéria de regresso ao passado, zero. Acho que entrámos no futuro, um futuro negro, cheio de covides e de tarados prenhos de “autoridade”.
Na minha qualidade de indivíduo anti-social, não sei quem é o senhor Bruno Nogueira. Minto. Aqui há uns anos vi, na televisão, um alegado “humorista” que se espojava em cuecas num banco de jardim. Não só não achei piada nenhuma como jurei a mim próprio nunca mais ver a criatura. Passaram anos e, para meu espanto, tenho lido por aí uns títulos a propagandear o enorme sucesso de tal cidadão na sua meritória tarefa de divertir o pagode.
Muito bem. Sem prejuízo da minha tão antipática quanto absusda postura, não tenho nada contra os que acham graça ao que acham que tem graça.
Hoje, porém, soube, via “Expresso” (jornal muito atento ao que está a dar e ao que é correcto), que a popularidade do senhor Nogueira ultrapassa a dos senhores de Belém e de São Bento. Se compaginar esta informação com as que referem que estes senhores estão, estratosfericamente, na mó de cima em tal matéria, fico inquieto. Será que estes senhores também são humoristas? Será que a plebe lhes acha graça? Tratar-se-á de uma nova pandemia, mais perigosa que a do covide? Estará a plebe, em geral, piado-contaminada? Será que eu sou gente?
Ficam estas perguntas à disposição das multidões de psicólogos, sociólogos, politólogos, graçólogos, covidólogos e demais “ólogos” que por aí pastejam. Que tirem as máscaras e lhes faça bom proveito.
Uma conclusão científica posso adiantar em relação à resposta de tão altas patentes da inteligência pátria à última das minhas perguntas: será um rotundo não. É que os incorrectos não são gente.
Não vale a pena continuar a dizer coisas sobre a crise do covide, fabricada por tarados e "compreendida" por multidões de caguinchas.
Vale, sim, contribuir para o esclareceimento de quem me vai lendo. Aqui vai mais um importantíssimo escrito.
Pedro Simas é médico, professor na Faculdade de Medicina de Lisboa, virologista e líder da equipa de investigadores do Instituto de Medicina Molecular que isolou pela primeira vez o novo coronavírus em Portugal. Em recente entrevista ao Expresso, disse que “o próprio vírus é a solução, o único caminho é a imunidade de grupo”, identificando na sociedade “um excessivo medo de morrer: é fácil criar esse medo porque se olha para o raro e não para o global… Mesmo que um jovem saudável de 30 anos precise de ventilador tem uma probabilidade de recuperação muito grande. A nível mundial, as mortes por COVID 19 abaixo dos 30 anos são cerca de 0,2%. É um risco que faz parte da natureza”, afirmou na altura.
Anteontem foi ao telejornal da TVI. Patético, o entrevistador José Alberto Carvalho nem queria acreditar quando o cientista afirmou que “98% das pessoas que estão infectadas com o coronavírus têm infecções ligeiras”. E que apenas 4,5% das mortes que houve foram abaixo dos 60 anos (e nestas haverá que apurar as patologias prévias de que eram portadores, bem como o contributo relativo do vírus). Espantado, o José Alberto abriu os olhos de espanto quando o cientista continuou, afirmando que “o vírus, ficando endémico, vai ser um vírus normal da constipação, um vírus normal”. Ou seja, apenas mais um, a juntar-se aos vários que andam por aí – e que provocaram na época de 2014-15 a morte por gripe de 5591 pessoas (sim, leram bem: cinco mil quinhentas e noventa e uma), facto que não abriu telejornal nenhum. Nem provocou a curiosidade jornalística de quase ninguém, nem o terror colectivo. E muito menos parou o país também em 2017, ano em que se verificaram 3700 óbitos em Portugal por gripe. No ano seguinte matou mais de 1000 (mil) pessoas em 3 semanas, motivando a Drª Graça Freitas, já então Directora Geral da Saúde, a dizer que "há que desmistificar a gravidade da gripe A, que agora é uma gripe absolutamente normal, é um vírus igual aos outros residentes que circulam na natureza" (sic).
