UMA SESSÃO ESCLARECEDORA
Ontem assistiu-se aos trabalhos de um interessante areópago, em que, sob a batuta daquela senhora que tem a mania de se meter na conversa, um número indeterminado de candidatos à CML teve oportunidade de dizer de sua justiça. Formalmente, todos eram candidatos à presidência. Materialmente, havia dois. Havia, a seguir, mais dois candidatos a vereador, e não sei quantos raminhos de salsa.
Não houve surpresas de maior.
Notemos umas coisitas:
1. Um dos raminhos de salsa, como não tinha nada para dizer, fingiu-se ofendido por ninguém lhe ligar meia. Deu à sola.
2. Todos os participantes apoiaram Santana Lopes na história da Portela. Faltava João Soares, que também sempre foi dessa opinião, mas que, socialismo oblige, anda com viola no saco.
3. Ficou claro que a dívida da câmara é hoje maior do que quando Santana Lopes a deixou.
4. O Costa, que não é parvo nenhum, mostrou à saciedade a sua total submissão ao governo que temos, e adiantou elementos que permitem aos lisboetas perceber que, se o homem ganhasse, continuaria submisso, sobretudo enquanto o senhor Pinto de Sousa estiver na mó de cima, ou seja, até ao momento de lhe comer as papas na cabeça.
5. Quando instado a “provar” o que dizia, ou a esmiuçar uns números, Costa não respondeu, confirmando-se como meramente demagógicas muitas das suas afirmações.
6. O Costa “esqueceu-se” da história do IPO, o que pode querer dizer que está a preparar o recuo. A confirmar-se, é um ganho para o povo que se fica a dever a Santana Lopes.
7. A loucura “governamentícia” do Costa é de tal ordem que o homem chegou ao dislate de prometer um jardim por trás dos contentores do Coelho, exibindo orgulhosamente um boneco que, ao todo, parecia querer garantir a sombra amiga dos contentores enquanto as árvores não crescessem.
8. Em conclusão, ficou demonstrado à saciedade que, se o Costa ganhasse, o verdadeiro presidente da câmara seria o Pinto de Sousa, e Lisboa um joguete nas mãos do dito.
8.10.09
António Borges de Carvalho