O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
Você, meu caro, é um alarve. Não gosta de máscaras, não gosta de estar fechado em casa, não gosta de não poder passear sem cão, não gosta de não se poder sentar no banco do jardim onde lia o jornal, jantou com a família a 24 de Dezembro, acha que é um crime manter as criancinhas em casa a olhar para a pantalha, enfermiças, tristes, enfim, segundo o governo, altamente representado por eminências do calibre do Cabrita e da Temido, é um inimigo público, um malandro que não não se delicia com as perorações das excelências de Belém e de São Bento. Você é a incarnação do mal, pior que o covide. Aliás, segundo as mesmas fontes, o espalhar das infecções é culpa sua, de mais ninguém. O covide não fez mais que aproveitar-se das suas maldades para avançar a passos largos na sua tenebrosa actividade.
Você, além de culpado é estúpido. Tem a mania de ir ver uns números que não têm nada a ver com os do governo, bem como com os dos especialistas e artistas convidados para espalhar o terror. Comete o crime de se recusar a ser bombardeado pelas televisões e pelos jornais na sua nobre missão de o assustar, o encher de medos, de ódio ao seu semelhante, de aumentar a antropofobia que lhe meteram na cabeça. Olha para os números e vê que houve muito covide em Março, que o covide se foi embora a seguir, quase desapareceu no Verão, surgiu outra vez em fins de Dezembro para se estar a ir embora no dealbar da Primavera. Verifica que tal não teve absolutamente nada a ver com o seu Natal, que a coisa anda para cima e para baixo sem ter nada a ver com confinamentos, que não há relação directa do sobe e desce com os confinamentos de cada um. Você é um negacionista, um covidiota, quiçá um nazi encapotado ou um estalinista a fazer inveja ao PC.
*
E se você cometeu o hediondo crime de ir passar uma semana nas doces praias dos brasis, então merece o anátema final, a excomhunhão, o opróbrio. O governo vinga-se, como é seu irrefutável direito. Você comprou uma ida e volta à TAP. O governo proibiu os voos de regresso. Você ficou mais de um mês a pagar estadia, comes e bebes, se calhar está quase teso, não pode ir ao trabalho e o patrão a marcar faltas, e ainda não sabe quando volta. Um mês depois da proibição dos voos, o governo, generosamente, arranjou um avião para o ir buscar não se sabe quando – atitude heróica se pensarmos na escassez de aviões disponíveis, não é? É claro que com uns míseros mil e tal euros, pode viajar até Paris ou Fankfurt e daí para Lisboa. Deita fora o bilhete da nossa maravilhosa “companhia de bandeira” e diz adeus ao dinheiro que gastou. Quando cá chegar metem-lhe umas zaragatoas pela goelha abaixo e pelo nariz acima, e mandam que se confine mais umas duas semaninhas.
E se você não tinha bilhete de volta? Aí, como é justo, tem que pagar. Quanto? O governo não tem nada com isso. A companhia de bandeira começou em 800 euros e, anteontem, já ia em 1.350. Hoje não sei, mas se se atrazar vá preparando uns 2.000 ou mais, que não merece outra coisa.
O que é que você queria? Enquanto a Pátria se debate com o covide, você vai a banhos para o Brasil. Devia ser preso. Não é. Sabe porquê? Porque o nosso socialismo ainda não entrou numa fase “real”. Além disso, não temos uma Sibéria à mão.
O IRRITADO fez deslocar a São Bento um dos seus jornalistas especializados em assuntos históricos, a fim de entrevistar o ilustre deputado Parvenso Melões.
Transcreve-se a gravação d entrevista:
- Deputado Melões, gostaríamos de lhe pedir algumas ideias sobre a História de Portugal.
- Com certeza. Com todo o gosto.
- Muito bem. Na sua opinião, como considera a figura de Dom Afonso Henriques?
- Um bandoleiro, sedento de sangue, sem respeito pela própria mãe, um tipo que, com uma mesnada de díscolos e a ajuda dos bandalhos das cruzadas, atacou indefesos muçulmanos e lhes roubou o poder.
- Mas os muçulmanos...
