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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

PERSEGUIÇÕES

Usando o seu habitual instinto, muito democrático, de perseguir as pessoas, o grupo de cavilosos deputados do PS decidiu convocar, mais uma vez, Carlos Moedas para prestar declarações na ridícula e comprovadamente inútil, por redundante e estúpida, comissão de inquérito ao BES/NB. Porquê, Moedas outra vez? Porque sugiu alguma coisa nova? Não. Porque Moedas é candidato à CML? Sim. Há que persegui-lo de qualquer maneira, há que inventar seja o que for, seja como for, para lhe criar escolhos, sejam quais forem, recorrendo às mais rebuscadas trapalhices, falsidades, ou o que der mais jeito.

*

Experimente ir à praia. Na Arrábida, por exemplo, anda uma lancha de polícia marítima que, quando o vê, sozinho, a esparramar-se na doce areia, desata a atroar os ares com uma buzina daquelas tipo transatântido. Uns marujos, lá da lancha, fazem ameaçadores gestos a mandá-lo dali para fora. Você não vai, tem a ilusão da liberdade. Está ali praticamente só, não consta que os piolhos da areia transmitam o covide, nem lhe parece que haja alguma lei que possa impedi-lo de ali estar. Ilusão. Você, no “pensamento” governamental e presidencial, ou é estúpido, ou não sabe quem manda. E, como se deixou ficar a modorrar, dali a dez minutos aparece um tipo de moto, outro de scooter marítima, a intimá-lo a dar o fora. Você protesta. Os polícias, inchados de autoridade, identificam-no e começam a passar o papel. Paga já, ou paga depois. Você, para quem os duzentos euros são dinheiro, mete o jornal debaixo do braço, agarra na toalha, e vai-se, fugindo aos beleguins do poder.

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No meu bairro, mesmo aqui ao pé, há um parque infantil muito frequentado nos ominosos tempos da liberdade. Foi fechado, há meses, com um cadeado da CML. As criancinhas que se lixem, pensa o poder constituído. Há dias, quando o “confinamento” foi “aliviado”, o cadeado desapareceu. Para magna alegria das gentes, voltou a haver crianças a brincar. Até que enfim! Ilusão. O que aconteceu foi que um cidadão, daqueles do tempo da liberdade civil, rebentou com o cadeado e deitou-o ao lixo. Durante uns dias, vi com prazer algumas criancinhas a brincar no parque. Mas os pressurosos esbirros da ditadura viram a coisa e compraram um cadeado novinho em folha. Querem brincar, ó meninas e meninos? O raio que os parta, é a mensagem do município, covidofundamentalista como compete a um fiel seguidor dos ditames governamentais, presidenciais e parlamentares.

*

Para o munícipe que ainda acalenta alguma esperança, a única das vantagens do chamado “confinamento” foi a ausência da EMEL das ruas de Lisboa. A soviética instituição deixou de chatear, entrou de férias. Aqui no bairro, foi uma alegria. Acabaram as multas, as miseráveis perseguições dos malsins da Câmara. Facto é que o estacionamento passou a ser mais fácil, mais pacífico, mais funcional, mais cívico. Uma coisa boa, quiçá “imerecida”. Mas foi sol de pouca dura. É certo que a EMEL baixou a actividade (devem ter mandado alguns esbirros para o teletrabalho), mas não morreu. As multas voltaram, ainda que menos.  Numa rua onde todas as lojas, todas as actividaes económicas, têm as portas fechadas, os canalhas multam quem está nas “cargas e descargas”, que são coisa rigorosamente inexistente. Até, uma vez por outra, lá aparece o reboque. É o KGB municipal a dar uns ares da sua graça. Uma coisa, no entanto, pode contribuir para a satisfação do cidadão. É que a EMEL, só em 2020, perdeu 23% das receitas. Hossana! Esperam os cidadãos que, em 2021, seja ainda pior. Alguma coisa há-de correr bem.

*

Outra boa notícia, a ver com o estacionamento. Aqui à volta, há lugares de sobra! É a Páscoa! Quer isto dizer que há quem tenha passado as malhas de ditadura e ido para a terrinha, como de costume. Os meus honrosos cumprimentos, e agradecimentos, a tal gente.

 

31.3.21

PAU PARA TODA A OBRA

O camarada Ferreira tem sido tudo. Comentador televisivo, deputado europeu, candidato a tudo e mais alguma coisa, o homem parece, ou é, o único, o maior, o mais lindo, o mais inteligente, o mais preparado, o melhor orador, o mais conhecedor, maravilha fatal da nossa idade, flor máxima do jardim da irreformável secção lusitana do Partido Comunista da União Soviética, Sol da Terra, comuna-mor do país, da cidade, da Europa, homem de vastíssimas competências, um deusinho, um santo, o máximo.

Será que o camarada Jerónimo, quando vasculha nas alfurjas do Comité Central, não encontra mais ninguém, ou haverá moscambilha na coisa? O IRRITADO preocupa-se com o rapaz. É que as NEP’s do partido são imprescrutáveis. Por isso, há quem diga que o andam a “arrumar”, isto é, a fazê-lo subir tanto que, quando cair, caia do mais alto possível, que é o que aleija mais. Dão-lhe o isco, mediante candidaturas aos pontapés. Deixam-no pensar em vir a substituir o camarada Jerónimo. E o Ferreira incha, incha, incha, até que estoira e vai para a prateleira de baixo. Não seria a primeira vez. Não chegam as duas mãos para contar os muitos que se pensavam uns trutas e que foram pela escada abaixo sem dó nem piedade.Talvez fossem uns burgueses traidores, como diriam o Cunhal e a dona Peralta.

Põe-te a pau, ó Ferreira, não faltará, lá na “casa”, quem afie facas para te cortar as asas com requintes da malvadez. Valer-te-á o PS, cesto dos papéis sempre às ordens. Já valeu a muitos.

 

30.3.21   

O QUE PARECE, É?

