AS SOMBRAS E A VERDADE
Lembram-se da história clássica da pessoa que, tendo vivido toda a vida numa gruta de onde só via sombras, se convenceu que as sombras eram a realidade e a realidade não passava de fantasia?
Lembram-se da história dos reflexos de Pavlov? Dava-se carne ao cão a seguir a tocar um sino. Passados tempos desta prática, quando o sino tocava, o cão começava a salivar, mesmo sem carne nenhuma.
Mutatis mutandis, é o que uma matilha de psicólogos e quejandos querem fazer às criancinhas deste país.
Partem do mesmo princípio do homem das sombras e do cão de Pavlov. Se as criancinhas vivem, desde pequenas, com um “casal” de fufas ou de pederastas, acham, naturalmente, que ter duas mães ou dois pais é a coisa mais normal deste mundo. Um pouco como os filhos do Don Corleone, que, com toda a inocência, achavam absolutamente justo e socialmente recomendável mandar matar quem incomodasse a família. Não era o que o querido papá passava a vida a fazer?
Como o cão do Pavlov e o homem da caverna, as criancinhas estão virgens de conhecimento. Entra-lhes na cabeça o que lá se quiser meter.
“Explicar aos nossos filhos o que é o ‘casamento’ homossexual não é um bicho de sete cabeças. Para as crianças, importante é mesmo o afecto”. Reza isto um dos magníficos psicólogos, possuído de proselitismo homofílico.
Outros “especialistas” destas matérias declaram, “unanimemente”, que “casais” formados por dois homens ou duas mulheres “não fazem confusão nenhuma às crianças”. Pois não. Aos filhos do Bin Laden também não faz confusão nenhuma que a mãezinha ande de burca ou que o paizinho mande deitar torres abaixo.
“Se a verdade sai da boca das crianças, então não temos que nos preocupar com o impacto… do ‘casamento’ entre pessoas do mesmo sexo”, dizem os entendidos. Pois não. As crianças raciocinam segundo os dados que os adultos lhes deram para raciocinar.
“A confusão está na cabeça dos adultos, não das crianças”. Pois é. Se o papá escarrar para cima do tapete todos os dias, que confusão fazem os escarros ao fifi? Nenhuma.
Um miúdo de sete anos contrapõe: “Quando dois homens se
casam, por onde é que saem os bebés?”
Pois é. O pior desta porcaria surge quando os meninos começam a pensar por si. Se lhes pouparam os traumas de infância explicando a naturalidade e a normalidade da coisa, o que vão elas pensar quando crescerem? Não arranjarão traumas muito piores?
28.1.10
António Borges de Carvalho