O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
Ontem, a no Palácio Real da Ajuda, o Presidente da República Portuguesa ofereceu um jantar de Estado ao ao seu congénere francês.
Como é hábito protocolar, os discursos dos presidentes, nestas ocasiões, referem as relações de amizade entre os dois países, fazem os justos elogios políticos e pessoais que a diplomacia exige, falam de laços culturais, históricos, sociais, etc. Tendo sido assinado algum acordo, poderão referi-lo como sinal de maior aproximação política, e por aí fora, sem entrar em assuntos polemizáveis.
Foi o que fez o Senhor Macron. O Presidente R. de Sousa, pelo contrário, presenteou os convidados muito para além das palavrinhas da praxe, com uma formidável diatribe contra o senhor Trump. O IRRITADO até gostou, o homem tem toda a razão nas suas denúncias, mas daí a virem a propósito vai uma grande distância. R. de Sousa até podia ter dito umas palavras sobre as perigosas alterações à vida internacional a que vimos assistindo e até, a tal respeito, ter elogiado os esforços do seu convidado. Mais do que isso, o momento (e o protocolo) não justificava. Foi, aliás, preciso a Madame Macron começar uma tímida ovação a que o espanto do respeitável e embasbacado público correspondeu quase a medo.
Hoje, a inocência ou a velhice idiota do IRRITADO esperavam alguma reacção da nossa chamada “comunicação social” e dos batalhões de opinadores ao seu serviço. Porém, nada. Nem para elogiar, nem para condenar, nem para comentar, sequer para noticiar. Eu sei que não li todos os jornais, nem vi todos os telejornais, mas para ajuizar chega o zero de que o caso foi objecto.
Que pensar? Será que as limitações impostas por Trump à opinião e às notícias já estão em vigor em Portugal? Ou será medo? De quê? Responda quem souber.
Há vinte e tal anos, um Senhor com maiúscula, chamado Valéry Giscard d’Estaing, resolveu elaborar um documento a que chamou “Constuição Europeia”. Não chamava à Europa “confederação”, mas para lá caminhava, fiel a uma máxima em voga que postulava que a Europa era como uma bicicleta que, se deixássemos de pedalar, morria na estrada. A ideia era criar um poder político comum que fosse mesmo poder. É claro que a ideia foi liminarmente parar ao caixote do lixo da História.
Os europeus pedalaram, só que não no sentido da tal “constituição”. Em vez de enveredar num rumo político, pedalaram na direcção burocrática. Ao mesmo tempo que a representação diplomática da Europa nunca passou de uma anedota, as matérias de “soberania” europeia foram esquecidas e a organização dedicou-se a fazer regras e regrinhas, a dedicar-se a regulamentos minhocas... e a gastar dinheiro sem qualquer sentido político. A Europa da segurança, a Europa da defesa,a Europa industrial, a Europa como poder real neste mundo, nunca existiu. Agora, todos levamos no focinho com a irrelavância do continente, orgulhosamente mergulhados em carros eléctricos, painéis solares e moinhos de vento. Teoricamente, ó ilusão das ilusões, andamos entretidos a “salvar o planeta” (entidade cósmica que se está nas tintas para tal “salvação”).
Vamos a tempo de fazer alguma coisa a este respeito? Duvido. Estamos divididos. Há pouco quem queira tomar rumo num rebanho que, aos poucos, vai passando a saco de gatos.
Não há, nem jamais houve, “Constituição” que nos valha.
O mandato do engenheiro Joaquim Ferreira do Amaral ficou marcado pela construção da ponte Vasco da Gama, pelo alargamento da ponte 25 de Abril e pela introdução, nesta, do caminho de ferro, entre outras coisas. Começou a ser perseguido porque a Ponte nova ia dar cabo da passarada da Reserva Natural do Estuário. Ouvida a melhor especialista em tal matéria, borrifou nos “ecologistas” fundamentalistas. A ponte foi construída. Verificou-se que as aves não ligaram nenhuma às ameaças e continuaram a andar por ali, ali vivendo, ali se reproduzindo em paz e sossego e por ali migrando.