Nesta interminável tragi-comédia das vacinas, há muita coisa estranha, inexplicável, incompreensível. Ou talvez não. Por exemplo, o que explicará a preferência dada aos professores & companhia, em detrimento de milhões de pessoas que trabalham todos os dias em ambientes cheios de gente, como os supermercados, os transportes, as fábricas, enfim, nas actividades que (ainda) não fecharam? Será que os professores correm mais perigo que os outros – fora de dúvida está que correm menos – ou que serão privilegiados, descriminados pela positiva, como se diz agora, enquanto os demais trabalhadores que (ainda) trabalham o são pela negativa? E os velhos que ficam para trás? Porque será que a idade e as morbilidades deixaram de ser o critério? Então privilegia-se os menos afectados pela doença, em vez dos que a sofrem com evidente perigo de vida? Não se percebe.

Ou percebe. Eis a explicação mais lógica. Os professores são “protegidos” por um sindicato chefiado pelo comité central do último herdeiro vivo do PCUS, o PC. Como o governo tem medo do antigo professor de trabalhos manuais que apascenta a classe, e não menos medo de perder o seu aparentemente único aliado “fixe” à esquerda, vai de esquecer quem antes dizia ser mais precisado para passar a mão pelo pêlo dos tão necessários camaradas do socialismo constitucional e parlamentar.

Estas coisas da política têm muito de toma lá dá cá. Ó Jerónimo, nós acarinhamos o teu mais importante sindicato, tu vais votando conosco, e o resto é paisagem. OK?

Será assim? Se não é, parece. Quem dizia que, “em política, o que parece, é”?

 

29.3.21

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA INICIATIVA LIBERAL

Exmº Senhor Presidente, cujo nome, de momento, mea culpa, me escapa

Tem o partido de V.Exª tido, para mim, a vantagem de ter começado a achar que passo a ter em quem votar. O IRRITADO é, há mais de 30 anos, fiel eleitor do PSD, coisa que se tornou impossível perante a obra de destruição levada a efeito pelo senhor Rio, sem que, das silenciadas catacumbas do partido, saia alguém que o acuse e defronte. O PSD, ou muda ou, nas legislativas, não conta comigo, nem com muitos milhares de portugueses. Muitos deles, como eu, põem, ou punham,  a séria hipótese da votar IL.

O aparecimento de Moedas na candidatura a Lisboa é uma lufada de esperança para quem ainda pensa ser possível vencer o socialismo galopante e para-ditatorial que sobre nós se abateu. Por isso que me pareça completamente burra a ideia da IL de, sob a direcção de V.Exª, não só não alinhar com ele, como, ainda por cima, vir declará-lo “fraco”.

Senhor Presidente, criar boa fama não é fácil. Perdê-la, é questão de segundos.

Com os cumprimentos possíveis do muito irritado

IRRITADO

A DITADURA EM MARCHA

Um cidadão passa por uma máquina de comes e bebes, na rua, mete um euro na ranhura, escolhe criteriosamente o produto desejado, carrega no botão, puxa a alavanca e vê, todo contente, um saquinho de gomas sair das entranhas da coisa. Retira o produto, abre-o com todo o cuidado, tira de lá uma goma com gostinho a limão, mete-a na boca e começa a desfrutar, todo contente.

Eis senão quando, imponente, surge uma carripana da GNR com dois esbirros do governo devidamente ataviados, no cumprimento dos seus deveres profissionais.

Alto e pára o baile! Mas o que é isto? Identifique-se! O cidadão obedece. Enquanto luta com os bolsos à procura do CC, intrigado, que mal fiz eu para estes cabrões me virem chatear… e continua a chupar a goma, cheio de cívico afã. Os guardas, com todo o cuidado, pegam no CC, examinam o documento em busca de alguma irregularidade, não encontram, ficam com pena, e agora, como é que vamos aplicar a lei?

Foi fácil. O governo ajudou. Então você não sabe que é proibido consumir à porta dos estabelecimentos? O cidadão olha em volta, não vê estabelecimento nenhum. Quem, eu? Sim, você acaba de adquirir comida e está a consumi-la na rua, perto do local da aquisição. Artigo 49, número 386, alínea H, terceiro parágrafo da lei do confinamento e do estado de emergência em vigor.

Uma goma? O cidadão, meio aparvalhado, ó sor guarda, nem a máquina é um estabelecimento nem eu estava a comer, estava a chupar uma goma, e levo as outras para os meus filhos. O Guarda, qual peru, enche o vasto peito, ora bem, se não quer perceber não perceba, consulte a lei, a ignorância da lei não aproveita a ninguém - ensinaram-me esta lá no quartel - ó 42, preenche lá o papel no aparelho das multas!

Mas…

Não há mas nem meio mas, boa tarde senhor cidadão. Os brilhantíssimos agentes da autoridade, orgulhosos por cumprir à risca os ditames da lei, aceleram, e vão à procura de mais gomas.

O cidadão, homem de brandos costumes, fica, meio balhelhas, no meio da rua, a pensar que, se calhar, nada daquilo aconteceu. Engana-se e, para se lembrar de quem manda, ficou com o papel da multa na mão e, se calhar, até vai pagar os duzentos euros para não ter mais chatices.

É a democracia, estúpido!

 

*

 

Um juiz, no estrito cumprimento da lei constitucional e ordinária que está (julgava ele) em vigor, não quis admitir no seu tribunal pessoas mascaradas. Dando o exemplo, tinha a cara a descoberto.

Julga-se (ou julgava-se) que, num tribunal, é indispensável que se veja a cara de cada um, juízes, testemunhas, advogados, declarantes, réus, queixosos, público, não só por razões de identidade mas também porque é da maior importância avaliar as expressões e gestos de cada interveniente.

Mas o tal juiz não só considera isso fundamental como é conhecido por achar que as máscaras do covide, em tempos declaradas inúteis pelos mesmos que agora as consideram indispensáveis, não servem para nada. A não ser, é claro, entre outras coisas, para fomentar o medo e contribuir para a destruição da sociedade.

