O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O espantoso ministro das infraestruturas, à espera de elogios do patrão, “legislou” sozinho sobre a peregrina questão do novo aeroporto de Lisboa. A coisa foi de tal maneira estúpida que até o tal patrão se indignou e veio a correr mandar a decisão para o caixote.
Como tinha sido dito que o governo esperaria pela coroação do Montenegro no PSD, o caso tornava-se por demais notório. Como tinha dito que informaria o Presidente, ainda pior.
Costa, que tem por hábito aguentar a incompetência dos seus ministros, desta feita teve um rebate de consciência. Foi demais: estava ele muito quentinho a cumprimentar colegas na cimeira da NATO, ou lá onde estava, quando, de repente, sem mais aquelas, se vê ultrapassado pelo seu bem amado challenger! Ainda por cima, o Presidente, seu estremoso apoiante, acusou o toque com toda a razão, o que piora as coisas. Assim, de uma penada, dá cabo do voluntarioso ministro e manda-o calar sem apelo nem agravo.
No fundo, para o indignado Costa, o assunto é de mel. De uma penada, põe o Santos nos varais e, se não me engano, para o desgastar ainda mais, irá mantê-lo no governo, pelo memos até à próxima asneira. De mestre!
Como é sabido, a taxa de natalidade tem vindo a descer ao longo dos anos, o que leva a crer que, ou os portugueses deixaram de querer ter filhos, ou que o planeamento familiar é demasiado restritivo, ou que a miséria em que tanta gente vive desincentiva a procriação, ou outras razões que deixo ao cuidado das multidões de intelectuais generalistas e especialistas, psicólogos, sociólogos, estatísticos e outros istas, ólogos e ísticos que por aí abundam, cheios de pareceres e dizeres.
Há qualquer coisa de contraditório em relação ao que se passa. É que não há memória de, sem mais nem menos, acorrerem tantas mulheres aos hospitais ansiosas por parir. Então não há natalidade mas os hospitais especializados na matéria não conseguem dar resposta? Há um surto repentino de um desejo infrene de dar filhos a este mundo tão carente de novos cidadãos?
Nada disso. O que há é uma carência de cuidados em geral. Como a urgência dos partos é, de facto, urgente, passa-se com ela o mesmo que se passa com tudo. O SNS, submetido à “gestão” deste governo, simplesmente deixou de funcionar. As parturientes têm os mesmos "cuidados" que os demais. Só que, no seu caso, nota-se mais, porque não podem mesmo esperar. Os outros que se lixem, que não se nota tanto.
O mui ilustre presidente Santos Silva deu pelo estranho caso – de que ninguém, até à data, tinha conhecimento – de não haver, nos círculos elitorais, um local onde os respectivos deputados recebam os eleitores. Então, seguindo os hábitos do socialismo-nacional, “pediu um estudo” sobre o assunto. Podia ter nomenado uma comissão, como a dona Temido, ou fundado uma “entidade”, ou coisa do género. Mais modestamente, pediu um estudo. Pediu, não mandou fazer. Fantástico.
Nos países onde as eleições parlamentares se fazem por círculos uninominais, é natural que cada deputado tenha um escritório para atender aqueles que representa. É evidente que, por cá, os deputados, que o são dos partidos, se quiserem receber eleitores, têm, ou devem/deviam ter as sedes locais dos repectivos partidos para o fazer.
O que quer então o senhor presidente? Alugar 230 T-zero a multiplicar pelo número de círculos e por cada deputado por lá eleito, com casa de banho, mobília de escritório, televisão, internet, computadores, frigorífico e máquina de café? Talvez não seja bem assim, mas não será muito diferente. Enfim, é preciso esperar pelo “estudo”.
Que “técnicos” se encarregarão do “estudo”? Com que especialidades? Com que caderno de encargos?
Segundo o cabeçalho da página do jornal que se debruça sobre este ingente problema, trata-se de uma “situação que se prolonga há mais de dez anos”. Neste caso, ao contrário da esmagadora maioria dos casos, cheira-me a que a coisa vai ser rápida. Como os portugueses não deixarão de se indignar esta injustiça, haverá que lhe pôr cobro com a merecida urgência. Podem estar descansados. Agora é que é! Vem o “estudo” e, como se trata de quem se trata, arranjar-se-á com facilidade mais dinheiro e mais pessoal.