A venda do medo, estava, pois, a correr mal. Era preciso apelar a um frisson que agitasse o cenário, pelo que o jornalista interrompeu a objectividade simples e clara do virologista para entrevistar uma “catedrática de ética” da Universidade dos Açores – seja lá o que for a ética, no caso (será da Saúde?). Então, com voz grave e dramática colocou a questão do século: ”É legítimo as pessoas irem-se abaixo nesta altura?”, indagou. Ao que a “catedrática de ética” respondeu que sim, que “é perfeitamente natural irmo-nos abaixo perante uma ameaça tão grave”. Isto antes de divagar por recantos de psicologia de cordel, com ditos como “os afectos também vivem na sua profundidade por sentimentos” e bizarrias do género.
Há algum tempo atrás publiquei no Fbook as minhas dúvidas acerca do modo como se está a lidar com esta “crise epidemiológica” num texto intitulado QUO VADIS, COVID 19? E SE ESTIVESSE (QUASE) TUDO ERRADO ?, o qual mereceu notável atenção por muitas pessoas (com cerca de 200 partilhas), tão angustiadas e perplexas quanto eu. Nesse texto (consultável na minha página) apontava alguns FACTOS, que recupero agora (alguns números corrigidos) e que fazem reflectir:
- A mortalidade geral em portugal considerada como “normal” pelas autoridades de saúde é de 300 pessoas. POR DIA!
- Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, faleceram até hoje (15 de maio) 1190 pessoas oficialmente por COVID 19 (passe a polémica relativa à(s) causa(s) de morte: por COVID ou com COVID são, obviamente, cenários diferentes). Ou seja, em média não chega às 16 pessoas / dia.
- Os óbitos COVID 19 são preponderantemente de pessoas muito idosas e/ou com multipatologias graves. Cada morte, seja de quem for, é sempre uma tragédia – mas é sabido que a idade de uma população é uma das variáveis que mais impacto tem nos fenómenos vitais, aumentando notoriamente a probabilidade ou risco de morrer com o seu avançar. No caso das mortes COVID, a enormíssima maioria dos óbitos sucede em pessoas com mais de 70 anos, em particular com mais de 80 anos. Bastará dizer que, dos 1190 contabilizados hoje (15 maio), apenas 105 estão no intervalo 60 – 69 anos, 40 na faixa 50 – 59 anos, 13 mortes no intervalo 40 – 49 e UM abaixo dos 40 anos - um cidadão do Bangladesh, com patologias crónicas múltiplas. O que, aliás, é frequentíssimo nos óbitos COVID;
- Os óbitos por doenças cardiovasculares são 96 por DIA; por tumores malignos, 75 por DIA; por AVC 31 por DIA. Muitos destes óbitos são de pessoas ainda jovens. Entre outras causas de morte, o suicídio (cerca de 1300 por ano) surge como a segunda causa que mais mata na faixa etária entre os 15 e os 29 anos;
- O comportamento dos portugueses perante as ordens das autoridades foi profusamente elogiado pelo Primeiro Ministro e pelo Presidente da República. Fecharam-se em casa, correram a mascarar-se, fulminaram quem ousasse questionar fosse o que fosse, houve quem denunciasse o vizinho por não “cumprir as regras”. Tudo para cuidar da sua saúde, claro – Marcelo chamou-lhes “heróis”, o “milagre português”. Ora, espera-se então que, coerentemente, estas acções tão preocupadas ultrapassem o domínio estrito do coronavírus e cheguem também às outras causas de doenças e mortes. É que doenças como as cardiovasculares, tumores e AVC estão muito fortemente associadas ao estilo e hábitos de vida. E matam muitíssimo mais do que o coronavírus: ultrapassam as duzentas mortes por dia, incomparável com as quase 16 do COVID. Portanto, equivalentemente ao pânico desencadeado pelas televisões quando anunciam “mais 16 mortes por coronavírus em 24 horas!”, espera-se reacção no mínimo semelhante de ansiedade colectiva quando anunciarem “hoje morreram 202 pessoas por AVC, doenças cardiovasculares e tumores, por causas em grande parte evitáveis”. E aí vai ser ver toda a gente a deixar de fumar, a comer saudavelmente (incluindo limitação do consumo de produtos de origem animal), a fazer regularmente exercício físico, a tomar bebidas alcoólicas ocasional e moderadamente.
