DA NATUREZA DAS COISAS
Nunca tive grande simpatia pessoal pelo juiz Rui Teixeira. Sou, como é sabido, um tipo antiquado, que ainda se choca quando vê um juiz macho de jeans ou um juiz fêmea de mini-saia. Confesso que é tudo. Nada mais sei do senhor, a não ser o que vem nos jornais.
O juiz em causa voltou à baila. Convirá, em resumo, relembrar os factos.
Os factos são:
- O Juiz Rui Teixeira mandou prender um deputado do PS, que julgava envolvido num processo de pedofilia maricas;
- O juiz Rui Teixeira foi corrido do processo;
- O deputado do PS foi libertado por falta de provas;
- O PS fez passar uma lei a criar a figura do “erro grosseiro”;
- O PS fez passar outra lei a criar a “responsabilidade extra contratual do Estado”;
- O juiz Rui Teixeira foi acusado de “erro grosseiro”;
- O Estado foi condenado, por causa da sua “responsabilidade extra contratual”, a pagar ao deputado nada menos que 130.000 euros, processo que ainda corre;
- O juiz Rui Teixeira foi, há dias, privado de classificação e de progressão na carreira por iniciativa de três juízes que o PS indicou para o conselho que tem competência para tal. Coisa que acontece pela primeira vez na história, ditadura incluída.
- O sindicato dos juízes está calado como um rato.
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24.9.09
António Borges de Carvalho