O DIA SEGUINTE
Durante meses, a nossa mui ilustre e bem informada classe política, intelectual, jornalística, letrada, etc., passou os dias (manhãs, tardes e noites) a escrever, publicar, dizer e parangronar cobras e lagartos acerca do Trump, um labrego, um ignorante, um criminoso a fugir à justiça, um aldrabão sem peias, sem uma única ideia na cabeça, um fabricante de bojardas, insultos e aldrabices...
Tudo o que diziam era (é) verdade. Não digo o contrário. O pior é o resto. O fulano foi eleito, e sem margem para dúvidas. E agora? A mesma gente que, por definição, tem sempre razão e sabe tudo, desdobra-se em razões e justificações. O homem, desta vez, abandonou os conselhos dos filhos, rodeou-se de tipos do melhor, a mensagem passou a ser “de qualidade” quando transmitida por terceiros, os americanos não são, afinal, uns boçais, antes gente bem informada, a Kamala foi uma incapaz, nem a coitadinha tem direito, e o futuro, vão ver, não vai ser nada de anormal nem de especialmente perigoso para a Europa e o mundo, a vida continua, esperemos de alma limpa e coração ao alto.
O IRRIDADO mantem o que pensava, tanto do Trump como da Kamala. Confessa que, se votasse, seria a primeira vez que o fazia à esquerda, talvez por ter andado mergulhado na campanha dos nacional bem-pensantes.
Este post serve-lhe tão só para denunciar a a gigantesca campanha desta gente, que não via nada e, de repente, passou a ver tudo. Clarinho, não é?
O melhor é não ler, não ouvir, não acreditar em nada.
7.11.24