Não sei se Pedro Simas faz parte da equipa de cientistas que aconselham Marcelo e Costa. Se fizer, não sei se é ouvido na flagrante contradição entre a objectividade dos números e o pânico promovido e dramatizado pelos “media” e prosseguido pelos políticos. O que sei é que, segundo a própria DGS, 64% das infecções foram contraídas no cenário tão propagandeado do “fique em casa” (32% em lares de idosos, outras 32% em cohabitantes), enquanto apenas 7% foram contraídas em “ambiente social” (sic). Tal não impediu o catrastrófico fecho de um país, com tremendas implicações – sim, a pobreza também mata, devastadoramente e de várias maneiras. Numa altura em que a polícia aborda repressivamente pessoas que estão simplesmente sentadas na areia de uma praia deserta, em que crianças com 3 anos são cruel e insanamente impedidas de brincar umas com as outras, já não é do coronavírus que se trata. Trata-se, sim, de um invasivo cancro que corrói a Liberdade, que tanto custou a ganhar.
Com certo orgulho, aplauso e quase total concordância, a seguir transcrevo, sem comentários, um post de António Borges de Carvalho (não sou eu, é um dos meus filhos) ontem publicado no facebook.
Tenho boas notícias e más notícias. Vou começar pelas boas:
O vírus a que deram o nome de SARS-CoV-2 está no fim do seu percurso natural. Todos os números indicam um forte declínio na prevalência da doença que ele provoca, a chamada COVID-19. As crises provocadas por essa doença foram relativamente graves, mas só em análises geograficamente localizadas. Numa perspectiva mais global não representaram nada fora do normal, seguiram o padrão de inúmeros outros vírus respiratórios. As projecções catastróficas iniciais não se verificaram. Neste cantinho Ibérico a que chamamos Portugal nem se pode dizer que tenha havido uma crise de saúde ligada a esta doença específica, já que os números foram bastante abaixo dos de outros vírus considerados "normais". A percepção do perigo de retomar a vida normal é uma ilusão, a probabilidade de apanhar um "bicho" perigoso andando hoje sem máscara no supermercado é inferior à de Dezembro/Janeiro, de qualquer ano típico. O risco para as crianças e jovens revelou-se nulo, em contraste com a outra grande família de vírus respiratórios (Influenza/gripe) que é mais perigosa para esses grupos. Não vai ser preciso nenhum "novo normal", podemos regressar às nossas vidas pré-covid.
E agora as más: O efeito da onda global de pânico associada a este vírus foi muito acima de qualquer expectativa. As consequências nefastas dessa onda são mais difíceis de contabilizar, mas já há fortes indicadores da sua enorme gravidade. As mais óbvias são de natureza económica, sectores inteiros dizimados de um dia para o outro. Poder-se-á dizer que a economia recupera, mais tarde ou mais cedo. O problema é que as consequências económicas têm na sua origem uma causa mais profunda e séria: o trauma psicológico das populações. Como colectivo revelámos uma fragilidade enorme. As repercussões das nossas atitudes vão atingir negativamente populações para quem uma pequena diminuição da qualidade de vida representa a diferença entre ter ou não ter comida na mesa, entre a saúde e a doença, entre a vida e a morte.
Como optimista que sou, quero acreditar que ainda vamos a tempo de mitigar os efeitos negativos desta crise, e até aprender com ela para evitar erros futuros. Mas precisamos urgentemente de parar de aceitar que se gastem recursos na construção da ridícula "nova normalidade". Temos que assumir o erro e seguir em frente. Não podemos deixar que as gerações seguintes cresçam a pensar que isto é normal. Não há nada de normal no distanciamento social, é contra-natura e contraproducente. As doenças fazem parte da natureza e enfrentam-se, combatem-se, a fuga nunca é a solução.
Peço desculpa por terminar num tom paternalista, mas é o que sinto: ACORDEM!
