NOTÍCIAS DA BARBÁRIE
Em formidáveis parangonas, vem a organização “Farmácias Portuguesas” anunciar que há um milhão de pessoas que já se sente melhor, porque alinha nos conselhos da publicidade às “milhas” das farmácias.
Quem está doente ficará felicíssimo e cheio de saúde se comprar medicamentos com o cartão das “farmácias portuguesas”, muito mais feliz e muito mais cheio de saúde que se os comprar sem o tal cartão. Uma verdade sem discussão.
E mais. Quanto mais doente você estiver, melhor! Isto é, por cada 15 euros de compras por dia, recebe 10 “pontos”! Um luxo.
Os tipos – julgo que são aqueles do empório financeiro do Cordeiro da farmácia de Cascais e do palácio de Santa Catarina – não dizem para que servem os “pontos”. Supondo que servem para comprar medicamentos, a conclusão a tirar é que os preços dos ditos estão inflacionados, isto é, os medicamentos podiam ser mais baratos para todos.
“Cartão Farmácias Portuguesas. Quanto mais usa, melhor se sente.” Traduzida esta parvoíce, teremos que de quanto mais medicamentos precisar, melhor para si. Por outras palavras, adoeça, meu caro, quanto mais adoecer mais pontos lhe dá o cartão!
Se isto não é barbárie, não sei o que barbárie é.
Para pôr fim a este barbárico post o IRRITADO não resiste a deixar uma sugestão aos senhores das farmácias:
Sendo que os melhores clientes são os velhos, cheios de maleitas e com a morte à vista, as "Farmácias Portuguesas" poderiam negociar com a Servilusa um swap de pontos. Com 500 pontos, o dono do cartão teria direito a um ramo de flores em cima do caixão, com 750, a uma coroa de malmequeres, com mil, a 30% de desconto no caixão, e assim por diante, o que daria montes de saúde aos clientes, sobretudo na condição de defuntos.
2.5.10
António Borges de Carvalho