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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

ENCOVIDADOS

 

Quando se ouve aquela rapariguinha a dizer coisas não é de esperar que venha dali grande coisa. Desta vez, foi demais. Diga-se em abono da verdade que a importantíssima ministra não sei de quê parecia comprometida, pouco à vontade, o que, se calhar, quer dizer que tinha consciência dos disparates que produzia em nome dos colegas que dizem governar-nos.

Abrir discotecas desde que nelas não se dance é como autorizar a circulação de camiões desde que não carreguem coisa nenhuma. Abrir bares desde que não vendam bebidas é como autorizar as pessoas a ir à praia proibindo-as de tomar banho. Pôr os restaurantes a abrir até à uma da manhã, não para que as pessoas comam até mais tarde mas para “facilitar a acção da polícia”(!!!) é coisa que se compreende, é o nobre obectivo de opar os poderes paraditatoriais do governo na sua nova interpretação da democracia liberal. Proibir as imperiais a partir das oito da noite é outra manifestação da citada nova democracia.

Tudo isto em nome da “guerra” contra o covide. A arma dos guerreiros tem efeitos colaterais de monta, ou objectivos inconfessáveis, a saber: Destruir a vida social, arruinar centenas de milhar de comerciantes e industriais, arrastar para o desemprego, a miséria, a fome quantos mais melhor, destruir a educação, prejudicar sem escrúpulos a infância, desproteger os doentes que não tenham o vírus, acabar com as consultas médicas, as cirurgias, os exames, causar mais mortes do que as que ao vírus se deveriam, prologar e exponenciar o pânico, as doenças mentais, afastar as pessoas, as famílias, os amigos, pôr uns contra os outros com exgências policiescas, chegue-se para lá, ponha a máscara, seja “cívico”...

Alguém, por exemplo os “jornalistas de ivestigação”, os institutos de estatística, os académicos, os “órgãos de informação, seja quem for, já pôs cá fora os números da letalidade dos últimos meses comparando-a com a dos anos anteriores, por exemplo com os tempos dos surtos de gripe? Não. Houve ontem, com certeza passando as malhas da censura estabelecida, um médico que disse ter feito tal comparação e concluído que não há problema de maior. Garantidamente, será silenciado.

Toda a gente sabe que as mortes atribuídas ao covide (“por” covide, nova preposição, tão estúpida como os tempos em que vivemos) são todas as das pessoas que tiveram o vírus, tenham morrido por isso ou por outra causa qualquer.

O que interessa é assustar, telejornais com horas de covide, jornais com páginas e páginas de covide, preciso é aumentar o pânico, pôr as pessoas “nos varais”, como a mulas nas carroças. E não há nada a fazer: As pessoas já estão infectadas com o pior de todos os vírus, o do medo, coisa que as desconstrói, as altera, as faz mais infelizes.

Para isto não há, nem haverá, vacina.

 

31.7.20

FIM DE SEMANA EM NOTÍCIAS

 

- O Boris prolonga a quarentena do turismo, grande vitória diplomático-sanitária da geringonça;

- O Orban paga os elogios do Costa com uma via verde para as multidões de turistas húngaros que costumam visitar Freixo de Espada às Costas e para os inúmeros portuguesinhos que usam passar o Verão em Budapeste;

-  A dona Greta (e as organizações que estarão por trás dela) vai receber um milhãozito para continuar a divertir-se à conta. O planeta, dito em crise de aquecimento, marimba nela. A Gulbenkian gasta dinheiro mal gasto;

-  O camarada Nogueira, para grande irritação do geringonço barbaças, ameaça com greves e mais greves dos professores, coitadinhos, que têm horror ao trabalho;

-  A esperança de vida diminui: resultado, é mais que certo, do estado a que o Estado levou o Serviço Nacional de Saúde;

- Em consequência da política do pânico estão esgotados os medicamentos para a ansiedade;

- Abata-se os fetos, não os cães, segundo leis em vigor em Portugal;

- O ministro da ciência quer mais cursos – privados! - de medicina em Portugal, mas não se demite do governo que proibiu tal coisa;

- Os reitores fecham as portas das faculdades de medicina a centenas de candidatos.

Ora bolas!