Não terá Sua Excelência mais em que pensar? Não haverá deputados com juízo sufuciente para mandar a iniciativa à fava? Não terão os “técnicos do “estudo” outra coisa para fazer?
Diz quem sabe, ou é suposto saber, que, de Janeiro a Maio de 2022, houve mais de dois milhões de baixas médicas. Um aumento de 82% em relação ao ano passado.
Que pensar? Houve um surto nacional de febre amarela, de raiva, de varíola dos macacos, de covide, de doença do sono, de poliomielite ou de outra coisa qualquer, tudo ao mesmo tempo? Não houve.
Então o que houve? Os médicos, que se dizem - e se calhar são - maltratados, decidiram vingar-se da ministra & companhia, e vai de dar baixas a torto e a direito? Houve um surto de preguiça? Os computadores da segurança social avariaram?
Diz-se que, mais uma vez, a culpa é do covide, mas ninguém sabe ao certo, ou ao errado. O que se sabe é que a coisa custou mais 40% do que no ano passado, cifrando-se em 445 milhões de euros. Se se somar os dias de trabalho a menos, ou de descanso a mais, não sei onde a coisa vai parar. A prolongar-se esta tremenda crise sanitária, chegaremos ao fim do ano com 1.068 milhões gastos em baixas. Fora o resto.
Estará a Organização Mundial de Saúde a par desta situação? Não está. Se estivesse, o melhor seria mandar fechar o país para defender a saúde universal.
É que, convenhamos, um aumento de 82% em doentes é caso para considerar anda por aí um bicho qualquer dos muito perigosos. Ai anda anda!
É do conhecimento geral que, apesar da enorme “falta de médicos” de que a administração pública padece, as faculdades do Estado recusam sistematicamente a entrada de novos estudantes. Para entrar numa faculdade do Estado é preciso ser-se um estudante com notas altíssimas, sendo uma sorte que um aluno com menos de 18,9 valores em 20 trazidos do secundário lá consiga chegar. Por outro lado o Estado resiste heroicamente, ou à criação de novas faculdades públicas – por falta de dinheiro? - ou privadas – por coerência ideológica ou estupidez.
No meio desta situação, lemos que todos os refugiados ucranianos têm as portas abertas para entrar de calçadeira nas faculdades de medicina do Estado.
Não tenho qualquer preconceito contra os candidatos ucranianianos. Mas brada aos céus que passem à frente dos portugueses, para quem “não há vagas” ou não tem as astronómicas classificações exigidas.
Acresce que há alunos que, por não terem sido aceites na sua terra, se sujeitaram a inscrições no estrangeiro e, querendo regressar com boas classificações por não “aguentarem” os custos ou outras razões atendíveis, não vejam aceites as equivalências das cadeiras já feitas.
Haverá, neste país, ou no autoritarismo instalado, alguém que olhe para isto? A experiência diz-me que não.
Ele há coisas que se diria extraordinárias num país civilizado mas que, por cá, passam como normais. Diria que Portugal é um país civilizado mas tem um governo que de civilizado tem pouco.
Vejam esta: um senhor Carneiro, ministro não sei bem de quê, perante a bagunça na fronteira aeroportuária, vem dizer que, “ou se portam bem ou corro com o chefe”. Rua com ele.
O que se sabe a este respeito é que o governo, para resolver os problemas em causa, decidiu há tempos acabar com o SEF, assim cortando o mal pela raiz. Formidável. Entrega-se aquilo a outros polícias, e pronto. Mas, como é costume, não acabou com SEF nenhum, não mexeu, que se visse, em nada de importante. O resultado é o que se sabe, os aeroportos passaram a ser uma geringonça dos diabos, a malta aos gritos, uma vergonha sem nome. Perante isto, o que diz o ministro? Demito o chefe.
O IRRITADO, que é um mal dizente empedernido, acha que o Carneiro deve ter um aparatchique qualquer, devidamente diplomado na universidade do Rato, a precisar do lugar. Mas isto é teoria da conspiração. O que se passa é que o homem deu uma entrevista de duas páginas, a dizer que. De interessante ficou só a corajosa ameaça: se te portas mal vais para a rua. Não faço ideia se o homem (o chefe do SEF) se porta mal, bem , ou assim-assim. Certo é que se alguém se porta mal, erradamente, repetidamente, contumasmente, relapsamente, é o governo: faz asneiras, não prevê, não sabe que o Verão vem aí ou já cá está, anda há meses e meses num interminável blabla e, como sempre, não é responsável por coisa nenhuma: responsável é o chefe, vai à vida e acabou-se.
