O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
É sabido que o jornal privado chamado “Público” é, desde longa data, um jornal “independente de esquerda” onde alguns articulistas não de esquerda têm assento, julgo que na qualidade de raminhos de salsa para temperar a coisa sem a fazer perder o sabor.
Nos últimos tempos, porém, tal postura assume proporções um tanto exageradas. Os novos comentadores de serviço, a começar por uma senhora que se chama Afonso, a qual, entre raciocínios mais ou menos absurdos, chega ao extremo de dizer que a “realidade é de esquerda”, remetendo o que não for de esquerda a uma mera inexistência, são da tendência testemunhos evidentes. É pena.
Hoje, por exemplo, assistimos a um molho de artigos, apostados, de uma forma ou de outra, em “justificar” o Putin com observações filosófico/histórico/políticas intelectualíssimas, todas tendentes a pôr diversos pontos nos is, pontos de que nunca os autores se tinham lembrado não fora a guerra da Ucrânia. Veja-se a arenga do Dr. Pureza em atrapalhada defesa “filosófica” dos pontos de vista do seu BE, veja-se o escrito do ilustre académico Azeredo Lopes, desastrado ex-ministro da defesa, ou a entrevista do insuspeito Luís Amado, também ele da área dos (ex) governantes socialistas.
A Rússia é uma democracia(!) “iliberal”, o que, basicamente, justifica que se sinta ofendida com uma alegada perda de importância e reaja à bruta. Há que atender a “razões” históricas ou ideossincracias respeitáveis. E até, como de costume, se aproveita para atirar as devidas pedras aos erros, falsos ou verdadeiros, do “Ocidente”.
É, no “Público” como um pouco por todo o lado, uma espécie de cruzada de “esclarecimento” intelectual e/ou académico destinado a enfraquecer a gritante razão dos ucranianos, assim ajudando o inimigo.
A cruzada é legítima, como todas as cruzadas possíveis onde há liberdade de expressão. Mas, subjacente, há a criação da dúvida e o uso de tal liberdade para proteger os que a põem em causa ou a aniquilam.
O novo presidente da AR parece ter abandonado o casaco de trauliteiro que tão bem lhe ficava. Veio condenar as frases de ódio, como aquela, do “quem se mete com o PS leva” ou outros mimos em que se especializou. Assim, sem reparar que se criticava a si mesmo, e sem se retratar (um verdadeiro socialista não se retrata, nunca assume responsabilidades, e tem sempre bodes expiatórios à mão), discursou sobre a probidade, a boa educação, a decência e a boa linguagem política, sobretudo a parlamentar. Fantástica evolução.
Da longa arenga, blablabla, muito correcta, assinale-se a eleição do Chega à categoria de única oposição a temer. Como é hábito de toda a esquerda, deu o seu contributo à propaganda de tal organização em múltiplas dentadas no nacionalismo, no medo pacóvio do poplismo, em tremores vários com que, ao logo do tempo, a esquerda-nacional conseguiu promover o Chega a terceira força parlamentar. A ideia, se formos generosos, é a de distrair as gentes da mera existência dos outros partidos, tática muito apoiada pelo senhor Rio com a sua oposição de palha.
Não sei se chame inteligente a esta fixação do PS. Facto é que o crescimento do Chega, a irremediável burrice do Rio, a inexistência do CDS, a obsolescência do PC e a prosápia idiota do BE, muito contribuiram para a maioria absoluta. Mas, se o Chega não subisse como subiu à custa dos terrores da esquerda, não me parece que tal maioria tivesse sorrido ao PS.
Dos resultados mais evidentes da “situação”, assinale-se estes:temos um partido de direita radical com significativa presença política e o PAR mais partidário e menos inter pares da III República
Para não falarmos de guerra (sobra quem fale nisso), façamos uma viagem até coisas que, não sendo propriamente faits divers, têm a sua piada.
Por causa do senhor Abramovitch, rios de tinta correm por aí, a fazer concorrência ao Putin. Dona Constança anda irritadíssima por haver uns arquiduques lá do partido que não querem que ela altere a lei dos sefarditas, lei que ela aprovou, mas acha má. De acordo. Isso de dar passaportes à balda devia acabar.
Bom, adiante. O que excitou o IRRITADO foi uma pequena frase, julgo que da dona Constança. Reza assim, mais ou menos: o processo tem que ser “bastante mais rigoroso”... para reduzir os casos de (pedidos de) nacionalidade “por conveniência”.