 

27.7.20

A QUATRO PATAS

 

Depois da primoministerial oração pela reconstrução do tripé da geringonça – como se tal estivesse em risco – e do anátema de troça, desconsideração e desdém com que brindou o PSD, com servil silêncio deste, ficámos a saber que, apesar do ligeiro espernear dos parceiros de eleição, a geringoncial organização está firme e de boa saúde, ou seja, como o IRRITADO já tem dito, nunca esteve em causa.

Na última ocasião – até daqui a dois meses por brinde do senhor Rio – em que “enfrentou” o parlamento, coisa fácil e sem controvérsia que se visse, o chefe do socialismo cada vez menos democrático do PS averbou mais um triunfo. A democracia da terceira república, ou a falta dela, ficou consagrada com a acéfala aceitação do PSD/Rio.

Por outro lado, na incontida ânsia por um segundo mandato com muitos votos, o senhor de Belém continua, popularucho e amigo da esquerda, a não arriscar qualquer sobressalto eleitoral vindo do lado dos geringonços. O chefe Costa tem nele a quarta pata da geringonça, o que lhe dá  a estabilidadae de que precisa para garantir mais quatro anos de navegação à vista, sem chatices de maior.

Quem ainda pensasse que, em Belém, havia algum respeito pelo passado democrático do seu habitante, bem pode esperar sentado, ou deitado. Cansa menos e muito contribui para a falta de sanidade mental que é hodierno timbre da Nação.

Disse.

 

26.7.20

VENHA O TIRIRICA

O PSD, nasceu “popular”. Por razões de oportunidade política que não sei se a razão conhece, passou a “social-democrata”. Foi sempre, claramente, contra o socialismo, primeiro o imposto pelos militares, depois, em doses menos radicais, adoptado pelo PS. Era o tempo do chamado “socialismo democrático” que Mário Soares defendia e identificava como social-democracia.

A “social-democracia” do PSD nunca passou de um rótulo que só incidentalmente correspondeu à sua imagem política ou ao que os seus apoiantes e eleitores dele esperavam: a oposição ao PS. Filiou-se no PPE, colocou-se no seu sítio, e conheceu, enquanto tal, largos êxitos.

Porém, nos finais do século XX (Sampaio), princípios do XXI (Costa) as coisas mudaram. A velha distinção soarista entre partidos democráticos e partidos não democráticos tinha os dias contados. Aos poucos, os segundos, por obra do “novo PS”, passaram a fazer parte dos primeiros, não por ter declarado o seu amor à democracia liberal, coisa que nunca farão, mas por ter descoberto vantagem na aceitação da mão que lhes era estendida.

O PSD, por seu lado, não foi capaz de capitalizar a entorse esquerdista, oportunista e pouco séria que está no ADN da geringonça e nunca a abandonará. Traindo a praxe constitucional que entregava o poder ao PSD por via eleitoral, o PS enterrou definitivamente o soarismo e a saudável tradição da III República do poder ao mais votado.

Empurrado, à primeira, pelo turismo e os juros baixos e, à segunda, pela pandemia do medo, o PS solidificou o seu poder, sempre devidamente encostado aos partidos não democráticos (na feliz definição de Soares).

Assim, o seu poder tornou-se avassalador. Os abusos do poder pelo PS começaram com Sócrates - os resultados estão à vista - e, vinda a geringonça, tomaram conta da sociedade. Adoptaram a moral esquerdista, dita fracturante, cumpriram a agenda do BE, passaram a mão pelo pêlo do PC, meteram os media no bolso, promoveram a nova “educação”, apoderaram-se de media obedientes e acéfalos ao mesmo tempo que continuaram, e continuam, a proteger uma economia dita “livre”, mas baseada em rendas e privilégios. Invadiram o Estado, privilegiaram os seus intocáveis empregados em prejuízo de terceiros, criaram um novo eleitorado, feito de favores e de excepções que passaram a regras.