- Pois, tem razão, eram uma cambada de gatunos que tinham dado cabo das monarquias visigóticas. Aliás, elas não passavam de serventuárias do papado e dos seus mais obscuros interesses.
- Então o mesmo se poderá dizer dos bárbaros, dos romanos, e por aí fora.
- Sim, claro, toda essa canalha deu origem ao colonialismo, ao racismo e ao fascismo. E é a mentalidade que preside, hoje em dia, a bandos de saudosistas sanguinários.
- Tomo devida nota, engenheiro Melões. Já agora, que pensa Vossa Excelência do Mestre de Avis?
- Mestre, só se for da desordem e da xenofobia. Ele e aquele tipo a quem chamam condestável. Um incompetente. Um e outro devem ser despojados de honrarias e demolidas as estátuas que por aí têm. Caixote do lixo com eles, já!
- Mas os castelhanos invadiram o país...
- Os castelhanos eram uns tipos organizados, e esse gajo de Aviz, ou lá donde é, teve que pedir ajuda a uns bifes que andavam por aí à porrada! Está a ver? E ainda há uns fascistas que gostam de gente dessa! É intolerável.
- Compreendo, doutor Melões. Um pouco mais tarde, tivemos o principe Dom Henrique, o Navegador. Que acha dele?
- Navegador? Esse estafermo nunca pôs os pés na água. Um aldrabão. Pergunte ao Boaventura. O patego queria conquistar o Norte de África e andou a matar abxalás por todos os cantos. Outra vez a filosofia do Henriques!
- Tomo nota, arquitecto Melões. Agradeço as suas opiniões. Já agora...
- Não são opiniões! É a verdade histórica. Pergunte ao Rosas, à Catarina, ao Tavares, à secção de sociologia da Universidade de Coimbra e a outros patriotas.
- Continuando, se me permite, professor Melões, gostaria de ouvir a sua opinião sobre o padre António Vieira.
- Quem? Ah, esse gajo, pois. Um propagandista do coloniaismo, um parlapatão que se dizia protector dos índios do Brasil, um desavergonhado. Muito bem fizeram aqueles tipos da escola do Mamadu quando lhe pintaram o focinho... camartelo é o que ele precisava.
- Vejo que Vossa Excelência é partidário do apagamento de certas memórias.
- Claro. É preciso pôr os pontos nos is. Para começar, devíamos aproveitar a bazuca para limpar a casa, isto é, para financiar um grande programa de demolições.
- Por exemplo?
- Exemplos não faltam. Começaríamos pelo castelo de São Jorge e por outras vergonhosas memórias que por aí há. De outros tempos, demoliríamos o mosteiro da Batalha, os Jerónimos, as várias catedrais padrescas espalhadas pelo país, o palácio da vila em Sintra - é bom não esquecer que foi lá que o analfabeto Camões leu as suas atoardas ao reizeco Sebastião -, o palácio dos braganças em Vila Viçosa... Enfim, pediu-me alguns exemplos, aí os tem. Seria um programa verdadeiramente nacional, cheio de significado, uma homenagem à verdade, um nunca acabar de restituição da justiça, em nome da juventude e do futuro.
- Mas isso é uma razia enorme, acha que o seu partido concorda?
- Acabará por concordar, há boas influências internas e externas que apontam claramente para isso. Se você ler os jornais encontra uma catadupa de artigos que vão nesse sentido. Trata-se de uma luta que, mais cedo ou mais tarde, venceremos. É a minha missão, na vida e na política.
- Senhor comendador, a redacção do IRRITADO agradece as suas declarações, e deseja-lhe um bom e longo confinamento em pocilgas que tenham vaga.
NB. O nosso colaborador foi preso pela GNR à saída de São Bento, por ofensas aos “pais da Pátria”. Amanhã será presente ao juiz.
Francamente, não percebo o que se passa no CDS. Verdade é que o líder é um papagaio irritante, que o CDS sempre foi um saco de gatos, que estão todos a olhar para o umbigo e que nenhum aparece com vontade de colar os cacos – com vontade de fazer mais cacos há muitos... - ou de esquecer querelas, momentaneamente que seja, e avançar para qualquer coisa que se veja. Ou muito me engano ou vai ser o fim da macacada, até porque o partido tem outros dois a saltar-lhe às canelas.
