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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

O PROBLEMA

 

O articulista Pedro Lomba, que o IRRITADO muito aprecia, vem a lume com uma proposta séria, mas inútil.
Refere o dito que, perante as mentiras do primeiro-ministro acerca do negócio PT/TVI, bem como com o que foi revelado e não desmentido do que disse nas escutas a Armando Vara, a única solução capaz de vir a satisfazer a legítima necessidade de esclarecimento público é uma comissão parlamentar de inquérito que esmiúce o que foi, efectivamente, dito pelo PM, e qual a real importância das suas já provadas mentiras ao Parlamento e à Nação. Na opinião de Pedro Lomba, uma comissão parlamentar pode obter, compulsivamente, a documentação que tem vindo a ser negada ao público, isto é, o teor do despacho que iliba o PM da presunção de crime, ou crimes, feita pelos juízes de Aveiro, bem como as partes das escutas que motivaram tal presunção. Argumenta o articulista, com carradas de razão, que, afastada que está a hipótese criminal, fica a questão política, e que esta não pode deixar de ser publicamente dirimida.
 
Se vivêssemos num país normal, seria este o caminho. Mas não vivemos. Estamos em Portugal, infeliz terrinha onde o primeiro-ministro tem o dom de passar entre os pingos de chuva sem se molhar, e mesmo o de ficar seco debaixo de uma cascata. Está provado à saciedade que o primeiro-ministro mente com contumácia, e que está, de uma forma ou outra, envolvido em inúmeras trapalhadas que a Justiça diz investigar e que os tribunais dizem julgar. De tudo se tem esquivado, resumindo-se a sua “defesa” à invenção de “campanhas negras”, de “poderes ocultos” que o perseguem, coitadinho. Nada de substancial que o safasse foi dito à Nação pelo PM. Nada. Os seus sequazes desdobram as campanhas negras em “espionagem política”, ou tentam virar o bico ao prego e atirar poeira para os olhos de cada um assacando culpas - de quê? - à oposição.
A verdade é que o PM tem vindo a triunfar sucessivamente, sem que a tal oposição exija, como devia, a sua demissão e regresso aos queridos projectinhos lá das Beiras.
Por outro lado, também é insofismávelmente verdadeiro que, se o PM não disse aquilo que os juízes de Aveiro dizem que disse, então seria do seu mais evidente interesse que as suas afirmações ao telefone fossem do conhecimento público. Quem não deve não teme. O simples facto de o PM se opor com unhas e dentes a que tais coisas venham a lume quer, evidentemente, dizer que, a tal respeito, tem telhados de vidro. O povo tem direito a ser governado por quem não tenha telhados de vidro, muito menos a colossal quantidade de tais telhados exibida desde sempre pelo PM.
Por isso, não há que indagar mais. Se o PM não quer que as suas conversas sobre a TVI, sobre o “amigo Oliveira” e sobre mais não sei quê, sejam conhecidas, isso equivale à “validação política” das escutas. Só lhe resta uma solução politicamente aceitável: ir-se embora.
 
Uma comissão parlamentar de inquérito será uma maneira de andar mais uns largos tempos a encanar a perna à rã e de continuar a paz podre em que vivemos, com gravíssimas consequências para o nosso futuro. Não há “estabilidade”, nem “governabilidade”, muito menos “transparência”, quando o primeiro-ministro anda a esconder à Nação o que a Nação tem o sagrado direito de saber.
Por tudo isto, a proposta de Pedro Lomba, por séria que seja, não serve para nada. O que poderia servir para alguma coisa seria que a oposição se unisse para correr com o homem usando os meios constitucionais à sua disposição, já que, neste momento, parece que o Presidente nada pode fazer. Não é preciso ir para eleições. O PS, para nossa desgraça, é certo, mas uma desgraça mais digna, pode nomear outro primeiro-ministro. Até pode ser que tenha nas suas hostes alguém com menos rabos de palha, menos telhados de vidro e menos esqueletos no armário. Alguém que possa ser parte da solução e não parte e fonte do problema. Mais propriamente, o PP é  o problema. Se o problema não se resolver, nada se resolverá.
 
Num momento em que o próprio FMI vem, em socorro dos portugueses, sugerir que com este PM não vamos a parte nenhuma, o que tolhe as oposições? De que estão à espera?
 
2.12.09
 
António Borges de Carvalho

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