INÊS DE MEDEIROS V
Com o voto de “qualidade”(!?) do meritíssimo Presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República, senhor Deputado José Lelo (homem, como se sabe, de vasta experiência de gestão), foi pelo dito Conselho aprovada a douta resolução de pagar as viagens semanais da senhora Deputada Inês de Medeiros a Paris, a fim de gozar merecido descanso com a sua extremada família.
Muito bem!
Há dois pequenos problemas que ficaram por resolver:
- O primeiro é o de haver um parlamento que “legisla”, não de forma geral e abstracta, mas ad hominem, ou melhor, ad mulieris, assim fundando uma nova prática que certamente fará escola pelo mundo fora e será, doravante, incluída na teoria geral das asneiras parlamentares;
- O segundo é o de ninguém ter esclarecido de que tipo de viagens se trata: daquelas de 150 euros ou das de 1.200.
Dando de barato estes dois pormenores, o IRRITADO deseja a Sua Excelência muito boas viagens.
E ainda:
Pensa o IRRITADO que, se a senhora foi induzida pelo partido socialista no erro de achar que tinha direito a tratamento de excepção, não previsto em lei ou regulamento de nenhuma espécie, então o partido enganou-a, o que não é de estranhar já que quem engana 10 milhões de portugueses não sai da norma se enganar também a aristocrática e exigente parisiense.
Mais pensa o IRRITADO que, neste caso, a bem de algum resquício de decência, o partido devia esquecer a norma acima referida e, se enganou a nobre senhora, bem podia pagar-lhe as viagens.
Reflexões de quem julga que vive noutro mundo.
22.4.10
António Borges de Carvalho