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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

TARDE PIASTE

Às vezes, há coisas que fazem pena.

O Dr. Mário Soares não é pessoa que me mereça propriamente pena, mas os nobres sentimentos do IRRITADO, neste caso, sobrepõem-se à escarninha mentalidade do autor.

 

Que teria passado pela cabeça do ancião para dizer aos cabo-verdianos que jamais se deveriam ter tornado independentes?

Então um homem que fez tudo o que estava ao seu alcance para os obrigar a ser independentes – em Cabo-Verde nunca houve luta armada – vem agora dizer que foi asneira?

Então os direitos dos colonizados?

Então os ventos da história?

Então a autodeterminação?

Foi tudo para o caixote do lixo?

Então, 35 anos depois, o Dr. Soares vem negar o que foi a principal obra da sua vida?

Então o Dr. Soares lembra-se de dizer tal coisa ao único novo país que lucrou com a independência?

 

Interessante é verificar que o senhor parece atribuir o erro da independência aos cabo-verdianos, como se ele, Soares, nada tivesse a ver com o assunto. Os cabo-verdianos independentistas, é bom dizê-lo, jamais tiveram apoio popular para a mais leve acção armada, nunca passaram de paleio e, para defender as suas ideias à cacetada, como é sabido, serviram-se dos guinéus, na Guiné. Em Cabo-Verde, ‘tá quieto!

Não se tornaram independentes, foram tornados. E é quem tal os tornou que vem dizer que foi asneira sem, sequer, fazer o seu pessoal acto de contrição!

Estará doido, ou encontrou-se com o Alzeimer nalguma esquina? Faz pena.

 

É verdade que Cabo-Verde e São Tomé e Príncipe, se tivessem sido bem orientados pelos descolonizadores e pelos líderes que, para tal, o MFA e o Dr. Soares importaram à pressa, seriam hoje regiões ultraperiféricas da União Europeia e não tinham tido metade das chatices que tiveram e ainda têm.

Aliás, pelo menos em São Tomé, sítio que o IRRITADO conhece relativamente bem, houve vários “descolonizados” de valia – os que não tinham escola de Moscovo ou do MRPP/PC – que preconizavam uma solução autonómica. O actual Presidente da República lá do sítiom era um deles.

Mas a demagogia da descolonização era totalitária. Ou tudo ou nada. Os que pensassem diferente arriscavam a cabeça. Tiveram que se calar. Quem mandava nestas coisas era o Alva Rosa Coutinho, o Cunhal e… Mário Soares!

 

Tarde piaste, e mal, é o que agora se pode dizer.

 

26.4.10

 

António Borges de Carvalho

2 comentários

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    daniel tecelao 26.04.2010

    De ManuelB a 19 de Abril de 2010 às 14:53
    Quando éramos pequenos ensinavam-nos a tratar todos educadamente, sem excepção. Até mesmo os mal-educados, não porque estes sejam correctos mas porque compete a nós sê-lo sempre.
    A sabedoria, o dinheiro, o poder, estatuto, tudo se pode adquirir pela vida fora. A boa educação (que nada tem a ver com classe social ou dinheiro) aprende-se na infância, pelo conselho e exemplo dos pais.

    Tudo isto são conceitos que soarão como de outra galáxia aos ouvidos do eleito do coração (e urna) do Tecelão. Tal como o inglês que fala, as casas que constrói, os primos que tem – as coisas que diz mostram o pouco que todo ele é e o baixo estrato de onde vem e para onde há-de voltar, porque é lá que ele está bem.

    O ex-marido da Senhora Fava bem poderá invocar, numa vaidade fátua de quem chegou da parvónia, que é o 6º homem mais bem vestido do Mundo mas já provou ser, sem dúvida, o mais deselegante primeiro-ministro deste regime.

    Em Dezembro do ano passado soltou um torpe comentário quando se furtava a responder a uma pergunta de Paulo Portas sobre o BPN:
    “Não tenha esse comportamento nervoso, é um comportamento impróprio. Eu digo-o aos meus filhos e digo-lhe a si, porte-se com juizinho. Não me interrompa, o seu dever é ouvir".
    Poucos meses depois tem esta infame atitude.

    “Respecting ourselves guides our morals, respecting others guides our manners”.
    Ser civilizado faz toda a diferença na vida de cada qual, mas para quem governe o nosso país a sua importância é infinitamente maior. Dez milhões de vezes.



    responder a comentário



    De ManuelB a 19 de Abril de 2010 às 15:14
    Em tempo: vale dizer que o adjectivo "manso" pode muito bem e propriamente ser aplicado a pessoas, até como encómio, ainda que na assembleia não tivesse essa acepção elogiosa.

    O Flos Sanctorum refere muitas vezes a mansidão dos mártires e santos como um exemplo a seguir.

    Claro que o Zézito só podia atribuir-lhe o sentido pejorativo e faltou-lhe "finesse" para poder redarguir com elevação e até ironia.
    Também tive uma criada que se ofendia quando dizíamos que parecia espantada, porque achava que o termo apenas se empregava com animais. E quem ficava espantado era eu.

    Com o menino doirado já nada me espanta - e que remédio tenho eu senão suportar mansamente a sua necedade quase bestial.

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