Esqueceu-se o meritíssimo que isso era dantes. Os juízes deixaram de ter o direito de ver, na sua plenitude, as caras dos que julgam ou participam na liturgia forense. Por determinação do poder, deixaram de ter esse direito.

Daí que o nosso juiz tenha passado a ser perseguido por quem “de direito”, inibido de exercer as suas funções, sabendo Deus o que lhe acontecerá a seguir.

Acresce, ó gentes, que o nosso homem é “negacionista” - com direito a muito mais adjectivos, os quais, por nojo, o IRRITADO desta vez não refere. Por outras palavras, não tem direito, à liberdade de pensamento, ainda menos à de o exprimir, em público ou em privado. É um nhurro, um tipo que não percebe que isso são (eram) liberdades ora caídas em desuso por iniciativa do senhor Presidente da República, do senhor primeiro-ministro, da dona Catarina e do senhor Rio, entre outros.

É a democracia, estúpido!

     

28.3.21

O NÁUTICO

O covidofundamentalista Carreiras, muito conhecido em Cascais por boas e más razões, tem agora, segundo o DN, mais uma brilhante iniciativa: diz que vai comprar vacinas ao supermercado da Rússia.

Há quem se queixe da falta de solidariedade europeia de alguns países. Carreiras acrescenta uma carta a este baralho. Leva mais longe a falta de solidariedade dos Estados, aprofunda-a ao nível municipal. Não sei se trata de (mais) uma arrancada da “descentralização”, de uma demonstração da diferença entre pobres e ricos, de pura fanfarronada, ou de uma forma radical de propaganda populista, provocando manchetes, e comentários aos pontapés. Carreiras é “o maior!”

Foi esta foi a surpresa de hoje, gentilmente fornecida pelo DN. Surpresa que se sobrepôs, provocando esta nota prévia, àquilo que me trazia sobre Cascais: o “Náutico”. Para quem não saiba, o Náutico é o edifício emblemático do consulado Carreiras. Um prédio totalmente estapafúrdio plantado no largo da estação da CP, primeira “visão” de quem chega à Cascais por via-férrea. Trata-se, esteticamente, de uma espécie de presídio ultra-moderno, negro, coberto de grades. A grande novidade é que os presidiários, em vez de ver o Sol aos quadradinhos, o verão às rodelinhas. A nobre construção, coberta de publicidade a si própria e ao município, será, porventura, fruto de gozosa inspiração de algum arquitecto “conhecido”, a que o famoso edil, à semelhança de tantos outros, resolveu dar direito de cidade. Não sei se se destina a escritórios, apartamentos, hotelaria ou outra coisa qualquer. Mas imagine-se o leitor lá dentro, a ver as vistas divididas em rodelas pretas, as quais, parece, só poderá abrir a 45 graus, a fim de evitar que se suicide – nobre objectivo!

Em Cascais já se tinham tornado emblemáticos, pela negativa, por exemplo o mamarracho da Polícia, que houve quem quisesse demolir, sem eco na Câmara, e, cereja em cima do bolo, essoutra intervenção de grande porte que, a fim de demolir o trambolho do “Estoril Sol”, o substituiu por outro ainda maior, a que o povo já teve a amabilidade de chamar musseque.

Enfim, cada um é livre de deixar a sua marca nas cidades e vilas que governa. Assim parece que Carreiras o faz. Só que as rodelas não chegam, agora quer vacinas municipais. Formidável.

 

27.3.21  

A SORTE QUE MERECEM

O mui venerado director do “Público”, especialista em cravos e ferraduras,  dá hoje largas a uma tese intitulada “O capitalismo português no seu esplendor”. Justifica a ironia pelas tramóias, públicas e privadas, que alimentam a crise da Groundforce. Muito bem.

O problema é que a coisa está de pernas para o ar. O que está, ou devia estar em causa é o facto indesmentível de que o Estado socialista é parte, a maior parte, de tal capitalismo. Mete-se em negócios, depois quer regulá-los. É o pior de todos os capitalismos. O Estado legisla e julga em causa própria. Por isso que, no paradigmático exemplo da Groundforce, com razão ou sem ela, o Estado não tem razão nenhuma. Zanga-se com os sócios e o povo que pague. A máquina da propaganda faz o resto. O Estado e o senhor Casimiro são sócios desavindos.

Foi o que aconteceu com a TAP, sociedade tomada de assalto pelo Estado. O resultado viu-se, o sócio privado foi à vida com milhões a tilintar nas algibeiras, o Estado ficou com o aborto nos braços. A conta será paga por nós, não pelos representantes do sócio vencido, o senhor Costa e o senhor Santos.

Na Groundforce diz a propaganda do PS/BE que um tal Casimiro ganhou millhões em comissões de gestão pagas pela empresa e aplicou metade na compra da maioria da dita. A ser verdade, a culpa é do sócio Estado, que o deixou cobrar tais comissões. Se aplicou o resultado a comprar a empresa ao Estado, quem lhe negará legitimidade? Só o Santos, o tipo do “Público” e a cavilosa Mortágua.

Agora, agora o quê? Embrulham-se todos, quem paga o capitalismo de Estado são os mesmos de sempre. O mal é do socialismo, não do capitalismo propriamente dito.

E a EDP? Mais uma pessegada pública, desta vez em forma de cobardia. Não sei se a EDP devia, ou não, ter pago o imposto de selo. Nem, no estado actual da contenda, tal será o mais grave. O mais grave é que, provocado pela sinistra Mortágua e pelo incapaz Rio, o governo (três ministros, pelo menos!) mete os pés pelas mãos, diz que a culpa é do Barbosa du Bocage, ou do Pitágoras, mente com quantos dentes tem na boca, dá o dito por dito e por não dito, desta feita acompanhado pela administração pública, em quem manda, mas diz não mandar.

O IRRITADO deseja a todos, sem excepção, a sorte que merecem. Aos leitores deixa a tarefa de pensar que sorte é essa.