E o PSD? Depois de hesitações várias, sem projecto ou ideologia, acabou nas mãos de um fulano que, sem perceber rigorosamente nada do que o PSD, em matéria de sociedade, representa, voltou à velha tónica da “social democracia” e passou a mendigo do status quo, isto é, do PS. Com a ”desculpa” do “interesse público”, passou a compagnon de route do PS, estando à disposição do poder para tudo o que o poder quer, ou seja, para tudo em que o poder não tenha apoio dos seus geringonços de eleição. Não reage, nem pressionado pelo brutal desprezo com que o adversário o brinda. À fatal ausência de quaisquer ideias que o distingam do adversário, o homem responde com repugnante servilismo. Nem de gato precisa para ir à caça: já tem o cão do PS para caçar, mas não percebe que tal cão leva a caça ao dono, não a ele.

Tudo isto redunda num gigantesco problema para a nossa sociedade. Estamos no caminho do pensamento único, do fim do juízo crítico, do esvasiamento de opção outra que não seja a do seguidismo obrigatório. Tudo o que o PSD podia representar deixou de existir às mãos assassinas do seu líder, feliz por ser desprezado, a apoiar quem dele escarnece, sem sombra de ideia mobilizadora ou útil.

Que hão-de fazer os eleitores, habituais ou ocasionais do PSD? Julgo que há uma só solução: continuar, mas exigir, com todas as forças e todos os meios legítimos ao seu alcance, que este ominoso trambolho dê lugar a outro. Será como com o Tiririca: com outro, pior não fica.

 

25.7.20

OS NOSSOS DIAS

A incontestada líder da indigência mental dos portugueses e da hiper-possidoneira, campeã do nacional-histrionismo, dona do mais estridente vozear e dos dentes mais equinos da Nação, deu com os pés (por quanto?) à balsemónica organização, e vai voltar a abrilhantar os dias do mais ignaro pagode. Segundo se diz por aí, o negócio contou com os milhões que o Estado deu aos media. Será? Isso não interessa, são bocas do Rio, valem o que valem, quer dizer, nada. Mas podem ser verdade: o erário público é capaz de estar a contribuir para o progresso da gritaria. O que interessa é verificar que as gargalhadas alarves da senhora, verdadeira boba, não da corte mas da plebe, valem milhões. Goste-se ou não, o novo emprego da espernéfica criatura é uma das grandes preocupações do povo, induzidas pelos do costume: os media.

Mas há mais: a segunda grande notícia dos dias é o triunfal regresso dess’outro grande pilar da nossa cultura, o senhor Jesus, homem de fartas melenas e altos triunfos.

A isto junta-se, com importância menor, uma reunião de amigos, com inimigos à mistura, que tem, ou teve, lugar em Bruxelas. Diz-se que vem aí muito dinheiro, mas, dada a profundidade do abismo, também se diz que não passa de peanuts. O camarada Costa, depois da proclamada “compreensão” que deu aos malefícios do colega Orban, viu o muito dinheiro passar a menos e, como é natural e costumeiro, prepara-se para o gastar da pior maneira, o que já está largamente anunciado com os milhares de milhões que irão para o hidrogénio, futuro elefante branco de estimação.

Há também uns incêndios para animar as artes. Felizmente ainda não tiveram importância de maior, a não ser pela morte de dois bombeiros e ferimentos em vários. Respeite-se.

E há o "incêndio" do BES/GES, coisa que vai levar uns vinte anos a resolver, lado a lado com o caso Sócrates e outros da mesma igualha. Nada de novo, é o costume.

Lado positivo disto tudo é que o covide está em quebra de influência. As duas marretas aparecem menos, o que é um descanso. Mas as manchetes continuam: tudo o que acontece, ou não acontece, é multiplicado pelas letras gordas que, quase sempre, nada de interessante dizem, a não ser que é preciso manter o terror bem vivinho.

E pronto, os nossos dias são assim. Vamos para a praia.

 

21.7.20    

É O QUE QUISEREM DAR

Hoje, o nosso geringoncial governo vai ser altamente representado em Bruxelas pelo seu inigualável primeiro-ministro. Vai, nem formoso nem seguro, a caminho da mais covídica das cimeiras da UE. Haverá máscaras com fartura, afastamento “social”, gel aos quilolitros, tapetes para lavar as solas, luvas, viseiras, uma nunca acabar de saúde. Os tipos do Norte e o penteadinho da Áustria vão fazer a vida negra ao pobre do rapaz. Os elogios públicos que fez ao seu colega húngaro - conhecido por indefectível democrata, defensor dos direitos humanos e outras raras qualidades - não deixarão de lhe ser úteis ao confrontar os forretas.