Então há casos que não são por conveniência? Porque é que um tipo pede a nacionalidade sem ser por conveniência? A ver: um cidadão, digamos, do Bangladesh, descobriu que tinha um vigéssimo quinto avô que foi corrido pelo Dom Manuel I há 500 anos, ou seja, umas vinte cinco gerações atrás. Mas, coitadinho, tinha tantas saudades do avô (ou da avó, que os judeus gostam mais de avós do que de avôs) e que era tal saudade e o amor que o o coração do nosso bangladeshiano vivia angustiado. Como diz a dona Constança, o homem, prenhe de sentimentos pátrios em relação ao rectângulo, que nem sabe onde fica, é um tipo desinteressado, não age por “conveniência”. Ele não quer um passaportezinho para ir fazer compras a Paris ou abrir uma continha em Londres, ou comprar uns prédios na Reboleira. Não, é tudo fruto de sentimentos não “convenientes”, ou seja, desinteressados. Estão a ver? Como é que a dona Constança sabe que um tipo destes não tem “conveniência”, e só pede a nacionalidade para pendurar na parede? Não sabe, nem pode saber, porque não há disso. Pode haver conveniências mais convenientes e menos convenientes. O que não pode haver é ausência delas.
Como é natural, estas manias de mexer no passado (bom ou mau, não há outro) e andar a pedir desculpa do que, há 500 anos, fez a política do tempo, é um disparate de todo o tamanho, não remedeia o irremediável e só aproveita às conveniências de cada um.
Note-se que o IRRITADO se está mais ou menos nas tintas para que haja mais uns passaportes ou menos uns passaportes, mais uns sefarditas ou menos uns sefarditas. O que lhe parece é que o critério de concessão, seja ele qual for, será sempre uma manta de retalhos, dará sempre várias raias, e não tem nada a ver com nacionalidades, só com as conveniências (legítimas ou ilegítimas, boas ou más) de cada um.
1 - Parece que o Costa anda a seguir os frutuosos exemplos do Rio. Novo governo, cheio de patadas na poça. Antes de mais, contemplar os seus, preparar um futuro em que se reveja: aí estão figuras tão “úteis” como o senhor PNSantos, a papagaia Ana Catarina, a miúda filha do outro e, monumental asneira, o Medina, cujas competências em matéria de finanças públicas ninguém conhece ou de que jamais alguém ouviu falar; resumindo, um leque de sucessores, qual deles mais inquietante. Ministros mais ou menos inúteis, ou contraproducentes, ou ignorados, ficam. Os que, apesar do chefe, deram alguma coisa que se visse, é vê-los: o que batia em quem se metesse com o PS mas lá ia funcionando, leva um pontapé pela escada a cima; o único com pés e cabeça, imagem pública algo positiva e capacidade de comunicação, Siza Vieira, rua! Aquele que deu raia na defesa, vai dar raia para os negócios estrangeiros. Uma senhora de méritos judiciais conhecidos mas político-administrativos inexistentes vai ocupar-se da política de Justiça. Um fiel socialista, cujos méritos culturais, para além do que consta nos tablóides, não se vislumbra, vai “aculturar-nos”.
E mais, muito mais. Tanta coisa anda pelos jornais, ainda que com pèzinhos da lã, por causa das moscas.
2 - A monumental galegada de dar os nomes dos ministros à SIC antes de os comunicar ao senhor de Belém é mais uma clara demonstração do desrespeito institucional do primeiro-ministro, assumido desta vez às mais desavergonhadas claras: aí temos o verdadeiro DDT da política nacional, convencido de que pode fazer tudo (e, se calhar, pode!) sem dar satisfações seja a quem for. A começar pelo Presidente, para que fique bem claro com que linhas se cose, e nos cose. Este indesmentível facto tem sido tratado pelos media como um fait divers sem importância de maior, o que muito nos diz sobre a subserviência e os interesses da nossa “informação”.
Esperança, zero. Confiança, nenhuma. A longa noite socialista aí está, escura de futuro mas brilhante de arrogância.
Gostava de perceber a lógica diplomática do senhor de Belém. Numa das suas múltiplas declarações de amor a Moçambique, que, por mero acaso, ouvi, disse que, apesar de algumas divergências políticas, etc., blabla. Referia-se, evidentemente, à posição do país que visitava quanto à guerra da Ucrânia, da qual diverge. Julgo que na mesma declaração, afirmava o apoio incondicional de Portugal à entrada de Moçambique para o Conselho de Segurança da ONU.