 

25.3.21

É TEMPO DE AMOCHAR

Segundo a última descoberta da chamada comunicação social, dos dezanove países europeus devidamente “confinados”, há oito em grave crise de propagação do vírus. A Itália e a Polónia, por exemplo. E agora? Agora, fica abalada a teoria do confinamento? Não fica. Manda quem pode e o resto é conversa.

As pessoas metidas em casa perdem defesas, têm problemas musculares, psicológicos, de memória, sofrem de enfraquecimento geral, uma data de males que as tornam prato favorito para o covide e não só.

Alguém será capaz de dizer que não poder ler o jornal num banco de jardim ou ter de andar de máscara ao ar livre faz bem ou protege seja quem for seja do que for? Alguém será capaz de dizer que cinquenta mil cirurgias atrasadas mais de um ano por causa das políticas do covide fazem bem à saúde? E que a paralização dos serviços de saúde não é, em si mesma, uma pandemia tão grave como a do covide? E que trabalhar em casa com os miúdos à perna, esforços brutais de concentração e ausência de horários ou de pausas é bom para o equilíbrio mental de cada um? E que a falta de espectáculos, desportos, encontros, refeições entre amigos, não dá cabo da cabeça das pessoas? E que a ruína económica não vai matar mais que dois ou três covides juntos? E que o hábito da obediência acrítica que se provoca e se enraíza todos os dias em populações aterrorizadas por obra dos poderes públicos não terá graves consequências imediatas, e cataclísmicas no futuro?

São tudo perguntas de uma indiscutível pertinência. Mas não parecem interessar a ninguém.

Amocha, aguenta e não protestes, dizem as novas leis da censura pública. Não tens outro remédio se não quiseres ser, ou ostracizado, ou pior.

 

25.3.21  

COLABORACIONISTAS E RESISTENTES

 

Segundo a generalidade das centenas de intelectuais que por aí há com direito de antena, os chamados “negacionistas” são produtores exclusivos de notícias falsas. Não é verdade. Os correctos, como há milhares de provas, em matéria de mentiras, enganos e patranhas, são tanto ou mais produtivos que eles. Só que falseiam com base “científica”, diz-se. Alguns, como é o caso da dona Ângela, pedem desculpa. Outros, como o senhor Costa, jamais o farão.

Perante as brutais limitações aos direitos, liberdades e garantias de que os cidadãos são vítimas, acho que os negacionistas deverão antes chamar-se resistentes. Não por defenderam as suas opiniões, mas pela perseguição social e pública que lhes é movida. Nas arengas televisivas não há contraditório, os colaboracionistas têm 100% dos lugares. Nos jornais, a mesma coisa. Há quem defenda, a começar pelas autoridades e a acabar nos pululantes bandos de medrosos e correctos, que os resistentes são criminosos públicos, devem ser perseguidos, calados, acusados, multados, processados, presos. As “autoridades” apoiam sem reservas os colaboracionistas e condenam, através da palavra, da escrita e da polícia, os resistentes. A “razão” está, oficialmente, só de um lado. Uma sociedade, chegada a este ponto, perdeu por completo as mais básicas noções da convivência, dos valores, da liberdade, da democracia, da legitimidade.

Não sei quem, no fundo, tem razão. Se calhar, há razão, ou razões, dos dois lados. Não é isso o que me traz. Traz-me, sim, a inevitável comparação com a França ocupada pelos nazis. Mutatis mutandis, há inevitáveis paralelos.  

 

25.3.21

TINHA QUE SER!

Não conheço o senhor Casimiro de parte nenhma, nem nunca tinha ouvido falar em tal artista. Pelo contrário, conheço o senhor Pedro Nuno Santos de jingeira, como o conhecem os portugueses em geral. Nunca o vi mas sei que, desgraçadamente, existe, e nem pintado o posso ver. Malquerença? Nem pensar. Justo pensamento, como justificam e provam as suas múltiplas declarações e má criações públicas.

A última descoberta desta figura ímpar da nossa política foi a de que a culpa de todos os problemas da TAP e da Groundforce é de Passos Coelho. Tinha que ser. De estranhar é que, em seis ou sete anos, que parecem séculos, de governo socialista, os seus distintos intelectuais e políticos ainda não tenham descoberto outro culpado. O PS, na boca desta gente, jamais foi culpado, sequer responsável, por mal algum. É um caso da mais pura impunidade. Defeito é só o de não ter conseguido descobir um bode expiatório substituto, ou alguém cuja acusação não fosse, claramente, tão mentirosa como estúpida.

Não quer isto dizer que defenda o senhor Casimiro. Não faço ideia se é um herói, uma besta, ou nem uma coisa nem outra.

O que toda a gente sabe é que, no caso da TAP e da Groundforce, outra coisa senão asneiras e bojardas é de esperar do senhor Santos.

Não acabo sem um pequeno e inocente comentário ao palvreado dcriatura. Teve asuprema lata de informar os deputados que não é comunista. Aqui, estou de acrodo. Apesar de tudo – e do meu anti-comunismo primário, secundário e mais os “ários” que queiram – os comunistas são muito mais sérios, mais civilizados e menos asnáticos que o senhor Santos.

 

24.3.21     

COITADINHOS DOS MAÇONS

Quando, há já muitos anos, começou esta história das declarações de interesses dos titulares de cargos políticos e de outras pessoas da administração pública, achei um abuso, uma intromissão ilegítima na vida de cada um e, pior que isso, a consagração do “princípio” de que tais pessoas são, por natureza dos cargos, suspeitas de tudo e mais alguma coisa.

Mantenho, sem reservas, a minha posição. No entanto, já que a regra se consagrou sem oposição que se visse, haverá que dar-lhe “corpo”, isto é, que pôr à disposição da curiosidade e das suspeitas públicas um mais vasto leque de opções pessoais, integrando-as nas obrigações declarativas. Ou há moralidade ou comem todos, não é? É claro que se trata de uma caixa de Pandora passível de ser usada para todos os fins, mormente ilegítimos e de uma grave limitação à privacidade dos atingidos, além de ser, sem dúvida, uma das razões para a degradação da qualidade da generalidade dos membros da classe política. Muito boa gente se distancia da política para não ter que se despir à vista de todos. Mas, numa sociedade em que a denúncia anónima, a bufaria, o pidismo, são incensados pela justiça, em nome de uma falsa “transparência”, qual é o espanto?

