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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

TRISTEZAS

 
 GRANDE ELEIÇÃO
 
O Secretário-Geral do Partido Socialista foi reeleito, gloriosamente, com 26.000 votos. Assinale-se, antes de mais, que, dos 71.000 filiados da tenebrosa organização ficaram em casa 45.000, o que nos diz, ou que os 71.000 são conversa de secretaria, ou que os militantes não têm lá grande consideração pelo homem.
Vejamos as coisas por outro ângulo. Verifica-se que, dos votos expressos, 97% foram a favor do senhor Pinto de Sousa. Estamos, portanto, diante de uma eleição verdadeiramente socialista, só superada pela do Jerónimo.
Estaline, do fundo do mausoléu, agradece. A versão, por enquanto, é mais chavista que estalinista. Lá chegaremos.
 
No meio disto tudo, o que não se percebe é que (ainda) haja tanta gente a dizer que o PS tem governado à direita, o mesmo que é dizer que (ainda) há quem pense que alguma ténue luz pode vir da esquerda, seja ela qual for, e se prepare para votar desse lado.
Como sinal, ou de estupidez ou de desinformação, dificilmente haverá melhor.
 
 
COITADINHA
 
Coitadinha da dona Joana (Amaral Dias)! Foi saneada, corrida, afastada, humilhada, posta de lado! Que pena!
A senhora, tão jeitosa quanto antipática e pretensiosa, vai deixar de poder dizer de sua justiça nas magnas reuniões do Bloco de Esquerda. Não deve ter percebido que, em organizações comunistas, não se pode levantar o rabinho do selim. Por outras palavras, devia ter pensado duas vezes antes de ir apoiar a gerontológica candidatura do Dr. Mário Soares à presidência. O partido comunista a que pertence deixou-a convencer-se que tinha lugarzinho garantido e, quando se julgava safa e lhe doía mais, zumba! Põe-te a mexer, ó boneca!
Coitada da senhora, anda para aí a lamentar-se, a dizer que não percebe.
Para a ajudar, aqui fica esta modesta dica.
 
 
 
OBRAS PÚBLICAS
 
Há dias, o “Expresso” ofereceu ao povo um mapa das estradas.
Olhei para a coisa e descobri, assinalada como em projecto ou em construção, uma auto-estrada, de Alcabideche, ou equivalente, à Arruda dos Vinhos, ou equivalente. Achei que o mapa tinha sido feito pelos espanhóis, a gozar com o pagode.
Eis senão quando, em périplos motociclistas nas curvas da estrada velha da Malveira da Serra, dou com um desvio por obras e, mais acima, com um monumental viaduto em construção, cheio de anúncios da inevitável Mota-Engil. Comecei a pensar que o mapa do “Expresso” era capaz de estar certo e que as obras junto à A5, que eu julgava terem a ver com o novo hospital de Cascais, mais não são que o ponto de partida, ou de chegada, da nova auto-estrada.
Nessa tarde, fui ao médico, à CUF Cascais. Em conversa, o clínico disse-me que tinha um consultório na Beloura, mesmo ao pé da nova auto-estrada.
Estava desfeita a minha presunção acerca das eventuais trafulhices dos espanhóis. Era verdade!
 
Vamos então ter uma auto-estrada, da Galiza, ou seja lá de onde for, a cruzar a Beloura, a servir o Cascais shopping(?), e a acabar uns cinquenta quilómetros depois, numa terreola qualquer, seja lá a que for. Deverá vir a chamar-se “Auto-Estrada de Massamá”. Lindo!
 
Haverá quem, em Portugal, não perceba que já temos auto-estradas a mais e que, se queremos gastar dinheiro em estradas, o que interessa é pôr em bom estado os milhares delas que não têm condições de segurança, que há décadas não sabem o que é conservação, que estão cheias de buracos, etc.?
Compreende-se que este tipo de obra não agrade à Mota-Engil e quejandos, uma vez que iria dar trabalho a uns construtores mais minhocas, uns badamecos locais. Mas, que diabo, para que é que queremos uma auto-estrada da treta, óptima para deitar dinheiro à rua, para criar mais dívidas e para dar gozo ao Lino, ao senhor Pinto de Sousa, e ao bando de tarados que ainda acreditam naquela gente, em vez de aplicar a massa a melhorar o que está mal, a começar pelas desgraças das ruas das cidades e a acabar nas misérias dos campos?
 

 

PROVEDORIAS
 
Aqui há tempos, mandei uma reclamação, já me não lembro que propósito, ao Provedor de Justiça.
Meses depois, respondeu-me um senhor que assinava “Provedor Adjunto”.
Achei a coisa estranha. É que a Constituição criou o cargo do Provedor de Justiça como órgão unipessoal, eleito pelo Parlamento (assembleia da república, como tristemente se chama). Ora como Provedor há só um, o senhor que me respondeu não podia ser Provedor Adjunto. Quando muito podia ser Adjunto do Provedor.
Presumo deva haver uma lei orgânica qualquer que estabeleça o cargo de Provedor Adjunto. A meu ver, neste aspecto, tal lei é descaradamente inconstitucional.
 
Perguntará quem me lê a que vêm estes formalismos pouco próprios do Irritado.
 
A resposta é que a coisa é mais importante do que possa parecer.
Os tipos dos Açores, por exemplo, acabam de criar um Provedor de Justiça local. Nâo, não pediram ao Provedor, ao único que existe, que nomeasse um adjunto para se ocupar de questões regionais. Querem um provedor para eles. Pois se, no continente, há um provedor, porque não o há-de haver nas ilhas? Como se o Provedor, com sede no continente, não fosse o provedor de toda a Nação, como a Constituição muito bem postula.
 
Trata-se da tendência para a pulverização dos “pequenos” poderes que o socialismo despudoradamente leva a cabo, a fim de reforçar o espartilhante e potencialmente totalitário poder do Partido. Trata-se de desmerecer dos poderes nacionais que possam não ser socialistas, ou que ainda gozem de alguma independência, com o objectivo de ocupar posições ou de, com o mesmo fim, criar novas. Trata-se de ir esvaziando o que pode “fazer sombra”, para “encher” o que se domina.
 
O senhor César (Carlos), gostosamente, presta-se a mais uma manobra do chefe, ou ajuda-o nos seus avassaladores desejos. Não basta o inenarrável pontapé do novo “estatuto” na gramática política do país. Há que ir mais longe.
 
Tomemos devida nota, se outra coisa não podermos fazer.
 
16.2.09
 
António Borges de Carvalho

 

 

 

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