INVOCANDO A AUTORIDADE
O Presidente da República é, por todos os lados, instado a que se meta no caso Freeport.
Também acho. Sem problemas constitucionais após desgraçadamente aberto o precedente pelo seu antecessor que, sem razão alguma que não fosse a intrigalhada em vigor, dissolveu a assembleia, o PR devia, agora com carradas de razão, fazer o mesmo.
A situação do Primeiro-Ministro é, em termos de regime, absolutamente insustentável. Isto, independentemente de ter recebido luvas ou de não ter recebido luvas.
O partido maioritário acoita-se atrás da absurda e irrelevante argumentação do senhor Pinto de Sousa, e lança achas para a fogueira da descredibilização da Justiça, em vez de propor ao PR uma solução alternativa de governo. Coloca-se, assim, na mesma insustentável situação do seu chefe. Devia o PS ser corrido com o chefe, e quanto mais depressa melhor.
Não são estas, todavia, as razões por que os plumitivos de serviço espicaçam o PR. Bem pelo contrário, querem envolvê-lo na querela, querem co-responsabilizá-lo pela bagunça que por aí vai, querem dar cabo dele.
E, com ele, dar cabo da idoneidade que resta à III República.
Afinal, a “coragem”, o “desassombro”, a “noção de Estado e de Regime” desta gente está longe de ser corajosa, desassombrada e sabedora.
12.4.09
António Borges de Carvalho
E.T. A dissolução da Assembleia, agora, teria, além do mais, a vantagem de se poder fazer coincidir as europeias com as legislativas, o que poupava montes de massa ao Estado, de chatices às pessoas e evitava uma abstenção monstra.