Assim, se é verdade que não vale a pena lutar contra a obrigatoriedade de tornar públicos os interesses, os bens, as contas bancárias, as fidelidades profissionais e outros elementos da vida de cada um, por que carga de água haverá excepções? Se uns são obrigados a trazer a público os seus dados pessoais, como é que outros, que nunca contra tal se manifestaram, hão-de ficar de fora quando se sentem atingidos?

Vem isto a propósito da indignação das maçonarias, largamente propagandeada nos media, perante a eventual obrigatoriedade de se declarar a filiação em tais organizações, ditas “discretas”. Então, se um eleito é obrigado a dizer que tem um T2 em Vilar de Perdizes (coisa suspeitíssima!), ou umas acções da EDP (coisa ainda mais suspeita), porque é que não deverá declarar que é sócio do Sporting, dirigente de uma ONG, membro de uma congregação qualquer? E porque é que os maçons hão-de ficar de fora?

Declaração de interesses: estou-me nas tintas para as maçonarias, coisa ridícula, para não dizer sinistra e, sem dúvida, obsoleta. Se os maçons são tão bons como dizem, porque é que não têm orgulho em mostrar-se?

Voltarei ao assunto, quando me apetecer.

 

19.3.21

EUTANÁSIA

 

Toda a discussão à volta desta invenção do BE, que serve às mil maravilhas os interesses do governo (distrair a malta do que interessa), está, ou deslocado ou fora de contexto, tanto no aspecto moral como no político, no legislativo e no constitucional. O que se discute, ou devia (não devia) discutir, é o direito de matar. O resto é conversa para papalvo ver. Mas a falácia está, por obra e graça da nova “moral”esquerdoida, tão disseminada na cabeça das pessoas que já ninguém pensa no que, em verdade,  está  em causa.

 

18.3.21

ÀS VOLTAS COM A ZENECA

 

Ontem foi um dia interessante no que à insultada vacina se refere.

Dois casos: o primeiro deve-se ao trafulha que é primeiro-ministro deste triste país. Toda a gente sabe que o anúncio da suspensão da vacina é, indiscutivelmente, (mais) um elemento de desesperança e medo, de desconfiança e de espanto. Perante esta insofismável verdade, o tal primeiro-ministro declara solenemente que se trata do contrário, isto é, que a suspensão fomenta a confiança nas instituições e na "ciência", demonstrando os cuidados do governo na protecçãso dos cidadãos. O que espanta não é a lata do indivíduo, coisa largamente conhecida, é a apatia das gentes que continuam a aturá-lo sem vir para a rua exigir que seja internado onde não possa fazer mal a ninguém.

O segundo caso é o contrário do primeiro. Um médico a sério veio à SIC demonstrar a estupidez da suspensão e a desonestidade do PM, sem precisar de o referir. Por palavras suas, bem escolhidas, sensatas, sem demagogias baratas, o Dr. Polónio (daqui lhe presto homenagem) demonstrou por a+b que a suspensão não passa de uma monumental asneira, sem o mais leve sinal de justificação. Trata-se, disse, de espalhar o pânico, mais ainda, nas tão maltratadas mentes das pessoas, retirando-lhes a “fé” na única matéria que, no meio do ataque generalizado, podia dar alguma sinal positivo: a vacina. E disse mais: que a ferida que o PM, com a sua estúpida decisão, causou na já tão depauperada atmosfera social, levará muito mais tempo a sarar do que levou a abrir. Tudo isto com argumentos lógicos, entendíveis, verdadeiros e honestos.

Espantoso é o “engano” da SIC. Deu antena a um senhor que não colabora na criação de medo e ignorância que é a  evidente “política informativa” da balsemónica organização. Uma ilha no meio do pântano. Parece-me evidente que o Dr. Polónio nunca mais terá um segundo de antena lá na casa. Pudera, “aquilo” não vende terror, condena-o,  é sério demais e, por isso, não convém. Polónio saneado, e já!

 

18.3.21

A GRANDE PONTE

 

Com notável pompa e merecida circunstância, o inenarrável primeiro-ministro que temos, o espantoso ministro do ambiente que ronca, o irritante queixinhas da CMP e outras altas individualidaes juntaram-se mas faldas da Arrábida (a de lá, não a de cá) para mais um retumbante anúncio: o lançamento de um “concurso de ideias” para mais uma ponte lá no sítio, destinada a comboios.

Acho muito bem, isto é, acho muito bem que façam a ponte, ou duas pontes, ou três ou quatro. Mas, a avaliar pelo habitual dos anúncios do governo, algo me diz que não vai haver ponte nenhuma. O concurso de ideias, a realizar-se, porá este mundo e o outro a discutir qual é a melhor, a menos pior, a assim-assim. Como acontece com o novo aeroporto de Lisboa, só no âmbito das “ideias” vão os tripeiros andar a discutir nos próximos cinquenta anos. Admitindo que alguma ideia passe, aí virão os problemas do concurso. Nacional ou internacional? Aberto ou por convite? Mais uns anos. Admitamos que se chega a acordo. E depois? Onde está o dinheiro, donde virá, quem se atravessará?

Poderia continuar, sem fantasias, só falando das evidentes realidades que aí vêm. Encheria mais umas cem páginas, pelo menos.

Uma coisa é certa.O Porto esperneará anos e anos, a exigir a ponte, a dizer que a culpa é de Lisboa, a dizer cobras e lagartos do governo, seja ele qual for. A  única certeza a que o IRRITADO se atreve é a de que não haverá ponte nehuma. Talvez no século XXII, se formos optimistas.