No PSD as coisas são de outra ordem. O Rio, em relação ao PS, não passa de um colaboracionista, um pacóvio promovido que já nem na sua “aldeia” sabe com quantos soldados conta. O eleitorado do centro e do centro/direita, apesar dos desgostos da orfandade, não desertou tanto quanto seria de prever ou o que o Rio mereceria. Ao fim de três anos de “gestão” política deste inútil e contraproducente líder, ainda haver uns 25% que vota PSD é um fenómeno de resistência colectiva digno de todos os louvores. É tentar manter uma réstia de esperança no meio da desgraça política em que, mais uma vez, o PS insiste em mergulhar o país.
Os dinheiros que talvez venham da Europa são muito em valor, mas muito pouco para as necessidades. O problema maior, porém, como já tem sido denunciado, é que, nos “planos” já conhecidos, o PS se propõe ser ele próprio, em nome do Estado, a gastá-lo. Continuamos na política do Pinto de Sousa: gastar dinheiros públicos a rodos deixando de fora uma coisa tão importante como a economia real. Em vez de auto-estradas de betão, gastaremos em auto-estradas digitais. Do lá-vai-um como as outras. Anúncios e mais anúncios de coisas que não se fazem mas cujo dinheiro desaparece. A “gestão” pública no seu melhor. A propaganda do diz, o diz que disse e que não disse, do faz mas não faz. O hidrogénio e outras ruinosas martingalas para louvar e engordar o Estado, encolher a economia e favorecer os amigos. O dinheiro talvez venha, mas desaparecerá sem resultados reais ou visíveis. Quanto mais dinheiro o PS receber, mais dinheiro irá para o cano, sendo fácil imaginar qual cano.
O PS prepara afanosamente mais uma colossal ruína do país. Quanto mais “planos”, mais reforço do Estado, ou seja, do PS. Se centrarmos a única esperança de salvação num PSD forte que isto denuncie e que mostre outro caminho, o que temos? O Rio! Nem denúncia, nem caminho, Nada. Será preciso esperar por mais uma hecatombe nas autárquicas para ver o Rio ir para casa?
Como a contece a muitos milhões de portugueses, quase todos, não sou fascista, nem homofóbico, nem nem racista, nem de nenhuma espécie de extrema-direita (ou esquerda), nem de uma série de outras coisas habitualmente brandidas pela intolerância totalitária que inspira a “moral” dos que estão “a dar” e a generalidade daquilo a que, em Portugal, se chama jornalismo.
Posto isto, vejamos: o Presidente do Tribunal Constitucional, professor de direito justamente considerado ilustre, escreveu, em tempos não muito recuados, que não estava de acordo com o “lobby gay”, que rejeitava “a promoção” das “ideias homossexuais”, que, “enquanto membro da maioria heterossexual e respeitando os homossexuais, não estava “disponível para ser tolerado” por eles, que discordava de cartazes da CML “promovendo a homossexualidade” (cartazes onde se lia “se a tua mão fosse lésbica, mudava alguma coisa?"), que não concordava com as barrigas de aluguer porque tal prática “é violadora da dignidade da pessoa humana” e que "diga o Direito o que disser, a concepção de uma criança sem pai é tão absurda como a de uma criança sem mãe”.
Como é evidente, estas opiniões, prontamente veiculadas - diga-se denunciadas - pela “comunicação social”, causaram a tempestade mediática o o “alarme social” que a nova “moral republicana” impõe. Será que uma pessoa tem o direito a ter opiniões destas? Não tem. A opinião não é livre, tem “limites”! Tais opiniões ofendem a Constituição, pelo menos na opinião do BE, do PAN, da dona Isabel, do jornalismo mentecapto e para-totalitário que por aí viceja e da “verdade” oficial.
O IRRITADO declara a sua concordância com a generalidade das opiniões do juiz Caupers.
De caminho, lamenta as cedências do ilustre senhor à opinião dos bedéis da censura. No fundo, claudica lamentavelmente. Sem se negar por completo, claudica na mesma. Uma tristeza.