Tal tem sido a pressão do Estado (leia-se dos políticos, maxime o PR e o PM), das mais variadas “autoridades”, das loiras dos briefings diários vinte vezes vendidos pelas televisões de manhã à noite, dos opinion makers, das organizações civis, etc., que o povo não desconfina nem desconfia.
De cérebro bem lavadinho, os neurónios paralizados, as pessoas continuam a não ir à rua, a achar muito bem que as crianças sejam privadas de escola e de convívio ou manipuladas com regras tão estúpidas quanto aterradoras, até nas creches, senhores!, a esperar com ânsias de mentecapto pelas novas normas nos restaurantes onde serão caridosamente proibidas de almoçar com a família, num mar de limitações ao execrcício das mais variadas liberdades constitucionais, e por aí fora, num mar de estupidez que lhes arruina o futuro e, pior que isso, a acreditar em todas as patranhas que lhes são impingidas.
Não trabalhar, ou trabalhar em casa (para poucos) é que é bom! Somos parvos, o que, em português/covide quer dizer heróis!
Ninguém lê uma estatística, ninguém quer saber os dados comparativos da letalidade do vírus com a de várias gripes ao longo dos anos passados. Nada interessa, passámos a ser uns obedientes, confinados por opção e confiantes em quem não merece confiança nenhuma.
Toda a gente sabe que o senhor de Belém é, tem sido, e é capaz de vir a ser para sempre o maior, o mais fiel, o mais indefectível apoiante do Costa, das geringonças e dos seus membros, ainda que à revelia de grande parte dos que o elegeram e que dele esperavam uma atitude pelo menos um pouco menos seguidista.
Pronto. Já estamos habituados. Mas há momentos em que o homem ultrapassa tudo.
Desta vez, o assunto é simples: habituado a fazer o que quer sem grandes discussões ou opiniões, o Centeno fez uma das suas: mandou umas centenas de milhões para o Novo Banco, em cumprimento das obrigações assumidas pelo governo no contrato (em vigor) que, bem ou mal, assinuou com os respectivos accionistas. Fê-lo no exercício dos superpoderes de que goza desde sempre. Não avisou, nem precisava de avisar, o primeiro-ministro. Este, sempre retumbante nas suas parlamentares exibições, cometeu uma argolada que, ao contrário das do costume, fez rebentar uma bronca descomunal: disse aos deputados um chorrilho de asneiras, garantindo, solene, peremptório e tonitruante, que, para o Novo Banco, nem um tostão, pelo menos antes do relatório de uma auditoria qualquer.
Azar: (a) os milhões já estavam na conta do Novo Banco e (b) a tal auditoria não tinha nada a ver com o assunto. Duas cajadadas na sua autoridade “moral” e política.
Aflito com as possíveis consequências na boa fama do seu protégé, o senhor de Belém apressou-se a vir a terreiro salvá-lo dos seus algozes, limpando-lhe a sujeira e condenando, por omissão, o das finanças por falta de lealdade ou coisa que o valha. E foi muito mais longe: anunciou que, nos tempos e anos vindouros, continuarão os dois juntinhoa, a trabalhar como equipa de amigos, para nosso bem. É de estalo, não é?
Pode a presidencial boia salvar o primo-ministerial náufrago. Para o IRRITADO, como é de calcular, nem um nem outro se devia salvar desta.
Dorme, povo, dorme. Prouvera que quando acordares não seja tarde demais.
A pandémica estupidez em que estamos envolvidos leva às mais extrordinárias consequências. Sendo certo que a “confinação generalizada” leva a que milhões de pessoas não tenham anti-corpos e, assim, fiquem mais vulneráveis a qualquer regresso do vírus, demos isso de barato e vejamos quão certo é que o hábito de não trabalhar entra facilmente na pele de cada um e, com a aceitação e o aplauso das “autoridades”, leva à inutilidade de multidões, cheiinhas de desculpas para não fazer pêvas. Desde a espantosa desculpa de “ter de” ficar em casa a tratar de criancinhas comprovadamente imunes (heroica parentalidade), quando justificação seria a de tomar conta de velhos em risco, até aos horríveis perigos dos transportes públicos às moscas, para umas fériazinhas pagas tudo vale, sempre com o apoio de “quem manda”.
