DO ÓDIO COMO GRANDE INSPIRADOR DO SOCIALISMO
Estou sempre atento às doidices com que o esquerdismo culto mas idiota do senhor Tavares (Rui) brinda os cidadãos no jornal privado chamado “Público”. Estranhamente, a expensas do senhor Azevedo (Belmiro) e sob a protecção editorial do senhor Fernandes (José Manuel).
Desta vez, o ilustre candidato do Bloco de Esquerda, no que à trafulhice intelectualóide diz respeito, vai mais longe do que é costume.
Talvez inspirado nesse mestre dos alarves que dá pelo nome de Lino - o qual, numa das abundantes sessões solenes do governo a anunciar o que se fará um dia, teve a estúpida e despropositada lata de chamar salazarento ao Dr. Rangel - o tal Tavares opina que a Dr.ª Manuela anda a ressuscitar a União Nacional e o “orgulhosamente sós”.
De facto, desde que o PS de Guterres destruiu o que o PSD de Cavaco tinha conseguido e que o PS de Pinto de Sousa deitou para o caixote a obra, ainda incipiente, de Barroso/Ferreira Leite e de Santana Lopes/Bagão Félix - desta vez mediante um golpe de estado levado a cabo por um ex-líder do PS e um “orçamento” da treta inventado à la manière por outro ilustre ex-líder do PS, Portugal passou a ser um país só. Nisso, tem o Tavares razão. Só, no fim da tabela do PIB per capita. Só, como lanterna vermelha da União Europeia, só, no fim da bicha dos resultados das medidas anti-crise. Só, só só. Só, atrás dos que estavam atrás dele, até atrás de outras vítimas do socialismo. Só, e envergonhado. Só, na miserável situação a que o socialismo o levou, essa sim, com algum paralelismo com a “modéstia” do Estado Novo, mais que não seja no que aos resultados diz respeito.
O artigo do Tavares, que não merece mais escrutínio, é uma amostra clara dos sentimentos que inspiram esta gente, isto é, dos sentimentos que inspiram o socialismo em geral e o Tavares em particular. Em síntese, são eles um só: o ódio. Ódio intelectual a quem se atreve a pensar com seriedade e isenção com bitolas diferentes das dele, ódio social que se revela pela incontrolável inveja que o move, ódio feito de intolerância, de insulto, de imaginação retorcida e desonesta.
O texto do Tavares, não a Dr.ª Manuela, faz lembrar, por exemplo, os escritos do grupo do Café Aviz (os ultras do fascismo em Portugal), os panfletos do "Jóvem Portugal", ou a retórica do "Avante!" nos idos de cinquenta e sessenta. A mesma linguagem, a mesma verborreia insultuosa, a mesma mentalidade rasca e intolerante.
Não são o fascismo e o comunismo formas de socialismo?
Todas diferentes, todas iguais.
29.4.09
António Borges de Carvalho