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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

DO ALMIRANTISMO

Andam as gentes entretidas, ou anda gente entretida a entreter as gentes com o terrível problema das eleições presidenciais. Acastela-se a lista dos presidenciáveis, mais baixos e mais altos, mais gordos e mais magros, mais espertos e mais burros, um fartote.

Parece que há para aí uns problemas – nacionais, europeus, globais – que mereceriam mais atenção. Mas, quem é o IRRITADO para vir falar em tais coisas? Se o que está a dar é a presidencial história, vamos a ela.

Havia uma senhora ministra que, para além de ter posto o SNS  a pão e laranjas, demonstrou a sua fatal e generalizada incompetência durante a crise do covide. É hoje alta figura do PS, deputada europeia, presença obrigatória nos jornais, etc., o que muito diz sobre os doutos critérios do partido. À altura, em rara crise de inspiração, alguém foi buscar um senhor a um submarino, pô-lo à tona e, caso raro, o homem tratou de vacinar a malta – e de ”safar” a ministra. Muito bem. Parabéns. O homem foi promovido a Almirante, depois a chefe da Armada. Aposto que vai receber umas condecorações. Pelo caminho, foi dando umas dicas que muito emocionaram os nacional-opinadores, ao ponto de o meterem em sondagens apontadas à presidência da República.  

Segundo tais sondagens e de acordo com a impressão generalizada do pagode, o homem do covide está à cabeça na intenção de voto dos portugueses. Conclusão: os tais portugueses querem um tipo que não tenha nada aver com os partidos políticos. Ou seja, um cidadão que, não representando ninguém, não sendo burro e tendo boa imagem estética, reuna as condições para representar todos.

(segundo a habitual propaganda dos próprios, o PR representa todos os portugueses. Não representa – a Constitução diz que representa a República, o que é outra coisa)

Adiante. Admita-se o que é geralmente aceite. Perante as “propostas” das sondagens nem um só dos politicões da lista chega aos calcanhares do almirante.

Varerá pena fazer uma viagem pelos países que nos são próximos, aqui, na democrática Europa. Que me venha à cabeça só há, nas repúblicas, um chefe de estado que governe: o Presidente da República francesa, eleito pelo povo para representar o país e chefiar o governo. Os demais dependem de eleição parlamentar e destinam-se a funções protocolares de representação e a dignificar o sistema. Nas monarquias, acabada a legitimidade “divina”, os reis são legitimados pelos parlamentos. Não têm limites de mandato, têm sucessor constitucionalmente aceite e gozam de prerrogativas formais, representando o Estado e o seu povo (diz-se que são “caros”, o que não passa de atoarda sem qualquer sombra de adesão à verdade).

Poderá então dizer-se que os portugueses, os das sondagens e os da rua, andam à procura de um rei? Direi que, circunstancialmente, não. Os portugueses estão por demais “republicanizados”, por razões que aqui não cabem.

Mas, e substancialmente? Quem sabe, se, lá bem no fundo e talvez sem tomar consciência disso, não queiram ver-se livres desta quiquenal pessegada?

2.12.24

O MONTENEGRO QUE SE LIXE

Com cão ou sem ele, o Montenegro está feito.

- Uns tipos deitam fogo a um autocarro, queimam o motorista coitado do motorista, todo assadinho, foi ignorado pelos media durante semanas. Alguns canalhas já identificados estão devidamente guardados numas celas, à espera que um juiz, agora de fim de semana, lhes dê destino.

Vai daí, o Montenegro faz uma conferência de imprensa mais ou menos infeliz, acompanhado por todos os polícias, mais umas ministras, a fim de dar ao povo a certeza de que estavam todos unidos na luta contra os terroristas.

A Nação revoltou-se com este terrível acto. Não houve bicho-careta dos chamados agentes de “comunicação social”, antigos e modernos, que não desatasse aos gritos. Se o Montenegro não tivesse dito nada, desatavam aos gritos na mesma. E o mesmo fariam se ele tivesse dito, ou feito, outra coisa qualquer.

- O Montenegro, como lhe compete, mandou fazer um orçamento. A gritaria começou, durou, durou mais, e mais e mais. A coligação PS/Chega dominou a artilharia, com a ajuda de uns pinduricalhos parlamentares. Deram cabo da coisa tanto quanto a sua limitada inteligência permitia. E a coisa, devidamente esfarrapada, foi aprovada por eles! Chama-se a isto coerência. Há coligações que, estando em causa os seus interesses, a que chamam “interesse nacional”, nunca falham. Esta, aliás, já tinha funcionado maravilhosamente em várias outras ocasiões. E voltará a funcionar em quaisquer outras, desde que o Montenegro se lixe.

- No meio disto tudo, a coerência continua a funcionar. O indesmentível líder da coligação já veio, com todas as letras, afirmar que o seu partido votará contra todas as propostas de autorização legislativa apresentadas pelo Montenegro. Todas. Sejam elas quais forem. Não interessa o que digam, são do Montenegro, são para chumbar. Todas. Se houver falta de votos, lá estará o Chega para dar uma ajudinha. Quando é preciso, lá está. Gente de confiança. De notar que, quanto a esta tão inteligente afirmação do PNS, nem um só dos artistas em palco na tal “comunicação social” se pronuncou. Devem ter achado bem. Se não acharam, ou estão pagos ou acham que podem vir a estar. Ou, sejamos moderados, são só esquerdófilo-cretinos.

- Vieram os cartazes. O Chega fez a sua rábula. Desta vez, o aliado aproveitou para dar uma ajudinha. Um estardalhaço monumental em que, não sendo possível defender a palhaçada, o PS fez o que pôde para lhe dar publicidade. Ganhou o Chega. O Montenegro, desta feita, não estava à mão. Pagou o Branco de tabela.

E assim vai o préstito.    

 

1.12.24

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