Veja-se os funcionários públicos, empregados do Costa. Enquanto a populaça se acotovela para arranjar comida, enquanto outros, muitos, apesar de tudo menos infelizes, têm que se contentar com a “ausência de austeridade”, cifrada em dois terços do ordenado, os mui nobres funcionários estão refastelados em casa com o ordenado por inteiro mais 0,3% (aumento miserável, mas aumento). Enquanto as filas do desemprego aumentam - e muito mais vão aumentar -, a elite pública nem um chavo perde. Tem razão o tal Costa, não há austeridade, sendo que austeridade para os empregados do privado, os comerciantes, e tantos outros, não é austeridade. Que ideia! Será um saxofone?
No dia 22 de Abril fui a um hospital privado, com um familiar, fazer uns exames. Instalações de luxo. Já por lá tinha estado, em tempos normais. Havia multidões na recepção, nos corredores, por toda a parte, gente ansiosa, aflita, desorientada, bichas, esperas, uma chatice. No dia 22 de Abril, mais de 90% do hospital estava às moscas. Havia uns tipos a fiscalizar as máscaras e outras martingalas, a fazer perguntas, a chatear a plebe. Percorremos quilómetros de corredores sem encontrar ninguém. Tínhamos marcação, conseguida com duas semanas de antecedência. Brilhante. Ao todo, havia mais um tipo para os exames. Foi óptimo, não esperámos praticamente nada, e lá se fez o exame.
Entre parêntessis, diga-se que o resultado, 19 dias depois, ainda não foi entregue, mas isso, como calcularão, é pormenor... Adiante.
Facto é que deixou de haver doentes. As urgências estão vazias. As doenças outras que não a gripe do Covide, ou eram mentira ou estão “congeladas”. Cirurgias? Não brinquem com o pagode. Dentistas, o que é isso? Consultas? Só quando o Rei fizer anos e, como não há Rei, que se lixem as consultas. O povo está mais saudável que nunca. Dirão que há excepções. Com certeza que há, a confirmar a regra.
Os hospitais de campanha estão desertos. Morreu muito mais gente com gripe em 2015, e ninguém deu por nada. Agora é que é bom. Tudo o que se passa é desmesurado e, a prazo, duvidoso e catastrófico
Segundo o chamado primeiro-ministro, há ajuntamentos e ajuntamentos, os que são na praia, nos restaurantes, nas escolas, nas igrejas, todos perigosíssimos. Mas, se se tratar de organizações do PC, a coisa fia mais fino, mesmo que tais farras sejam à base de imperiais, cachorros e bifanas, carrocéis, musicatas e caça às saias, povoados de gandulos com boinas do Che e fartura de foices a martelos, uma prelecção do Jerónimo no palanque, cheia de “p’tãtes” e de “trabalhadores e o povo”. Tudo bem, não há perigo nenhum: trata-se de política, diz o PM, o PC gosta de facturar (isso não diz, mas toda a gente sabe), os comunas, se contentinhos e bem bebidos, chateiam menos e até colaboram.
Segundo a multidão de especialistas em covides e similares - a profissão mais progressiva do país, sem taxa de desemprego, pelo contrário - os critérios dos ajuntamentos são diferentes. Por exemplo, se você for à praia, ou se põe a pau ou é atacado pelos fuzileiros especiais, que não são para bricadeiras, é expiado por drones pressurosamente adquiridos pelo Costa, não pode ter os filhos à volta, gente perigosíssima, se a sua toalha pisar a da vizinha do lado é expulso e, se lá ficar depois das 5 de tarde, é levado pela ramona. Almoçar com a família num restaurante, nem pensar, é crime contra a saúde pública, isto é, ofende as ordens do Costa. O Costa arranjou mil maneiras de mostrar que manda, e você, parvalhão, até gosta.
