DA MAFIA POLÍTICA
O Dr. Sampaio, do assento etéreo onde subiu, contemplou a plebe e declarou:
Tivemos eleições há três meses e ninguém no seu bom juízo pensa que vamos ter outras, como é óbvio.
Aqui temos o que é o verdadeiro lançamento da campanha anti Presidente da República ora em curso por obra do partido socialista.
O Dr. Sampaio, que já se esqueceu do golpe de estado que perpetrou, sem vergonha nem rebuço, quando quis correr com um governo maioritário que não lhe agradava, opina que o seu sucessor está maluco, se dissolver um parlamento em que um governo minoritário esbraceja, impotente, no miserável pântano em que, por obra do próprio, o país soçobra.
Vindo ainda relativamente longe o período em que o Presidente terá poder de dissolução, o espantoso e completamente desavergonhado senhor vem, desde já, prevenir a Pátria que, se o actual Presidente fizer o mesmo que ele fez - mas com muito mais razões - é porque perdeu o juízo. Mais uma demonstração da “isenção”, da “independência”, da “atitude construtiva” que sempre foi timbre do Dr. Sampaio.
O IRRITADO não sabe se o Presidente deve dissolver o Parlamento ou deixar o governo cair de podre.
Mas sabe que atitudes como esta do Dr. Sampaio configuram aquilo a que se pode chamar uma postura politicamente mafiosa: ou fazes o que eu quero ou perdeste o juízo.
Na “implementação” (como soe, infelizmente, dizer-se) da campanha aberta pelo socialista Sampaio, avança o socialista Pinto de Sousa com evidente manifestação da sua profunda natureza carroceira.
Andando pelo país a badalar propaganda, atrasa-se e manda dizer ao Presidente que prefere andar na propaganda a respeitar o compromisso assumido para uma reunião em Belém. Para dar mais cor à coisa, diga-se que essa audiência, por bondade do Presidente, tinha sido agendada para momento que mais convinha ao carroceiro.
Noutra monumental falta de educação, integrando mais uma acção da campanha socialista contra o Presidente e manifestando a radical ausência de sentido de Estado que anima o carroceiro, o mesmo tinha faltado à posse os conselheiros de Estado, órgão consultivo do Presidente.
É evidente que o Presidente não gostou, nem podia gostar, destas monstruosas afrontas. Não é preciso ser jornalista, nem ser de intrigas, para perceber isto. Mas, quando os jornais o disseram, salta a maralha da campanha da máfia socialista, aos gritos que o Presidente é que é o mau da fita. O senhor Pinto de Sousa, emérito aldrabão como é público e notório, assume angelical postura. Pudera, se os peões de brega tinham recebido ordens para atacar e já o andavam a fazer, não precisava de se preocupar mais com o assunto.
Destaque-se a performance de dois dos referidos peões:
Um deles, que dá pelo nome de Lelo embora se chame Ribeiro de Almeida, em mais uma demonstração do alto valor intelectual que o caracteriza, disse:
O Presidente, nas coisas em que intervém, tem uma postura interventiva.
Veja-se a inteligência, a lógica, a clarividência desta afirmação. Na opinião deste piadético, grande dirigente das massas socialistas, o Presidente deveria intervir de forma não interventiva, isto é, sem intervir. Se intervém intervindo, então está tudo estragado!
Um mafioso, tão parvo e tão primitivo, que, se calhar, só devia intervir na campanha de forma não interventiva, ou seja, sem intervir. À atenção do senhor Pinto de Sousa.
Passarão mais qualificado é um tal Sousa Pinto (será primo do Pinto de Sousa, mas invertido?), rapazola com ar de sacristão, estrénuo defensor do mariquismo militante, distribuidor incansável de preservativos na universidade e na Caparica, ex-presidente da impagável juventude socialista - coisa abominável cujo pensamento político, historicamente, se reduz a questões provenientes de desvios sexuais - resolveu ofender-se porque o Presidente declarou que as prioridades do país não incluem o “casamento” de larilas com larilas nem de fufas com fufas.
Quem ouvisse o Presidente com ouvidos de ouvir, acharia isto uma verdade nua e crua, uma evidência tão evidente, passe o pleonasmo, que até o amigo banana era capaz de a dizer.
Mas o Sousa Pinto não acha. Para ele o tal “casamento” está à frente de tudo. Que interessa a crise ou o desemprego comparados com a rabichagem? Nada.
Muita falta nos faz, neste momento histórico, a sagacidade libertária da Natália Correia!
O rapaz acusa o Presidente de se estar a “intrometer” na agenda política do PS, pondo “em causa a oportunidade do diploma (do “casamento”) e as prioridades do governo e do PS, que constam no programa eleitoral que foi sufragado pelos portugueses”.
Lapidar! Que melhor confissão do que são as verdadeiras prioridades do PS! Que melhor demonstração das mais fundas preocupações de tal gente!
No paleio do badameco, o Presidente está a “contribuir para a dramatização da vida política nacional”. O representante de uma organização que anda há mais de um mês a não fazer outra coisa senão dramatização, vitimização, desculpabilização, etc., vem virar o bico ao prego acusando terceiros dos seus próprios pecados.
Mais bandalheira, mais mafiosismo, não sei se será possível.
O IRRITADO não é, nem de longe, o que se chama um admirador fiel do Presidente da República. Mas, tratando-se de pessoa que deixa os socialistas a cósmica distância moral, sente-se na obrigação de lhe não negar a razão e o direito de dizer o que disse, bem como de se ofender com as carroceiradas desta gente.
22.12.09
António Borges de Carvalho