Afinal, Sua Excelência o Presidente, bem como o seu subordinado chefe das Forças Armadas, foram ao funeral do Marcelino da Mata. Discretamente, sem televisão nem jornais, a fim de evitar reacções porcas, tais as do Mamadu, do BE & companhia, PNSantos incluído.
O IRRITADO retrata-se por ter dito que não iriam. Mas só se retrata parcialmente. A coisa foi feita, como acima digo, de forma a suscitar um mínimo de publicidade e de comentários como o do IRRITADO, em sentido contrário dos dos porcos.
Se se tratasse de outra pessoa, menos relevante que fosse, mas “escolhida”, os jornais estariam cheios de notícias, telefonemas de Sua Excelência à família, fotos compungidas, se calhar luto nacional, bandeira a meia-haste, propostas de panteão, o diabo a quatro. No caso presente, a presença no funeral, que é digna de louvor, foi, obviamente, rodeada de cautelas, fechada a fotógrafos, isto por causa das moscas.
O chamado governo, moita carrasco, uma vergonha, uma cobardia sem nome.
Enfim, encerre-se o episódio, ou seja, submetamo-nos aos implícitos ditames do poder.
Porque é que os que andaram nas guerras do Ultramar são hoje pasto de insultos por parte de gente, ou esquerdista ou desinformada por décadas de “educação” e de “moral republicana”?
Porque é que III República, ao contrário das duas anteriores, se dedica a vilipendiar quem se bateu, no respeito por uma noção de Pátria com seis séculos de História?
Porque é que a socierdade aceita e glorifica os chamados historiadores que se dedicam a “rever” a História sob o confesso parti pris da a denegrir e falsificar?
Porque é que há quem aceite, e não puna, pelo menos com censura política oficial, um díscolo político do calibre do ultra-racista Mamadu Bá, infrene militante do ódio a Portugal e da trafulhice intelectual?
Porque é que um símbolo do amor a Portugal do calibre de um Marcelino da Mata, ao morrer, não é objecto de uma palavra do Chefe do Estado português? Ou do chefe governo? Ou dos altos comandos militares?
Porque é que as cinzas de Marcelino da Mata não são objecto de homenagem oficial?
Porque é que a Honra de quem a merece é obnubilada pela de “heróis” (mesmo que alguma honra mereçam) de segunda - se com ele comparados - fadistas, futebolistas e tantos outros que o Presidente escolhe para celebrar os portugueses?
Porque é que um preto que escolheu ser português e bater-se pelo Portugal do seu tempo, não merece, sequer, um elogio oficial?
Não sei o que lhe hei-de chamar. Entre outras “medidas” mais que discutíveis, impressiona particularmente e me revolta as entranhas é a que, reiteradamente, põe 1.200.000 jóvens numa quarentena permanente, sem aulas, sem convívio, sem desporto, sem desenvolvimento intelectual, psicológico ou físico, sem outra coisa que não seja olhar para as paredes e lutar com os pais por causa de um monitor onde os professores lhes atazanam as meninges.
As feridas assim abertas pela estupidez humana, crimes de lesa humanidade e de abuso de autoridade, sararão algum dia? Duvido. Sacrificar o desenvolvimento humano de uma criança com a esfarrapada desculpa de defender a saúde dos adultos é de uma inimaginável cobardia.
E os milhares que, em imparável espiral, morrem por falta de assitência médica?
Há milhões de portugueses, virtualmente todos, que vão entrar, ou já estão a entrar, na miséria, na fome, na imerecida impossibilidade de honrar os seus compromissos, quem ou o quê lhes pode acudir? O país inteiro que, por razões que não têm razão (olhem para a Suécia!), por medidas securitárias cuja utilidadde é, pelo menos, discutível, vai entrar num imparável abismo de dívida. Quem o colmatará? Até onde podem ir as “bazucas” antes de, elas mesmo, falirem? Como se pagarão as moras? Haverá alguém que as pague? Como vão o cabeleireiro da esquina e o homem da leitaria pagar as rendas em atraso, se durante meses são obrigados a não facturar um cêntimo?