Para já, o chamado governo fez mais uma das suas habituais charlas. Um inegável triunfo, do ponto de vista da publicidade enganosa.

No meio disto tudo, uma boa notícia: não vi o mirabolante ministro das infraestruturas a abrilhantar o acto. Pode ser que lhe estejam a preparar os patins, a ver se não faz mais asneiras nem larga mais bojardas.

 

17.3.21

LAMENTÁVEL BRASIL

Com cruel ironia, desde sempre se disse que o Brasil é “o país do futuro”. Como o futuro “a Deus pertence”, fica o Brasil sem futuro.

Vêm estas asserções a propósito da história recente dessa nação, “nossa filha”. Coitada está mais ou menos como a “mãe”.

Depois da dura ditadura militar, o Brasil, ao fim de mais uns trambolhões, entrou nos eixos possíveis. Teve um Presidente, Fernando Henrique Cardoso, que estabilizou a moeda, corrigiu as finanças públicas, deu largas à economia e pôs a democracia a funcionar tão bem quanto possível.

A seguir, céus!, veio um pantomineiro da esquerda radical que distribuiu umas coisas, sobretudo aos seu fiéis, e acabou por deixar o país num mar de corrupção e desordem. Nem ordem nem progresso, divisa nacional. Sucedeu-lhe uma inimaginável “presidenta” de sememlhante laia, que tudo agravou e acabou deposta. As coisas de mal a pior, o pobre Brasil caíu nas mãos de um ignorante palavroso e aldrabão, capitão de infantaria ou coisa do género, que, ainda que do outro lado do espectro ideológico, prolongou a bagunça e deu à idiotia as honras do poder.

Diz-se que “não há mal que sempre dure”. Talvez seja verdade, mas parece que o ditado não se aplica ao Brasil. O trambiqueiro Lula (Inácio Silva), com carreira no bolchevismo à brasileira, regressa à baila. “Não tenham medo de mim”, diz ele, implicitamente reconhecendo que o seu regresso será, ou seria, uma desgraça mais temível do que o foi na primeira vez.

O IRRITADO, que pouco tem a ver com política externa, lamenta profundamente que o Brasil continue a andar às escuras, sem futuro, sem eira nem beira.

 

17.3.21

GRAMATICANDO

 

Ando a dar voltas à cachimónia a ver se me lembro do nome do fulano que é agora presidente de uma coisa que se chama Conselho Económico-Social, entidade por certo existente mas cuja utilidade me escapa. De qualquer maneira, dizem, tem uma data de funcionários e de manda-chuvas, todos parece que bem pagos pelo orçamento do Estado, dos quais o referido inominável presidente. O indivíduo, em tempos, até provocou em mim alguma simpatia, coisa rara, reconheço. Era ele contra a geringonça, achava que o seu PS não devia sair das fronteiras da democracia, não devia aliar-se aos comunistas e quejandos. Depois, dei com ele a apoiar a dona Gomes, o que fez desaparecer por completo a simpatia que acima refiro.

Quando se entra por maus caminhos é muito difícil sair deles, sendo especialmente grave que nem sequer se queira tentar. É assim que o tal indivíduo – raio, como é que se chama? – voltou à ribalta anunciando uma das mais estúpidas e ordinárias iniciativas desde que tenho memória de iniciativas ordinárias e/ou estúpidas. Ao arrepio da língua portuguesa e da respectiva gramática (coisas que, apesar de aturados e escritos esforços, aquela loira já gasta do PS ainda não tinha conseguido destruir) avançou com uma proposta que estropia elementares regras, fortes tradições e meros ditames da mais simples lógica. Tudo isto, diga-se, com o desejo de dar nas vistas, já que outro objectivo se não descortina tão nobre quanto esse. Trata-se de “dessexualizar” a língua portuguesa, ainda que, que se saiba, ninguém o tenha pedido, exija ou de tal precise. Parece que a criatura (ou o criaturo, para ir ao encontro da lógica do camarado) quer que nos revoltemos contra palavras gramaticalmente masculinas ou até de duplo género. Por exemplo, quando se fala de “gestores”, pensa o díscolo, deveria dizer-se qualquer coisa mais simples, por exemplo “pessoas com responsabilidades de gestão”, porque só gestores, naquela privilegiada cabeça, implica a exclusão das mulheres. Isto na mesma lógica, por exemplo e ainda que de pernas para o ar, quando se diz os avós se está a excluir os avôs, ou quando se diz “direitos do Homem”, com H grande, se está a excluir as caras metades e demais senhoras e meninas, que assim deixam de ter direitos. Direitos humanos não são direitos “homanos”, assim como, quando, a contrario sensu, quando se diz “um rebanho de ovelhas” se está a excluir os carneiros ou, num “bando de pássaros”, se está, evidentemente, a excluir as pássaras. Cristalino, não é?

Por pudor e higiene não vale a pena citar, criticar ou denunciar em pormenor os múltiplos exemplos da produção intelectual do fulano.

O que talvez valha a pena é alertar para o alarmante facto de ser capaz de haver quem admire a iniciativa. Que diabo, não chegava o “acordo ortográfico” para dar cabo do que resta?

 

17.3.21     

TELEJORNAL

- Boa noite, senhores telespectadores (espetadores, em novi-língua). Temos hoje como tema principal a suspensão da vacina da Zaneca. O senhor Primeiro-Ministro esclareceu a questão no parque de diversões da nova ponte sobre o Douro.

Imagens. O PM no relvado, farripas ao vento:

-  Estou ansioso pela segunda dose da vacina da Zeca.

- Mas suspendeu a vacina. E agora?

- Suspendi mas não suspendi, está a perceber?

O entrevistador, filiado no PS, não percebe, mas não insiste.

De volta ao estúdio:

- Depois de o PM instilar mais uma dose de confiança na alma das gentes, vamos ouvir o senhor doutor Jeremias da Purificação, empregado do covide, sobre este ingente problema. Senhor professor Jeremias, acha bem a suspensão da vacina da Zanaga?