Será, diz-se, uma jornada difícil. Mas tudo será consequência de um imperdoável erro de casting. É que, juram inúmeros politólogos, quem devia ter ido à reunião era o inultrapassável Pedro Nuno Santos, o único que teria estaleca para enfrentar os canalhas: amedrontaria toda a gente com as suas farfalhudas barbas, mandaria o holandês àquela parte, o homem ficava à rasca, mandaria calar a Merkel, que se poria de joelhos (já não era a primeira vez), chamava maricas ao Macron, dava um par de estalos ao penteadinho, desatava ao pontapé a quem se lhe opusesse, poria toda a malta nos varais com um discurso daqueles que fazem estremecer a estátua do Marquês de Pombal, viria de lá sem um chavo mas teria defendido a honra da Pátria, coisa que lhe compete salvar, como salvou a TAP do sócio e correu com a Isabel da Efacec. Assim, salvos os termos e a linguagem do socialismo nacional, ficaríamos todos contentes.

Com o Costa, vai acontecer como com os pedintes: virá de lá com o que lhe quiserem dar. Nem precisava de lá ir.

 

17.7.20   

FRUTA DA ÉPOCA

 

Depois de três testes terem dado negativo, um futebolista foi, pela dona Freitas, impedido de jogar. Dona Freitas telefonou ou mandou telefonar exigindo a sua expulsão de um jogo em curso. Parece que o rapaz tinha estado em contacto com um infectado. Manifestou sempre boa saúde e, apesar da diligente insistência das “autoridades” em testes e mais testes, nunca lhes deu o prazer de ser portador do vírus.

Milhares de jóvens – os turistas que restam ao Algarve – foram atacados pela GNR quando praticavam o nefando crime de estar juntos, à noite, a beber umas cervejolas.

Uns casais que levaram os filhos a um parque infantil foram objecto de acção da PSP, por incumprimento culposo dos limites impostos pela pandemia, leia-se, pelo governo.

Todos os dias, os media parangonam as mais terríficas notícias. Não poucas vezes, por exemplo, tenho visto assustadoras letras gordas anunciando a morte de uma senhora de noventa e três anos num lar em Freixo de Espada às Costas.

Nunca, ou quase nunca, fosse quem fosse encontrou em tais veículos estatísticas comparativas dos mortos de anos anteriores, comparando-as com os últimos meses. A “informação” é o que é, está ali para vender, o susto é que vende.  

Os médicos que ainda têm algum amor à sua profissão e ao seu semelhante, que se preocupam com a saúde pública e que não estão borrados de medo ou encostados à bananeira, têm vindo, aqui e ali, nas raras vezes em que lhes dão oportunidade para tal, a chamar a atenção para a necessidade pública de se voltar à “medicina clínica”, isto é de se tratar da saúde por outras razões que não sejam a trampa nacional do covide. Mas a restauração do SNS é coisa que ainda não atingiu o limiar das preocupações do governo. A não ser, talvez, em sede de paleio de xaxa.

Eu sei que há uns heréticos a insistir no fim das catadupas de testes a gente saudável, a fim de lhes acabar com a saúde. Segundo tais e tão anti-sociais indivíduos, devia tratar-se quem está doente e deixar os demais dar cabo do vírus. Mas aí, há que reconhecê-lo, as “autoridades” socialistas e os seus seguidores, caguinchas e outros adeptos, têm que actuar com mão de ferro e sem contemplações. Há que ser polícias e bufos uns dos outros, coisa a que, nos nossos dias, se chama civismo democrático. E que se lixem esses parvos dos cancros, dos AVCs, dos diabetes de de outras actividades menos “cívicas”.

É a fruta da época. Está podre mas deve ser "biológica".

 

13.7.20

CENSURA, DA PURA E DURA

 

Numa das suas habituais catilinárias, o insuportável Sousa Tavares (imitação barata do respectivo pai) produziu uma fatal e definitiva condenação do Durão Barroso. Não acreditei nem deixei de acreditar, mas já li não sei onde um esclarecimento de alguém, já não me lembro quem, que destruía, palavra por palavra, os argumentos do Tavares.