Mas o PC está de fora. Já arranjou um folclore dos diabos no primeiro de Maio, com sindicalistas e “activistas” expressamente autorizados a não cumprir a regras que o Costa impõe aos outros, com que lógica socialista poderia o Costa, agora, incluir a coboiada do “Avante” nas leis gerias? A lógica, tratando-se do PC, é outra. É a lógica dos camaradas, que não tem nada a ver com a das pessoas propriamente ditas.
E, no entanto, em termos de opinião pública, o Costa está na maior! Somos uns heróis.
O senhor deputado Ventura resolveu achar que os ciganos deviam ser “confinados”. uma solução primitiva e inaceitável para um problema real. Usou a palavra mais em voga neste Portugal dos alarves. Se o “confinamento” nos é aplicado a todos por causa do vírus, porque não aos ciganos, por causa dos seus hábitos anti-sociais?
O senhor deputado Ventura fez asneira ao julgar que a “confinação” era a coisa o mais na moda que há. Os direitos que, hoje, nos são negados, não podem ser negados aos ciganos, segundo a opinião vigente. Teria razão, mas foi por demais incorrecto, tendo-se transformado em bandido político e contribuído para a transformação do senhor Quaresma em herói nacional, não por mor do futebol mas por intervenção cívica. É o que mandam os tempos.
Postas as coisas nestes termos, arrisco ser classificado como racista, xenófobo, fascista, nazi e outros mimos das NEP’s em vigor. Que se lixe.
É evidente, não contesto, que os ciganos portugueses são isso mesmo, portugueses. Têm os mesmos direitos que os demais. Têm, também, as mesmas obrigações. E aqui é que bate o ponto. Os ciganos, comunitariamente, não cumprem muitas dessas obrigações. Negam direitos às suas mulheres, praticam os casamentos obrigatórios, quantas vezes com raparigas menores, chegam a negar a escola aos seus filhos, são agentes confessos e contumazes da economia paralela, avessos a impostos, comunitariamente fechados, ocupam terras de terceiros, causam distúrbios aqui e ali, etc.
A Lei condena actos individuais, não responsabilidades colectivas. Está certo. Portanto, se há ciganos (cidadãos iguais aos outros) que prevaricam, que sejam punidos como os outros. Não se julga comunidades ou grupos sociais, julga-se os seus membros. Muito bem. O problema é quando tais membros prevaricam, não porque o decidem, mas porque são mais fiéis a regras internas, ou a “morais” internas da sua “comunidade” que às regras estabelecidas e aceites que fazem parte das obrigações dos cidadãos em geral.
Não pode ser aceite que as regras particulares de qualquer grupo humano contrariem ou ofendam a lei geral. Se, por exemplo, um clube, nos seus estatutos, proibir a entrada de mulheres (ou de homens), essa regra não será conforme ao Direito. A “comunidade” cigana tem normas, é certo que não escritas, que estão neste caso, e não é o facto de serem orais, ou consuetudinárias, que as isenta de ilegalidade.
Resumindo e concuindo, o senhor Ventura não tem razão, o senhor Quaresma também não. Nem o senhor Ventura á fascista, nem o senhor Quarema herói.
E os políticos em geral, amantes da “correcção”, põem tudo de pernas para o ar. Recusam a existência de problemas, que existem, em favor da repetição exaustiva dos clichés da moda, que nada adiantam.
Foi hoje publicada a lista das restrições à liberdade de almoçar ou jantar fora, gloriosamante apresentada como “novo normal”. Não vale a pena citar as normas que “orientam” tais restrições. São páginas e páginas que, se você tiver ainda alguma réstia de juízo, nunca lerá. Trata-se de um divertimento de tarados, de burocratas, de aprendizes de ditador, que nada tem a ver, nem com a segurança sanitária, nem com um mínimo de respeito pela liberdade de cada um, nem com nada que tenha a ver com democracia. Julgo que, nem nos mais ferozes regimes totalitários alguma vez terá sido produzido um documento como este. Não, meu amigo, não leia, sinta-se livre de não ler. Se quiser, em nome de um almocinho, sujeitar-se, sujeite-se, obedeça, e coma como um preso em estabelecimento de alta segurança. Caso contrário, passará a ser mais livre se ficar em casa a fritar batatas. Se calhar, é isso que se pretende, para dar mais cabo do futuro do que até agora já se conseguiu.