O IRRITADO, como sabe quem o lê, não simpatiza com os exageros ecologistas, nem com pânicos climáticos, nem com limitações absurdas a certas actividades ditas indesejáveis, sobretudo quanto mais desejáveis forem, como o petrólio ou o lítio.
Por outro lado, há intervenções que a “modernidade energética” exige mas que merecem algumas dúvidas. Na Amareleja há já 234 hectares ocupados com painéis solares e, segundo projectos já autorizados pelo governo, terá em breve mais uns 600, tudo isto em áreas classificadas como intocáveis, com sacrifício de milhares de árvores (só pinheiros mansos são 11.800 a sacrificar de um total de 19.300, mais dezenas de milhar de azinheiras, sobreiros, etc. Cerca de 600 hectares ficarão carecas, com o aplauso das “autoridades. E há mais, muito mais, que valeria a pena citar se para tal houvesse pachorra. Não há, como efeitos da intervenção quaisquer benefícios locais, mas há duvidosos efeitos nacionais na produção de uma energia intermitente de duvidoso futuro ou interesse económico. Ao mesmo tempo que a União europeia estabelece que a energia nuclear é limpa, os portugueses sacrificam território a bem da moda das renováveis.
É claro que o “estudo de impacto” reconhece os efeitos catastróficos da coisa, mas dá-lhes luz verde! Outro de mais alto se alevanta, não é? Por um lado, enche-se páginas e páginas com a luta contra os eucaliptos e a sua influência na balança comercial (que se oferece à Galiza) e a favor da floresta tradicional. Por outro, sacrifica-se a floresta tradicional sem qualquer escrúpulo, nega-se toda a teoria ecológica, que faz parangonas mas se sacrifica com duvidosas iniciativas.
Onde está a lógica disto tudo, é coisa que não está, por certo, ao alcance de ignorantes como o IRRITADO. Manda quem pode, não quem merece.
De parabéns estamos todos, especialmente as mulheres grávidas. Foi com a maior alegria que ouvimos e vimos a senhora, dita ministra da saúde, anunciar que o problema das urgências de obstetrícia e ginecologia está resolvido. Como? É simples. Após horas e horas de labuta, de reuniões de alto nível, de profundo pensamento, a senhora ministra diz que vai criar uma comissão (grupo de trabalho, task force, ou outra coisa qualquer), a fim de resolver o problema. No seguimento de tão corajosa decisão, a senhora ministra vai, afanosamente, ocupar o seu tempo a nomear os membros da tal comissão. Daqui a umas semanas, no seguimento de trinta e duas reuniões, a comissão tomará posse. Depois, discutirá o valor das senhas de presença a atribuir aos comissários da comissão, valor a propor ao ministro das finanças, a fim de libertar os necessários fundos. O ministro das finanças, seguindo decisão a tomar em conselho de ministros, se tudo correr bem aprovará a verba. Uma vez a decisão publicada no jornal oficial, a comissão reunirá pela primeira vez. Tudo como dantes.
O que se pode, com inteira justiça e para já, pensar, é que as parturientes, se precisarem de assistência, deverão recorrer à comissão mediante preenchimento de formulário adequado e digitalizado. E o problema está resolvido.
O que se sabe é que as chamadas autoridades confessam que o problema foi detectado há meses, nada tendo sido feito, certamente por falta de tempo ou por haver outras tarefas mais urgentes. E dizem-nos, repondo a verdade, que o SNS funciona maravilhosamente, como o prova o gigantesco triunfo das vacinas. O povo ignaro e mal informado julgava que quem tratou desse assunto foi a tropa. Engana-se, foi a senhora ministra, com o SNS à rédia curta.
