Anedotário I
Anuncia o Diário de Notícias que a despeza com o complemento solidário a pagar às pessoas com mais de oitenta anos é muito menor do que se esperava, dada a contabilização dos “rendimentos dos ascendentes” de tais cidadãos.
De facto, e ao contrário do que seria de supor, os paizinhos e as mãezinhas dos cidadãos com mais de oitenta anos têm rendimentos de sobra, o que “limita o acesso dos potenciais beneficiários”.
Como é óbvio, quem ganha com isto são os cidadãos que, além de ter mais de oitenta anos, são órfãos. Parece-me de inteira justiça.
Para o Estado, dada a escassez do número de órfãos com mais de oitenta anos, trata-se de uma inesperada quão benvinda poupança.