A loucura instalada já pouco tem a ver com pandemias, ou com luta contra elas. É pura diversão de pataratas armados em higiénicos.
Os números fornecidos pelas “autoridades” são pura mentira. Nesta fase da epidemia já deve haver milhões de portugueses
(plural colectivo no masculino, como é regra geral da gramática portuguesa, com algumas excepções, caso de um rebanho ser de ovelhas mesmo tendo lá carneiros)
infectados, ou ex-infectados, a esmagadora maioria dos quais já com anti-corpos ou sem sintomas que se vejam. Mas esta irrefutável afirmação não conta, nas contas dos burocratas. O que conta é o seu trabalho, isto se chamarmos trabalho às suas ânsias de domínio das pessoas através de ordens e mais ordens que já ultrapassam todos os mínimos e põem no caixote liberdades ditas constitucionais.
É facto que, para governos socialistas e radicais de todas espécies, isto é uma delícia. Para outros será ocupação de tempos livres dos burocratas, exploração de oportunidades de domínio de terceiros, de participação activa na desgraça universal que se abateu sobre a humanidade, o que não é não a epidemia mas coisa pior: a propagação da aceitação colectiva de medos e paranóias barbaramente instiladas na cabeça de todos nós, com resultados muito mais graves do que os daquela.
É, sem dúvida, o alarme mais bem propagandeado da história da humanidade. Após várias tentativas (as vacas loucas, a gripe das aves, o SARS, o ébola...), finalmente, grande triunfo dos efeitos da ameaça nas mentalidades universais. O engenheiro Guterres, os tipos das alterações climáticas (crime da humanidade!), os “activistas”, devam estar felizes.
Aqui há tempos, a desgraça nacional que é a “segunda figura do Estado” declarou, no uso da sua imperial autoridade, que não queria máscaras na Assembleia, usando até a douta expressão “não quero deputados mascarados”. Ficava assim demonstrada a alta inteligência da criatura, em postura carnavalesca.
Passada meia dúzia de dias, o mesmo alto dirigante político veio declarar que ia obrigar “toda a gente” a usar máscara na dita Assembleia.
A directora da saúde fizera mais ou menos o mesmo. As máscaras deixaram de “não servir para nada” e passaram a ser “indispensáveis”.´
A senhora tem alguma desculpa, os tempos eram outros, e ainda havia dúvidas.
O Ferro não tem desculpa nenhuma. Há quem diga que tem “frases infelizes”. Qual infelizes, qual carapuça. Carroceiras, labregas, burras, é o que é.
Muito indignado com o facto de ter sido anunciada a ressurreição de alguns voos da TAP, a maioria de e para Lisboa, a minoria de e para o Porto, o infeliz chefe do PSD, fiel à sua missão de dar cabo do que resta do partido, declarou que a TAP não é uma empresa “regional”, isto é, que vai privilegiar a capital em relação ao Porto.
É de uma evidência cristalina que, ao repescar os voos, manda um mínimo esperteza que a maioria deles terá que ser de e a partir de Lisboa.
Portanto, regional, para não dizer paroquial, é o Rio, que não consegue passar das fronteiras do Bolhão.
Continua a polémica acerca da manifestação soviética ocorrida na Alameda no 1º de Maio.
Já muito foi dito, IRRITADO incluído. Mas há três surpreendentes ocorrências que merecem ser citadas.
A primeira é a da reacção dos dois principais protagonistas políticos deste pobre país, Marcelo e Costa. Ambos apoiaram a realização da manifestação. Instalada a polémica, ambos vieram à praça pública sacudir a água do capote. A culpa foi da DGS, da CGTP, do diabo a quatro. Os dois, coitados, foram apanhados de surpresa. Só falta dizer que a culpa foi do Bocage, ou da bruxa da Arruda. O caso, no fundo, não é surpresa, é o costume.
