Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

Santana fez bem?

Não sei se o dr. Santana Lopes fez bem em vir, por escrito, dizer a verdade sobre o que se passou com o seu governo.
 
Num país politicamente acéfalo, ignorante e acrítico, a verdade é sempre o que “está a dar”, ou o que interessa, jamais o respeito pelos factos.
 
Por mais que Santana Lopes esgrima com a verdade, não sei se vale a pena. Talvez (o optimismo é um vício terrível) daqui a uns anos, passado o veneno que a teia de interesses políticos em vigor destila, haja quem, por respeito pela História, por distância intelectual, por amor à Verdade, venha repô-la na sua cristalina pureza. Para já, é capaz de ser inútil.
 
Por mim, sem ler o livro, não tenho sombra de dúvida sobre alguns pontos, tão importantes quão verdadeiros. Cito apenas três:
 
1. O doutor Cavaco Silva foi um dos principais obreiros da destruição da maioria e do poder do seu partido:
1.1. Através do célebre artigo sobre a moeda má, que substitui a boa[1].
1.2. Por via do episódio do cartaz de campanha, quando, por “razões académicas” não autorizou que o seu retrato figurasse nele. Por razões académicas! Para quê comentar? Pinto de Sousa (Sócrates), em matéria de mentira, teve um bom mestre;
1.3. Servindo-se de intervenções “académicas”, sempre insistindo na crítica demolidora, subliminar ou não, ao governo que lhe competia apoiar;
1.4. Na permanente atitude de imperial distanciamento em relação ao próprio partido, ele que ao partido em geral e a Santana Lopes em particular, é devedor de ter chegado onde chegou. Em matéria de gratidão e reconhecimento, estamos conversados.
 
2. A dissolução do Parlamento foi um golpe de Estado constitucional.
O sistema constitucional português, fundado em 1982[2], foi enganado, ou abusado, pelo dr. Sampaio. Se é verdade que a letra da Constituição permite a dissolução do parlamento pelo PR, não menos verdade é, para quem consultar o “espírito do legislador” – primeiríssima fonte de interpretação das suas normas, que a destruição de uma maioria em funcionamento contraria brutalmente a Constituição. Um golpe de estado constitucional, em ciência política, é exactamente isso: utilizar a forma para contrariar o conteúdo. Isto, dando de barato o perigosíssimo precedente aberto pela irresponsabilidade do dr. Sampaio. Para ele não há desculpa possível, uma vez que conhece bem o que a Constituição diz e o que ela quer dizer.
 
3. A frustração e a inveja comandaram muita gente.
Os Machetes[3], os Marcelos[4], os Veigas[5] & Companhia, possuídos da mais baixos sentimentos, atacaram em força, inundando a sempre sequiosa comunicação social, fosse a que pretexto fosse, das mais descabeladas diatribes.
 
Não sei se Santana Lopes fez bem em lançar o livro neste momento. Não é chegado o tempo da verdade. À esquerda, naturalmente, ao centro, estranhamente, e à direita, normalmente, mantém-se o ambiente moral, e mental, que fabricou Pinto de Sousa (Sócrates).
O sono da razão engendra monstros.
 
António Borges de Carvalho
 
 

[1] Tinha razão. Pinto de Sousa (Sócrates), moeda má, substituiu a boa.
[2] O general Eanes ainda não engoliu o que os constituintes de 82 fizeram aos seus poderes. Ao ponto de dedicar a vida à sua crítica. Rezam as crónicas, aliás, que fará a grande girândola do seu ódio ao sistema através de uma tese que preparou e que defenderá em Espanha. À época, o senhor, coitado, imaginava-se uma espécie de De Gaulle.  
[3] Rui Machete, inimigo feroz de Cavaco Silva – o homem tinha destruído o seu querido Bloco Central – transfigurou-se em emérito cavaquista e num presidencialista serôdio.
[4] Marcelo, não refeito da sua infeliz gestão do PSD, e possuído, como sempre, de fervores maquiavélicos, achou por bem colaborar na demolição do governo do seu próprio partido. Não cuidou, sequer, de chegar aos maiores dislates, como o de acusar, por via de bem urdida maquinação, o seu governo de “manipular” a informação.
[5] Miguel Veiga, homem que jamais deu a cara fosse pelo que fosse que o pudesse incomodar ou pôr à prova, alçapremou-se, por razões que não enxergo, à posição de reserva da comunicação social, para quando são necessárias “bocas” destinadas a demolir alguém.

O autor

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2006
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub