DÍVIDAS BOAS E DÍVIDAS MÁS
Não sei se se lembram do estardalhaço feito pelo Costa antes e depois das autárquicas, acerca das dívidas da Câmara de Lisboa.
A tomada de posse deu lugar a um folhetim judicial e bancário motivado, como é evidente, dizia a propaganda, pelos colossais buracos deixados pela gestão Santana Lopes. O Tribunal de Contas não queria, o Costa esperneava, os bancos hesitavam, uma desgraça. Até que… já não sei como, o homem lá conseguiu um empréstimo ou outro. Ele, imagine-se, que tinha sido o autor das limitações ao endividamento das autarquias. Que pena!
No entanto, pensavam as boas almas, a CML ia entrar em indispensáveis equilíbrios financeiros.
Baldada esperança.
Só em 2009, as dívidas da Câmara aumentaram 72 milhões de euros, para 484,6 milhões, isto sem contar com as dívidas de curto prazo, que não são do conhecimento do respeitável público.
O Dr. Santana Lopes é capaz de ter aumentado as dívidas, ainda que a esmagadora maioria delas viesse de trás (Santana Lopes, ao contrário do Costa, nunca criticou o seu antecessor por causa disso) não lhe podendo, honestamente, ser assacadas. Mas a obra do Dr. Santana Lopes está aí, à vista de quem a quiser ver.
O Costa conseguiu, só num ano, fazer a dívida de médio e longo prazo subir 14,54%. Isto sem que fizesse fosse que obra fosse que se visse, o que também pode (não) ser visto por quem quiser (não) ver.
Assim se distinguem os homens, ficando ao julgamento de cada um a sua apreciação, bem como as consequências a tirar no futuro, se ainda voltar a haver eleições.
19.2.10
António Borges de Carvalho