Quem será o responsável por isto tudo? O Guterres e sua OMS, os idiotas do nosso governo e os seus aderentes esquerdistas totalitários, os nossos direitistas pacóvios? Não se sabe, ou sabe-se que, para responsabilidades, não estão cá nem cá estarão. Nenhum resiste, nenhum acorda perante as hecatômbicas consequências do que defendem ou apoiam.
Rare sunt nantes in gurgite vasto. Meia dúzia de vozes, para além dos políticos, se erguem na denúncia dos abusos e dos crimes. Mas esses não têm voz nos media, os media são altifalantes da ditadura, quiçá os mais culpados entre os culpados. Talvez um dia acordem, mas será tarde demais, se e quando a revolta nas ruas estalar na boca dessa gente e passar a vender. Quando essa revolta estourar será também tarde demais.
Para já, daqui lanço um desafio: que os donos dos bares, restaurantes, cabeleireiros e outros arruinados dêem o grito do Ipiranga e abram todos ao mesmo tempo. Não haverá polícias que cheguem para os castigar ou parar. Desobediência civil? Com certeza, mas não é legítimo desobedecer à tirania?
Isso mesmo, há uma loucura colectiva a tomar conta da nossa sociedade.
No elevador do parque de estacionamento aqui do bairro, onde pago para me refugiar da tirania da EMEL, com dez pessoas permitidas no tempo da liberdade, são agora permitidas duas. Já fui várias vezes expulso da coisa por concidadãos meus, já assisti a várias pessoas que, vendo-me lá dentro, sózinho, não tiveram coragem para entrar.
Crime scene!: os bancos do meu jardim, onde lia o jornal nas manhãs de sol, estão fechados com fitinhas da polícia. O mesmo no parque infantil onde, no tempo de outra senhora, crianças brincavam felizes. Hoje, nem brincar nem ir à escola, são escravas de pantalhas, as que pantalhas têm, as outras nem isso, estão entreguas ao tédio e ao abandono.
Fresquinho: a PSP expulsa os miúdos do parque de skateboard. A GNR dispersa uma festa de aniversário com oito pessoas.
Esta lista seria interminável, se tivesse pachorra para a escrever, mas o novo regime nem isso merece. Talvez seja a IV, ou V república, a de 1984 com trinta e tal anos de atraso.
As televisões, ao serviço do novo regime, aterrorizam as pessoas horas e horas a fio, e ninguém chama a isso o que isso é: um crime de lesa-pátria. Uma sociedade inteira passa a fronteira da depressão, entra na loucura, consome mais anti-depressivos do que consumiria cervejas, se lhe fosse permitido confraternizar com elas. Há tarados que, no cumprimento das normas da ditadura, chamam nomes a quem passeia sem máscara no jardim aqui do bairro.
Diz-se que o “confinamento” está a dar um resultadão, quando o confinamento, se resultasse, seria daqui a duas ou três semanas e, mesmo que assim fosse, está provado que não é possível provar que resulte: os países que não confinaram sofreram com o covide exactamente como os outros, uns mais outros menos.
O governo da nova república já fez milhares de discursos falsos, já disse, sobre o mesmo assunto, que era preto, branco ou cinzento às riscas, que era bom e que era mau, que é assim ou assado, frito ou cozido.
Incontáveis “especialistas” surgidos de toda a parte, colaboram activamente no criminoso fabrico da loucura. Os doentes morrem sem assistência, sem consultas, sem cirurgias, sem diagnósticos, sozinhos, nem no funeral têm direito a assistência. O SNS é o falhanço que sempre tem sido, arruinado pelos seus defensores mais ferozes. É como o confinamento, não funciona mas é sagrado.
A sociedade deslaça-se, arruinada e triste, stressada, deprimida, já enlouquecida ou a caminho de tal.
E a ruína? Quando a ruína chegar ao pico, não haverá “curva” que a baixe.
Médicos e enfermeiros cruzam as fronteiras para não mais voltar, emigram mais do que emigraram no tempo de outra república, a da troica. A culpa continua a ser do Passos Coelho.
Os nossos dirigentes, esses, tão orgulhosos como burros e mentirosos, gabar-se-ão sempre da sua obra. Não têm perdão.