Mas o mais notável do dia foi o facto de a senhora ministra ter “admitido” recorrer aos privados. Tratar-se-á de uma decisão destinada a desmentir as verrinosas opiniões que por aí circulam a acusar o governo de ser ultra estatista, sacrificando o povo para provar a excelência do socialismo? Aplauda-se. Depois de ter acabado com a gestão privada dos hospitais públicos, dando largas às suas convicções ideológicas, a senhora ministra “admite” recorrer aos privados para pôr as portuguesas a dar à luz em paz e sossego. “Admite”, não recorre. Esperar-se-ia que a senhora ministra já conhecesse as possibilidades disponíveis dos privados, se é que as há, para resolver a questão. Mas isso seria confessar a estupidez institucionalizada a bem do todo poderoso Estado. Por isso que só seja de “admitir”, e em caso de desespero. Afinal, não há nada para aplaudir.
Por todo o lado se desmorona o Estado a que o PS levou o país. É certo que ainda falta o último acto da tragédia, a bancarrota, mas lá chegaremos, de uma forma ou de outra. É o futuro previsível.
Para já, é a derrocada da saúde, dos transportes, da educação, dos aeroportos, dos salários, da “descentralização”, num nunca acabar de incompetência, de esquecimentos, de palavreado, de soluções que virão um dia se.
São leis e mais leis que não se podem cumprir porque ninguém as regulamentou, dando aos burocratas o gozo supremo de dizer não a quem julga que as leis existem. É a bazuca que anda de mão em mão, cada caso dependente de quarenta pareceres e de trinta instâncias, entidades, reguladores, repartições, estudos e mais o que ocorrer a “quem de direito”. São as grávidas sem médico a correr de hospital em hospital, o sistema público de saúde odeia o que funciona, sacrifica as pessoas a ditames ideológicos que nada têm a ver com elas, as cirurgias no tinteiro, as consultas espera aí. Os aeroportos num caos, por causa da morte de um homem (questão para os tribunais, se é que os há), o governo, em vez de pôr o SEF a funcionar, quer acabar com ele, a confusão é total, a luta dos SEFs com os PSPs e os GNRs, uma desgraça ridícula, uma monumental bordoada no turismo.
A lista é interminável, não vale a pena ir mais longe porque onde se vá é a mesma coisa.
Dizia-se do Brasil que era “o país do futuro “. Como o futuro ainda não chegou, nunca mais o Brasil lá chega. Conosco é mais ou menos o mesmo, vivemos num mar de intenções, num pântano de promessas falsas, numa fossa de declarações vazias.
O Presidente entretem-nos com o orgulho da Pátria, do esplendor de Portugal e dos elogios ao governo. Deste não vale a pena falar. É do PS, e está tudo dito. O Parlamento anda entretido com a eutanásia em vez de denunciar o que se passa.
E o povo? O povo anda embriagado com eco-balelas e asneiras várias. Não quer o petróleo nem a quarenta quilómetros da costa, não quer o lítio, que faz pó, não quer o gás, que faz buracos, o nuclear nem pensar, foi o que o Sócrates mandou. O povo assiste a ver o seu dinheiro drenado em “energias renováveis”, em nome do tal “futuro”, e acha muito bem. Há alguns que perceberam que o remédio é emigrar para uma país que funcione. Há os que vivem de biscates, do desemprego, dos subsídios do Estado, tudo somado chega, trabalhar faz calos. Não há quem queira trabalhar, e percebe-se.
Entretanto, as “elites” debatem-se em debates, conferências, estatísticas, dados, tudo o que não implique responsabilidades. As excepões, se as há, confirmam a regra.
Enfim, chegou o Verão. Umas sardinhas, umas marchas, uns bronzes, melancias fresquinhas, boa fruta, uns festivais. Depois, há-de vir o futebol. Sejamos felizes, ou estúpidos, que é mais ou menos o mesmo.
Nas muitas desgraças bancárias que nos têm acontecido, avultam os milhares de milhões dados à Caixa Geral de Depósitos, e os mais ou menos outros tantos entregues ao Novo Banco.
Mas há algumas diferenças.
No primeiro caso, o monumental buraco não teve responsáveis. Foi uma coisa “natural”. O banco é do Estado, o Estado terá feito “suprimentos”. Quem cavou o buraco? Ninguém sabe. Ou sabe-se, mas não interessa. O Estado é o Estado, os seus funcionários, tal com o governo, não são responsáveis por coisa nenhuma.