Veio também à liça o embaixador Pedro Catarino, pessoa, creio, insuspeita de simpatias políticas pelo Barroso, esclarecer, com profundo conhecimento de causa, as ribombantes bojardas do Tavares.

Mas não é este o tema do post. Tema é que o “Expresso” recusou a publicação, com o peregrino argumento de que ultrapassava o número de palavras admitidas como direito de resposta.

Postas as coisas no são, verifica-se, e é o tema do post, que tal publicação "de referência" pratica a censura pura e simples, sem que ninguém (e há para aí “entidades reguladoras com fartura...) lhe vá à perna.

Para que conste.

 

12.7.20    

DONA RITA NO ALJUBE

 

Dona Rita, bonequinha ao serviço do PC, não sabe se o Goulag existiu, coitadinha. O meu coração palpita de carinho e espanto. A menina é igual àqueles, coitadinhos, que dizem que os campos de extremínio dos nazis foram uma invenção dos vencedores da II Guerra. Estarão no seu direito? Não estão. Em França até é crime público dizer tal coisa. Mas a dona Rita pode dizer o que disse, não se retratar, e continuar a merecer, e ter, o crédito, o aplauso e a consagração – e contratação - públicos que lhe são tão generosa e competentemente prestados.

Dizem que a rapariga é especialista em relações internacionais. Parece que em tais especializações se estuda História. Dada a situação do ensino, é provável que a história do comunismo em geral e da URSS em particular não faça parte do currículo. Uma boa desculpa, não é? Seria, se a criatura tivesse direito a tal coisa.

É de perguntar que estrutura mental tem a cidadã em apreço para ser chefe de um tal Museu do Aljube, coisa que parece estar am marcha e ser dedicada aos abusos prisionais do poder. Imagine-se os seus altos critérios. Parece que, para disfarçar, o tal museu vai debruçar-se sobre as várias repressões da nossa História, inquisição incluída. Damião de Góis será contemplado, diz-se! Acho bem. Mas, como sou um tipo desconfiadíssimo, tenho a fundada impressão que o Damião e outros não passarão de raminho de salsa para disfarçar a propaganda macissa do PC e dos seus heróis.

Isto ao ponto de o tenebroso Tavares (Rui) ter vindo hoje elogiar a organização por ter sido “fundadora” da democracia liberal em Portugal. Como pode o PC ser considerado fundador daquilo a que se opôs com unhas e dentes?!    

Aqui declaro que tenho consideração pessoal pelos indivíduos que, formatados por ideologias criminosas, sofreram na pele a repressão da II República. Transformar tal sofrimento em propaganda da organização que lhes deu cabo do juízo será próprio de quem acha que o Goulag não existiu, mas não o é de quem tenha um mínimo de crença na liberdade ou na democracia liberal.

Por isso que, por muito bom que seja (como por aí se garante) o “projecto” da dona Rita para o museu do Aljube, a sua filiação e as suas convicções devessem excluí-la liminarmente de tal cargo

O tempo passa, mas os complexos ficam.

 

10.7.20

 

ET. Soube agora (17,40) que o concurso para chefe do museu não incluia a elaboração de nenhum projecto, mas tão só a experiência curricular dos candidatos. Houve 60 a fazê-lo. Dona Rita, como não tinha, na matéria, currículo de espécie nenhuma, só muita palheta, ultrapassou-os a todos. Ficamos a saber que a única qualidade da fulana era ser do PC. Quem terá feito o "projecto?

Fica o esclarecimento e a pergunta.

O CAPACHO

 

Não sei se ainda haverá, nos filiados, simpatizantes e eleitores do PSD, alguma margem de ilusão ou de esperança na patética pessoa do senhor Rio. Parece que não há um minuto, um momento, uma ocasião em que não haja, da parte da criatura, um seguidismo parolo e servil em relação ao PS.

