LADROAGEM À SOLTA
Um dos mais socrélfios portugueses, um que, como a generalidade da espécie, anda para aí a dizer enormidades, é um fulano que o socialismo açoriano despejou no continente por ser demasiado incómodo lá no sítio. Diz-se que são tantos os rabos-de-palha do indivíduo que o Carlos César o mandou embora, como daqui mandaram o Cravinho para Londres, coitadinho, ou a Ana Gomes para Estrasburgo, coitadinha.
O dito cidadão e destacado parlamentar, cujo nome me escapa, foi apanhado, na biblioteca do Parlamento, a roubar dois gravadores, propriedade de jornalistas. Flagrante delito, ainda por cima filmado e do conhecimento do país inteiro.
Que lhe aconteceu? Nada. Reacções? Moderadas. O Assis? O Assis reiterou a confiança que tem no ladrão dos gravadores. Está tudo dito.
O que levou o ilhéu em causa a roubar os gravadores? O que o próprio tinha dito ou o que lhe tinham perguntado? Aqui temos o que é a Liberdade para um jacobino: não só proíbe que publiquem o que diz, como o que lhe perguntam. Nem que para tal haja que roubar.
Consequências? Só o Assis a declarar que não há consequência nenhuma, que o homem, com rabos-de-palha ou sem rabos-de-palha, ladrão de gravadores ou não ladrão de gravadores, merece ser vice-presidente do grupo parlamentar do PS.
Pois merece. Condiz. Está ao nível.
Está ao nível do chefe, do primeiro-ministro que temos, do ambiente em que vivemos, da bandalheira institucionalizada.
Não há nada a fazer enquanto o senhor Passos Coelho não perceber o que se passa, enquanto o senhor Doutor Cavaco Silva fingir que não vê.
8.5.10
António Borges de Carvalho