O Estado resolveu entregar a exploração das pontes a uma empresa privada. Nova perseguição. O eng. Ferreira do Amaral, escolhido para presidir a tal empresa, era um explorador do povo, um oportunista, um tipo das “portas giratórias”, o diabo a quatro. Ocorre-me perguntar se haveria em Portugal melhor gestor ou alguém melhor preparado para a coisa. Mas a vozearia continuou. Um taxista, um malandro, a taberna do costume levou anos para se calar.
A que propósito vem isto, tantos anos depois? Resposta: a propósito da nova “moral republicana”, sempre pronta às mais variadas perseguições. Vejam esta: a família do Primeiro Ministro tem uma empresa com fins de consultadoria imobiliária, em cujo objecto social figura a compra e venda de patrimónios. Crime! Ofensa à “moral republicana”, coisa que ninguém saberá o que é, mas que serve para as mais rebuscadas perseguições, como no caso dos passarinhos do estuário.
Vejamos um exemplo: o governo, bem ou mal, quer levar por diante uma lei que autorizará os municípios a libertar terrenos sem uso agrícola ou reseva ecológica para construção de habitação. Portanto, rezam os taberneiros da ecologia, o Primeiro Ministro prepara-se para construir prédios em tais terrenos. A lei ainda não foi aprovada, o homem não faz ideia de que terrenos serão “libertados”, nem por que Câmaras, nem onde. Mas a taberna vê longe: pode ser que, um dia... por isso o homem é um malandro. Ponto.
Há quem pergunte porque é que os “melhores” fogem da coisa pública como o diabo da Cruz, ou porque é que o sonho de qualquer bom estudante é dar o fora para onde não se seja perseguido e até se ganhe melhor. É que a alcateia moralista e “ecológica”, à esquerda, à direita e ao centro, prolífica em processos de intenção, com os media às ordens, se atira, com razão ou sem ela,a tudo o que mexe.
Depois queixem-se da descida de qualidade dos políticos e da política. Parece, e é, que só lá chega quem tiver como único currículo, o partidário. Os outros, mesmo que os partidos os quisessem, não estão para ser perseguidos, seja por mal fazer, seja por poder um dia vir a fazê-lo.
Hoje, em magistral artigo, JMTavares denuncia a brutalidade do Augusto Santos Silva na diatribe furibunda com que tratou AJSeguro na entrevista em que ontem tratou de o aruinar como eventual candidato a PR. Foi demais. Mas foi, valha-nos isso, esclarecedor. O bruto inventou um novo Presidente. Traçou-lhe um formidável perfil, tantos foram os poderes, as funções, as dignidades, as prerrogativas e mais não sei quê, que lhe atribuiu. O PR passou a ser chefe diplomático, comandante da tropa, dominador dos PALOPS, professor de moral, representante máximo de tudo e mais alguma coisa, etc.. AJSeguro passou a mero desgraçado, talvez bom para adjunto do presidente de uma Junta de Freguesia em Trás os Montes. Ou nem isso.
O que vai na cabeça deste monstro? É simples. Temos diante de nós o mais importante candidato à Presidência, o candidato do “verdadeiro” PS, o PS de Sócrates, o PS de Costa, o PS dos obscuros bastidores, da geringonça, do oportunismo, o PS sem escrúpulos, sem limites políticos, o PS capaz de desvalorizar as vitórias dos outros e levar ao altar as suas próprias derrotas, o PS do vale tudo, o PS que atropela, que “malha”, que destrói, que arruina.
A S.Silva só faltou acrescentar (ou, sem o dizer, acrescentou) que, no perfil napoleónico que definiu, só cabe um homem, ele mesmo. Qual Seguro, qual Vitorino, qual Almirante. Algo de mais alto se alevanta, ele ali está, à disposição do futuro e à recuperação do passado que serviu caninamente, o passado dos grandes e admiráveis líderes, a saber: Sócrates e Costa, a quem sempre foi ferozmente fiel.
O IRRITADO não dá às presidenciais importância de maior. São um erro crasso da Constituição que ainda ninguém se lembrou de emendar. O sufrágio universal para a Presidência, ou serve para eleger o chefe do governo, como em França, ou para nada, ou quase. O representane máximo do protocolo do Estado é, na Europa a que pertencemos, ou um Rei, ou um Presidente, ambos parlamentarmente confirmados ou eleitos. No nosso infeliz caso serve para invenções mais ou menos ridículas, para arranjar lutas e chatices eleitorais sem sentido e para dar terreno a galifões.