TOUROS, NUNCA MAIS!
PRIMEIRO
Não faço ideia (ninguém o fará) do que estará por trás da súbita fúria anti-tauromáquica do Presidente Capucho. A praça de Cascais já foi demolida, a ver vamos para quê. Não consta que haja alguém a querer fazer outra no concelho. Então por que carga de água vem o senhor pronunciar-se, e de forma tão vigorosa, contra as corridas?
- Quererá seguir as passadas desse grande socialista de Viana do Castelo, que resolveu ser contra elas, com certeza para poder, com grande apoio das santas almas, aproveitar, a seu bel prazer, os terrenos da praça?
- Quererá alinhar com os bandos de selvagens que insultam as pessoas à porta do Campo Pequeno?
- Terá tido alguma inspiração “Zen”, instilada por um dos gurus que, passando a vida a comer peixinhos que morreram asfixiados e bifes do lombo de animais barbaramente assassinados, andam para aí, comovidíssimos, cheios de ódio à humanidade e de “amor” pelos bichos?
- Quererá, em contra corrente, acabar com a diversidade genética no que aos touros diz respeito?
- Terá alguma coisa contra os bichinhos que, felizes, vivem em liberdade nos campos portugueses, bem comidos e bem tratados e, pela lógica das coisas, a favor da tortura das vaquinhas estabuladas e diariamente mungidas, sem cheirar uma ervinha nem ver a luz do dia?
- Terá sido ameaçado por algum dos vândalos das associações de “defesa dos animais”?
- Quererá aumentar o desemprego no país lançando na miséria os milhares de pessoas que vivem da criação e da lide de touros, da criação de cavalos, os veterinários, os ferradores, os tratadores, os correeiros?
Ou será puro parlapaté eleitoral?
SEGUNDO
Compreende-se que o Presidente Capucho esteja preocupado com as eleições.
É que a dona Leonor Coutinho, candidata da ala esquerda do PS, especialista no empréstimo de BMW’s do Estado para farras nocturnas, fabricante de parvoíces legislativas, infrene demagoga, veio anunciar, na senda do magnífico líder do seu partido, que criará nada menos que 6.000 (seis mil!) empregos no concelho, que reporá, nos bolsos dos munícipes, nada menos que €30.000.000 (trinta milhões de euros!), que vai lançar estaleiros navais e outros que tais, que vai atrair turistas doentes e moribundos para se tratar no concelho, que... mais uma série de disparates só possíveis a partir de uma mente retorcida e de uma demagogia sem nome.
Se o Presidente Capucho anda preocupado com isto, então é porque considera os eleitores de Cascais um bando de cretinos capaz de ir neste tipo de conversa.
Numa coisa a dona Leonor tem razão: o município não devia deixar certas instituições camarárias (as Águas de Cascais, por exemplo) em roda livre, a cobrar desalmadamente serviços que prestam e que não prestam.
Pense nisto, Presidente Capucho, em vez de andar armado em alma pura, daquelas que não gostam de corridas de touros.
28.4.09
António Borges de Carvalho