No tempo da ditadura ilegalizava-se o que chateasse o poder. Os partidos eram proibidos, a maçonaria e outras pessegadas do género também, os soviéticos, chineses e quejandos eram presos, os reviralhistas processados, os jornais censurados.
Os tempos mudaram, como é sabido. Hoje, é tudo autorizado, o bom, o mau, o assim-assim – dependendo de quem julga -, não há censura nem presos políticos.
Lembro-me de, uma vez (não sei se já contei esta história) ter sido convidado para uma conversa com o embaixador da Alemanha comunista, dita de Leste. Num apartamento, tão miserável como de péssimo gosto, num cadeirão insuportável, ouvi o embaixador dizer de sua justiça. Na RDA havia partidos políticos autorizados, a oposição era tolerada, os jornais eram “livres”, e outras patacoadas do estilo. Eu sabia que era tudo mentira, mas não disse nada, agradeci o “esclarecimento” e fui-me embora. Apesar de tudo, fiquei com a sensação de que, pelo menos teoricamente, o regime lá do dítio era capaz de ser, no caso dos partidos, mais “democrático” que o da II República.
Muitos anos são passados. Hoje tudo é livre. Aos poucos, de forma diferente, mais cínica, mais suave, sente-se que somos livres mas. Mas degradação da democracia galopa, a “informação” é o que é - não censura, “selecciona”, não ser de esquerda é mal visto, insultado, apodado de criminoso, fascista, racista, portador de ideias perigosas, como ser-se liberal, ou pior, neo-liberal, e coisas do género. A imprensa em geral é seguidista do governo, há opiniões sem assento nas televisões, há agentes do totaliatrismo no Conselho de Estado, o único critério para as nomeações públicas é o da fidelidade canina ao governo. Em tempos melhores, houve quem pusesse a TV pública fora da alçada dos governos, quem criasse uma comissão independente para as nomeações públicas, a CRESAP. De há anos a esta parte, tudo muda, todos os dias, a CRESAP foi assassinada, a TV é o que se sabe, bons são os primos, os cunhados, as mulheres, os maridos, os filiados, os simpatizantes “pro-activos”, os bufos, uma maralha bem escolhida segundo os critérios de “competência” do governo.
Um bolo cheio de creme para uns e de favas para os outros. Temos agora a indispensável cereja a coroar tal bolo. A dona Gomes, uma cereja com caroço de PIDE. Recorreu a prestimosa senhora à PGR, a fim de ilegalizar o “Chega!”. Um tal Ventura, tão importante como ela, faz-lhe sombra. Ilegalize-se! Proíba-se! Encarcere-se! Denuncie-se! Os 500.000 que votaram no fulano não são cidadãos como os outros, são díscolos que se atrevem a contestar os “valores” da esquerda, como se houvesse disso para alé da sede de poder. Salazar, ao pé desta criatura, era uma criança, os tempos eram outros mas a intenção a mesma: acabar com eles, os outros, os que não jogam de acordo com a cartilha. 500.000 fascistas, xenófobos, homofóbicos, racistas, nazis, criminosos políticos, tipos que contestam o socialismo constitucional! Acabe-se com eles, não são portugueses, são traidores!
O major Silva Pais, se isto visse, considerar-se-ia ressuscitado na pessoa dos seus parceiros polícias políticos, da Gomes, da Matias, do Ramos, do bronco matacão P.N. Santos e de tantos outros “democratas” da mais fina cepa. Tão fina como a do Silva Pais.
Pior que isto tudo é não se ver ninguém a chamar à Gomes os nomes que merece.
Demitiu-se o mui ilustre chefe das vacinas, patrão de um hospital arruinado que dá vacinas a torto e a direito, sábio que, no exercício das suas competências vacinatórias se declara adepto da Marisa e chama nomes aos eleitores do Ventura, ex-secretário de Estado de não sei quantos governos socialistas, figura cimeira da esquerdalhagem.
Muito bem, ou muito mal, como queiram. Foi o que aconteceu no “Público” de ontem.
O mui opinioso director da publicação faz o panegírico do homem, honesto, exigente, trabalhador, ínclita figura que se demite com honra e dignidade, merecedor de todos os elogios e da mais alta consideração, a quem a pátria muito deve. Muito bem: o artigo tresandava a avental, mas isso é o menos.
