ORGULHO NORTENHO
Gosto muito do Norte, e também do Porto, sua alegada “capital”, coisa que o Norte não aceita mas vai consolando o ego da tripeiragem.
Adiante. Vem isto a propósito da indignação do pessoal por causa de umas governamentais negociações tendentes a pôr em Lisboa aqueles horríveis aviões que fazem um banzé do caneco e que ainda não mataram uma carga de basbaques porque não calhou. Têm toda a razão. Pela minha parte, Deus queira que fiquem lá com aerotraques e que lhes faça bom proveito.
O que não se percebe, nesta matéria (como se diz agora), é por que carga de água tem o governo a ver com o assunto. Dir-se-ia que o problema é da Câmara do Porto e da de Gaia. Por outras palavras, o que isto quer dizer é que o centralismo socrapífio é tal, que até se mete em divertimentos municipais.
Também não se percebe que os autarcas do Porto e de Gaia andem para aí aos gritos, que são os privilégios da capital, que os querem roubar, e que e que e que. Até falam em pontes a mais em Lisboa, eles que, e acho muito bem, têm uma multidão das ditas. E auto-estradas por todos os lados. Este ciúme, tão mesquinho como idiota, é talvez a mais triste característica da malta do Porto.
O IRRITADO acha que os referidos autarcas, em vez de andar para aí com argumentos meio parvos, deviam era protestar contra a intromissão do governo, dizendo-lhe que se está a meter onde não é chamado.
30.11.09
António Borges de Carvalho