Não sei quantas vezes Rio já foi humilhado, desprezado, espezinhado pelo Costa, mas sei que foram tantas quanto aquelas em que não se sentiu. Que não tenha dignidade que chegue para se sentir, será um problema entre o próprio e a sua consciência, se a tiver. Mas limitar a sua acção política a propostas idiotas, sem sentido ou sem futuro e/ou a meros apoios ao adversário, já é coisa que ultrapassa o mais elementar entendimento. Andar preocupado, não em assumir o seu papel de opositor, mas com o “muito trabalho” daquele a quem se devia opor, é uma coisa que dificilmente caberá na cabeça de qualquer ser pensante. "Comer" que o Centeno passe directamente do governo para o Banco de Portugal – um desavergonhado esquema socialista – não se compagina com a dignidade nem com a história do PSD. Aceitar cegamente as limitações à liberdade das pessoas sem qualquer sentido crítico, não é fazer oposição, mesmo que “construtiva”. É estar parado quando se lhe exigiria acção, opinião, centelha.

Rio até a oposição trespassou para o PS, para os barões socialistas que, à falta de melhor, se engalfinham uns com os outros. Para quê enfrentaria Costa a oposição democrática, se ela não existe, nem no parlamento, nem na imprensa, nem em nada que não seja o populismo do BE e do Chega, com o PSD em permanente falta de comparência?

Aproxima-se a maior, mais grave e mais inimaginável crise da nossa história. O que vemos agora é uma pálida imagem do que está para vir. E não se encherga, da parte do PSD, uma só ideia nova. O PNSantos pode continuar carroceiro, o Medina ditador, a Temido parvalhona, os primos e cunhados do PS instalados, o Costa a ocupar tudo, da informação à agenda.  Transformado por Rio em capacho do governo, o PSD sossobra na apatia bacoca de um chefe mais preocupado com o seu portismo regionalista que com o país ou o partido.

Costa tem razão, isto é, sabe onde navega. De um lado, tem à disposição os parceiros que elegeu. Se estes falharem, do outro estará, sempre, atento e venerador, o indefectível Rio. Costa, imperial, fica com tempo de sobra para acalmar os barões e os lacaios, explicando-lhes que ou se portam bem ou ficam sem malga.

 

9.7.20   

ENERGIAS

 

Não faço ideia nenhuma se os tipos da EP são culpados ou não das trafulhices de que os acusam. É verdade que nem eles nem o sinistro Pinho me merecem qualquer confiança. Enfim, assuntos da Justiça que, com alguma sorte, daqui a uns dez anos serão resolvidas.

A história que devia ser tratada, mais do que esta, é a da política energética do país. Ao longo de muitos anos, vem a opinião pública sendo injectada com a peregrina história do clima, das energias limpas, da necessiadade de legislar de acordo com os altíssimos objectivos europeus, coisas que, em si, podem ser aceitáveis, desde que seguidas com conta peso e medida. Mas há uns que estão muito orgulhosos por acelerar mais que os outros no cumprimento (antecipado) de objectivos. Portugal tornou-se, e disso se orgulha e gaba, num dos países mais à frente em tais matérias. Por todo o lado, multiplicam-se moinhos de vento e florestas amazónicas de painéis solares. Muito bem, diz a “bempensância” estabelecida.

O problema não é esse, é o da forma como o “avanço” foi conseguido, é o da fingida liberalização energética, expressa em rendas garantidas, benefícios fiscais e outras prebendas. O resultado é que, para implementar o “progresso” energético, se sacrifica o país inteiro, as pessoas, as famílias, as indústrias, a economia em geral, assim garantindo o “sucesso” dos que vivem à pala das políticas públicas, num inextricável mar de privilégios. É a liberalização do mercado, mas de pernas para o ar, o contrário da concorrência, o contrário do risco, preços garantidos, rendas obrigatórias, facturas astronómicas sem outra explicação que não seja a da inoperância e da incompetência públicas - se calhar com pigos ou lagos de venalidade.

Para consolo dos que acham que “somos os melhores” por termos mais energias alternativas que os outros, uma Nação inteira é prejudicada nos seus mais legítimos interesses. É cara, a propaganda, mas eficaz quando mete areia nos olhos das gentes.