Mandaria a mais elementar coerência que Portugal não apoiasse para tal conselho um país que é simpático para o senhor Putin, e que assobia para o lado perante os seus crimes.
Das duas uma: ou o senhor de Belém “ignorava” tal circunstância (a meu ver mais substancial que circunstancial) e dava tal apoio, ou não ignorava, e não o dava, nem a tal coisa se referia. Meter no conselho de segurança um país que não se demarca da insegurança global promovida pelo Putin, não parece ser de bom senso, por muito diplomático que se considere ser.
Então não é que a dona Mortágua (a do AIMI) recebe umas coroas para debitar as suas bocas na televisão? E esta, hem!
Verdade é que o indígena, quando ouve os comentários dos políticos nas televisões, acha que eles estão ali para aproveitar a oportunidade de defender as suas ideias, e até agradecem às têvês o tempo de antena que lhes é dado. O indígena é parvo: pensa que, se alguém tivesse que pagar, seria quem aproveita tal e tão caro tempo para defender as suas ideias.
Mentira! Os tipos vão ali para ganhar algum. A Mortágua veio desnudar o que, pelos vistos, é prática geral. E logo, à sememelhança do Robles, a pôr de rastos os “princípios” do BE. Que azar! Anda a mulher por aí, diga-se, a desdobrar-se em farrapos de desculpas, a dizer que vai devolver a massa que ganhava há meses sem dar por isso. Terá contas bancárias tão chorudas que nem dá pelo dinheiro que recebe? Coitadinha.
Julgo que já aqui disse que a vantagem da guerra da Ucrânia foi a de nos livrar das donas freitas, temidas e quejandos/as, assim assassinando as oportunidades que o covide lhes dava. Cinicamente que seja, diga-se que há males que vêm por bem.
Mas não se alegrem, a Temido ainda mexe, agora com mais força desde que foi canonizada no Largo do Rato. Deram-lhe um microfone, e aí astá ela! A pandemia está fraca, há menos gente nos hospitais, etc., mas, alto lá com o charuto! Vêm aí os refugiados, carregadinhos de vírus, a dar cabo do trabalhinho! Ah ah!, vou ter outra vez tempo de antena. Abram o Dom Perignon.
O IRRITADO, ao contrário de algumas opiniões, não tem estado de férias, nem se calou com medo do Putin. Olha o que toda a gente vê e tem, como compete a qualquer pessoa propriamente dita, opinião sobre o que se passa, opinião que, ao contrário do costume, não difere da da comunidade em geral.
Para além do choque e da indignação que a guerra causa, ao IRRITADO vale a pena chocar-se, indignar—se e irritar-se com o que por aí inúmeros intelectuais propalam. Os do PC e os do Bloco, sem surpreza, defendem, ou disfarçam que defendem, os crimes do regime russo. Mas há muitos mais. Os que acham qua a “história” justifica o massacre da Ucrânia, divulgam com alegria nas teses que propagam a ideia de que a Ucrânia nunca existiu e, daí, concluem que a Rússia está a defender o “seu território”.
Imagine-se que, em Portugal, o regime adoptasse a posição de dizer que Angola, por exemplo, nunca existiu, foi uma criação dos portugueses, os quais têm o direito de reclamar o foi seu durante séculos. É verdade que Angola é uma criação dos portugueses, não existia antes deles e só existe por causa deles. No seguimento de tão justa ideia, justificar-se-ia que fôssemos todos “reconquistar” Angola.
A ideia é completamente estúpida. Mas, mutatis mutandis, é o que anima o Putin. Pior, é o que sustenta a multidão de “justificadores” que andam por aí nos jornais a defender que, enfim, os meios utilizados são condenáveis, mas, lá bem no fundo, o homem até tem “razões atendíveis”. Isto passa-se com intelectuais de esquerda, com fartura, e de direita, alguns de quem não se suspeitaria.
Em tempo de guerra, intelectualices durante décadas guardadas a bom recato, surgem por todos os lados, vêm à tona já que, agora, vendem artigos nos jornais e antes não davam euros. Facto é que, de repente, andam por aí , num fartote, as teorias sobre os “erros do Ocidente”, a descrediblizar o quase universal consenso sobre a guerra.
No fundo, andam a limpar as armas do Kremlin em vez de as danificar.