- Boa noite e obrigado pelo convite. A suspensão da vacina da Zeta é uma maravilha, uma necessidade, uma prevenção de alto nível.

- E porquê?

- Ora, é muito simples. Entre 50 milhões de vacinados, houve três mortos, um de diarreia, outro com uma unha encravada e, em Tegucicalpa, uma senhora diabética de 98 anos.

-Mas...

- Não há mas nem meio mas. É a ciência!

- Muito obrigada, doutor Jeremias, - a apresentadora sacude as melenas e continua – temos agora entre nós a professora catedrática de matemática na universidade da Arrentela, dona Eufrásia Malacueca, a quem pedimos mais esclarecimentos. Senhora professora, acha bem a suspensão da vacina?

- Boa noite e obrigada pelo convite. É evidente que o senhor primeiro ministro é de uma genealidade a toda a prova. Segundo os modelos matemáticos estabelecidos pela minha equipa, os três casos citados pelo doutor Jeremias, uma vez tratados pelo nosso algoritmo, redundam no perigo universal de uma avassaladora onda de covide.

- Mas não será um pouco exagerado?

- Exagerado? Garantido. É aciência, a ciência de alto nível! Tem dúvidas?

- Nenhumas. Muito obrigado, professora Gervásia. Boa noite. No  seguimento da nossa política informativa, não quisemos deixar de consultar a ilustre professora Pancrácia Caralta, da Nova SCE, especialista na influência do capitalismo na evolução da produção de papel higiénico. Quer dar-nos a sua opinião sobre a suspensão da vacina da Zaragata?

- Boa noite e obrigada pelo convite. É evidente, à luz da mais actualizada ciência, que a suspensão da vacina muito contribui para o esclarecimento da população. A Zaragata é uma organização do mais horrendo capitalismo, apostado em matar indefesos cidadãos, o que está em curso de prova em várias universidades. Os três mortos em 50 milhões estão aí para não deixar dúvidas.

- Mas, diz-se, são poucos, e não se sabe se morreram por causa da vacina...

- Não se sabe? Não diga disparates. Quem diz coisas dessas é a extrema direita, os racistas, os machistas, os fascistas, os burgueses do teletrabalho! Eu falo de ciência, minha senhora, de ciência, que é coisa que não é dada ao povo trabalhador, a burguesia possidente é que estraga tudo!

- Muito obrigada, professora Caralta. Boa noite.

Pausa.

- Da Régie informam-nos que bateu à porta um geógrafo que quer dar a sua opinão. Vamos chamá-lo, a seguir a um curto intervalo.

- Boa noite, senhor geógrafo, especilista do IPCA (Instituto do Mal e do Covide). Boa noite, professor.

- Boa noite e obrigado pelo convite.

- Qual é a sua opinião sobre a actual situação da vacina da Zacota?

- O que posso dizer é que a vaciana da Zacreta traz um problema gravíssimo, justificando-se plenamente o ambiente de terror que a a decisão de a suspender não deixará de causar, e ainda bem. Temos que agradecer ao senhor primeiro-ministro e ao senhor Presidente a brilhantíssima decisão que tomaram. Averdade é que, diz a ciência, segundo a tendência dos ventos alísios e as novas fissuras da placa tectónica do triângulo das Bermudas, o vírus, ajudado pela vacina, tende a penetrar nas meninges da população causando furúnculos nas axilas, o que, sem dúvida, entre outros males, pode provocar uma galopante vaga de eutanásia.

- Obrigada, professor. Boa noite... Breaking news: acabámos de enviar um colega para a porta das nossas instalações, a fim de reportar sobre uma manifestação de alguns cidadãos mal informados que gritam contra o governo da Nação, dizendo, entre outros disparates, que se alguém levasse à risca as bulas dos medicamentos, dados os efeitos secundários por milhão de utilizadores ninguém os tomaria. No entanto, comunicam-me agora, a direcção da nossa empresa já proibiu qualquer referência ao assunto e abriu processos disciplinares aos profissionais que foram à porta. Depois do intervalo teremos uma aula de futebol em que, durante 32 horas, vários cientistas se debruçarão sobre as últimas novidades, designadamante sobre o último discurso do senhor Pinto da Costa. Tenha uma boa noite.

 

17.3.21    

UM PRESENTE DESGRAÇADO, UM FUTURO NEGRO

 

O que Cavaco disse não foi que a democracia está amordaçada, mas sim que “é surpreendente a frequência com que ouvimos e lemos que o país se encontra numa situação de democracia amordaçada”. Certo. Não falta quem o diga. Poucos o escrevem, porque têm medo. O Ferro e o Sousa é que, como bons invejosos, lhe tresleram a boca.

Já agora: disse o Henrique Raposo, com toneladas de razão, que “Não sei de a democracia está amordaçada, como diz Cavaco, mas a cabeça das pessoas está, sem dúvida”.

Eu, IRRITADO, digo que a democracia e as cabeças não estãoestão só amordaçadas, estão também desgraçadas. A ruína a fome, o desemprego (disfarçado com números piratas), avançam a todo o galope. Há milhares de pessoas na bicha para a “sopa do Sidónio”. Quando acabarem as moratórias, ninguém vai poder pagar o que deve. Os “auxílios do Estado” não passam de patacoadas do Costa e do careca para patego ouvir e “jornalista” aplaudir. Quem se candidata a auxílios, depois de reunir toneladas de papéis, ou não recebe resposta, ou espera três meses para receber uma carta a dizer que “aquele fundo” já está gasto, ou que não é elegível, ou outra paspalhice qualquer. Dinheiro, zero. Os senhorios não recebem rendas, os bancos não recebem prestações. No meio disto tudo, os “especialistas” aplaudem, dizem que é preto e que é branco, que é bom e que é mau, as vacinas ora são essenciais ora matam mais que o covide, é o que lhes vier à cabeça desde que contribua para a manutenção do medo. A “comunicação social” entretem-se, há mais de um ano, a aterrorizar as pessoas. E estas acabam por gostar, de tão amordaçado têm já o bestunto. Dão lições de moral umas às outras, acham tudo bem, estejam em casa, não trabalhem, ponham a máscara, olhem o covide! As criancinhas olham para uma coisa que já não sabem o que é: um parque infantil. Os velhos estão proibidos da jogar à sueca nos jardins, contentam-se com esperar pela morte, a fim de aprimorar as “estatísticas” do covide. Os cientistas que sabem ler estão impedidos de informar, ou de infirmar. Informação, só a oficial, tremendista, castrante, com o aplauso traidor das televisões e dos jornais. O dr. Carreiras inventa proibições para quem quiser passear à borda de água. Outros fazem o mesmo, ou pior.