Os que se lambem com rendas não são culpados, aproveitam as oportunidades que lhes são dadas de mão beijada por políticos sem visão nem objectivos outros que não sejam os de seguir modas impingidas por terceiros, e gabar-se ao espelho. Isto, sem tocar em eventuais assuntos mais “sensíveis”, que desconheço mas de que muita gente desconfia.

Ninguém saberá como sair disto. A não ser, desconfio, o Galamba, que nos quer pôr a produzir hidrogénio. Coisa baratinha, mais de sete mil milhões. E lembrar-me eu que, há anos, houve quem propusesse tal verba para disponibilizar energia nuclear, limpa e com factura mais barata. Mas isso é roupa de franceses. Não é para um país que recusa o petróleo, o lítio, e tudo o que tenha hipóteses de o tirar da miséria.

 

6.7.20

TAP

Não é preciso ser um especialista em aviação para perceber que as chamadas “companhias de bandeira” deixaram de fazer sentido. Têm os dias contados. Boa ou má (boa e má), a globalização deu cabo do conceito.

Será a procura o que determinará a viabilidade das rotas e das companhias de transporte aéreo. Não é por acaso que a TAP foi sempre deficitária, só tendo tido bons resultados uma vez, a confirmar a regra. Não parece, por isso, razoável a insistência na tal companhia de bandeira. Se as rotas com origem ou destino em Portugal forem rentáveis, não haverá quem não queira explorá-las. É uma questão de marketing. Insistir na diáspora ou nos PALOP como justificação já não colhe. Ainda menos colhe querer continuar a sustentar com fundos públicos uma empresa que não consegue nem jamais conseguiu sair do vermelho. Ou será que a geringonça tem alguma mèzinha mágica para resolver o problema?

Para a extrema esquerda tal mèzinha existe, e é a mesma de sempre: a nacionalização. Os camaradas do PS têm outra solução, tão inteligente como aquela: acham que, passando a gestão a ser pública, tudo se resolve: o governo mete lá uns amigos, e acabou-se. Tanto uma como outra destas soluções entra nos domínios do ridículo. Ambas contribuem, com irrefutáveis provas dadas, para os imensos problemas que promovem. O Estado ultrapassa os seus limites, passa a regulador de si próprio, desautoriza-se, falha. E, numa como noutra das soluções os resultados são afins, e inevitáveis: chamam-se ruína.

É discutível, mas tem lógica, que os Estados proporcionem e suportem condições especiais para voos entre os seu territórios mais afastados, ou periféricos, cujas circunstâncias geográficas e a falta de procura tornam tais voos deficitários, portanto não atractivos para a exploração comercial. Trata-se de uma excepção de mero carácter político, um custo para o Estado. É por aí que o Estado devia ficar.

No caso da TAP, seja qual for a “solução” encontrada, estamos estre espada e a parede, ou seja entre um ministro boçal e ignorante e um amigo do chefe. Venha o diabo e escolha. A espada não se entende com a parede, os privados estão fartos das ordinarices de um e do poder informal do outro, o chefe não tem qualquer ideia a este respeito – limita-se, como sempre, a ver de que lado está o vento. Nada de bom se pode esperar. Certo certo é que vamos pagar os buracos que o covide abriu e o atraso nos resultados que a monumental expansão da companhia motivou.        

Os bancos foram ajudados pelo Estado. Tais ajudas (aos bancos que não foram vítimas de gestão danosa) estão pagas, e com bons resultados em juros. As ajudas deram lucro ao Estado! Exceptua-se o maior beneficiário de tais ajudas, a Caixa Geral de Depósitos, que é pública, não paga, o que é difícil de perceber. No entanto, a explicação é simples: vivemos governados por socialistas, sejam moderados, radicais ou estalinistas.

Nada pareceria impedir que o mesmo se passasse com a TAP. Com uma reestruturação radical, mas bem pensada e executada, e com uma gestão de grande categoria e experiência do ramo, acredito que seria possível, em meia dúzia de anos, levá-la a uma situação aceitável, que permitisse a sua venda em condições igualmente aceitáveis. O que não se compagina com ideias estatistas, com socialismos bacocos, com gestões públicas, com “ideais” de companhias de bandeira ou com idiotices pós-coloniais.

 

2.7.20

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