ORGULHO PÁTRIO
Aqui há dias, um jornal embandeirava em arco porque havia uma portuguesa serventuária da dona Carla Bruni. Orgulhosamente, referia que a tal portuguesa até tinha o direito a tirar fotografias com a patroa, para além de ter tido a honra de assistir (de pé), a um jantar (sentado) comemorativo não sei de quê em casa dos pais dela.
Somos os maiores, alguém duvida?
Há meses a chamada comunicação social fez-nos viver com a maior das emoções o importantíssimo caso da compra de um cão pelo senhor Obama. Não era caso para menos. O fulano estava tentado a comprar um terrier português (terrier ou outra coisa qualquer, mas lá português era, de certeza). Compra, não compra, compra não compra… comprou! Vitória! O cão do Barak é português! É claro que o tal cão é tão português como eu sou papua, mas que interessa isso? Querem ensombrar a nossa glória, ou quê?
Somos os maiores, ou não?
Na semana passada, um jornal, inchado de importância, comunicou ao orbe que a dona Jackeline Kenedy/Onassis foi servida, durante um ano (um ano!) por um português que lhe punha o gelo no balde e lhe preparava os cocktails. Mais: o tal português era o número dois do pessoal lá de casa. Só obedecia à governanta! Formidável.
Somos os maiores, ou quê?
Quê.
3.9.09
António Borges de Carvalho