A segunda: ficámos a saber que os sindicalistas têm o direito, preto no branco, de se deslocar a seu bel-prazer, para lá e ao arrepio dos limites que aos demais são, ou foram, impostos! Parece que é verdade, são equiparados aos bombeiros, aos médicos, aos militares em serviço, etc.! Gente fina, privilegiada, ou seja, de esquerda.
A terceira: não aliviados do espanto, veio a nova generala da CGTP/PC esclarecer o povo. Disse ela que tal direito era não só para os tipos dos sindicatos, mas se aplicava aos “activistas”, sendo que “activistas”, certamente, serão aqueles que a generala quiser, já que não há definição jurídica do que seja tal “classe”, ou tal coisa. Temos assim a criação de novos titulares de direitos excepcionais devidamente decretados pela mulher, sem que qualquer das nossas “autoridades” tenha reagido. A CGTP/PC é a nova instância legislativa do país, aceite e consagrada, pelo menos por omissão, por aqueles a quem competiria reagir.
O vírus esquerdista não tem “surtos” como o covide. Está instalado desde sempre na III República.
Você já sabe que, se for filiado no PS e precisar de um tachinho, um tacho ou um tachão, o melhor é ser filho, enteado, primo, sogro ou namorado da filha de um alto dirigente socialista ou vizinho da mulher a dias de algum deles, se esta for filiada. Isto anda escrito aí por todo o lado, não sendo preciso mais prova nem exemplo.
Mas a coisa fia mais fino, já que negócio é negócio e, se for dos bons, o melhor fazê-lo com os camaradas, e por ajuste directo, que isso de concursos públicos, reconheço, é uma chatice.
Nesta matéria, o camarada Cordeiro, ex-candidato do PS à Câmara de Cascais e antigo grande patrão de todas as farmácias, é um exemplar exemplo: o governo, por ajuste directo dada a “urgência imperiosa”, encomendou ao dito cidadão umas mascarazinhas, no modesto valor de 9.000.000 de euros (nove milhões de euros).
De assinalar que a “urgência imperiosa” se cifra em 268 dias, a começar em 2021.
...cá se pagam. É o que está a acontecer ao PSD do senhor Rio. O seguidismo acéfalo do líder tem, na opinião pública, resultados devastadores. É o que dizem as sondagens. Com a desculpa do “interesse nacional”, Rio tem-se esmerado no apoio a tudo o que faz o governo, mesmo que se trate de asneiras, de abusos e até de ilegalidades flagrantes.
Uma coisa é recomendar cuidados indispensáveis, outra é, por exemplo, impedir as crianças da escola primária de ter aulas, de conviver com os colegas, de ter uma vida normal quando, em verdade, o risco que correm é mínimo e a influência na vida dos pais devastadora. Uma coisa seria, por exemplo, impedir que os automóveis andem cheios de gente, outra é importunar com polícias alguém que quer ir de Belém a Algés. Uma coisa é dizer que se apoia a economia, outra é praticar a desconfinça institucional através de exigências burocráticas que, se já são abusivas em tempos normais, são criminosas durante a calamidade. Uma coisa é ter acesso a informação credível, outra é ouvir hoje uma coisa amanhã outra. O governo disse vinte vezes que as máscaras não eram precisas, outras vinte que são indispensáveis!
E por aí fora. O interesse nacional impõe a existência de uma oposição actuante e esclarecida, não o apoio acéfalo a tudo o que o governo faz ou diz. O senhor Rio devia perceber isto, mas nem sequer percebe que as pessoas o olham com cada vez mais desconfiança e maior desilusão. Ser honesto é olhar, ver, julgar, denunciar, estar atento, outra é comer o que lhe dão, aceitar o bom e o mau sem crítica nem critério.
É triste que, num país mergulhado em trapalhadas, burocracias e quebra de direitos elementares, as pessoas, atascadas em medos, não vejam opção que não seja a de comer e calar, sem uma voz que lhes abra perspectivas. Vivemos num pântano político que chega ao absurdo de haver mais oposição do lado dos compagnons de route do governo que do da oposição propriamente dita.
É o que dizem as sondagens, é o que se mete pelos olhos dentro. Menos pelos olhos do senhor Rio.