Na página das costas do mesmo número do mesmo jornal, o verrinoso João Miguel Tavares atira-se ao Ramos com uma floresta de mimos do mais brutal, do mais concreto e do mais provado, chama-lhe tudo e mais alguma coisa. Muito mal: não parecia cheirar a avental, mas isso quem sabe, pode ser uma questão de grau.
O IRRITADO, que não conhecia o Ramos de parte nenhuma, começou a vê-lo todos os dias a largar os seus bitates na TV. Estúpida ou ingenuamente achou que um homem, naquela posição, devia ser um impoluto independente ou, pelo menos, comportar-se como tal. Os dias passaram, e o IRRITADO começou a embirrar com o seu ar de professor de criancinhas. Tratava o cidadão com um paternalismo displicente, com um arzinho de condescendência, como quem fala com ignorantes e néscios. Estupidez ou ingenuidade? O homem afinal é um socialista ferrenho, foi escolhido como são escolhidos praticamente todos os que tocam instrumentos na orquestra do Estado social-costista. Foi nomeado segundo o critério do costume: a pertença e a fidelidade à tribo. Não passou muito tempo até prová-lo, o rabo do gato não tardou a sair da gaiola. A incompetência também, mas isso não é surpreza: faz parte integrante do socialismo “democrático”.
Em plena pandemia, os senhores deputados cedem à agenda do BE e viabilizam a eutanásia. Pletóricos de entusiasmo, enquanto o país sossobra na ruína económica, no falhanço sanitário e na estupidez galopante, dão prioridade a mais umas mortezinhas devidamente programadas. Não se sabe o que fará o senhor de Belém com a sua legitimidade reforçada mas com a obediência cega ao status quo que desde sempre o informa e inspira.
Mais. Os senhores deputados descobriram uma nova forma de ridicularizar a democracia: vacinas aos molhos para todos, para alguns, para dois ou três,para o diabo que os carregue, mais uma entretenha, o restaurante a funcionar, nada de lancheiras, comamos, tudo comandado pelo ínclito matacão Ferro.
Mais. O chefe(?) da oposição repete a habitual folhinha numa entrevista em que reafirma que é chefe de coisa nenhuma, diz que não tem ideia nenhuma, que o melhor é deixar correr a ditadura social-comunista, em nome, é claro, do “interesse nacional”. Cabeça vazia, sem estratégia, sem denunciar o que se passa, a dizer que, se fosse PM, se limitaria a demitir a ministra da justiça, ficando, implicitamente, muito contente com o exemplar comportamento do tipo das polícias e com as brilhantes políticas do saloio da educação, para só citar dois.
Mais. À direita, as tropas do Xicão desertam aos magotes, o general Ventura, sem coronéis, sem capitães, com umas dúzias de furrieis e taratas, esperneia a gritaria do costume, o que cala fundo em muita gente mas que, assim, não tem futuro. A IL tem boas ideias e razões mas não tem tropa que se veja.
Mais. À esquerda, temos as esquerdoidas, os muchachinhos e o careca, o bronco Pedro Nuno, a feroz Gomes e o obsoleto PC. A tropa do socialismo “real” – da ruína total - à espreita.
Mais. O pior de tudo, o mais grave, o mais desolador, o mais desesperante: se houver eleições, o Maduro, perdão, o Costa, é muito capaz de as ganhar com maioria absoluta. A não ser que a bancarrota, com bazuca ou sem ela, acorde o pessoal. Mas o pessoal, amodorrado, dominado, acrítico, desistente, não reagirá. Verdade é que mesmo que o queira, qual é a alternativa?
Alguém avesso a teorias da conspiração deu-me um interessante conselho. Talvez valha a pena tentar segui-lo. Recomendo.
Compare os números dos óbitos causados pelo covide com as épocas de confinamento. Terá, se tiver coragem para tal, uma interessante surpreza: com os confinamentos, os óbitos aumentaram! Se chegar a tal conclusão, cuidado! Pode ser insultado, multado e até preso, mercê dos cuidados das “autoridades”, que merecem a credibilidade lhes atribuir.