A democracia é já uma batata, não tem ponta por onde se lhe pegue.

Agora, o glorioso Costa, não se sabe se com a cumplicidade ou sem a cumplicidade do senhor de Belém, prepara  orgulhosamente um decreto qualquer para deixar de dar satisfações seja a quem for, mandar à vontade, o poder todo dele, sem peias fácticas, formais ou morais.

Este atrapalhado elencar de maravilhas é uma pequena gota, um pobre sinal do que aí vem. Porque o que aí vem vai ser muito pior do que já é. Inimaginavelmente pior.

 

16.1.21

NOTÍCIAS DA PASPALHÂNDIA

 

Num dos massacres (leia-se telejornais) diários a que estamos condenados, dizia-se que uns 1,2 milhões já estavam vacinados. No mesmo jornal, noutra página, afirmava-se que os vacinados eram 2,7% da população. Faça as contas.

No mesmo dia, noticiava-se que “Portugal é o país da UE com medidas mais severas”. Escolas fechadas, só em Portugal e na Irlanda –Portugal à frente! Somos os melhores!

Agora, atenção: vem aí o “desconfinamento”! Perceberam alguma coisa das notícias postas a circular pelo governo sobre a coisa? Não ficaram meio malucos com as “notícias”? Acharam que era tudo falso, tudo verdadeiro ou tudo só irresponsável? Estão do lado do ministro A, da ministra B, do secretário C? Que “cientista” preferem? O geógrafo, o matemático, o epidemiologista, o médico, o enfermeiro, o não-sei-quantos, ou outra especialidade? E, dentro de cada especialidade, preferem o senhor/a X, o/a senhor/a Y, o senhor/a Z, ou outro/a, vindo/a dos vários abecedários que por aí pululam?

Se ainda não está completamente maluco, para lá caminha. Deixe-se estar em casa, dizem eles. Abomine o ar livre, os parques, as praias, não se sente em bancos de jardim, não peça água a ninguém. Fique em casa, mas abra as janelas, deixe entrar o fresquinho do Inverno. Se tiver aquecimento (a doida Peralta chamar-lhe-á burguês), aguente a conta do gás ou do que for, se não tiver agasalhe-se e constipe-se. Olhe que não há nada mais saudável que fechar-se em casa. Se tiver a ousadia e a incivilidade de ir à rua e lhe aparecer um cidadão a dar-lhe ordens (ponha a máscara! não se sente aí! afaste-se!), agradeça em vez de o mandar à merda, que é o que eu faço. Seja “cívico”!

Se lhe aparecer algum canalha como o IRRITADO a dizer que fechar as escolas é um crime, faça queixa à Judite. A Judite mandá-lo-á passear. Não vá, que pode ser repreendo, multado, preso. Cuidado! Seja cumpridor. Amordasse-se, não proteste, não levante o rabinho do selim. Não se esqueça do que toda a gente sabe: Sua Excelência de Belém é, desde pequenino, um hipocondríaco militante. Obedeça!

Se lhe falarem na ruína, na miséria, na fome a que muita gente (a pontinha de um gigantescco iceberg) já está sujeita, diga que é mentira, o governo vai tratar do assunto com a competência e a honestidade que lhe são próprios. Lembre-se que é tudo uma questão de moral republicana.

E pronto. Vou ligar ao psiquiatra.

 

11.3.21

MATARROANADAS

O matarroano das infraestruturas, com farto aplauso do governo, resolveu queixar-se à polìcia de um tipo que revelou uma conversa confidencial que tinham tido. Uma questão de transparência opaca, como é de ver.

Sei quem é o matarroano, mas não sei quem é o outro, nem o que faz ou deixa de fazer. Veio o dito à baila porque tem umas acções de uma empresa falida de que o Estado, representado pelo matarroano, é sócio. Foi-lhe exigido que desse as acções como garantia para um empréstimo que permitisse pagar salários. O homem disse que não. Canalha! Depois confessou que, mesmo que quisesse, não podia prestar tal garantia, uma vez as acções estão hipotecadas ao Montepio, e o Montepio não deixa.

Desentenderam-se, como é normal que aconteça entre um socialista radical e um negregado canalha privado. O socialista diz que protege os trabalhadores, desde que seja com o dinheiro dos outros, o que é normal e coerente. Sempre foi assim, e assim sempre será. Há os bons e os maus, o que coincide com o público e o privado, respectivamente. É assim, sobretudo em tempos como os orientados pela moral republicana.

De estranhar é que o governo socialista, que já anunciou rios de dinheiro para proteger os que arruína, no caso ache que não tem nada com isso. É lógico. Os beneficiários dos rios de dinheiro do governo, geralmente, meses depois de apresentar largas dezenas de papéis, recebem uma simpática cartinha a dizer que “essa linha está esgotada”. Conheço alguns. Por que carga de água devia a Groundforce ser uma excepção? Não sabem que os rios de dinheiro são só, ou quase só propaganda?

Felizmente, há o PC. O PC tem sempre pronta a melhor de todas as soluções: nacionalize-se a Groundforce, e entra tudo nos eixos. O privado, se não for preso, fica a tinir. O socialismo vai buscar o dinherio onde houver disso, como, brilhantemente, diz a sinistra Mortágua.

E fica feita a festa.

11.3.21        

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