No caso do novo banco, os responsáveis estão a ser julgados e, caso raro, a procissão ainda vai no adro mas já há condenações. Ao contrário da CGD, a quem bastou apresentar a factura, neste caso houve negociações, criou-se um fundo ao qual se atribuiu um balúrdio, a ser entregue em prestações. A certa altura, o BE&Cª desataram aos gritos, nem mais um tostão para o NB! A coisa fez o seu caminho e anda tudo à cacetada. O NB quer o que lhe foi prometido no contrato subscrito com o Estado. O Banco de Portugal, ao serviço do Estado, não quer que se pague.
Eis a diferença. A um banco público o Estado paga, de mão beijada, e ninguém tem nada com isso. Aos privados, o Estado acha que não tem nada a pagar, depois de a tal se ter comprometido. É o esplendor da honestidade de esquerda.
Post scriptum: o IRRITADO não percebe nada de bancos. Quer saber de factos, não dos pormenores que por aí campeiam. E está preparado para todos os nomes que lhe queiram chamar.
“O meu futuro político é nenhum. Acabou aqui. Ponto final, parágrafo”, uma frase do tristemente célebre senhor Rio, citada pelos jornais. Podemos ficar descansados? Não! Se é ponto final, não é parágrafo. Portanto, ou o fulano não sabe português, ou está a aldrabar. Esperemos pelo parágrafo que se segue. Cuidado!
Um senhor, muito conhecido lá em casa e no Largo do Rato, vai substituir o guru económico do PM Costa, Costa Silva, na gestão da bazuca. De seu nome Dominguinhos, parece que ficou célebre como presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, e o mesmo no que respeita ao Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos. Muito bem.
Como parece evidente, o doutor Dominguinhos nunca esteve em contacto com actividades económicas, empresas, associações, sindicatos, indústrias, comércio, ou qualquer coisa de parecido, tudo matérias que não constam do currículo publicado pelo governo.
Eu sei que, às vezes, o hábito faz o monge. É o evidente e exemplar caso do ministro dos transportes, pessoa que em relação à matéria só era conhecido pelo seu amor a Porsches e Maseratis.
Pode ser que o Doutor Dominguinhos venha a vestir o hábito a a tornar-se um bom gestor das matérias que lhe vão ser confiadas, às quais, é de pensar, talvez se ocupasse aos dominguinhos à tarde.
Como é hábito do IRRITADO, haverá que ir um pouco mais longe para encontrar uma explicação lógica para o tão estranho mistério do apareceimento do senhor no seu novo alto cargo. Se o fizermos, a coisa esclarecer-se-á. É que, rezam a crónicas, o senhor é um profundo e incondicional admirador do Partido Socialista e do seu incontestável líder. Parece que até escreveu textos laudatórios de tal personalidade e da sua magnificente obra.
Como pode ver-se, tudo é, afinal, claro como a água da torneira.
Em amorosa comunhão de ideias e interesses, a dona Não-sei-quantas, “senadora” russa, elogiou ditirambicamente o camarada Nyusi, a quem chamou, por exemplo, “parceiro confiável”. Desvanecido, o tal Nyusi, ilustre presidente de Moçambique (membro de pleno direito dos PALOPS e da CPLP, e não de pleno direito do Comonwealth), declarou que a Rússia estava a proceder de modo a “defender a paz e acabar com a guerra”, como se não fosse a Rússia quem a começou e quem a tornou no mais hediondo, bárbaro e criminoso conflito dos nossos tempos. Aqui temos não só uma demonstração de alta inteligência, como de coerência política em relação aos valores das comunidades em que deixam o seu país integrar-se. Isto, sublinhe-se, depois de na AG da ONU não ter votado a condenação de tal guerra, em vergonhosa minoria.
Pelos vistos, não é só o nosso PC que continua fiel ao “Sol do mundo”, agora na sua versão putínica. Mesmo depois dos mais de quarenta anos de guerra, guerrilha, insegurança, instabilidade e miséria que se seguiram à “descolonização exemplar”, provocados pela implantação do comunismo soviético, Moçambique ainda não percebeu, nem quer perceber. Por isso, não sairá da fossa em que se meteu.
Andam almas correctas e modernas, por uma vez muito bem, a espernear contra a admissão da Guiné Equatorial na CPLP, não porque é de expressão castelhana –o que chegaria – mas porque não respeita os mais elementares critérios em que a organização se baseia. As mesmas almas, porém, acham muito bem que andemos aos beijos e aos abraços aos amigos do Putin.